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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Supremo segredo - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

A esquerda petista ficou irritada com alguns votos do ministro Zanin no STF, acusando-o de "conservador" e criticando Lula pela escolha. 
A imprensa tratou com naturalidade a revolta e a tentativa de Lula de "enquadrar" o seu escolhido e ex-advogado
É como se a politização da Corte Suprema fosse um dado natural, a coisa mais normal do mundo. Não é.
 
Como não é a reação do próprio Lula. O presidente defendeu que os votos dos ministros do STF passem a ser sigilosos e não abertos e transmitidos como ocorre atualmente. 
O questionamento à transparência do Poder Judiciário ocorreu durante a live semanal desta terça, em que o presidente ainda fez ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às pessoas de alta renda e aos militares.

O presidente disse que as decisões dos magistrados precisam ser cumpridas, mas que a forma como cada um votou não deveria ser aberta à sociedade: “A sociedade não tem que saber como é que vota o ministro da Suprema Corte. O cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou uma maioria, ninguém precisa saber quem votou. Porque cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou ressaltando que deveria se “criar um jeito” para evitar “animosidades” por causa das decisões.

É escancarar que encara o STF como uma entidade política, e não jurídica, cuja repercussão das decisões deveria ser evitada pela falta de transparência. 
O sonho de Lula era que o STF fizesse como o Congresso sob o mensalão, votando de acordo com os desejos da extrema esquerda e sem qualquer accountability perante a sociedade. 
Eis a tal democracia relativa do PT...
Nesse mundo ideal do petismo, o STF poderia "derrotar" adversários do Lula e se vangloriar disso em paz, sem qualquer cobrança, assim como poderia votar em matérias de puro ativismo, usurpando o papel do Poder Legislativo, sem que cada ministro seja denunciado publicamente por tal ingerência indevida.  
Na "democracia" lulista só não há espaço mesmo para o povo...

Esta semana mesmo o STF declarou que são constitucionais os dispositivos da Lei da Reforma Agrária que permitem a desapropriação de terras que, mesmo produtivas, não estejam "cumprindo a sua função social". A ação que questiona a norma foi apresentada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e foi julgada no plenário virtual.

O relator da ação no STF, ministro Edson Fachin, alegou que a propriedade é legitimada "pelo uso socialmente adequado".  
Fachin foi garoto-propaganda de Dilma e o responsável pela soltura e elegibilidade de Lula, num malabarismo jurídico surreal.  
No futuro imaginado por Lula, esse voto de Fachin não seria divulgado, para evitar críticas ao ministro simpatizante do MST.
 
O Brasil caminha a passos largos rumo ao abismo. 
Com raras exceções, a velha imprensa não se importa mais em fazer jornalismo para lançar luz sobre tais bizarrices. 
E Lula quer mais opacidade ainda, que é para apontar na direção da Venezuela sem qualquer reclamação da população. Tempos sombrios!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Petistas só querem narrativas sobre 8 de janeiro, não investigações - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo


O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e outras organizações sociais realizaram, nesta terça-feira (14), um protesto em frente aos escritórios dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP).

O objetivo dos atos, segundo o movimento, é defender as investigações e cobrar punição a participantes, financiadores e apoiadores do vandalismo aos prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. “Nós não aceitaremos que grupos fascistas desviem o povo brasileiro do exercício de reconstrução nacional (…) Porque chegou a hora de prestação de contas com a nossa história e agora será Sem Medo e Sem Anistia”, disse o MTST pelas redes sociais.

Outros locais em que o movimento realizou protestos foram na casa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e na sede do Banco Central no Rio de Janeiro. O que exatamente o Banco Central, que vem sendo alvo de ataques do presidente Lula, teria a ver com o 8 de janeiro permanece um total mistério! [O que a corja esquerdista quer é usar o pretexto da necessidade de  punição RIGOROSA, EXEMPLAR, aos CRIMES DE VANDALISMO havidos em 8 de janeiro, para desviar atenção da INCAPACIDADE e INCOMPETÊNCIA do atual governo em adotar medidas para resolver os reais problemas do Brasil = inflação alta e crescente + fome + criminalidade em alta + etc, etc;  
o que os esquerdistas putos  é que foi devido a necessidade de não punir movimentos criminosos tipo MST, MTST e outros da esquerda, que a Lei Antiterrorismo  não deixou, nem deixará, prosperar acusações de terrorismo contra os manifestantes pacíficos do 8 de janeiro.
(Destacamos que somos favoráveis a punições rigorosas aos ATOS DE VANDALISMO).]

Curiosamente, também, a turma do PT não quer saber de CPI para investigar os atos de vandalismo do 8 de janeiro. O senador Luis Carlos Heinze foi mais um da oposição a assinar o pedido da CPI, e comentou: "Assinei hoje o requerimento de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI – para que possamos apurar os fatos do dia 8 de janeiro. Esse é o segundo pedido nesta direção que endosso, com a diferença que a investigação de agora deve reunir deputados e senadores, promovendo mais equilíbrio entre as forças políticas. O Brasil quer saber nome e sobrenome de TODOS os responsáveis. O Brasil tem hoje quase mil presos políticos, grande parte de forma arbitrária".

Se aqueles atos de vandalismo foram mesmo a maior ameaça às instituições democráticas no Brasil e algo sem precedentes (mentira, pois a turma do próprio MST e do MTST já promoveu quebra-quebra similar), então como que a esquerda não quer uma CPI para mergulhar a fundo nessa investigação? O que temem? O que querem esconder? Por que a esquerda petista só quer investir em narrativas, mas não nas investigações de fato? [CLIQUE AQUI e conheça umas das respostas. Tem muitas outras.]


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Os dois Brasis

Direita solidamente no Sul e Centro-Oeste, esquerda definitivamente no Nordeste


Ao empurrar a eleição para dois candidatos que representam os extremos, a polarização do processo político também divide claramente o Brasil, com a esquerda cada vez mais consolidada no Nordeste (27% do total do eleitorado) e a direita impondo-se no Sul (15%), com reflexo direto na eleição para a Presidência e para os governos estaduais.
Jair Bolsonaro (PSL) disparou em todas as regiões e chega a 37% no Sul e a 36% no Centro-Oeste, dois arraigados redutos da direita. Ratinho Júnior (PSD) no Paraná, Ronaldo Caiado (DEM) em Goiás e Mauro Carlesse (PHS) em Tocantins têm forte chances de vitória para seus governos já no primeiro turno.

No Nordeste, a situação se inverte. Fernando Haddad (PT) já lidera e, apesar da crise de Dilma Rousseff, que afetou diretamente os Estados, cinco dos governadores têm grandes chances de se reeleger no primeiro turno. Três são do PT: Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI). O quarto é Flávio Dino (MA), do PCdoB. E o campeão é Renan Filho (AL), do MDB, com apoio do PT e de Lula.

Vão-se criando assim dois Brasis. Um se alinha com o discurso da bala, da segurança, da antipolítica, do antipetismo e do conservadorismo de costumes. O outro é grato às benesses sociais, suscetível às promessas populistas, desconhece a importância do equilíbrio fiscal, acha natural o aparelhamento do Estado e releva a pregação contra a corrupção.

No Sudeste, com 43% do eleitorado e as três maiores economias do País São Paulo, Rio e Minas –, Bolsonaro já atinge 30%. Com a decisão do governador Paulo Hartung de não disputar a reeleição, Renato Casagrande (PSB) pode se eleger em primeiro turno no Espírito Santo, um exemplo de gestão, mas no resto tem de tudo, inclusive surpresas.
Bolsonaro engole os vestígios de esquerda no Rio, onde Eduardo Paes (DEM) lidera para o governo, e também a hegemonia do PSDB em São Paulo, onde João Doria empata com Paulo Skaf (MDB) e Geraldo Alckmin não deslancha para a Presidência.

Outra surpresa é a divisão em Minas. O tucano Antonio Anastasia tem posição confortável para voltar ao governo e a petista Dilma está à frente para o Senado, dois anos depois do impeachment e de manter os direitos políticos graças, por exemplo, a Renan Calheiros, regiamente recompensado hoje na eleição do filho para o governo e da sua própria para o Senado em Alagoas.

Aliás, o MDB do presidente Michel Temer está bem na foto eleitoral, apesar de o partido ser um dos mais atingidos pelas prisões da Lava Jato e de Temer ser imbatível em impopularidade. Além de Renan Filho, candidato a campeão de votos no País, também Helder Barbalho pode se eleger em primeiro turno no Pará. Vem a ser filho de Jader Barbalho, outro ex-presidente do Senado bem enrolado na Justiça.

Tem-se, portanto, a direita solidamente no Sul e no Centro-Oeste e a esquerda definitivamente no populoso Nordeste, com o Norte mantendo hegemonias familiares e o Sudeste numa barafunda. A única coisa inquestionável é que Jair Bolsonaro, apesar de tudo, e de todos os riscos, lidera com folga em quatro das cinco regiões do País e nos Estados mais populosos. Isso tem cheiro de Fernando Collor em 1989, mas o PT também tem suas armas (eleitorais, frise-se).

Resta saber que tipo de movimento, ou de reação, começa a se desenhar com o manifesto de alerta de Fernando Henrique Cardoso, endossado por intelectuais tucanos. O Brasil está dividido entre a direita bolsonariana e a esquerda petista. O que isso projeta para o futuro? E vai ficar por isso mesmo? Ainda teremos muitos solavancos durante as eleições, mas principalmente depois. Apertem os cintos!

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo