Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Lula defendeu endividamento do país em nome do crescimento econômico em reunião do “Conselhão”.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A
CPI das ONGs no Senado aprovou o relatório em que propõe o indiciamento
do presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Mauro Pires, por
corrupção passiva e improbidade administrativa.
Propõe também cinco
projetos de lei para dar transparência às ONGs.
Só as seis ONGs que
depuseram na CPI receberam R$ 3 bilhões, e o relator da CPI, senador Márcio Bittar,
pergunta: o que foi feito desse dinheiro em benefício da população da
região amazônica? Vai muito dinheiro para lá.
Os que estão
realmente preocupados com a Amazônia dizem que hoje metade da Amazônia é das ONGs e a outra metade, do tráfico de drogas.
Qual é a Amazônia brasileira?
Precisamos ficar muito atentos a isso,
principalmente com essa possibilidade de conflito no norte da Amazônia,
com a Venezuela agredindo a Guiana.
Falando nisso, Nicolás Maduro,
como todo ditador, inverte as coisas. “O diálogo sempre foi minha
proposta. Temos de nos reunir para enfrentar as ameaças à paz”, ele
disse. Mas a ameaça à paz é ele mesmo! Para Maduro, a “ameaça à paz” é a
presença americana na Guiana para defender o país de uma agressão
venezuelana.
Haverá uma reunião nesta quinta-feira em
São Vicente e Granadinas, um país que faz parte da Comunidade Britânica
e está presidindo a Comunidade de Estados Latino-Americanos e
Caribenhos.
Só que não vai dar em nada.
Maduro diz que está obedecendo à
vontade do povo expressa no referendo, a armação que ele montou.
E o
presidente da Guiana diz que não conversa bilateralmente sobre o
território do seu país, que isso tem de ser decidido no tribunal
apropriado, que é a Corte Internacional de Justiça, ligada à ONU.
Mas Maduro não aceita essa corte. Então, a reunião não vai levar a
nada. E o Brasil só fica observando, quando muita gente esperava que Lula exercesse a influência que ele tem sobre Maduro.
Para Lula, pouco importam a economia e as leis; o negócio é gastar Nesta terça, o presidente da República deu uma declaração que só não vou chamar de “estranha” porque ele está a toda hora fazendo declarações parecidas. Disse que, “se for necessário endividar-se para o país crescer, qual é o problema?” No Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Lula disse que, por causa de inflação, superávit primário, Lei de Responsabilidade Fiscal, “a gente não pode fazer, e vamos todo mundo desanimar e voltar às nossas vidinhas”.
Endividar-se significa manter os juros lá em cima.
Quando é que o Estado vai pagar?
Quanto vai pagar de juros?
O serviço da dívida é altíssimo, e a dívida realmente está crescendo. Ou o governo coloca papel no mercado, endividando-se, ou toma mais dinheiro do contribuinte, do pagador de impostos.
Quando ele começa a melhorar de vida, ganha mais, e já
não vota mais no PT porque está mais bem informado.
Então é preciso
conversar bastante com essa gente, porque ano que vem tem eleição e é
por isso que o governo quer gastar mais. O PT já disse que, se o governo
não gastar mais, vai perder a eleição.
Lula já aderiu a esse discurso
de Gleisi Hoffmann, presidente do partido, e do líder do governo na Câmara, José Guimarães; e está deixando Fernando Haddad no pincel, tirando a escada dele e de Simone Tebet, que são os planejadores de um déficit zero que o governo não quer cumprir.
O problema é o excesso de gasto do governo. Na Argentina, Javier Milei
cortou o ministério pela metade e anunciou que não haverá mais
publicidade do governo.
O governo não precisa de propaganda, basta ser
bom. O governo não é vendedor de sabonete nem de cerveja para fazer
propaganda, mas gasta bilhões em anúncios.
Lula vai passar pano para o assaltante que levou o relógio do seu cardiologista? O médico de Lula, o cardiologista Roberto Kalil, foi assaltado em São Paulo.
Quando entrava de carro na garagem do prédio onde fica seu consultório, duas pessoas armadas, numa moto, tiraram dele um relógio que ele ganhou de um sheik de Dubai, a aliança de casamento e os óculos.
O que será que Lula vai dizer para ele?
Porque um tempo atrás Lula falou do sujeito que está assaltando na rua “pra ganhar um dinheirinho”.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear o aplicativo de mensagens Telegram
em todo o país nesta sexta-feira divide juristas e especialistas em
direito digital ouvidos pelo GLOBO. Enquanto uma ala de especialistas
aponta que o aplicativo, embora estrangeiro, atua em território
brasileiro e deve se submeter às leis brasileiras, outra corrente
entende que o Marco Civil não permite que as plataformas de comunicação
sejam suspensas, abrindo um precedente preocupante. [o mais preocupante é o caráter monocrático da decisão - que abre espaço para às vésperas das eleições 2022, um ministro do STF, ao seu exclusivo arbítrio decrete medidas que mudem as regras eleitorais = regras que pela legislação vigente, só podem ser alteradas, por leis promulgadas um ano antes da realização das eleições.]
O
bloqueio do Telegram foi solicitado pela Polícia Federal, que apontou
ao STF o constante descumprimento de ordens judiciais pelo Telegram. O
aplicativo não atendeu a decisões judiciais para bloqueio de perfis
apontados como disseminadores de informações falsa. Segundo a PF, o
aplicativo é utilizado para a prática de diversos crimes, por causa da
dificuldade na identificação dos seus usuários.
O especialista em Direito Eleitoral e advogado Renato Ribeiro de
Almeida avalia que, diante da não cooperação dos responsáveis pelo
aplicativo para que ilícitos sejam combatidos, há a necessidade de
impedir que o aplicativo opere no Brasil, ainda que seja como medida
extrema. O jurista ressalta que o aplicativo, embora estrangeiro, atua
em território brasileiro e deve se submeter às leis brasileiras. —
Não se trata de uma decisão política. Se trata de uma decisão para
impedir a prática de ilícitos que podem até chegar na política, já que
os políticos em geral têm grande engajamento nas redes. Nesse ponto, o
ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro lideram. Mas é irrelevante
se o presidente atual tem maior ou menor engajamento no Telegram —
apontou.
Para o advogado Luiz Eduardo Peccinin, a decisão de
Moraes não foi uma surpresa, já que STF e TSE tentaram por diversas
vezes contato com a plataforma, mas não tiveram retorno. Ele também
lembra que, no âmbito do processo eleitoral, o problema envolvendo o
Telegram pode se tornar ainda maior. — Há também um problema de
isonomia regulatória, na medida em que os serviços concorrentes do
Telegram possuem representação oficial e colaboram com a Justiça. Isso
cria um privilégio ilegal também sob o ponto de vista econômico. Agora,
há o desafio de cumprir a decisão, tanto porque os servidores do serviço
estão em Dubai, quanto porque o Telegram permite aos usuários maquiarem
e desviarem seus IPs com muita facilidade — explica.
A advogada Isabela Pompilio, especialista em direito digital, entende
que, apesar da pertinência do debate em torno do descumprimento de
ordens judiciais pelo aplicativo, houve uma antecipação do entendimento
de Moraes sobre um tema que já é alvo de análise pelo STF.É a ADPF 403,
na qual a ministra Rosa Weber, relatora do caso, já se posicionou
entendendo que não existe no Marco Civil da Internet dispositivo que
autorize a suspensão dos serviços de mensagens por internet.
—
Nesse caso, o ministro Alexandre de Moraes pediu vista dos autos
durante o julgamento ocorrido em maio de 2020, não havendo continuidade
até hoje. E agora, por meio de uma decisão pessoal, ele determina o
bloqueio do aplicativo, em antecipação a decisão de todo o colegiado —
ressalta.
— Certamente, a renitência do Telegram em cumprir ordens judiciais e a
necessidade de coibir esse tipo de conduta é bandeira digna de ser
levantada, mas o Marco Civil da Internet não parece autorizar juízes a
utilizarem de seus dispositivos como base para suspenderem o acesso a
aplicações.
Para Celso Moretti, presidente da Embrapa, está na hora de o país sair do corner e ir para o centro do ringue brigar pela verdade quando o assunto é produção agropecuária e preservação ambiental
Celso Moretti, presidente da Embrapa - Foto: Jorge Duarte/ EMBRAPA
“Vivo repetindo para a minha equipe que precisamos fazer três coisas: comunicar, comunicar e comunicar”, explica Celso Moretti, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde julho de 2019. Engenheiro-agrônomo com mestrado e doutorado em produção vegetal, ele tem uma certeza quando fala sobre meio ambiente e agronegócio brasileiros: “Nós perdemos a batalha da narrativa”, diz. “Não fomos capazes de deixar claro que podemos produzir sem desmatar.”
Mas ele não renuncia à briga. Em Copenhague,passou uma hora tentando explicar a uma dona de casa que a Amazônia não pode ser considerada o pulmão do mundo também porque é uma floresta muito antiga. Ainda na capital da Dinamarca, almoçou com militantes que tentaram impedir sua palestra bloqueando a entrada com cartazes que culpavam o Brasil pelas mudanças climáticas. E, em Bangladesh, não sossegou até provar na conversa com um taxista que a Amazônia estava muito longe da destruição. Sempre decidido a restabelecer a verdade sobre a agricultura e a pecuária brasileiras, ele voltou a Dubai nesta semana. Há menos de um mês, durante a Expo Dubai, 114 empresas brasileiras negociaram mais de US$ 1 bilhão em proteína animal. “Estamos há anos no corner, tomando direto no fígado e só nos defendendo”, observa. “Está na hora de ir para o centro do ringue. Fornecemos comida para mais de 800 milhões de pessoas, usando menos de 30% do território. A verdade é que o Brasil vai alimentar o mundo.”
Confira os principais trechos da entrevista. Como foi o desempenho do Brasil na Expo Dubai? Além da Expo 2020 Dubai, participei da Gulfood, a maior feira de alimentos e bebidas do Oriente, onde estavam presentes 114 empresas brasileiras. Do ponto de vista dos negócios, foi fantástico para o Brasil, principalmente na área de carne bovina e proteína animal,que para os países árabes são frangos e patos, já que eles não comem suínos. Foram fechados negócios de mais de US$ 1 bilhão nos próximos 12 meses. Estavam presentes a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC). Conseguimos também desmistificar muitas coisas durante o evento. Quais são os principais mitos que envolvem o agronegócio brasileiro? Destacaria os assuntos ligados à preservação ambiental. O desmatamento ilegal precisa ser tratado como caso de polícia, não no âmbito do agronegócio. Posso garantir que cerca de 99% dos produtores rurais brasileiros respeitam a legislação. Gosto de três frases do William Edwards Deming, cientista de dados norte-americano, que prestou consultoria para a indústria japonesa durante muitos anos. Primeira: “Quem não mede não gerencia”. Ou seja, se você não tem indicadores para medir o seu desempenho, você não consegue gerenciar uma empresa, um negócio, ou a Embrapa, por exemplo. As outras duas são: “Em Deus nós acreditamos. Todos os outros têm que trazer dados”; e “Sem dados, você só é mais uma pessoa com opinião”. O que eu falo é baseado em dados, não há achismo.
O Brasil realmente consegue conciliar produção com preservação do meio ambiente? Segundo dados tanto da Nasa quanto da Embrapa, o Brasil utiliza menos de 8% do seu território para a produção de grãos e outros cerca de 20% são pastagens, sejam nativas sejam plantadas. Somado tudo, usamos algo em torno de 30% do território para alimentar 800 milhões de pessoas por ano no mundo.
Ao mesmo tempo, protegemos dois terços do país: mais de 65%. E essas não são só informações nossas. Recentemente, o Mapbiomas, que tem a Google por trás, confirmou esse número. Classifico quem critica o Brasil em três grandes grupos.Os desinformados,que simplesmente não têm acesso à informação; os bobos úteis, que recebem a informação errada e a multiplicam; e existem também os que participam de um jogo comercial pesado.Por exemplo: há três anos, a rede de supermercados Tesco, uma das maiores da Europa, interrompeu a compra de carne brasileira, sob o argumento de que ela, além de não ser rastreada, era produto do desmatamento. Ao almoçar com um diretor deles, mostrei que conseguíamos rastrear do rebanho ao bife que está na gôndola do supermercado. Mas não adianta. É uma propagação de mentiras. Nós perdemos a batalha da narrativa. Não fomos capazes de deixar claro que podemos produzir sem desmatar.
“Hoje, usamos pouco mais de 70 milhões de hectares para a produção de grãos. Mas temos a capacidade de no mínimo dobrar essa área”
Como fomos capazes de perder essa batalha? Faltou organização do agronegócio. E eu me incluo nisso. Em vez de reagir, de ter uma postura proativa, ainda estamos no corner, tomando direto no fígado, no queixo. Só nos defendendo. Poderíamos estar no meio do ringue distribuindo pancada. Nós alimentamos 800 milhões de pessoas usando menos de 30% do território.Enquanto o mundo está falando em descarbonizar, a agricultura brasileira já é descarbonizada há mais de duas décadas. Faltou as diferentes empresas se juntarem para fazer um branding Brasil.
De tanto levar pancada, o Brasil está cada vez mais acuado? Não sei se é medo. Parece algo antropológico, essa síndrome de vira-lata. No agro, somos líderes globais. Somos uma potência agroambiental. O Brasil passou muitos anos olhando só para o seu umbigo. Aqui na Embrapa, tenho falado para o meu time que a arena agora é global e é lá que vamos jogar. Nenhum país é mais competente que nós no mundo tropical. Temos de mostrar isso. Ver quem está batendo e conversar. Sentar com representantes dos jornais Le Monde e Le Figaro, por exemplo, e fazer um seminário para eles. Mais do que a qualidade da alimentação, o problema do planeta ainda é a alimentação em si. Quase 1 bilhão de pessoas vivem hoje com menos de US$ 2 por dia. É preciso ofertar comida para essa gente. Os países europeus sentem medo da potência do agro brasileiro? A verdade é que o Brasil vai alimentar o mundo.
Hoje, usamos pouco mais de 70 milhões de hectares para a produção de grãos. Mas temos a capacidade de no mínimo dobrar essa área.
E não estou falando da Amazônia, mas de terras localizadas principalmente no Nordeste e Centro-Sul do país.
Imagina como isso não incomoda um produtor de leite do interior da França, por exemplo. Ele nunca vai conseguir competir com o produtor brasileiro na hora em que decidirmos começar a exportar leite. Existe um jogo comercial pesado. E só conseguiremos vencê-lo com muita comunicação. Falo para a minha equipe que precisamos fazer três coisas: comunicar, comunicar e comunicar.
Como o agronegócio brasileiro será afetado pela invasão da Ucrânia pela Rússia? Depende muito da duração do conflito. Uma das grandes preocupações diz respeito à dependência que temos dos fertilizantes. Estamos alertando para isso há pelo menos duas décadas. No ano passado, importamos 85% dos fertilizantes para soja, milho e algodão. Não é possível depender totalmente de um insumo tão importante. Cerca de 50% do potássio que utilizamos vem da Rússia e de Belarus.
O Brasil sempre dependeu tanto da importação de fertilizantes? Quando começou essa dependência? No início dos anos 2000, o governo Fernando Henrique Cardoso tirou todos os impostos para a importação de fertilizantes. Assim, ficou mais barato importar do que produzir. Para mim, isso é falta de visão de futuro. Os Emirados Árabes, por exemplo, pensam o país para os próximos 30, 40 anos, não a curto prazo. Se tivéssemos a mesma capacidade de planejamento, não teríamos deixado isso acontecer. Até pouco tempo atrás, a Petrobras estava trabalhando na produção de adubo nitrogenado, mas por uma série de questões decidiu-se que a estatal não produziria mais amônia. Em Altazes, no Pará, temos uma reserva de potássio gigantesca, mas para explorá-la é preciso destravar as questões ambientais.
O que a Embrapa tem feito para que as consequências da guerra afetem menos possível o agronegócio brasileiro? A Embrapa começará agora a caravana FertiBrasil. Vamos percorrer 30 polos agrícolas do país para ensinar ao produtor eficiência no uso de fertilizantes. Até setembro, nosso objetivo é aumentar essa eficiência de 60% para 70%. Isso pode significar uma economia na próxima safra de US$ 1 bilhão em custo de produção. Muitos produtores utilizam receitas prontas para aplicar adubos no solo. Uma receita mágica é a fórmula 4, 14, 8 (4 partes de nitrogênio para 14 de fósforo e 8 de potássio). Com ela, você até fornece o que a planta precisa de comida. Mas, em vez de fazer isso, é muito melhor analisar o solo e ver exatamente do que ele precisa, dependendo da cultura plantada ali. Dando esse tipo de informação, o produtor brasileiro pode ser muito mais eficiente no uso de fertilizantes.
Ministro avalia que a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram é uma medida viável durante as eleições deste ano
Ao longo de um ano e nove meses à frente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso teve de conviver com
ataques do presidente Jair Bolsonaro à confiabilidade do sistema
eleitoral brasileiro e com insinuações, menos ou mais explícitas, de que
poderia não respeitar uma derrota nas urnas. Para o ministro, as
investidas do titular do Planalto contra as urnas eletrônicas revelam
“limitações cognitivas e baixa civilidade”, enquanto favorecem a atuação
de milícias digitais — uma relação investigada pela Polícia Federal. O
ministro afirma que Bolsonaro facilitou a vida desses grupos ao divulgar
dados sigilosos do inquérito que apurava um ataque hacker à Corte.
Antes
de passar o bastão ao seu colega Edson Fachin no próximo dia 22,
Barroso avalia que a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram é uma
medida viável durante as eleições deste ano. A plataforma, criada por
russos e com sede em Dubai, tem ignorado as tentativas de notificação
feitas pelo TSE para cooperar no combate à desinformação. Ao GLOBO, o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que “o Brasil não é
casa da sogra para ter aplicativos que façam apologia ao nazismo, ao
terrorismo, que vendam armas ou que sejam sede de ataques à democracia”.
É realmente viável a possibilidade de o Telegram ser banido do Brasil? Nenhum ator relevante no processo eleitoral pode atuar no país sem que esteja
sujeito à legislação e a determinações da Justiça brasileira. Isso vale
para qualquer plataforma. O Brasil não é casa da sogra para ter
aplicativos que façam apologia ao nazismo, ao terrorismo, que vendam
armas ou que sejam sede de ataques à democracia que a nossa geração
lutou tanto para construir. [curiosidade curiosa: apologia ao comunismo pode? e os mais de 100.000.000 de mortos por aquele regime?] Como já se fez em outras partes do mundo, eu
penso que uma plataforma, qualquer que seja, que não queira se submeter
às leis brasileiras deva ser simplesmente suspensa. Na minha casa,
entra quem eu quero e quem cumpre as minhas regras.
Esse é um papel do TSE? Eu penso que essa é uma decisão que preferencialmente cabe ao Congresso, onde já há um projeto de lei específico dizendo que, para operarem aqui, as plataformas têm de ter um representante específico e se subordinar à legislação brasileira. É simples assim. Conversei pessoalmente com o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto (das fake news), e enfatizei a importância de que qualquer plataforma que opere no Brasil tenha representação aqui.[esperamos que na conversa o eventual consumo de tapioca não tenha sido bancado com dinheiro público; a China é bem exigente quanto à atuação das plataformas digitais.] Na ausência de uma ação do Congresso, o TSE pode adotar alguma medida em relação ao Telegram? De modo geral, o Poder Judiciário não age de ofício, sem que haja uma provocação adequada. Acho muito possível que este pedido venha em alguma demanda ou perante o TSE ou o Supremo. Nesse caso, o tribunal não pode deixar de decidi-la por supostamente inexistir uma lei específica. [um dos partidecos de ... produzirá a demanda e uma vez demandado o Poder Judiciário assume PODERES LEGISLATIVOS - fica a impressão que um partideco qualquer passa a ter poderes de pautar o Poder Legislativo,com um ultimato ao Congresso,tipo: "ou vocês legislam sobre isso ou nós pedimos ao Judiciário para legislar.] Portanto, teremos que decidir, na forma da Constituição e das leis, se alguém pode operar no Brasil fora da lei.Como o senhor responde às críticas de que eventual suspensão do aplicativo afetaria a liberdade de expressão? Liberdade de expressão não é liberdade para vender arma. Não é liberdade para propagar terrorismo, para apologia ao nazismo. Não é ser um espaço para que marginais ataquem a democracia. Portanto, ninguém quer censurar plataforma alguma, mas há manifestações que não são legítimas. É justamente para preservar a democracia que não queremos que estejam aqui livremente plataformas que querem destruir a democracia e a liberdade de expressão.[repetindo a pergunta: apologia ao comunismo pode? seria mais simples que o ministro respondesse à pergunta do repórter assumindo:"nós decidimos o que afeta ou não a liberdade de expressão."]
Na última quinta-feira, Bolsonaro voltou a
"lançar dúvidas sobre a transparência das eleições e, sem apresentar
provas, disse que foram levantadas supostas “vulnerabilidades” do
sistema eleitoral. Como lidar com esses novos ataques?
O
presidente tinha dado a palavra de que esse assunto estava encerrado. [em nossa opinião e do alto de nossa notória ignorância jurídica entendemos que quem não concordar com uma decisão judicial tem o direito de recorrer;
Não houve, ao que sabemos, nenhuma decisão judicial estabelecendo que as urnas eletrônicas são seguras - nos parece que o ministro Barroso é que tem convicção da inviolabilidade das citadas urnas - e, novamente nos socorremos da nossa inconteste ignorância jurídica para expressar a opinião que um entendimento, não exarado em um processo judicial, não tem força de decisão judicial???
Nos parece ser um atentado à liberdade de expressão impedir que qualquer cidadão manifeste opinião que contrarie a expressa por um magistrado fora de um processo judicial.
Só que na matéria fica a impressão que o ministro considera que alguém expressar opinião contrária a dele, é crime grave,hediondo.]Chegou a elogiar o sistema de votação eletrônico brasileiro. O filme é
repetido, com um mau roteiro. Não há nenhuma razão para assistir à
reprise. Antes, o presidente dizia que tinha provas de fraude. Intimado a
apresentá-las, (ficou claro que) não havia coisa alguma. Essa é uma
retórica repetida. É apenas um discurso vazio.
Levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo em postos de combustíveis no Brasil inteiro encontrou uma diferença de quase R$ 3 no litro do álcool hidratado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo.Um posto do Rio Grande do Sul está vendendo o álcool a R$ 7,80 o litro. E, em São Paulo, o preço médio nem é o preço mais baixo - o preço médio é R$ 4,90. A maior parte das refinarias de álcool estão em São Paulo. Mas quase, praticamente R$ 3, porque esse é o preço médio em São Paulo. E está mais baixo em São Paulo por que?
Consequência de uma medida provisória do governo autorizando a venda direta da refinaria para o posto.
Não precisa fazer uma viagem até a distribuidora, para depois voltar para o posto. Pode vender para qualquer bandeira. Liberação é isso: o governo tem que abrir, facilitar, e não prender, amarrar, complicar para ficar tudo mais caro. Para fazer passeio por aí.
Na semana antes do Natal, o preço caiu muito, na maior parte dos estados. Em 19 estados o preço do litro do álcool caiu. Em Mato Grosso, chegou a cair 15% - ao passo que, no Rio Grande do Sul, esse preço em média é R$ 7, enquanto a média em São Paulo é R$ 4,90. Só para a gente registrar, comparar, na hora de abastecer. Tem muita gente, eu já ouvi muito motorista se queixar de que está vindo pela BR-101, por Santa Catarina, indo em direção ao Rio Grande do Sul, e abastece antes de entrar na divisa do Rio Grande do Sul.
Porque no Rio Grande do Sul o imposto estadual é mais alto do que em Santa Catarina, e o preço do combustível fica mais caro, qualquer combustível.
Chuvas e inundações
Bahia sofrendo com chuvas, e também Minas Gerais, outros estados. Muita chuva neste verão.
E o presidente Bolsonaro assinou uma medida provisória criando um crédito extraordinário de R$ 200 milhões para refazer estradas destruídas pelas chuvas, pelas inundações.
R$ 80 milhões para estradas baianas.
Mas também vai para estradas do Pará, de São Paulo, de Minas Gerais e do Amazonas. Há mais de 20 mortos e mais de 30 mil desabrigados só na Bahia. É uma grande tragédia numa época em que a gente costuma festejar o Natal e o fim de ano.
A vitória de Alex Quem está festejando também é o jogador que começou no Grêmio, o Alex dos Santos Gonçalves, que estava enrolado na Indonésia, não podia sair, estava sem o passaporte. E o governo brasileiro entrou nessa dando apoio diplomático e jurídico ao atleta. E o clube em que ele jogava, unilateralmente, violou o contrato reduzindo o salário dele em 75%. Aí ele se queixou para a FIFA, e a FIFA puniu o clube e mandou o clube pagar as diferenças. O clube ficou furioso e retaliou, dando uma queixa na polícia, dizendo que ele já estava com o visto de trabalho vencido na Indonésia, por isso estava em situação irregular e a situação ficou difícil para ele voltar para o Brasil em festas de fim de ano, para se reunir com a família.
O governo brasileiro entrou nessa, conseguiu a liberação dele também, e ontem eu vi um tweet do presidente Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, o ministro França, anunciando que ele havia passado na alfândega, na migração em Jacarta. Estava em um voo da Emirates para Dubai, ia fazer escala em Dubai, de lá iria para São Paulo, e de São Paulo ia voltar para Porto Alegre onde ele começou a carreira esportiva.
O
presidente Jair Bolsonaro está de volta ao Brasil depois de uma exitosa
e produtiva visita a países árabes do Golfo Pérsico riquíssimos em
petrodólares. A viagem começou pelos Emirados Árabes, em Dubai, na Expo
2020, e foi um sucesso. Fez amizade com os príncipes, almoçou com
empresários e teve o Dia do Brasil, no dia 15 de novembro. Também foram
fechados negócios, com a venda de aviões e material bélico brasileiros.
Bolsonaro
visita o evento Dubai Air Show: comitiva presidencial fechou acordos e
apresentou produtos brasileiros aos países árabes| Foto: Alan Santos/PR
Os
árabes compraram também alimentos, principalmente frango, além de café e
mate. Também houve intenções de investimentos em infraestrutura e em
papéis do agro. Dali ele foi para o Bahrein, onde inaugurou uma
embaixada brasileira, liderou uma motociata e foi muito bem
recepcionado. Os chefes de Estado estavam de braços abertos para os
brasileiros. Saudação na rua do povo e crianças com a bandeirinha
brasileira, foi uma festa.
E no Catar, onde vai ter
Copa do Mundo no ano que vem, Bolsonaro se encontrou com o presidente da
Fifa, Gianni Infantino. Ele ganhou uma bola e uma camisa da Fifa com o
seu nome. Como retribuição, Bolsonaro o presenteou com uma camisa
canarinho. Eles visitaram juntos um estádio maravilhoso, que já está
pronto um ano antes da competição. Chegaram a bater bola no gramado.
Filiação a novo partido Agora que Bolsonaro está de volta todos estão esperando para saber como vai ficar a filiação partidária do presidente. Ele viajou ao Oriente Médio sob o anúncio de que assinaria a ficha no próximo dia 22 para entrar no Partido Liberal (PL).
Mas lá pelas tantas, Bolsonaro e
Valdemar Costa Neto, o manda-chuva do PL, se desentenderam
principalmente por causa do apoio do partido a Rodrigo Garcia, candidato
de João Doria ao governo de São Paulo. Mas todos sabem que o candidato
de Bolsonaro é o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas. E
tem mais divergências em Alagoas, no Piauí, no Amazonas…
Mas
agora as lideranças do PL se reuniram e anunciaram que estão dando
carta branca para Valdemar Costa Neto negociar o que quiser com o
presidente Bolsonaro para não perdê-lo. Afinal, ele é o candidato que
puxa voto. Só lembrar que na eleição passada elegeu os governadores do
Rio de Janeiro e o de São Paulo, só pra citar alguns.
A
tradução dessa carta branca é aceitar qualquer condição de Bolsonaro
para entrar no partido. Afinal, o partido precisa do presidente da
República mais do que Bolsonaro precisa do PL. Ele tem ainda a opção do
Partido Progressista (PP), em que esteve por 11 anos e que é uma legenda
que tem muitos prefeitos e deputados pelo país.
O PL
tem a terceira bancada da Câmara em tamanho, com 43 deputados, que têm
uma fidelidade de 88% nas votações. Um deles, talvez o mais fiel, é o
Marco Feliciano (SP). E no Senado, o partido tem quatro senadores com
uma fidelidade de 84% nas votações. Um dos mais conhecidos é Jorginho
Mello, de Santa Catarina. E o partido ainda tem 347 prefeitos.
Partido é tudo igual Um amigo me questionou por que tanta celeuma com o PL, já que ele não é tão diferente dos outros partidos, e eu concordei. Pode ser que todos
sejam mais ou menos iguais, tem lá o chefão e os seus problemas de um
modo geral. Não há muita diferença, infelizmente, partidos no Brasil são
agremiações, não são conjuntos de doutrinas políticas. São interesses
momentâneos, às vezes fisiológicos, e união de gente que tem o mesmo
interesse.
Telegram abriga pornografia e venda de armas e é potencial ‘vilão’ das eleições
Sem representação legal no país nem moderação de conteúdo e
indiferente às tentativas de contato da Justiça a 12 meses da próxima
eleição, a plataforma tem se tornado uma dor de cabeça para o poder
público brasileiro, e algumas características preocupam especialmente
pelo potencial de uso descontrolado nas eleições. Com grupos para até
200 mil pessoas e canais com capacidade ilimitada de inscritos (no
WhatsApp, grupos têm limites de 256 membros), o Telegram é um terreno
fértil para propaganda em massa.
Até aqui, o presidente Jair Bolsonaro está muito à frente de seus
possíveis concorrentes no aplicativo. [o presidente Bolsonaro sempre está, e estará, na frente de qualquer atividade que envolva popularidade - exceto nas pesquisas fake.
Essa peculiaridade do nosso presidente é que desespera os inimigos do Brasil.] Seu canal bateu na última
sexta-feira a marca de um milhão de inscritos. Dentre potenciais
presidenciáveis, Lula ocupa o segundo lugar, mas muito distante, com
apenas 35 mil inscritos. O modelo que permite uso mais massivo e viral
do aplicativo preocupa as autoridades não apenas pela difusão de
propaganda sem controle nos canais de candidatos e partidos, mas
principalmente pelo terreno sem lei que pode ser fértil para fake news e
outras irregularidades praticadas por apoiadores.
Ilegalidades em série A preocupação, porém, vai bem além da questão eleitoral. O GLOBO mergulhou durante três dias no submundo de links secretos do aplicativo, mas precisou de poucas horas para conseguir acessar conteúdos como pornografia infantil, vídeos de tortura e execuções, apologia ao nazismo, comércio ilegal e uma rede de desinformação sobre vacinas.
Parte desses assuntos circula em grupos secretos, acessíveis apenas a quem encontra ou recebe os links de entrada. Como algumas publicações envolvem crimes, a linguagem é cifrada. Para não serem rastreados, o
termo “CP” (child pornography) aparece geralmente simbolizado por
emojis, a palavra “vacina” é escrita de ponta-cabeça, e “nazi” aparece
com tipografias góticas, por exemplo.
(...........)
Diferentemente do WhatsApp, em que os usuários não conseguem se
conectar a grupos aos quais não são convidados, no Telegram esses
espaços podem ser públicos desde que configurados para aparecer na
ferramenta de busca do aplicativo — inexistente no concorrente. Essa possibilidade criou uma infraestrutura digital em que ambientes
secretos podem ser acessados por qualquer usuário. Com capacidade para
até 200 mil pessoas, esses locais funcionam como “tocas na superfície”
com ligação a túneis mais profundos, onde criminosos agem.
Em grupos de vazamentos de nudes e vídeos pornográficos, por exemplo,
é comum que administradores vendam acesso a salas VIP, alimentadas com
conteúdo exclusivo. A comunidade de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) e
simpatizantes de armas são outro público assíduo de grupos secretos do
Telegram. Em espaços que chegam a dezenas de milhares de pessoas,
revólveres, fuzis, munição e acessórios bélicos são comercializados sem
qualquer regulamentação.
Tortura e deboche Conteúdos violentos fazem parte dessas comunidades. Vídeos de pessoas sendo torturadas e assassinadas são compartilhados em meio a comentários de deboche dos membros, que as identificam como “bandidos”.
Há grupos secretos em que os administradores comercializam cédulas falsas de dinheiro e dados pessoais por meio de programas automatizados. Neste caso, o membro digita o CPF da pessoa cujas informações ele quer obter, e um robô, associado a uma base de dados externa, as publica no grupo. O GLOBO acessou um grupo em que o administrador vende planos semanais, quinzenais e mensais para acesso a buscas mais robustas. O preço varia de R$ 30 a R$ 200.
O culto a Adolf Hitler, líder do Partido Nazista e ditador da
Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, também está a um clique de
qualquer usuário do Telegram. Menores e mais pulverizados, grupos
voltados a compartilhamento de material nazista, racista e antissemita
são diversos. Existe, inclusive, um canal que cataloga os links de
acesso a esses nichos secretos para disponibilizá-los aos simpatizantes.
São listados às centenas.
Fundado em 2013 na Rússia pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov, o
Telegram funciona na nuvem e tem sede em Dubai. Nos últimos anos, mudou
de jurisdição várias vezes para fugir de problemas regulatórios e
garantir sua política de mínima moderação de conteúdo.
(............)
A autodestruição de mensagens, os grupos secretos com até 200 mil
pessoas, o anonimato e a ferramenta de busca interna são
características, segundo Nascimento, que tornam o Telegram uma
ferramenta poderosa para a atuação de criminosos. — O Telegram é um iceberg. O que está na superfície é 10%, 15% do que
realmente existe de forma protegida. Após a Segunda Guerra a humanidade
criou a ONU para legislar sobre guerras e direitos humanos. Vamos
precisar também de uma ONU para as plataformas digitais.
[Nota do Blog Prontidão Total: Publicamos alguns excertos da matéria publicada em O Globo apenas para fins informativos.
Este Blog não é contra nem a favor de nenhuma rede social ou equivalentes.
Só não conseguimos entender que de um momento para outro - o momento em que o Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO, ultrapassou UM MILHÃO DE SEGUIDORES no Telegram - o aplicativo russo tenha sido alçado aos píncaros da divulgação, só que tal divulgação destaca apenas aspectos negativos que talvez existam no App.]
O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em
Brasília
Risco desnecessário
Deputados e senadores fizeram 30 viagens ao exterior durante a crise do coronavírus
Pelo menos dez deputados e senadores estiveram no exterior entre o fim de fevereiro e o mês de março, durante o período mais grave da crise do novo coronavírus. Considerando a data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública internacional, foram 30 viagens de parlamentares brasileiros para fora do país. Dois deles estavam na comitiva presidencial brasileira que esteve nos Estados Unidos, de 7 a 10 de março, e voltaram infectados. Pelo menos sete deputados e senadores já testaram positivo para a Covid-19. Outros dez parlamentares cancelaram viagens internacionais nos últimos dois meses por medo da doença.
Neste texto, eu mostro quem são esses deputados e senadores e o que eles alegam.
A deputada Liziane Bayer (PSB-RS) participou do Congresso
Iberoamericano pela Família e pela Vida, de 12 a 14 de março, em Lima, no
Peru. A parlamentar retornou de viagem sem sintomas e disse ter adotado
medidas de precaução orientadas pelas autoridades em saúde. Na data da sua
viagem, o coronavírus já tinha atingido 124 mil pessoas no mundo, com 4,6 mil
mortes. Um dia antes do embarque, a OMS havia declarado a pandemia de
Covid-19. A deputada não comentou sobre os riscos de uma viagem ao exterior
naquele moment
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) foi mais longe. De 4
a 8 de março, esteve em São Petesburgo (Rússia), participando do Fórum dos
Jovens Parlamentares do Brics. Na data da sua partida, já havia 2,9 mil casos
no Irã, 3 mil na Itália, 5,6 mil na Coreia do Sul e 80 mil na China. Silveira
ainda não fez o relatório de viagem. A Câmara registra apenas o custo: R$ 18
mil em diárias e passagens.
Questionado pelo blog se fez o teste do coronavírus após
o seu retorno, o deputado afirmou que não realizou o teste porque “estava em
falta”. “Mas não senti nenhum sintoma e acredito que, em 60% das pessoas,
esse vírus vai passar de forma assintomática, ou seja, não sentirão nenhum
efeito e criarão a imunidade”.
“Teremos algumas baixas”
Silveira também afirmou que a viagem ao exterior não
implicou risco a ele nem aos demais deputados. “Não, porque, de fato, já
aconteceria do vírus de espalhar, e vai se espalhar ainda mais. Pelos fatos
científicos já comprovados por especialistas, estou falando de especialistas
de verdade, não é especialista midiático, eles passarão. Teremos algumas
baixas, só que muito menos acentuada do que o próprio H1N1”, afirmou. Ele
acrescentou que o fórum debateu a “revolução 4.0, ou seja, a tomada de
tecnologia a nível do Brasil e a nível do mundo, colocando ali os cinco
grandes do Brics”.
O senador Irajá (PSD-TO) representou o Senado no encontro
de jovens parlamentares do Brics. Mas a sua estada foi um pouco mais longa,
de 3 a 9 de março. Ele fez escalas em Paris na ida e em Dubai, nos Emirados
Árabes, na volta. As despesas com as viagens também foram maiores – R$ 9,6
mil com cinco diárias mais R$ 22,5 mil com passagens.
O senador Rodrigo Santos Cunha (PSDB-AL) também esteve na
Rússia representando o Brasil no mesmo evento. Os relatórios de transparência
do Senado registram que Cunha recebeu cinco diárias no valor total de R$ 9,6
mil. Ainda não houve o lançamento da despesa com passagem aérea.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), de 43 anos,
também marcou
viagem para o mesmo encontro de Jovens Parlamentares. O custo
ficaria em R$ 17 mil, mas a senadora desistiu na última hora por questões de
saúde – nada a ver com o coronavírus. A sua assessoria afirmou que as diárias
foram devolvidas.
Viagem no prazo limite
O deputado Lucas Gonzales (Novo-MG) integrou a missão
brasileira à convenção da Prospector and Developers Association of Canada, em
Toronto, de 29 de fevereiro a 3 de março. No retorno, fez escala em Chicago
(EUA). Chegou ao Brasil dia 4. Afirmou ao blog que não realizou teste para
coronavírus após seu retorno e não sentiu, até hoje, nenhum sintoma. Não foi
considerado, em nenhum momento, um caso suspeito.
A assessoria do deputado afirmou que, no final de
fevereiro, quando da sua ida para o Canadá, o coronavírus “ainda era uma
realidade distante de caso de pandemia, tanto no Canadá como no Brasil,
apesar das notícias já estarem indicando que tal vírus chegaria ao Brasil em
algum momento”. Acrescentou que o Canadá apenas entrou na lista de
monitoramento do Ministério da Saúde no dia 3 para o dia 4 de março, sendo
que Gonzalez saiu do Canadá no dia 3, chegando no Brasil no dia 4 de março.
“Naquele momento a ida do deputado não implicava em risco
para ele, seus familiares, sua equipe de trabalho e demais colegas de
Congresso Nacional”, diz nota do deputado.
A angolana aproveitou a ditadura do pai para ficar bilionária; uma investigação revelou um vasto esquema de propinas
Ao longo das últimas duas décadas, a angolanaIsabel dos Santos,
de 46 anos, circulou pelo mundo coberta de rapapés e cercada de
celebridades. Dona de uma fortuna avaliada em 2,1 bilhões de dólares,
ela recepcionava famosos em festas suntuosas a cada edição do
Festival de Cannes. Trocava beijinhos com músicos e artistas em Londres e
circulava por São Paulo e Rio de Janeiro, onde cultivava amigos como a
socialite paulistana Ana Paula Junqueira, com quem assistiu à Copa de
2014, e Helcius, o filho playboy do cirurgião plástico Ivo Pitanguy. Nas
redes sociais, Isabel se apresentava, modestamente, como a mulher mais
rica da África, empreendedora visionária que se fez pelo próprio
esforço. O que só é verdade se por empreendimento se entender um apetite
voraz por forrar as próprias (e inúmeras) contas bancárias com dinheiro
vindo do setor público na forma de desvios, mamatas, notas fiscais
falsas e rios de propina.
A devastadora investigação realizada por um consórcio de 120
jornalistas nos subterrâneos dos negócios de Isabel, batizada de Luanda
Leaks, revelou, em mais de 715 000 documentos, como ela converteu a
ditadura do pai, José Eduardo dos Santos, que governou Angola entre 1979
e 2017, em uma inesgotável fonte de renda. Isabel e seu marido, Sindika
Dokolo, 47 anos, repartiram o butim de riquezas de um país abundante em
petróleo e diamantes: ela saqueou a indústria do óleo, ele se dedicou a
ordenhar negócios com pedras preciosas. Dokolo é dono, em sociedade com
a estatal diamantista angolana, da joalheria suíça De Grisogono. Com
muitos e frequentes empurrõezinhos de papai, Isabel também teve acesso
privilegiado a empreendimentos altamente lucrativos no varejo, nas
telecomunicações, na construção civil e no setor financeiro. Segundo o
relatório, o casal tem participação em mais de 400 empresas espalhadas
por 41 países, 94 delas offshores baseadas em paraísos fiscais.
Chamada de “princesa” por causa da coruscante rotina de bilionária,
Isabel, sempre sangrando os cofres de Angola — onde 70% da população
vive com menos de 2 dólares por semana —, lista em seu patrimônio uma
cobertura em Mônaco, um palácio em uma ilha particular em Dubai e três
mansões em Kensington, bairro exclusivo de Londres e seu endereço mais
permanente.
Além de ser grande acionista da Unitel(que já teve participação na
Oi brasileira), Isabel, na clássica reedição da raposa no galinheiro,
foi colocada pelo pai por dezessete meses na presidência da Sonangol, a
estatal de petróleo angolana. De saque em saque, no dia em que foi
demitida ainda autorizou a transferência de 38 milhões de dólares para
uma consultoria de amigos. O dinheiro evaporou. A pujança financeira de
Isabel se entrelaça com o Brasil a partir das relações entre Santos e o
PT. Logo que Lula assumiu a Presidência, angolanos eram convivas
frequentes na mansão em Brasília alugada por empresários amigos para
promover festas e negócios — aquele casarão que foi palco da derrocada
do ministro Antonio Palocci, usuário de uma das suítes. O próprio
Palocci, no capítulo de sua delação premiada chamado “Negócios em
Angola”, revelou que o PT recebera 64 milhões de reais em propinas da
Odebrecht de modo a ampliar o crédito do BNDES para o financiamento de
obras no país africano.
A Odebrecht viria a se tornar sócia da Sonangol e a maior empresa
privada de Angola. O próprio Lula esteve lá, em 2014, para destravar
pagamentos que o governo local devia à empreiteira. Mais: o marqueteiro
João Santana contou à Justiça que trabalhara para reeleger José Eduardo
dos Santos em 2012 — campanha financiada por 50 milhões de dólares da
onipresente Odebrecht. Trançando os pauzinhos na Sonangol, Isabel se
tornou dona de 6% das ações da portuguesa Galp, do setor de energia, e
se beneficiou enormemente de um malfadado projeto dela com a Petrobras
para tirar combustível de óleo de dendê, no qual a brasileira enterrou
nada menos que 270 milhões de dólares.
O reino encantado de Isabel começou a ruir em dezembro, quando o
presidente João Lourenço — que sucedeu a Santos e declarou guerra à
corrupção — abriu inquérito para apurar seus negócios, congelou os bens
da família e exigiu a devolução de 1,1 bilhão de dólares aos cofres
públicos. Indignada, ela deu entrevistas denunciando “perseguição
política” e “caça às bruxas”.“Minha fortuna nasceu com meu caráter,
minha inteligência, educação, capacidade de trabalho, perseverança”,
escreveu Isabel nas redes sociais. Depois da avalanche de provas da
Luanda Leaks,o convite para dar palestra no Fórum Econômico de Davos
foi retirado e os amigos famosos sumiram. Longe da badalação, a princesa
de Angola isolou-se em sua mansão londrina e espera a poeira baixar.
Se baixar.
Condenação
à morte dos peixes pequenos pelo assassinato de Jamal Khashoggi culmina
um ano delirante que só comprovou: o dinheiro compra tudo
PorVilma Gryzinski
Por
trás da máscara: jovens curtem festival eletrônico, adaptando exigência
religiosa, e príncipe acha que resolveu questão de assassinato de
opositor Fayez Nureldine/AFP
Dar a vida pelo chefe é uma força de expressão que ganhou uma interpretação sinistra na Arábia Saudita. Cinco dos operadores que receberam a missão de matar Jamal Khashoggi,
desafeto do príncipe herdeiro, e a cumpriram de forma excepcionalmente
estúpida, foram condenados à morte. Na Arábia Saudita, a sentença máxima é executada como prega a tradição islâmica, por decapitação. Não é impossível que a pena seja eventualmente comutada, tendo cumprido a encenação de castigo exemplar.
Os cinco condenados à morte, mais onze a penas de prisão, são os paus
mandados da equipe de assassinos enviada ao consulado saudita em
Istambul, em 2 de outubro do ano passado. Inclui-se entre eles o médico legista que aparece numa gravação
dizendo: “Agora, vamos separar as juntas”. Ao som de uma serra elétrica. Sim, o consulado era todo, obviamente, grampeado. A Turquia é um dos
maiores rivais da Arábia Saudita – mesmo que não fosse, todo mundo
grampeia todo mundo, uma regra amplamente conhecida.
O desembarque, os deslocamentos e a viagem de volta dos assassinos
trapalhões, incluindo um trajeto de despiste feito por um dos agentes
com as roupas tiradas do corpo provavelmente ainda quente do morto,
foram todos registrados em câmeras de segurança. A única coisa que fizeram direito, por assim dizer, foi encarregar um
colaborador local de sumir com o corpo desmembrado. O cadáver não foi
encontrado até hoje – e não por falta de buscas.
Autoridades turcas, uma investigadora especial da ONU e até a CIA,
todos chegaram à mesma conclusão: a ordem de matar Khashoggi, mesmo
desproporcional ao dano que podia causar à imagem construída a peso de
petrodólares pelo príncipe Mohammed bin Salman, partiu do mais alto
nível. Justamente o eximido no julgamento de resultado encomendado. Por
“falta de provas”, livraram-se Saud al-Qathani, íntimo assessor de
imagem do príncipe, e Ahmed al-Assiri, o vice-diretor do serviço de
inteligência. Para não mencionar o próprio príncipe.
Ah, sim, a operação toda era apenas para “conduzir” Khashoggi de
volta à Arábia Saudita, para ouvir uns bons conselhos e mudar de vida.
Escapou ao controle porque ele começou a gritar, recebeu uma injeção
tipo mata-leão, a coisa deu errado etc etc. Mais um pouco, seria condenado pelo próprio assassinato. Confiante no seu taco, na relevância do petróleo saudita para manter a
economia mundial andando e na importância geoestratégica do país como
contrapeso ao Irã, Mohammed bin Salman manteve o sangue frio, a cara de
pau e os cofres abertos. Vários de seus projetos ambiciosos foram prorrogados, diante do repúdio a um ato de barbárie tão escandaloso.
Mas menos de um ano depois do assassinato a Aramco, a estatal do
petróleo, fez um IPO – não tão bem sucedido como o planejado. Mesmo
assim, saiu dele como a empresa mais valiosa do mundo, coisa de 1,7
trilhão de dólares. A abertura de capital da Aramco faz parte de um grande plano do
príncipe para reestruturar a economia saudita, contando inclusive com
uma futura era pós-petróleo. Há coisas que fazem sentido no ambicioso plano, há coisas puramente
malucas. Exemplo: transformar um país onde reina a corrente mais
fundamentalista da religião muçulmana num polo turístico e cultural.
Se um vizinho menor como o Dubai consegue manter exigências como o
véu completo, com o rosto coberto, para as mulheres locais,
conciliando-as com grandes hotéis e atrações turísticas para
estrangeiros, onde biquínis e bebidas são aceitos, por que não a Arábia
Saudita, muito mais rica? Há uma longa lista de respostas negativas, inclusive a influência dos
religiosos e de setores da própria população mais extremamente
conservadores.
Sempre é bom lembrar que Osama Bin Laden foi gerado no coração do
sistema saudita.O próprio Jamal Khashoggi teve simpatias pela Al Qaeda,
em sua versão original, antes de se transformar em defensor de uma
versão islâmica da democracia. Em compensação, a população mais jovem apoia em massa a política de
abertura do príncipe e releva deslizes eventuais como matar e
esquartejar um opositor. Abrir o país a eventos esportivos e shows de música é uma novidade quase inimaginável.
(...) Ah, sim, nesse ano alucinante, o Irã, acuado pelas sanções
americanas, aumentou a pressão e atacou instalações petrolíferas na
Arábia Saudita com drones. Como sempre, os sauditas pediram guerra, desde que travada pelos
Estados Unidos com o sacrifício de vidas americanas, claro. Donald Trump
achou melhor não. No momento, a situação está temporariamente amornada. Mas todas as
condições de alta tensão continuam valendo e 2020 vai ser um ano de
arrepiar.
O Irã avança aceleradamente para um portal bem mais próximo da bomba
atômica, esperando assim forçar os Estados Unidos a retomar o acordo
nuclear renegado. A resposta da Arábia Saudita sempre foi fazer sua própria bomba caso o Irã não seja contido. Dinheiro para isso, tem.
MATÉRIA COMPLETA em Blog Mundialista, Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA