Lúcio Vaz - Vozes
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O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em
Brasília
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Risco desnecessário
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A deputada Liziane Bayer (PSB-RS) participou do Congresso
Iberoamericano pela Família e pela Vida, de 12 a 14 de março, em Lima, no
Peru. A parlamentar retornou de viagem sem sintomas e disse ter adotado
medidas de precaução orientadas pelas autoridades em saúde. Na data da sua
viagem, o coronavírus já tinha atingido 124 mil pessoas no mundo, com 4,6 mil
mortes. Um dia antes do embarque, a OMS havia declarado a pandemia de
Covid-19. A deputada não comentou sobre os riscos de uma viagem ao exterior
naquele moment
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O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) foi mais longe. De 4
a 8 de março, esteve em São Petesburgo (Rússia), participando do Fórum dos
Jovens Parlamentares do Brics. Na data da sua partida, já havia 2,9 mil casos
no Irã, 3 mil na Itália, 5,6 mil na Coreia do Sul e 80 mil na China. Silveira
ainda não fez o relatório de viagem. A Câmara registra apenas o custo: R$ 18
mil em diárias e passagens.
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Questionado pelo blog se fez o teste do coronavírus após
o seu retorno, o deputado afirmou que não realizou o teste porque “estava em
falta”. “Mas não senti nenhum sintoma e acredito que, em 60% das pessoas,
esse vírus vai passar de forma assintomática, ou seja, não sentirão nenhum
efeito e criarão a imunidade”.
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“Teremos algumas baixas”
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Silveira também afirmou que a viagem ao exterior não
implicou risco a ele nem aos demais deputados. “Não, porque, de fato, já
aconteceria do vírus de espalhar, e vai se espalhar ainda mais. Pelos fatos
científicos já comprovados por especialistas, estou falando de especialistas
de verdade, não é especialista midiático, eles passarão. Teremos algumas
baixas, só que muito menos acentuada do que o próprio H1N1”, afirmou. Ele
acrescentou que o fórum debateu a “revolução 4.0, ou seja, a tomada de
tecnologia a nível do Brasil e a nível do mundo, colocando ali os cinco
grandes do Brics”.
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O senador Irajá (PSD-TO) representou o Senado no encontro
de jovens parlamentares do Brics. Mas a sua estada foi um pouco mais longa,
de 3 a 9 de março. Ele fez escalas em Paris na ida e em Dubai, nos Emirados
Árabes, na volta. As despesas com as viagens também foram maiores – R$ 9,6
mil com cinco diárias mais R$ 22,5 mil com passagens.
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O senador Rodrigo Santos Cunha (PSDB-AL) também esteve na
Rússia representando o Brasil no mesmo evento. Os relatórios de transparência
do Senado registram que Cunha recebeu cinco diárias no valor total de R$ 9,6
mil. Ainda não houve o lançamento da despesa com passagem aérea.
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A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), de 43 anos,
também marcou
viagem para o mesmo encontro de Jovens Parlamentares. O custo
ficaria em R$ 17 mil, mas a senadora desistiu na última hora por questões de
saúde – nada a ver com o coronavírus. A sua assessoria afirmou que as diárias
foram devolvidas.
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Viagem no prazo limite
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O deputado Lucas Gonzales (Novo-MG) integrou a missão
brasileira à convenção da Prospector and Developers Association of Canada, em
Toronto, de 29 de fevereiro a 3 de março. No retorno, fez escala em Chicago
(EUA). Chegou ao Brasil dia 4. Afirmou ao blog que não realizou teste para
coronavírus após seu retorno e não sentiu, até hoje, nenhum sintoma. Não foi
considerado, em nenhum momento, um caso suspeito.
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A assessoria do deputado afirmou que, no final de
fevereiro, quando da sua ida para o Canadá, o coronavírus “ainda era uma
realidade distante de caso de pandemia, tanto no Canadá como no Brasil,
apesar das notícias já estarem indicando que tal vírus chegaria ao Brasil em
algum momento”. Acrescentou que o Canadá apenas entrou na lista de
monitoramento do Ministério da Saúde no dia 3 para o dia 4 de março, sendo
que Gonzalez saiu do Canadá no dia 3, chegando no Brasil no dia 4 de março.
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“Naquele momento a ida do deputado não implicava em risco
para ele, seus familiares, sua equipe de trabalho e demais colegas de
Congresso Nacional”, diz nota do deputado.
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