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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Votos no STF indicam mudança em prisão em segunda instância - O Estado de S. Paulo

Julgamento de hoje é visto por alguns ministros do Supremo Tribunal Federal como termômetro para medir a temperatura do tema prisão em segunda instância na Corte.

Entusiastas da mudança de entendimento avaliam que ambos os assuntos se desenvolvem tendo como pano de fundo o amplo direito à defesa. Essas pessoas enxergam no placar folgado da semana passada (7×3) o sinal de que já há nova configuração para reverter a diferença apertada (6×5) da prisão em segunda instância em 2016, quando o assunto foi tratado pelo plenário. A perda de embalo da Lava Jato e o fato de o próprio Ministério Público ter pedido a progressão de Lula para o semiaberto, avaliam ministros, diminuem a pressão. A previsão é de que o tema volte à pauta ainda este mês.

Reservadamente, integrantes do STF avaliam que é possível jogar a prisão para a terceira instância, ou seja, Superior Tribunal de Justiça.

Alberto Bombig - O Estado de S. Paulo




terça-feira, 20 de outubro de 2015

Defesa do cidadão = Mudanças no Estatuto do Desarmamento



Desde a instalação da Comissão Especial do Desarmamento, o tema sobre o direito à autodefesa do cidadão de bem é um dos assuntos que permeiam a opinião pública, estudos acadêmicos e as redes sociais. De acordo com a Câmara dos Deputados, o PL 3722/2012 está entre as principais enquetes abertas na página do Facebook da Casa, com mais de 47.500 interações.

Nestes mais de seis meses de relatoria, tive o cuidado de ouvir setores e entidades representativas, além da sociedade civil, que em disparado tem o maior anseio pela revogação do Estatuto em vigor desde 2003. O cidadão anseia pelo retorno do direito à defesa, já que o Estado perdeu o controle no que diz respeito ao aumento dos índices de criminalidade no Brasil.

Pela complexidade do assunto, o texto principal do relatório sofreu alterações. Como pontos principais destacam-se o retorno do porte de armas para o cidadão comum, o registro definitivo da arma, a redução da idade mínima para aquisição de armas de 25 para 21 anos, a descentralização do procedimento de concessão do porte, que passaria a ser feito pelas polícias civis estaduais, e a validade de dez anos para o porte. Hoje, o Estatuto do Desarmamento em vigor autoriza apenas policiais e outros profissionais da segurança e da Justiça a circularem armados e exige renovação do registro de três em três anos.

Um dos objetivos do projeto é desburocratizar processos e assim tirar da ilegalidade o grande número de armas disponíveis no país. A dificuldade para um morador da zona rural no Amapá se deslocar até a delegacia da Polícia Federal mais próxima é muito grande; além disso, somente a taxa de validação tem um valor médio de mil reais. Incluem-se ainda no pacote as taxas e os testes psicológico e de manuseio. Esse alto custo acaba desestimulando o cidadão, e assim ele irá permanecer de posse de uma arma ilegal.

Outra importante mudança é o fim da discricionariedade do delegado de polícia, o único com autoridade de validar o pedido de porte na lei atual. Relatos em todo o Brasil descrevem a incompreensão e a morosidade no andamento das solicitações. Muitos setores e organizações tidas como “defensores da vida” tratam as mudanças no Estatuto como absurdas, como algo proveniente da “bancada da bala”, ou seja, como se apenas interesses pessoais dos parlamentares pudessem justificar a derrubada da lei atual. [os que defendem o atual ‘estatuto do desarmamento’ são também contrários à aprovação do projeto de Lei que tipifica o crime do terrorismo; tais pessoas alegam que citado projeto vai criminalizar as atitudes praticadas pelos chamados  ‘movimentos  sociais’;
Percebam o absurdo: os tais movimentos sociais cometem crimes, são associações criminosas que agem em bando ou quadrilha e tem pessoas que não querem que seus atos sejam tipificados como crimes e punidos com rigor.]

É preciso deixar claro que nosso objetivo não é autorizar a venda de armas em cada esquina. A proposta vai ao encontro do que a sociedade quer. O cidadão está acuado e quer se defender de invasores, de agressores, de ladrões que levam, em segundos, o que foi conquistado com esforço e suor — e em muitos casos levam o bem maior: a vida.. Ninguém aguenta mais tanta violência, tanta criminalidade, enquanto os marginais são tratados como “vítimas da sociedade”, que, por eles, é agredida a todo instante sem direito a defesa.

Por: Laudívio Carvalho é deputado federal (PMDB-MG) e relator do projeto que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento