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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Doria põe fogo no ninho - Nas entrelinhas

“O eixo de gravidade da maioria dos tucanos no Congresso não é o Palácio dos Bandeirantes, é o Palácio do Planalto”

O governador de São Paulo, João Doria, pode ter dado um grande passo em falso para a consolidação de sua candidatura. Nem tanto por exigir do PSDB um claro posicionamento de oposição ao presidente Jair Bolsonaro, uma vez que já se coloca nesse campo, mas porque fez duas exigências para as quais, no momento, ainda não reúne forças suficientes para obtê-las dentro de seu próprio partido: a renúncia do deputado Bruno Araújo (PE), que preside a legenda, e a expulsão do deputado Aécio Neves MG), uma eminência parda nas bancadas da Câmara e até do Senado, onde ainda tem muitos aliados.

Doria fez as exigências num jantar com lideranças tucanas na segunda-feira. Bruno Araújo foi surpreendido pela proposta e não gostou nem um pouco da ideia de passar o comando da legenda para o governador paulista, de quem, inclusive, era aliado. A reação do presidente do PSDB foi defender a realização de prévias, pois o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tem revelado a aliados que não deseja se reeleger ao cargo e gostaria de disputar a Presidência da República. O líder da bancada na Câmara, Rodrigo Castro (MG), muito menos. É muito ligado a Aécio, que reagiu confrontando Doria diretamente: “O partido não tem dono”.

O ninho foi incendiado por Doria, mas a divisão interna já estava patente na disputa pelos comandos da Câmara e do Senado. No primeiro caso, por muito pouco a bancada não se retirou do bloco encabeçado pelo líder do MDB, Baleia Rossi (SP), que foi derrotado por Arthur Lira (PP-AL). Foi preciso que Doria e até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso interviessem nas articulações, porque a maioria da bancada estava com o candidato do Centrão. No segundo, cinco dos oito senadores tucanos apoiaram Rodrigo Pacheco (DEM-MG) contra Simone Tebet (MDB-MS). Ou seja, o eixo de gravidade da maioria dos tucanos no Congresso não é o Palácio dos Bandeirantes, é o Palácio do Planalto.

Repete-se no PSDB uma situação muito parecida com a do DEM, que se alinhou com o presidente Jair Bolsonaro na eleição das Mesas do Senado e da Câmara, com a diferença de que os tucanos já têm uma candidatura própria. Desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso, os candidatos paulistas à Presidência do PSDB enfrentam dificuldades internas fora do estado, principalmente em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. No caso de Doria, essa dificuldade é ainda maior porque o governador paulista não tem nenhuma experiência parlamentar, ou seja, não conhece o Congresso. Além disso, há contenciosos entre os estados nos quais São Paulo fica num certo isolamento, principalmente em matérias financeiras e tributárias.

Doria disputava uma aliança com o DEM com o presidente Jair Bolsonaro e o apresentador Luciano Huck, que também tentava atrair a legenda para sua candidatura, inclusive com a possibilidade de a ela se filiar. Os recentes episódios na Câmara fizeram com que ambos despertassem desse sonho. Doria, agora, tenta atrair para o PSDB o vice-governador Rodrigo Garcia, que deve assumir o governo e se candidatar à reeleição. Isso resolveria o problema do descolamento do DEM em São Paulo, facilitando, também, a acomodação dos tucanos paulistas. O governador paulista também tenta atrair o deputado Rodrigo Maia (RJ), que anunciou sua saída do DEM com duras críticas ao ex-prefeito de Salvador (BA) ACM Neto, presidente da legenda. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), é outro assediado por Doria.

Rodrigo Maia e Eduardo Paes são atores importantes no quadro político nacional, mas precisam de um partido para ter protagonismo. O primeiro tem pressa em se reposicionar, para não sair do jogo; o segundo, não tem a mesma urgência, pois não pretende se candidatar em 2022. Além do PSDB,  as principais opções para Maia são o PSL, com a saída dos parlamentares ligados a Bolsonaro, e o MDB, que precisa se reestruturar no Rio de Janeiro. Corre por fora o Cidadania, caso se confirme a filiação de Luciano Huck.

Comitê de imprensa
Oscar Niemeyer, Carlos Castelo Branco, Ari Cunha, Tarcísio Holanda e Jorge Bastos Moreno, para não estender a lista, certamente estariam engrossando o coro de protestos contra o despejo do comitê de imprensa da Câmara do local que historicamente lhe foi destinado, ao lado do plenário, para facilitar o acesso recíproco de jornalistas e deputados a ambos os espaços. O “ato administrativo” do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), obviamente, é uma retaliação política à cobertura da imprensa durante a sua campanha eleitoral, na qual se consolidou uma imagem negativa.

A exposição que todo presidente da Casa tinha ao atravessar o Salão Verde da Câmara era sempre um rito democrático [sic] : ao transitar do gabinete para o plenário, mesmo cercado de seguranças, era abordado por jornalistas, parlamentares, lobistas e cidadãos. Provavelmente, o espaço do comitê de imprensa será reconfigurado, com novos banheiros, amplo gabinete, salas reservadas e novas cortinas, para impedir os olhares indiscretos de quem chega pela chapelaria e avista o espaço inteiramente livre no qual os jornalistas trabalham em suas bancadas. Muitas vezes, eram os últimos a deixar a Câmara, depois de sessões que entravam pela madrugada. [nos tempos modernos, em que um celular bem operado vale por um estúdio de televisão, não há necessidade de sacrificar tanto espaço para acomodar os jornalistas - nos tempos dos transmissores à válvula, das filmadoras de celuloide, o espaço era vital. Hoje, um simples pendrive grava o que na década de 60 existia dezenas de rolos de filme.]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense

 

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Doria critica lista de jatinhos e vê uso político do BNDES por Bolsonaro - Estadão

Provável rival do presidente na eleição de 2022, governador de SP chamou divulgação de compradores de aeronaves, como ele e Huck, de apelativa e condenável

[governador é beneficiado com dinheiro público e quer sigilo - se um filho do Bolsonaro comprar um bicicleta financiada pelo BB - juros de mercado -  o pai será acusado.

O presidente as vezes se complica por falar demais - o silêncio é de ouro, mas, que incomoda os adversários isto ele incomoda.]

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a divulgação pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) da lista de contratos de jatos executivos financiados pelo banco. “O uso político do BNDES é tão condenável quanto foi no passado, no governo do PT”, afirmou, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.  Doria qualificou como “apelativo” o fato de seu nome e o do apresentador Luciano Huck terem recebido destaque na publicação da lista e defendeu que, no seu caso, a aquisição de jatos foi realizada totalmente de acordo com as regras. “E ainda classificaram isso como caixa-preta (do BNDES), não há caixa-preta alguma nisso, é um fato normal dentro do procedimento de um banco de financiamento”.

Tanto Doria quanto Huck podem ser adversários de Jair Bolsonaro na campanha de 2022, quando o atual presidente deverá tentar a reeleição. “Segunda-feira já tem a primeira parte da caixa-preta do BNDES. Pessoal que comprou jatinho, pessoal que comprou jatinho… só 2 bilhões de reais. Todo o pessoal com jatinho, gente amiga do rei. Gente que tá dizendo por aí, por exemplo, que estamos no último capítulo do fracasso do Brasil. ‘Eu sou opção para 2022’. Pode até ser, mas a gente vai mostrar o que você fez”, disse Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais na sexta-feira 16.
Na quarta-feira 14, em evento realizado em Vila Velha (ES), Luciano Huck disse que Bolsonaro não é o “primeiro capítulo da renovação, mas o último capítulo do que não deu certo (no Brasil)”. 

Eduardo Bolsonaro
Doria também afirmou que não considera “adequada” a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser embaixador do Brasil em Washington. “Nenhum filho nem parente meu será nomeado em governo ou onde eu estiver”, declarou. Apesar disso, ele ressaltou que não era uma crítica direta à gestão Bolsonaro e que, embora o PSDB nunca tenha tido alinhamento político com o governo, a sigla apoiará pautas econômicas e sociais que julgar boas ao país.

Questionado sobre a situação do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que enfrenta dois pedidos de expulsão na Executiva Nacional – protocolados pelos diretórios paulista e paulistano do partido, ambos na área de influência de Doria -, o governador avaliou que o parlamentar deveria fazer sua defesa em processos na Justiça fora da legenda. “Inocentado sendo, na confiança daquilo que ele mesmo tem dito, poderá retornar ao PSDB se desejar”, disse.

Estadão - Conteúdo