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O
Ministério dos Direitos Humanos considera que existem dois tipos
diferentes de brasileiros, e trata cada um deles de maneira também
diferente.
Uns são seres humanos – condição que só pode ser adquirida
por quem dispõe de alguma identificação como “pessoa de esquerda”.
Os outros são “bolsonaristas”. É uma maldição que atinge todos os cidadãos que não gostam do presidente Lula,
nem do seu mundo, e não votaram nele nas últimas eleições. [e certamente não votarão na próxima - com nossa torcida de que ele não seja candidato por estar encarcerado, puxando correntes = em um cárcere ou no inferno.]
Estes, para o
Ministério dos Direitos Humanos e para o governo Lula em geral, não têm
direitos humanos ou de qualquer outro tipo – nem os que são previstos na
legislação de proteção aos animais.
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Países
que se dão ao trabalho, e à despesa, de manterem ministérios de
direitos humanos assumem compromissos concretos com as prerrogativas
legais de todas as pessoas, sem fazer distinções baseadas em suas
atitudes políticas.
Se não for assim, nem pensam em ter ministério
nenhum para cuidar do assunto.
O Brasil é um caso único. Tem ministério,
ministro, carro oficial e o resto da procissão, mas é contra a ideia
geral de que todos os seres humanos são iguais e têm direitos
inalienáveis que recebem ao nascer.
Uns são seres humanos – condição que só pode ser adquirida por quem dispõe de alguma identificação como “pessoa de esquerda”. Os outros são “bolsonaristas”.
Aqui,
como se comprova pela atuação concreta do MDHC (cabe a ele a “Cidadania”, também),
os cidadãos até podem nascer iguais, mas vão ficando diferentes à medida que
escolhem suas posturas políticas e seus estilos de vida.
Se não entram no “campo
progressista” são lançados no rol dos culpados “bolsonaristas” – e aí não têm direitos,
ou só têm os direitos que o STF quiser.
Há quase um
ano o MDHC assiste sem fazer a mínima objeção a aquilo que talvez seja a
mais evidente violação em massa dos direitos humanos ora em andamento
em qualquer lugar do mundo – os processos do “Oito de Janeiro” feitos
pelo STF.
Os réus não poderiam estar sendo julgados ali.
Há acusados primários
que estão presos há onze meses, sem julgamento e sem culpa formada.
O
ministro Alexandre de Moares se nega, repetidamente, a atender pedidos do Ministério Público para que presos com problemas urgentes de saúde sejam atendidos em hospitais.
Pessoas estão sendo condenadas a até 17 anos de prisão
por terem participado de um quebra-quebra.
Os advogados não têm o pleno
direito de defender os réus; não sabem, sequer, se suas demandas estão
sendo vistas por alguém.
O MDHC considera que nenhum tipo de direito
humano está envolvido em nada disso.
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O mesmo Ministério, porém, está dando apoio oficial a baderneiros de um partido de extrema esquerda que depredaram a Assembleia Legislativa de São Paulo
na votação que aprovou (por 61 votos a 1) a privatização da empresa
estatal de águas e esgoto.
Dois deles foram recebidos no próprio MDHC,
em Brasília, para se queixar da “violência” da polícia na tentativa de
proteger o patrimônio público.
Não houve violência nenhuma por parte dos
policiais, conforme mostram imagens gravadas; quem fez o quebra-quebra
foram os manifestantes.
Já está tudo certo, é claro. Os quatro
arruaceiros presos foram soltos. Os que visitaram o ministério foram
descritos como “lutadores sociais”
.
É
o que poderia haver de mais coerente com um ministro de Direitos
Humanos que é contra um projeto de anistia – caso sem paralelo no
planeta. Está, neste momento, na campanha “Sem Anistia”, que luta para
bloquear projetos de perdão para os presos de Brasília.
Tudo a ver,
realmente.
Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES