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terça-feira, 9 de maio de 2017

O depoimento do boquirroto Lula é apenas mais um dos vários que ele terá que prestar - caso escape em um processo cai nos outros = cadeia certa e por longo tempo

A manipulação em torno do depoimento de Lula

Tenta-se criar polarização entre o ex-presidente e Moro, quando, na verdade, se trata de uma sessão de testemunho em um dos cinco processos a que ele responde

[a situação de Lula é idêntica a de Marcola, Fernandinho Beira-mar e outros: qualquer um dos dois se absolvido em um processo será condenado em muitos outros.]

É conhecida a capacidade do lulopetismo de criar “narrativas” e repeti-las à exaustão até ganharem ares de verdade para os desavisados. A primeira demonstração desta faceta ocorreu em 2005, na denúncia do escândalo do mensalão, em que ficou explícito o uso de caixa 2, explicado por Lula como algo que “ todos (os partidos) fazem”. Mesmo que tenha pedido desculpas em público, recuou mais à frente e passou a responsabilizar a “elite” e a “mídia” pela invenção do escândalo.

Doze anos depois, Lula e PT tentam converter o depoimento do ex-presidente marcado para amanhã em Curitiba, perante o juiz Sergio Moro, da Lava-Jato, em um evento político. Mesmo que a sessão seja adiada, em aceitação de pedido da defesa de Lula, alegadamente para tomar conhecimento de novos documentos juntados ao processo, a intenção do lulopetismo é no mínimo uma impropriedade. Pois nem sequer será um ato decisivo neste processo.

Induz ainda a se pensar que Lula não se considera capaz de responder às denúncias que em algum momento lhe serão feitas pelo Ministério Público, e por isso deseja usar uma audiência para perguntas do juiz a fim de convertê-la em palanque. O objetivo da politização ficou explícito com o pedido da defesa para que Sergio Moro permitisse a gravação em vídeo da sessão, pelo PT, a fim de se contrapor ao registro que faz a Justiça, com a imagem fixa no depoente. Pedido negado.

Tenta-se transformar a presença de Lula perante Moro num embate decisivo num ringue judicial. Trata-se, na verdade, de um rito de praxe — como tudo na Justiça —, em que o juiz faz perguntas e o réu responde. Esta sessão é de uma das cinco ações a que Lula responde na Justiça. Refere-se ao tríplex do Guarujá, litoral paulista, reformado pela empreiteira OAS, cujo presidente à época, Léo Pinheiro, já disse a Moro e a procuradores da Lava-Jato que estava reservado para Lula.


Que o imóvel era de Lula, foi informação publicada pelo GLOBO em 2010. Há, inclusive, vídeo de uma visita dele ao apartamento, ciceroneado pelo próprio Léo Pinheiro. A OAS também adquiriu e instalou as cozinhas do sítio de Atibaia e do tríplex, segundo testemunhos.  As outras quatro ações: atuação da Odebrecht na compra de um terreno para o Instituto Lula, afinal não usado; obstrução de Justiça, no caso em que é acusado de, por meio do ex-senador Delcídio do Amaral, tentar evitar delações do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; tráfico de influência no BNDES; obtenção de ajuda ao filho Luís Cláudio, em troca da indução a que a presidente Dilma prorrogasse incentivos fiscais de empresas (Operação Zelotes).

A capacidade de o lulopetismo travar lutas políticas por bandeiras vazias é reconhecida. A diferença em relação a 2005 é que o Lula de hoje conta com longa lista de denúncias contra ele. Inclusive a de que era o “chefe” do petrolão, segundo o ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

Fonte: Editorial - O Globo


domingo, 7 de maio de 2017

Lula X Moro: em vídeo, juiz pede a seguidores que evitem Curitiba

Titular da 13ª Vara diz a seus partidários que a mobilização, no dia do depoimento de Lula, pode resultar em confusão, com pessoas machucadas

[Meritissimo juiz Sérgio Moro, pedimos vênia para expressar a Vossa Excelência o entendimento que o vídeo abaixo representa estar a 13ª Vara Federal de Curitiba, por seu titular, dando a Lula um valor indevido.
Lula é apenas réu em vários processos que estão na Vara sob a chefia de Vossa Excelência e deve ser tratado exatamente da mesma forma que outros réus o são.
Aliás, não seria exagero da parte de Vossa Excelência considerando a abundância de crimes cometidos por Lula  - que serão provados, situação que o torna um réu condenado = réu bandido e é nesta condição que ele deve ser tratado.
É nobre a intenção do senhor, mas, bandidos devem ser tratados como bandidos, qualquer concessão, pode ser mal interpretada e levar tais bandidos a se considerarem merecedores de benesses.] 
 
O juiz Sergio Moro houve por bem publicar um vídeo no Facebook em que pede a seus partidários que evitem manifestações na próxima quarta-feira, quando o ex-presidente Lula presta depoimento à 13ª Vara Federal de Curitiba. Segue abaixo.
Pois é…
Ainda que Moro esteja pedindo a seus seguidores que NÃO SE MANIFESTEM, o comportamento é certamente indevido a um juiz. Fazer o quê? Ou os integrantes do Poder Judiciário seguem as regras corriqueiras numa democracia, ou as coisas se degeneram.

É evidente que não cabe a um juiz passar orientações a manifestantes, ainda que esteja falando aos seus. Se o faz, admite a existência de uma liderança que nada tem a ver com o poder que lhe confere a toga. Ou que decorre impropriamente do poder que lhe confere a toga. Transcrevo um trecho:
“Eu tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio, ou pessoas mesmo de Curitiba querem vir aqui manifestar esse apoio. Eu diria o seguinte: esse apoio sempre foi importante, mas, nessa data, ele não é necessário. Tudo o que se quer evitar nessa data é alguma espécie de confusão e conflito e, acima de tudo, não quero que ninguém se machuque em eventual discussão ou conflito nessa data. Por isso, a minha sugestão é: não venha, não precisa, deixa a Justiça fazer o seu trabalho. Tudo vai ocorrer com normalidade, e eu espero que todos compreendam”.

As palavras fazem sentido, não? Vamos ver.
Como Sergio Moro tem a obrigação da neutralidade, a sua mensagem deveria ser dirigida tanto aos que vão a Curitiba para vituperar contra Lula como aos que se organizam para defendê-lo. “Ah, Reinaldo, Moro vai pedir para petista não ir?”  Bem, então se admite que ele virou uma liderança do antipetismo? Ora, é descabido!

Observem que o juiz nem mesmo se refere aos apoiadores de Lula, a não ser de maneira encoberta, quando diz a seus seguidores que evitem confusão e conflito para que ninguém “se machuque”. E, suponho, para que “não se machuque ninguém”, não é? O lugar desse “se” na frase faz uma brutal diferença. Afinal, numa confusão e num conflito, os dois lados batem e apanham, certo?
Sim, eu endosso — mas eu posso, já que não julgo ninguém — as palavras de Moro. Acho que lulistas e antilulistas deveriam se ater às regras normais do estado democrático, deixando, como diz o juiz, “que a Justiça faça seu trabalho”. E mais: Moro deveria ter atuado antes. Infinitas páginas nas redes sociais que convocam atos de solidariedade à Lava Jato e contra Lula trazem a imagem do magistrado. Quando menos, ele deveria ter feito um anúncio público pedindo que fossem apagadas. 

De resto, quantas foram as vezes em que vimos e ouvimos membros da Lava Jato a dizer que só o “povo na rua” assegura a independência da operação? Ainda há dias, procuradores da República, liderados por Deltan Dallagnol, pregavam resistência a um ato do Senado assentados nesta premissa: sem mobilização, a operação se fragiliza. E isso é falso.

Sim, lulistas e antilulistas deveriam evitar a pantomima de rua, como se um simples depoimento de um réu mesmo sendo Lula fosse definir os rumos da história do Brasil. Não será a gritaria dos “companheiros” a intimidar Moro. Nem será a gritaria dos lava-jatistas, suponho, a estimulá-lo.  Juiz não orienta torcida. No máximo, a sua atuação pública, que tem de se pautar pela isenção e pela retidão.
 
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA