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segunda-feira, 24 de maio de 2021

O diabo na CPI da pandemia - Folha de S. Paulo

Catarina Rochamonte 

O tinhoso está sempre atento às oportunidades e, no momento, não perde uma sessão da CPI da pandemia

Há um interessante trecho de C.S. Lewis no qual ele explica a estratégia do diabo para nos pegar: “Ele sempre envia ao mundo erros aos pares —pares de opostos. E sempre nos estimula a desperdiçar um tempo precioso na tentativa de adivinhar qual deles é o pior”. Deus é brasileiro, mas o diabo gosta da nossa terra e está esfregando as mãos com a expectativa de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro: “Ele usa o fato de você abominar um deles para levá-lo aos poucos a cair no extremo oposto”.

No cinema, por vezes, o diabo é boa pinta, sedutor e perfeito anfitrião. No Brasil, dependendo da ocasião, toma uísque, cachaça, vinho ou tubaína; e também articula “almoços democráticos” entre ex-presidentes. [e sobram motivos para o diabo se sentir bem no tal almoço democrático - além de ambos os comensais cultuarem a traição (um dos recursos preferidos por 'satanás') os dois possuem condições de sobra para representarem o príncipe das trevas - ambos são ateus, e no momento o embaixador plenipotenciário do diabo é o ex-presidente petista (presidiário temporariamente em liberdade  = nada impede que a qualquer momento um ministro do STF, em decisão democrática, revogue decisões que mantém o condenado em liberdade e o mande de volta para a cadeia -  decisão acertada e justa.) visto que o ex-presidente sociólogo anda meio prejudicado pelo tempo.

O tinhoso está sempre atento às oportunidades e, no momento, não perde uma sessão da CPI da pandemia, cuja gravidade exigiria apurado senso moral, imparcialidade e sentimento de dever: coisas que o diabo não pode permitir. Quase posso vê-lo soprando no ouvido de alguns senadores, insuflando os ânimos, manipulando os incautos, jogando com a vaidade de todos e, sobretudo, gozando com a naturalização da mentira e a banalização do mal (notada pelo senador Alessandro Vieira que comparou o depoimento de Pazuello ao julgamento de Eichmann). [não esqueçamos o velho ditado:  "Olho do dono é que engorda boi" 
A CPI formada em sua maioria por ateus,  traidores, pessoas sem escrúpulos, é criação do diabo e propriedade de satanás, o que torna adequada sua presença constante, cuidando do que criou e lhe pertence; se trata de uma CPI criada com um pretexto e que busca outro = traição, perfídia, definições adequadas para os que preferem TENTAR (fracassarão) a derrubada um presidente eleito com quase 60.000.000 de votos e que mesmo enfrentando uma pandemia e a sabotagem sistemática ao seu governo, vai dar a volta por cima, sendo reeleito (com as bênçãos de DEUS a pandemia será controlada,a economia voltará a crescer e Bolsonaro - para desespero dos que odeiam o Brasil e tremem de medo com a possibilidade que suas ações escusas sejam descobertas no segundo mandato do capitão - será reeleito em 2022, com tempo e condições para governar e cumprir o programa de governo com o qual foi eleito e será reeleito.) 
Concluindo sobre a presença do diabo, ele vai permanecer até que a CPI do Covidão seja extinta por inutilidade; aquela comissão é, pelas características comportamentais, currículos e interesses nada republicanos da maior parte dos seus membros uma genuína sucursal terrestre do inferno.]

Ao depor como testemunha, o general e ex-ministro mentiu abundantemente, com altivez e segurança. As mentiras de Pazuello, porém, e a óbvia responsabilidade do governo Bolsonaro pela desastrosa condução da crise sanitária e pelo consequente número trágico de mortes, não anula a responsabilidade de gestores estaduais e municipais nos casos em que houve desvio de verbas enviadas para o combate à pandemia. [não só nos casos de desvio de verbas  - no popular: roubo mesmo - mas também em ações propostas do Governo Federal e que foram recusadas pelos prefeitos e governadores = suprema decisão de abril/2020, determina que havendo reprovação dos estados e municípios a propostas do Governo Federal, a vontade daqueles prevalece.]

Como tem repetido o senador Eduardo Girão, desvio de verba em tempo de pandemia não é apenas corrupção, é assassinato. Bolsonaro delinquir [se delinquisse] não torna menos delinquentes os gestores que permitiram desvios. Como diria Lewis, temos que “passar reto no meio de ambos os erros. Nem um nem outro nos interessam”.

Catarina Rochamonte - Folha de S. Paulo