Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Governo, Congresso e Supremo veem etapas 'óbvias' na investigação e outras mais delicadas; saiba quais
Passada uma semana da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro em
Brasília e após a descoberta da minuta sugerindo a adoção de estado de
defesa para intervir na Justiça Eleitoral e no resultado das eleições de
2022, as autoridades envolvidas diretamente nas investigações listam
algumas tarefas óbvias e outras mais delicadas para punir todos os
responsáveis.
Entre as primeiras, citam as linhas que já estão em curso: prisão, em
flagrante ou a posteriori, dos que participaram dos atos terroristas nos
prédios dos Três Poderes, a persecução judicial dos idealizadores,
organizadores e financiadores dos atos, o inventário do prejuízo
material com a depredação, inclusive para a cobrança em juízo dos
responsáveis, o estabelecimento da cronologia exata dos eventos que
culminaram na invasão dos prédios e o reforço de segurança na capital,
com o restabelecimento da hierarquia de comando nas forças de segurança
-- o que está sendo buscado com a intervenção na segurança do Distrito
Federal.
Mas há tarefas consideradas"não-óbvias", nas palavras de um dos
protagonistas das apurações, que dependem, inclusive, de cálculo
político quanto à conveniência de ir às últimas consequências neste
momento para apurar responsabilidades. Os dois campos minados nesta
seara dizem respeito à atuação dos militares, em duas frentes:a
primeira quanto à responsabilidade do Gabinete de Segurança
Institucional, sobretudo na invasão e destruição do Palácio do Planalto;
a segunda é a participação do Exército antes, durante e depois dos
atos, e é, de longe, a linha que gera mais dúvidas sobre como proceder
entre integrantes dos Três Poderes.
A pergunta que essas autoridades fazem, reservadamente, é: a democracia
brasileira, já ferida, aguenta que se vá às últimas consequências para
apurar e punir a participação do Exército nos atos? Fontes dos Três
Poderes com quem conversei não têm dúvidas quanto a essa atuação,
inclusive para proteger os terroristas bolsonaristas depois dos atos,
impedindo sua prisão pela Polícia Militar do DF.
O Executivo não se sente confortável de, sozinho, tomar essa decisão.
Quer envolver o Congresso, por meio de uma CPI ou um comitê de
investigação nos moldes do instalado pelo Congresso norte-americano após
a invasão do Capitólio, e o STF, que traçaria os limites da
investigação e o rito processual adequado.
A conclusão é que há fatos "públicos e notórios" que apontam para essa
participação ativa de militares, inclusive depoimentos já colhidos no
bojo da investigação, mas ninguém tem segurança de se é possível ir às
últimas consequências sem que haja risco concreto de os militares --
que, apesar de tudo, resistiram aos insistentes apelos de Bolsonaro,
generais bolsonaristas da reserva e militantes extremistas para aderir a
um golpe -- finalmente cruzem a linha e passem a confrontar abertamente
o governo Lula.
Também não há segurança no entorno do presidente Lula e nos demais
Poderes na autoridade de José Múcio Monteiro para proceder a uma devassa
mais profunda, uma vez que ele não foi sequer capaz de conduzir a
negociação para a desocupação dos quartéis.
Por ora, ele não vai cair,
dada a avaliação de que sua saída seria ainda pior neste momento. Mas
são muitos aqueles que, no governo, dizem que, se fosse escolher hoje,
Lula não teria nomeado Múcio para a Defesa (o que é uma platitude, uma
vez que é inútil analisar escolhas passadas com o que se sabe depois).
Em relação ao GSI,existe uma contradição entre o que circula de
informação a partir dos militares, de que as informações sobre os riscos
foram dadas pelo gabinete e pela Abin, mas ignoradas por autoridades do
governo, e o que dizem os cabeças do Executivo.
Muitos negam terem
recebido o tal relatório da Abin, por exemplo.
Mas o fato é que existe
uma total falta de confiança de Lula e do núcleo duro do governo no GSI e
em sua lealdade ao presidente, o que, por si só, já é um termômetro e
tanto da gravidade da crise institucional que atravessamos.
Jamais houve uma campanha eleitoral como essa, e nem uma
sucessão presidencial tão suja. O TSE conduz a eleição como se ela
fosse um evento interno do PT, no qual quem dá as ordens é Lula
Algumas das inúmeras proibições do TSE na campanha de Jair Bolsonaro Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons/
Reprodução/STF
Digamos que um cidadão qualquer, num dia em que tem um tempinho livre, pega o termômetro, enche uma chaleira com água e põe no fogo. O fogo vai esquentando, esquentando, até que, a uma certa altura, a água ferve. Ele coloca então o termômetro dentro — e vê que está marcando 100 graus. O cidadão guarda o termômetro, esvazia a chaleira e chega à seguinte conclusão:“A água ferve a 100 graus”. Errado — não só errado como também, pior que isso, possivelmente uma ameaça à democracia. Estaria certo em qualquer país do mundo,mas isso aqui é o Brasil do ministro Alexandre de Moraes e dos seus colegas do Supremo Tribunal Federal,e as coisas não são assim.
Aqui o ministro Moraes vai dizer que de fato há a chaleira com água, que o termômetro existe e que a água foi para o fogo até que ferveu ao chegar aos 100 graus; todos esses fatos são “verdadeiros”, como ele próprio admitiria. Mas a conclusão de que a água ferve a 100 graus está errada —se Moraes decidir que ela está errada. [neste caso o incauto portador das notícias terá cometido o terrível crime de conclusão - pena maior que para o crime de opinião.]
Nesse caso, passa a ser uma fake news disfarçada de notícia verdadeira. Segundo Moraes e os seus colegas, isso se chama “desordem informacional”; é um novo tipo de “ato antidemocrático”,que tem de ser severamente punido para salvar o“estado de direito” neste país. Muito cuidado, portanto: no Brasil a água só ferve à temperatura que o ministro deixar.
O cidadão poderia perguntar o seguinte: “Por que a conclusão está errada, se de fato o termômetro estava marcando 100 graus quando a água ferveu?”. Seria melhor não perguntar nada, para que o infeliz não se veja enfiado de repente no inquérito criminal, ilegal e perpétuo montado por Moraes para reprimir atividades “antidemocráticas”.
Mas, se por acaso alguém perguntasse, a resposta seria:“Porque o ministro diz que está errada, e no Brasil de hoje o tribunal supremo da justiça deu a si próprio uma função até hoje desconhecida no direito universal — por força dela só o ministro Moraes e os colegas podem realmente chegar a conclusões certas.
É a nova Teoria Geral das Conclusões: seu mandamento fundamental estabelece que qualquer conclusão, por mais que esteja baseada em fatos autênticos, só é correta se o STF, ou TSE, ou coisa parecida, decidir que é correta. Essa teoria também pode ter outro nome: Ordenamento Universal do Mundo Segundo a Vontade de Lula.
Ou é essa censura primitiva ou, então, é repressão policial em estado puro, como no caso da mulher do Paraná que foi proibida de pintar o seu Fusca, de para-choque a para-choque, com as cores da bandeira do Brasil e os dizeres “Bolsonaro 2022”
Um caso concreto? Pois não — é o que o leitor vai encontrar nas linhas seguintes. É verdade, por exemplo, que o ex-presidente Lula foi condenado na justiça brasileira pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes.
É verdade que diretores da Petrobras (para ficar só nela) e empreiteiros de obras públicas confessaram espontaneamente, assistidos em juízo por seus advogados, que cometeram atos de corrupção durante os governos Lula.
É verdade que devolveram parte do dinheiro roubado, e que esse dinheiro foi depositado no Tesouro Nacional.
É verdade que colaboradores de primeira grandeza do ex-presidente, a começar pelo seu ministro mais importante, fizeram delações públicas acusando-se mutuamente de ladroagem e denunciando casos de corrupção de uma ponta a outra nos 14 anos de governo da dupla Lula-Dilma.
É verdade, enfim, mais um caminhão coisas desse tipo. Entra então, a essa altura, a Teoria Geral das Conclusões. O ministro Moraes diz que todos os fatos relacionados acima são “verdadeiros”; diz por escrito, em despacho oficial do TSE.
Mas o ministro também diz outra coisa. De acordo com a sua decisão, ninguém pode afirmar, em cima desses fatos, que existem ligações entre Lula e a corrupção; isso é uma “conclusão errada”.
Ele acha que está errada e pronto; você pode achar que está certa, como no caso da água que ferve a 100 graus centígrados, mas não interessa — está errada porque o ministro Moraes resolveu que é assim. Sendo errada, não pode ser divulgada por ninguém. É um ato contra a “democracia”.
Tudo isso acaba de acontecer na vida real, na campanha eleitoral mais facciosa já registrada na história do Brasil,pela ação abertamente parcial do TSE em benefício de um dos candidatos.(É claro que houve uma ou outra decisão a favor do presidente Jair Bolsonaro, como na objeção a dizer que ele come carne humana, segundo acusa o PT; afinal, nenhum juiz pode dar 100% das faltas do jogo para um time só. Mas até uma criança com 10 anos de idade sabe perfeitamente que a“justiça eleitoral” está fechada com Lula, ou contra Bolsonaro, desde o primeiro minuto.) Esta história da “conclusão errada” é o último acesso de esquizofrenia seletiva do nosso judiciário mais alto — e vale a pena ser registrada apenas pela particularidade de ser provavelmente um novo recorde nacional em matéria de decisão estúpida.
A produtora Brasil Paralelo, como se sabe, reuniu diversos vídeos registrando os atos de corrupção descritos no parágrafo anterior e, com base no material coletado, afirmou que há pontos de contato entre Lula e a corrupção.Qual poderia ser a dúvida? Impossível saber.
Só que Lula não quis que o material fosse exibido; exigiu sua censura e foi atendido na hora pelo TSE.
Segundo Moraes e seus parceiros, todos os vídeos sobre a corrupção no governo Lula são “verdadeiros”, mas a conclusão de que Lula tem alguma coisa a ver com corrupção está “errada”. Isso aí, segundo eles, é um novo delito contra a democracia — a tal “desordem informacional”, como dizem, ou uma notícia verdadeira que se transforma em fake newsquando as autoridades não aprovam a conclusão à qual se chega pela observação dos fatos objetivos em relação a ela.
No caso, censuraram a Brasil Paralelo porque Lula e os advogados do PT proibiram que a informação fosse publicada.
Os advogados de Lula acusam a BP e outros 46 veículos de comunicação, parlamentares, autoridades como o presidente Bolsonaro, dentre outros, de uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e econômico com o objetivo de influenciar o processo eleitoral. (1/3) pic.twitter.com/nAomKX4XQb
Lula transformou o TSE num órgão de Estado histericamente parcial. Para ficar apenas no mais grosseiro, o tribunal proibiu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, de expor ao eleitor de seu Estado fatos públicos e indiscutíveis que deixam Lula muito mal na foto— “conclusão errada” do governador, provavelmente.
Proibiu mostrar vídeos em que o ex-presidente defende a legalização do aborto.
Proibiu a exibição de um vídeo em que Lula diz, com todas as letras:ainda bem que a natureza nos mandou esse monstro da covid, para as pessoas aprenderem a importância do “Estado”.(Ou seja: segundo Lula, o brasileiro tem de aprender que o governo manda e ele obedece.) [CONFIRA AQUI, material sobre a declaração de Lula e com LINKs para três da mídia militante - vídeos mostrando o descondenado falando em alto e bom som.]
Ameaça de punição quem quer investigar as empresas de “pesquisa” pela divulgação de números grotescamente errados em favor de Lula. Proibiu a exibição das imagens das comemorações do Sete de Setembro,quando mais de 1 milhão de eleitores foram às ruas em todo o país para manifestar seu apoio a Bolsonaro.
Proibiu que fosse mostrado o vídeo de sua viagem oficial para os funerais da Rainha Elizabeth II.
Proibiu o vídeo de seu último discurso na ONU, também em viagem de Estado — e por aí vamos, num cala-boca geral que nem o AI-5 pretendeu impor.
É uma coisa frenética, que se passa sob a cumplicidade, ou apoio aberto, de veículos de imprensa e de jornalistas, empenhados em agir como militantes políticos anti-Bolsonaro — ou a favor da candidatura de Lula. A Rádio Jovem Pan está sob censura permanente, e absolutamente ilegal: foi proibida de dizer qualquer coisa sobre os processos e condenações de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
É uma demência: trata-se de fatos públicos, registrados em autos oficiais da Justiça brasileira, como no caso da Brasil Paralelo.
A censura atinge, na verdade, tudo o que os advogados do PT acham que pode afetar a “imagem” de Lula.
O ex-ministro Marco Aurélio, do próprio STF, está proibido de dizer que Lula não foi absolvido pela justiça; ele lembrou, apenas, que os processos do ex-presidente foram “anulados”, sem qualquer tipo de julgamento,e isso não tem nada a ver com absolvição.
Também é proibido informar que o PT votou contra, na prática, o Auxílio Brasil, ao também votar contra o pagamento parcelado dos precatórios — de onde saiu o dinheiro para pagar o auxílio.
Ou é essa censura primitiva ou, então, é repressão policial em estado puro, como no caso da mulher do Paraná que foi proibida de pintar o seu Fusca, de para-choque a para-choque, com as cores da bandeira do Brasil e os dizeres “Bolsonaro 2022”.
O fato é que jamais houve uma campanha eleitoral como essa,e nem uma sucessão presidencial tão suja.
O TSE conduz a eleição como se ela fosse um evento interno do PT, no qual quem dá as ordens é Lula — uma eleição típica de ditadura em país de partido único. Os ministros estão cometendo uma ilegalidade neurótica. Saíram do horário eleitoral — onde as suas proibições já são um ataque direto à liberdade de expressão, mas ainda guardam algum ponto de contato com a lei — e estenderam os seus poderes de censura a tudo.
Em qual dos seus artigos a Constituição lhes permite algo remotamente parecido com isso?
E quando foi que o Congresso aprovou algum tipo de autorização para fazerem o que estão fazendo?
O resultado é uma aberração:acabaram dando ordens aos órgãos de imprensa, ao ex-ministro Marco Aurélio e à mulher do Fusca.
Quanto tempo o Brasil vai levar para ter de novo confiança na autoridade eleitoral, justo num momento que a credibilidade da população no Supremo atinge os seus níveis mais baixos?
Não é apenas a conduta dos ministros na campanha.
É a perda maciça que a sociedade brasileira sofre, como um todo, quando vê os principais magistrados do país usarem seus cargos para violar tão abertamente a lei — e, ainda por cima, destruir a vida inteligente em tudo aquilo que tocam.
É o que está acontecendo todos os dias na atuação política do TSE. Para potencializar o caso da “conclusão errada”, os ministros “avaliam”uma petição demente de Lula e do PT — coisa tão idiota que jamais poderiam permitir que sequer passasse pela catraca de sua portaria.
O candidato da esquerda nacional exige o seguinte disparate: que o TSE imponha “isonomia”, entre ele e Bolsonaro, no tratamento que recebem no noticiário da Rádio Jovem Pan.
Segundo seus advogados, pagos com os milhões de reais que o “Fundo Eleitoral”extorquiu do pagador de impostos(Lula, disparado, foi quem mais gastou nessa campanha),a emissora teria a obrigação de dar “espaço igual” para os dois. Heimmmm? “Espaço igual”?
Por que espaço igual? De onde eles foram tirar um negócio desses?
Em que lei deste país está escrito que um órgão de imprensa tem de dar o mesmo espaço em minutos, ou em centímetros, ou seja lá no raio que for, para os dois candidatos que sobraram no segundo turno — ou para qualquer outra coisa?
A Constituição Federal garante para todo e qualquer veículo brasileiro de comunicação a liberdade de distribuir o seu espaço da maneira como achar que deve;
não existe para nenhum órgão de imprensa, simplesmente não existe, a obrigação de dedicar porcentagens exatas para coisa nenhuma, ou para absolutamente ninguém.
Se a emissora quiser dedicar 100% do seu tempo a Bolsonaro, ou a lições de geometria, isso é problema dela e dos seus ouvintes.
A Jovem Pan não é, embora o PT queira que ela seja, uma extensão do “horário eleitoral obrigatório”, nem uma rádio cubana;
é uma emissora privada, e tem o direito de editar o seu conteúdo sem pedir licença para ninguém.
Por que não se exige “isonomia” da TV Globo ou da Folha de S.Paulo, que são mil por cento contra Bolsonaro — e têm todo o direito legal de fazer isso?
Dar ordens à Jovem Pan, para que que seja neutra entre Lula e Bolsonaro, ou coisa parecida, é ditadura aberta. Pior: é ditadura que pretende ter argumentos. Há poucas coisas piores que isso na vida política de qualquer país deste mundo.
Lula, o PT e a campanha de ambos para a Presidência da República
perderam a batalha das ruas nesse 1º de Maioque vinha sendo considerado
tão importante para a avaliação da popularidade dos candidatos. Na
verdade, sofreram uma derrota tamanho gigante, daquelas que se tenta
esquecer com o máximo de empenho.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fazem manifestação no Dia do Trabalho em Copacabana, Rio de Janeiro.| Foto: André Coelho/EFE
A mídia, como de costume, tratou o fato como um segredo de Estado. As fotos foram escondidas. Os relatos falaram de ”manifestações de ambas as partes”, como se a presença popular nos atos rivais de Lula e do seu adversário na eleição,o presidente Jair Bolsonaro, tivesse sido equivalente. Alguns veículos preferiram simplesmente não tocar no assunto.
Mas não adiantou muita coisa – hoje a internet está aí. O que foi ocultado pelos meios de comunicação apareceu em fotos, vídeos e áudios nas redes sociais – essas mesmas que o STF faz tanta questão de controlar nas eleições. O resultado é o que se pode ver; está lá.
Em São Paulo, sempre considerado o melhor termômetro do país para medir essas temperaturas, Lula teve um miserável ajuntamento de militantes na frente do Pacaembu.Não adiantou atrasar a hora do discurso, para ver se vinha mais gente, nem oferecer o show grátis de uma cantora que é destaque na campanha do PT [cujo último sucesso foi em 1990] –que foi um fiasco igual ao do comício. Bolsonaro, mais uma vez, encheu os dois ou três quarteirões de praxe diante do Masp.
Nos outros estados brasileiros, a situação foi a mesma – muita gente e muita bandeira verde-amarela de um lado,pouca gente e muita bandeira vermelha de outro.Lula, o PT e os “analistas” continuam achando que a eleição já está decidida, e que o ex-presidente já ganhou. Mas a rua, para eles, continua sendo um problema – ou, então, não é problema nenhum, porque hoje em dia não é mais preciso ter apoio popular público para ganhar eleição. Outubro dirá.
Enquanto isso, Lula vem chamando a atenção por dizer ao microfone coisas cada vez mais extraordinárias.
É curioso: quanto menos gente aparece em torno dele, mais bobagem ele diz.
Depois de declarar que“Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial” – negando, assim, que os policiais sejam seres humanos – veio com a história de criar “uma moeda para a América Latina”. Para que fazer um negócio deles? Segundo Lula, para acabar com “essa dependência do dólar”. Não faz nenhum nexo.
O Brasil, neste momento, tem cerca de 400 bilhões de dólares de reservas; de onde ele foi tirar a “dependência” que o aflige? Depois, Lula precisaria combinar com mais ou menos uns 20 países da América Latinase eles querem mesmo juntar suas moedas que não valem nada e ficar com outra que valerá menos ainda. Lula perguntou se a Venezuela, por exemplo, quer trocar dólares por reais, ou pela tal moeda que ele imagina?E o México – será que topa? E Cuba, que ele acha um modelo de regime?
Outro detalhe:a Arábia Saudita vai aceitar “moeda latino-americana”, em vez de dólar, para vender petróleo ao Brasil? E os Estados Unidos, a Europa e o Japão – vão abrir mão de receber em dólar as suas exportações de tecnologia, instrumentos médicos, máquinas de precisão, peças de automóvel e mais um milhão de coisas? É insano – mas Lula é isso.
O candidato, como faz a cada vez que diz um disparate ou insulta alguém,pediu desculpas pela agressão aos policiais.
Já tinha pedido desculpas por dar indulto ao terrorista Cesare Battisti, que matou quatro pessoas – ele, que tanto condena o perdão ao deputado Daniel Silveira, que não matou ninguém. Pedirá desculpas, de novo, na próxima barbaridade – ou vai alegar que a sua “moeda” não é para ser levada a sério por ninguém.É este, segundo os liberais bem-pensantes, o homem que vai salvar o Brasil.
No exterior, cidades derrubam as restrições. No Brasil, o número de casos cai. Depois de dois anos, o pesadelo começa a terminar
ÚLTIMA FRONTEIRA - Crianças: a proteção do público de 5 a 11 anos contribui para impedir o surgimento de variantes - Fabiano Rocha/Agência O Globo
Depois de dois anos de medo e tristeza, de quarentenas e confinamentos, há ótimos e luminosos motivos para alívio.
Na terça-feira 15, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou pela segunda vez neste ano uma queda no número de novos casos de Covid-19 no mundo.
No período de 7 e 13 de fevereiro, houve uma redução de 19% em comparação ao total registrado nos sete dias passados.
No sul da Ásia, o decréscimo foi de 37%; nas Américas, 32%; na África, 30%; na Europa, 16%; e no leste do Mediterrâneo, 12%.
No boletim anterior, a organização contabilizara diminuição de 17% no número de novos infectados. No Brasil, a semana também foi de boas notícias. Também na terça 15, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que, pela primeira vez em 2022, a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes adultos com Covid-19 apontou melhora nos índices. Das nove unidades federativas que na semana passada estavam com nível de ocupação igual ou superior a 80%, considerado crítico, apenas quatro permaneciam nesse patamar. Um dia antes, a média móvel de novos casos registrou a maior queda em um mês e meio, cravando quatro dias seguidos de declínio.
Os indicadores demonstram que a ômicron, a mais transmissível das variantes do coronavírus, está perdendo fôlego depois de assustar o planeta de novembro de 2021 até agora, fazendo explodir o total de novas infecções. Uma boa medida da desaceleração é o decréscimo no Brasil nos índices de transmissibilidade do vírus.A taxa é o termômetro que afere a velocidade de propagação da doença. No dia 25 de janeiro deste ano, ela estava em 1,78, segundo o Imperial College of London. Isso significava dizer que, naquele momento, 100 pessoas infectadas poderiam contaminar outras 178. Seis dias depois, o índice caiu para 1,69 e na quarta-feira 16 marcava 1,22. Ainda é alto, convém prestar atenção — o ideal é que fique abaixo de 1 —, mas a tendência é claramente de redução no ritmo de transmissão. Dados do Instituto Todos pela Saúde revelaram, ainda, que o volume de testes positivos para Covid-19 caiu de 67% para 51% entre os dias 22 de janeiro e 12 fevereiro.
(...)
A reunião das três circunstâncias — vacinas, vírus menos letal e grande número de pessoas imunizadas — cria o que estudiosos da Fiocruz consideram uma “janela de oportunidade”. Para os especialistas, o cenário atual poderia promover inclusive um bloqueio temporário de transmissão do vírus no país. Margareth Portela, cientista da instituição, entende que a mudança do status do vírus de pandêmico para endêmico — permanece em circulação, mas sem causar perturbações nas atividades — não demora. “Deve ocorrer dentro de alguns meses”, diz, ressaltando que se trata de um prognóstico, não de uma certeza. O americano Christopher Murray, ao contrário, foi categórico em seu artigo na The Lancet. Ele escreveu: “A Covid-19 se tornará outra doença recorrente com a qual as sociedades terão de lidar (…) A era de medidas extraordinárias tomadas para controlar a transmissão do SARS-CoV-2 vai acabar. Depois da onda ômicron, a Covid-19 vai retornar, mas a pandemia não”.
(...)
É a primeira vez, desde março de 2020, quando a OMS decretou a pandemia, que o mundo vive um período aparentemente mais calmo e de futuro inexorável. Houve outros momentos de esperança, encerrados pelo surgimento de variantes mais agressivas. Agora, tudo indica, é diferente. Como mostra a história de outras pandemias, há um momento na trajetória dessas crises sanitárias afeito a indicar um ponto de inflexão a caminho do fim. É o que parece estarmos vivendo neste começo de 2022. “Este contexto, que até agora não havíamos visto nesta pandemia, nos dá a possibilidade de um longo período de tranquilidade”, afirmou Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa, no início do mês. “É uma trégua que pode trazer uma paz duradoura”, acrescentou o médico belga. Em outras palavras, a situação atual permite afirmar que a pandemia está no início do fim.
(...)
(...)
Pelo menos três condições são indispensáveis para o término de catástrofes provocadas por vírus: a existência de vacinas, a transformação natural do agente causador em direção a versões menos letais e a grande quantidade de pessoas naturalmente imunizadas, por terem contraído a doença. O mundo dispõe hoje das três premissas. A ômicron, reafirme-se, é mais contagiosa, mas menos agressiva. As derivações do vírus que provocou a primeira onda, em 2020, até a variante hoje prevalente, mais amena, fazem parte do processo de seleção natural. “Vírus precisam de um hospedeiro para replicar seu material genético, não querem matar”, explica o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria. Logo, prevalecem as cepas com alto poder de infecção, porém com baixa capacidade de provocar doenças graves e mortes. Esse mesmo poder de transmissibilidade expandiu o total de pessoas expostas, o que aumentou a parcela de indivíduos que naturalmente produziram anticorpos contra o SARS-CoV-2. “O nível de infecções sem precedentes sugere que mais da metade da população mundial terá sido contaminada pela ômicron entre novembro de 2021 e março de 2022”, escreveu em artigo publicado há um mês na revista The Lancet o médico Christopher Murray, especialista em métricas da saúde da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
(...)
Depois de tanto tempo, a volta à vida como era antes ainda produz alguma ansiedade. “Acho arriscado essa de já não ter restrição e voltarmos ao modo como se vivia em 2019”, diz Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, e membro do Observatório Covid-19 BR, que reúne especialistas voluntários para monitorar o surto. De fato, o momento pede alguma cautela para que a transição da pandemia para a endemia se dê de forma consistente, até para não corrermos o risco de voltar três casas nesse jogo nada divertido. Mas o caminho parece ser inexorável. Depois de dois anos, os sinais de uma melhora global estão finalmente no horizonte. A tragédia que marcou nossa geração, matando mais de 5,8 milhões de pessoas, acabará. Mas será muito importante lembrar para sempre como isso aconteceu: graças à ciência, com destaque para a vacina, e a todos aqueles que a defenderam.
Ex-presidente Lula não foi ao ato programado pela esquerda na Avenida paulista
[o medo de ser vaiado, até apedrejado, o levou a procurar a segurança de se esconder debaixo da cama.
Alegou, covardemente, temor de ser contaminado pela covid-19]
A esquerda brasileira em geral, e o PT em particular, têm uma dificuldade congênita para aprender com a realidade, mesmo a realidade recente. Em sua própria visão, eles estão sempre certos; nunca cometem um erro, de nenhum tipo ou tamanho, e tudo o que fazem é um sucesso. Olham e leem a mídia, e acreditam em tudo o que está dito lá — o que sai impresso, ou vai ao ar, é sempre a favor deles e da sua lista de desejos. Têm certeza, então, de que a vida é linda.
Até hoje continuam achando que Lula fez muito bem em inventar Dilma como presidente, e que ela fez um grande governo; só caiu porque era tão boa, e tão genial, que “a direita” teve de dar “um golpe” para enxotá-la do Palácio do Planalto.
Foi, ao exato contrário, um processo legalíssimo de impeachment, causado do começo ao fim por um governo monstruosamente ruim. Mas o PT nunca permite que os fatos interfiram com as suas doutrinas, e até hoje estão convencidos de que nunca houve nada de errado com Dilma. Aí fica difícil.
O miserável fracasso das últimas manifestações de rua do partido e dos seus servidores da esquerda é mais uma prova de quanto, exatamente, é difícil. Em vez de anotarem que a manifestação deu errado, tentarem saber por que, e trabalharem para melhorar o desempenho na próxima, ficam dizendo a si mesmos, junto com os jornalistas-amigos, que tudo deu muito certo. Deu errado, pela simples observação física das ruas e pela aritmética, mas e daí?
Os donos do PT e os seus militantes querem ver outra coisa. E é essa coisa que fica valendo, no seu mundo mental e nos relatos feitos para o público.
A manifestação na Avenida Paulista, que funciona hoje como o termômetro para medir sucesso e fracasso em matéria de povo na rua no Brasil, reuniu, segundo os cálculos da PM do governador João Doria, 8 mil pessoas — uma calamidade terminal, quando se compara com as mais de 200 mil que, no mesmo lugar, foram manifestar seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro no último dia 7 de setembro.
Os militantes se concentraram na frente do carro de som de luxo, alugado por mais de R$ 100 mil para servir de palanque e pousada para as celebridades — e foi isso.
Nos quarteirões vizinhos, apenas algumas ilhas isoladas de gente;
nas ruas paralelas, não foi preciso nem fechar o trânsito.
É óbvio que a maioria da população não está ouvindo o chamado do PT para ir às ruas;
quem consegue fazer isso, hoje, é Bolsonaro. Chato, não é?
Não só chato, porque nega todas as grandes teorias hoje à venda sobre “popularidade política” no Brasil. Além disso, é uma demonstração concreta de que o discurso usado pela esquerda para o público está errado.
Talvez nada tenha comprovado essa realidade de maneira tão clara quanto o cartaz vermelho exibido por um grupo de manifestantes; dizia-se ali que o sindicato dos professores de São Paulo apoiava Lula, etc, etc.
É duro acreditar, mas o fato é que o PT e a esquerda estão achando que manter as escolas públicas fechadas por mais de um ano é uma causa popular, digna de ser louvada entre as grandes “pautas” da manifestação; acham que isso rende voto e deixa o povo encantado.
A esquerda brasileira está se mostrando incapaz de entender que as suas grandes causas “populares” não são populares, não junto à realidade atual da população brasileira; estão falando em latim para ela, com a ajuda do “centro liberal–limpinho–equilibrado” — e colhendo nas ruas, diretamente, o resultado dos seus erros.
O primeiro a perceber isso parece ter sido o próprio Lula — ele não foi, simplesmente não foi, à manifestação da Paulista. Deveria ser o personagem principal, o ídolo a ser adorado pela multidão: nem se deu ao trabalho de aparecer. Se isso não é uma prova objetiva do fracasso dessa manifestação — que deveria lotar a praça e competir pau a pau com o ato pró-Bolsonaro —o que, então, poderia ser?
É verdade que Lula não tem coragem de botar o pé na rua há anos; sabe muito bem (ou desconfia) que é odiado por milhões de brasileiros. Se não fosse assim, por que se esconderia desse jeito?
Não consegue ir a um jogo de futebol do Corinthians, e não quer se arriscar a nada;
obviamente, dá sinais de que não acredita numa única sílaba das pesquisas do Ibope e do Datafolha onde se garante que sua popularidade nunca foi mais alta.
Mas com toda a repugnância que tem para se misturar ao povo, Lula poderia, sem nenhum risco para sua saúde, ir à manifestação;
chegaria de helicóptero e ficaria o tempo todo protegido por um exército de seguranças, tudo pago pelos milhões de reais que o PT coloca à sua disposição. Não quis ir nem assim. É o melhor atestado de óbito para a “estratégia de massas populares” do PT. Se nem Lula aparece, imagine-se as massas.
Confirmou-se que o primeiro turno das eleições municipais
trouxe a capilarização dos partidos da base do governo, e que por isso tinham,
e aproveitaram melhor, o acesso ao orçamento federal. Viu-se também um certo
movimento de continuidade, natural e esperado em meio a uma pandemia. Notou-se
ainda a resiliência da esquerda, fenômeno facilmente detectável na manutenção
dos votos para vereador e na votação significativa nos grandes centros.
O debate agora é sobre o que o resultado de 2020
projeta para
2022. Com os necessários cuidados, pois não há transposições mecânicas. E
falta muito tempo político. Feitas as ressalvas, a dúvida que fica é
sobre os possíveis blocos e alinhamentos. E para
esse debate é útil a observação do que vai se dar no segundo turno,
daqui a
uma semana. Pois ficará claro o estágio atual da disposição dos diversos
atores
para alianças e formação de coalizões. Informação essencial para definir
a
tática.
Já está explícito, por exemplo, que mesmo as frações mais
resistentes a alianças e frentismos na esquerda estão dispostas a votar em qualquer
candidato não bolsonarista para derrotar o bolsonarismo. A opção do presidente
da República por manter o discurso e a prática alinhados ao que podemos chamar
de núcleo ideológico facilita um agrupamento quase automático de forças
contrárias quando só há duas opções.
Mas, atenção, desde que o adversário seja palatável aos que em
2018 votaram Bolsonaro ou se abstiveram, e agora procuram outro caminho. E se em 2022 o presidente for ao segundo turno
contra alguém
da esquerda? Neste momento, não é excessivo supor que ele deverá
arrastar de
volta pelo menos uma parte dos arrependidos. Ou será que não? Duas das
disputas
neste segundo turno são um termômetro para tirar a dúvida. Vitória (ES),
onde o PT está no segundo turno, e Belém, onde o adversário do
candidato
bolsonarista é do PSOL.
Em Fortaleza, o cirismo parece ter formado com facilidade a frente antibolsonarista.
Veremos o resultado na urna. Mas, e em Vitória e Belém, o autonomeado centrismo
ficará de que lado? De todo modo, 2022 projeta forte pulverização de
candidaturas majoritárias, pelos menos das forças com pouco acesso a
orçamentos
públicos. Porque o voto majoritário é uma ferramenta preciosa para puxar
o voto
proporcional, e não custa lembrar sempre que daqui a dois anos a
cláusula de desempenho na votação para a Câmara dos Deputados estará
colocada alguns
centímetros acima do que em 2018.
E a votação para deputado federal, além de definir se
o partido fica na Série A ou cai para a B, acaba também definindo quanto a
legenda terá de espaço no horário eleitoral e verba do fundo eleitoral em 2024 e 2026. Não é
pouca coisa em jogo.
Portanto, é ilusão imaginar alianças muito amplas
na
largada. Cada um precisará caminhar com suas próprias pernas. Talvez
haja
alguma convergência entre MDB, PSDB e Democratas, notam-se ensaios.
E entre as legendas do chamado centrão, estrito senso, e talvez em torno
do
presidente da República. O que dependerá, obviamente, da popularidade de
Jair Bolsonaro quando chegar a hora de tomar as decisões. [nós que queremos em 2022 a consolidação do melhor para o Brasil = reeleição do presidente Bolsonaro = precisamos focar em 2021 por uma melhora na economia ´- o bastante para asfixiar a turma do quando pior, melhor.
Apesar dos maus brasileiros que torcem por uma segunda onda, esqueçam o repique da covid-19, neste mês foi fruto de uma excessiva flexibilização no feriadão do inicio do mês e do represamentos de dados devido problemas com o sistema do Ministério da Saúde.]
“O governo está quebrado e não tem recursos para
implantar o programa Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família,
menina dos olhos de Bolsonaro para sua reeleição”
O governo Bolsonaro perdeu o ímpeto das reformas. É normal, mas após o
segundo ano de governo. Entretanto, a pandemia antecipou a inércia. E,
se levarmos em conta o papel coadjuvante que representou na reforma da
Previdência, o presidente Jair Bolsonaro nunca teve muita motivação para
protagonizar as reformas econômicas. Sua agenda prioritária sempre foi
outra, o conservadorismo nos costumes, que também anda encalhado no
Congresso, e o fortalecimento do Executivo em relação aos demais
Poderes, como fato consumado na política. Se ainda houver alguma reforma
este ano, será a tributária, na qual as propostas em discussão na
Câmara e no Senado são mais ambiciosas do que o projeto apresentado pelo
ministro da Economia, Paulo Guedes, para embrulhar a recriação do
imposto sobre operações financeiras. Uma solução simples para um
problema muito mais complexo, que seria modernizar o nosso sistema
tributário para torná-lo mais eficiente, equilibrado para os entes
federados e mais justo, socialmente. Entre os economistas, há uma compreensão quase unânime de que a
dívida pública, se nada for feito, trará de volta a inflação no próximo
ano (o termômetro é o câmbio), que somente não está acontecendo por
causa da recessão e do desemprego. Mesmo economistas como Samuel Pessoa e
Armínio Fraga, que defendem políticas de austeridade fiscal, já admitem
a criação de um novo imposto para evitar o colapso do governo federal
no próximo ano. A alternativa que está se discutindo, a partir da
proposta de Guedes, é a volta da CPMF. A tese é ampliar a base de
arrecadação para ter a menor alíquota do imposto. Com isso, o governo
espera resolver seu problema de caixa e evitar a insolvência. Como aconteceu na reforma da Previdência, uma reforma tributária
depende muito mais da Câmara e do Senado do que do empenho do Palácio do
Planalto. O projeto encaminhado por Paulo Guedes não tem nada a ver
como isso: seu foco é a falta de caixa. Por causa da pandemia, o governo
está quebrado e não tem recursos para implantar o programa Renda
Brasil, que substituirá o Bolsa Família, menina dos olhos de Bolsonaro
para sua reeleição. Na pauta da Câmara e do Senado, respectivamente, as
PECs 44 e 110 são outra coisa: uma reforma tributária de verdade. Diferenças
A PEC 45/2019, elaborada por Bernard Appy, diretor do Centro de
Cidadania Fiscal, tem como relator o deputado Baleia Rossi (SP),
presidente do MDB. É defendida também pelo presidente da Câmara, Rodrigo
Maia, que pretende aprovar a reforma tributária antes de deixar o
comando da Casa. O ponto central do projeto é a substituição de cinco
tributos por um único imposto, que seria chamado de imposto sobre bens e
serviços (IBS). O modelo é inspirado em sistemas utilizados em outros
países, que reúnem em um único imposto sobre valor adicionado (IVA) toda
a tributação sobre o consumo, com uma alíquota uniforme. Economistas
como Samuel Pessoa defendem a proposta. A PEC 110/2019, de autoria do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, em
discussão no Senado, porém, tem a preferência dos tributaristas, porque
promove uma simplificação tributária mais ampla, unificando nove
impostos. A PEC, porém, facilita a concessão de incentivos fiscais a
alguns setores produtivos e atividades econômicas específicas — como de
alimentação básica, saneamento básico, educação infantil, o que não é
bem-visto pelos fiscalistas, porque gera subsídios cruzados e guerra
fiscal. [quando uma reforma profunda, completa, necessita ser realizada e muitos dão palpites, outros boicotam, a melhor solução é se optar por uma implosão total. Implodindo tudo, é bem mais fácil estabelecer novos fundamentos - imperioso que a implosão soterre, definitivamente, qualquer ideia de recriação da CPMF.]
Voltando ao ponto de partida. O governo não aposta em nenhuma dos
dois projetos já em tramitação. Fatiou a sua proposta de reforma
tributária, porque o interesse maior de Guedes é sair do sufoco
orçamentário. O problema é que essa estratégia mexe com os nervos da
equipe econômica, recrutada entre economistas liberais, cuja motivação
para participar do governo está longe de ser apenas financeira, é
ideológica. Se Guedes jogar a toalha e aderir ao “mais do mesmo”, a
equipe implode. Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense
Em 1988 os então partidos de esquerda elegeram dez dos vinte e cinco
prefeitos nas capitais. Tocantins ainda não tinha se separado de Goiás,
então eram só vinte e cinco mesmo. No interior, especialmente no
Sul-Sudeste, a esquerda também fez boa colheita. Era um prenúncio de que no ano seguinte a “onda vermelha” daria um gás a
candidatos ditos progressistas na primeira sucessão presidencial direta
da redemocratização. Não deu outra: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
Leonel de Moura Brizola (PDT) disputaram cabeça a cabeça uma vaga no
segundo turno.
No fim Lula passou mas não levou, deu Fernando Collor de Mello e o resto da história é conhecido.Esse prolegômeno teve a finalidade de lembrar que eleições municipais,
se não têm a propriedade de embasar mecanicamente previsões para futuros
embates eleitorais, de vez em quando servem de termômetro. Foi o que se
passou em 1988. O país está absorvido pelas disputas políticas em torno da pandemia da
Covid-19, de seus efeitos na estatística sanitária e na estatística
econômica. A esta altura, em outros anos, as pessoas estariam começando a
prestar atenção na eleição de prefeito e vereador. Não é o que acontece agora.
Teremos uma campanha curtíssima, e que vai se desenvolver principalmente
por meios remotos. E num cenário no qual ações heterodoxas de
propaganda pela internet serão certamente motivo para processos de
cassação de quem se aventurar a ilícitos. A relação benefício/custo desse tipo de gambiarra anda cada vez mais desfavorável.
Mas o que está se desenhando para a eleição deste ano? Em primeiro lugar
a dispersão. Não há nenhum partido com jeito de apontar como o novo
candidato a disputar a hegemonia eleitoral do centro para a direita. A nova legenda de Jair Bolsonaro não se viabilizou a tempo e a antiga
não poderá contar desta vez incondicionalmente com o combustível do
bolsonarismo.O mesmo acontece por enquanto na esquerda, onde o PT leva jeito de vir a
encarar sua mais difícil eleição municipal desde a fundação do partido.
E os concorrentes nesse campo tampouco sinalizam um desempenho
brilhante.
E tem a novidade da proibição das coligações para vereador. O que, na
teoria, levará à multiplicação de candidatos inexpressivos a prefeito, e
portanto a mais pulverização. Só depois dos resultados é que virá, ou
começará a vir, a consolidação. O presidente da República está em situação razoavelmente confortável.
Não se prevê uma tendência plebiscitária nesta eleição. E depois dela
Jair Bolsonaro poderá fazer a tradicional colheita entre prefeitos
recém-eleitos e já com a corda das finanças no pescoço.
Mais desafiadora é a situação dos governadores, que precisam consolidar a
base municipal para tentar a reeleição ou eleger o sucessor. Vão ser entretanto favorecidos pela campanha curtíssima e pela anemia da
mobilização de rua. E serão cabos eleitorais ainda mais importantes
que de hábito. Isso embute riscos: eventuais derrotas de seus candidatos
serão em grande medida derrotas deles próprios.
O vendedor dos cruzamentos é um termômetro rápido que daria inveja a muitos especialistas
As
grandes corporações possuem departamentos de marketing, gestores de
estratégia, pensadores sofisticados que acompanham as mais recentes Ted
Talks sobre tendências estudadas em Harvard e Yale. Por vezes, imagino,
deveriam abrir mais o vidro do carro parado em um sinal na esquina das
grandes cidades do Brasil. Nonsense? O vendedor dos cruzamentos é
um termômetro rápido que causaria inveja a muitos especialistas. Ele
mede com precisão o “humor” do mercado e do consumidor. O tempo nublou?
Nuvens pesadas anunciam tormenta? Capas de plástico e guarda-chuvas
surgem nas mãos laboriosas do ambulante. Choveu e os mosquitos se
multiplicaram? Raquetes elétricas serpenteiam entre os espelhos
retrovisores. Joga o Corinthians? Preto e branco se espalham entre
bandeiras, camisetas e bolas customizadas. O homem talvez tenha time em
casa, o vendedor da rua tem público e mercado: pode estar de verde no
dia seguinte.
O dia termina e os carros voltam da sua jornada. O
ágil mercador identifica veículos dirigidos por homens. Chega e oferece
um buquê de rosas pronto e bonito. Sugere levar algo para a esposa. O
empresário pensa na boa ideia e, por amor ou culpa, compra em rápida
negociação. O tempo é curto. Não é a barganha elaborada e ritualística
de um tapete no Grande Bazar de Istambul. A leitura do rosto e da
intenção do comprador deve ser mais ágil do que o diligente turco com o
kilim nas mãos. Tudo deve ser resolvido no prazo máximo de um minuto.
Terminado o tempo, o sinal abre e o cliente foge.
Horários de
fome do meio da tarde? “Larica” espalhando sua influência na metrópole?
Surgem frutas em bandejas e até casquinhas crocantes acompanhadas de um
sorriso. Cajus enfileirados causam impacto visual. O notável é que as
comidas são oferecidas pelo mesmo ambulante que, uma hora antes,
empunhava mapas. Sim, vendem-se peças cartográficas nas esquinas!
Enrolados ou abertos, apelam a pessoas mais velhas que os usaram na
escola. Talvez aquele senhor septuagenário compre para dar ao neto.
Também provável que o adolescente presenteado agradeça com educação e
pense que tem um aplicativo mais prático no seu celular para aprender
Geografia.
Quando é seguro, deixo o vidro aberto nas esquinas.
Escuto e aprendo. Sou chamado de “doutor”, “campeão”, “grande”, “bacana”
e recebo um sorriso embebido em treino de palco urbano. Vender é
esbanjar simpatia. Frases de impacto, gestos marcados e eficazes: tudo
ajuda naquela luta instantânea. Um autônomo de farol poderia dar cursos
muito instrutivos para uma pós-graduação em técnicas de venda. Há
espaço para a criatividade empreendedora. As pessoas comuns vendem
garrafas plásticas de água. O empreendedor original se veste de garçom.
Por quê? A camisa branca, a calça preta, a gravata-borboleta e a pochete
com dinheiro trocado (ok, ninguém é perfeito) agregam rápida
identificação com uma personagem confiável. Quem faz propaganda na
televisão ou foto publicitária sabe que o consumidor necessita
identificar uma enfermeira ou professora em segundos rápidos. O
estereótipo é eficaz. O público precisa conhecer em um olhar quem é e o
que vende. A personagem vende muito mais.
Todo trabalho honesto é
digno. Eu substituí meu azedume de outrora pela tentativa de ver e
aprender. Ali andam, rápidos, seres humanos lutando para sobreviver,
como eu. Apenas algumas coisas me irritam muito: crianças usadas para
esse fim. Sabendo que somos mais simpáticos ao vendedor mirim, constato,
em pleno horário escolar, os pequenos passando entre os carros. Em
geral, mais adiante, gordos progenitores descansam sob uma sombra. Nunca
compro de menores e ainda reafirmo forte: “Você deveria estar na
escola”. Uma única vez parei o carro e fui vociferar contra um senhor
(pai?) que colocava três meninas vendendo. É perigoso fazer o que eu
fiz, mas o fato me tira do cercadinho da razão.
Há mais
ambiguidades no comércio que estou tratando além da exploração do mundo
infantil. Há produtos sem nota fiscal, contrabando frequente, controle
de qualidade inexistente, condições sanitárias claudicantes com a comida
oferecida, falta de licenças ou alvarás e uma concorrência com aquele
comerciante que, na sua loja, paga impostos altos para ter o direito que
o da rua obteve gratuitamente. A concorrência é real e marcada pela
desigualdade. A informalidade é um imperativo que deve crescer ainda
mais na crise atual. Aprendi algo novo conversando com
vendedores. Nem sempre, ao lado do seu carro, está um autônomo que vende
seus produtos. Por vezes, há um chefe por detrás dele. Alguém que tem
capital para comprar mais, organizar, trazer o vendedor e constituir um
novo tipo de empresário. Assim, sem nenhum amparo trabalhista, surgem
formas de ocupação que geram recursos para alguém bem distante daquele
sorridente ser humano ali presente.
Por fim, com suas
genialidades e ambiguidades, temos algo a aprender observando mais e
conversando mais. Independentemente de tudo, um ser humano merece sempre
nossa simpatia por estar ali, de pé, lutando. Para mim ou para você,
muitas vezes, chama-se importunação. Para ele, sempre, intitula-se
sobrevivência. Compro pouco, mas tento ver que existe alguém. Ser
invisível é um castigo enorme para quem tem pressa em comer. O farol é a
trincheira de uma guerra difícil e sorridente. É preciso ter esperança e
um pouco de empatia em momentos bicudos como o atual.
Pregar a abstinência sexual de meninas não é histeria conservadora, mas bom senso
“sexting” e “cyberbullying”
O leitor, na mídia tradicional e nas redes sociais, é o melhor
termômetro para medir a temperatura da sociedade. Tomar o seu pulso
equivale a uma pesquisa qualitativa informal. Há uma forte demanda de
pautas positivas. As pessoas estão cansadas do bombardeio politicamente
correto, da interdição do debate. Querem reflexão aberta, sem tabus
ideológicos . Escreva algo, sublinhavam alguns dos e-mails que recebi, a respeito
da desorientação da juventude. Não faço coro com os pessimistas. Meu
olhar é essencialmente positivo. Tem uma molecada fantástica,
batalhadora e idealista, fazendo muita coisa boa, sobretudo no contexto
da cultura digital. Reconheço, no entanto, que nem tudo são luzes. A tecnologia trouxe
imensos benefícios. Mas deixou os jovens mais vulneráveis. A Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP), acendeu o sinal amarelo durante o 39º
Congresso Brasileiro de Pediatria.
Termos como “sexting” e “cyberbullying” foram o foco de uma palestra
de Marco Antônio Chaves Gama, presidente do Departamento Científico de
Segurança da SBP. O “sexting”, troca de mensagens ou imagens de teor
sexual, é o campeão no universo dos adolescentes. A garotada se expõe
com facilidade através de nudes( imagens da pessoa nua) e,
ingenuamente, acredita que a pessoa do outro lado vai mantê-la consigo.
Isso normalmente não acontece. A disseminação dessas fotografias pode
causar outros dois problemas: a sextorsão e o cyberbullying. O primeiro,
explica Gama, é quando a pessoa que detém a foto passa a chantagear ou
extorquir o fotografado. Em sua apresentação, o médico destacou que esse
ciclo de abuso pode perdurar no decorrer dos anos, contribuindo, muitas
vezes, para o suicídio. Já o segundo, é a versão digital da violência,
humilhação e agressão cometida contra outra pessoa. Crianças e
adolescentes não estão preparadas para lidar com frustrações e
decepções. Isso pode levar à tristeza, à ansiedade e, em casos extremos,
ao suicídio.
A erotização descontrolada está apresentando pesada fatura. Segundo
um especialista, situações delicadas estão acontecendo com
adolescentes e são mascaradas pela tecnologia. Hiperssexualização,
cyberbullying e abusos podem passar desapercebidas pelo fato de que os
adolescentes estão o tempo todo “quietos” diante da tela. Transmitem,
assim, a impressão de que tudo está bem. Nem sempre é assim. Por dentro,
inseguros e solitários, graves problemas de ordem afetiva podem estar
fermentando e levando a situações críticas.
O problema é serio. Não é preciso ser psicólogo para que se possam
prever as distorções afetivas, psíquicas e emocionais dessa perversa
iniciação precoce.
Julgamento de hoje é visto por alguns ministros do Supremo Tribunal
Federal como termômetro para medir a temperatura do tema prisão em
segunda instância na Corte.
Entusiastas da mudança de entendimento avaliam que ambos os
assuntos se desenvolvem tendo como pano de fundo o amplo direito à
defesa. Essas pessoas enxergam no placar folgado da semana passada (7×3)
o sinal de que já há nova configuração para reverter a diferença
apertada (6×5) da prisão em segunda instância em 2016, quando o assunto
foi tratado pelo plenário. A perda de embalo da Lava Jato e o fato de o
próprio Ministério Público ter pedido a progressão de Lula para o
semiaberto, avaliam ministros, diminuem a pressão. A previsão é de que o
tema volte à pauta ainda este mês.
Reservadamente, integrantes do STF avaliam que é possível jogar a
prisão para a terceira instância, ou seja, Superior Tribunal de Justiça.
É ampla no Brasil a percepção de que agronegócio e meio ambiente não combinam
O governo Jair
Bolsonaro, especialmente o presidente, tem uma rara capacidade de ajudar
seus críticos e adversários. A mais recente demonstração é a briga de
Bolsonaro com os dados do Inpe, acusado por ele de favorecer campanhas
internacionais contra o País ao divulgar informações sobre desmatamento
obtidas por satélites. É tão ridículo quanto brigar com o termômetro ou o
barômetro. O material elaborado pelo Inpe é o resultado de
considerável esforço científico nacional e internacional em entender as
dimensões da questão – e se esse material indica que o desmatamento
persiste em proporções preocupantes, o ponto central é a incapacidade
demonstrada pelo Estado brasileiro ao longo de décadas de fazer valer
suas próprias leis. Teria sido fácil dizer isso a correspondentes
estrangeiros, não tivesse Bolsonaro permanecido preso a um (para usar a
linguagem militar) teatro secundário de operações.
Xiitas
ambientais, diz o presidente, são os responsáveis por uma enorme
campanha contra o Brasil lá fora. Por xiitas ambientais Bolsonaro
entende em parte ONGs internacionais – algumas, sem dúvida, com agenda
claramente ideológica (combater o agronegócio capitalista)e/ou
comprometidas com interesses comerciais de competidores (pela
proximidade com partidos políticos que representam segmentos eleitorais
com grande influência em governos de outros países). Sim, esse tipo de
campanha existe, e atinge parte da imprensa tradicionalmente responsável
e objetiva.
Mas, a rigor, é no Brasil mesmo que persiste há
muito tempo a ideia de que o negócio agropecuário e o meio ambiente são
grandezas irreconciliáveis. E que o lucro e a rentabilidade (a principal
razão de existir do grande negócio) seriam obtidos pela sistemática
destruição da natureza e apropriação privada de recursos divinos como a
terra. Há também um ranço clerical na noção bastante popular de que um
bem para todos não pode ser repartido entre alguns poucos. E que a
tarefa de alimentar as pessoas cabe a quem trabalha a terra com o
próprio suor, e não a entidades gananciosas que transformam centenas de
milhares de quilômetros quadrados em monoculturas destinadas à
exportação.
Em termos abrangentes, a moderna sociedade
“urbanoide” brasileira não desenvolveu em torno do produtor rural a
mesma aura positiva que se registra em países como Alemanha, França ou
Estados Unidos (nossos competidores). O imaginário da sociedade
brasileira não se alimenta de números sobre a relevante contribuição do
agronegócio para o PIB (portanto, para a economia nacional). Não dá
muita bola para coisas como inovação tecnológica – o público continua
achando, em geral, que o Brasil se tornou uma grande potência agrícola
pois tem água, terra, clima e expulsou de seus territórios os povos da
floresta junto com as árvores. Aumento de produtividade é um conceito
pouco discutido ou compreendido, aliás.
Também a representação
política desses segmentos econômicos e sociais ligados à produção
agropecuária no Brasil (fortemente regionalizados e muito distintos
entre si) é vista com desconfiança. “Bancada ruralista” costuma ser
sinônimo de um grupo de parlamentares controlados por interesses
econômicos que se dedica a acobertar crimes ambientais, arrebentar
direitos trabalhistas, abrir cofres públicos para subsídio e facilitar a
utilização de substâncias tóxicas que deixarão resíduos em alimentos.
É
secundário se os fatos objetivos da realidade suportam essa percepção
bastante difundida no Brasil. Em alguns pontos essenciais, não suportam –
ao contrário. Mas o choque de poderosas narrativas, como são as da
relação entre meio ambiente e agronegócio, se dá no palco da política,
no qual o grande determinante dos “fatos” são as percepções. Seria tão
mais fácil se o problema fossem apenas os xiitas.