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domingo, 7 de novembro de 2021

LADRÕES DO TEMPO E DO FUTURO - Percival Puggina

Ou você tem estratégia própria, ou é parte da estratégia de alguém (Alvin Tofler).

A falta de estratégia para resistência e a incapacidade de enfrentar à hegemonia instalada trouxeram a educação brasileira ao estágio atual. Só uma educação idiotizada ou moralmente ruinosa pode perder tempo com socioconstrutivismo, Paulo Freire, ideologia de gênero e formação de militantes usando para isso nosso mais precioso recurso: nossos filhos.

Ao longo dos anos colhi milhares de relatos como os que, sinteticamente, transcrevo a seguir. São professores que falam, comentando um dos tantos artigos que escrevi sobre a militância esquerdista em sala de aula.

***

(...) Tenho 42 anos, estou iniciando uma licenciatura em pedagogia e observando a ementa do curso já fiquei preocupado com a biografia esquerdizante. Durante toda minha formação fui influenciado por essa opressão. Se chegar a atuar como professor, não farei o jogo desses...

(...) Sou Pedagogo, discordo de Paulo Freire e já estou começando a sofrer represálias.?

(...) Sempre fui discriminado por não concordar com Paulo Freire. Ele nunca foi um Educador. Parabéns...

(...) Sou uma professora de Sociologia e História que não segue livros... Que não tem voz em meio a tanta doutrinação dentro da escola. Mas dou o meu recado e vou pela contramão.

(...) Experimente criticar Paulo Freire em qualquer curso de licenciatura no Brasil e você vai ser comido vivo. É absurdo como muitas pessoas engolem essa tal pedagogia crítica que de crítica só tem o nome (já que, aparentemente, não pode ser criticada).

(...) Sou historiador.... fiquei fora de instituições por sempre discordar do lixo. Não raro, os sequelados e patrulheiros levantam-se, em palestras e cursos meus, e vão embora. Meus compromissos são com a História, a seriedade, a verdade... não com besteiróis ideológicos.?

(...) Tive vários professores, aqui no interior do Amazonas, que falavam que íamos estudar, estudar, estudar para plantar mandioca na praia. Quem precisa de professores assim?

(...) Sou professor de Matemática da rede estadual. Há reuniões semanais em que tentam doutrinar os professores o tempo todo.

(...) Fiz letras e posso afirmar que não segui a profissão de professor porque odeio ver a Educação do país se deteriorando.  Eles não conseguiram me doutrinar. Tenho saudades da cartilha e da minha primeira professora, naquele tempo os alunos aprendiam de verdade.?

(...)  agora sei porque o meu projeto de pós-graduação na Federal não foi aceito. (O professor, a seguir, cita Olavo de Carvalho em crítica a Lev Vigotsky, Emilia Ferreiro e Paulo Freire): “Os responsáveis pela adoção desse sistema são diretamente culpados pelo fracasso retumbante das nossas crianças, amplamente comprovado pelos testes internacionais. Esses homens não são educadores, são criminosos."

***

É natural que professores tenham posições próprias sobre questões sociais, políticas e econômicas. O que não podem é transformar sua sala de aula em local de militância e a cátedra em torno e formão para moldar os alunos à sua imagem e semelhança. Isso não é grosseria, é imoral.

Acho que já relatei isso, mas repito aqui o convite com que me deparei, “googlando” por aí, postado por um mestrando ou doutorando na área de Matemática. Nele, a comunidade acadêmica era instada a apreciar a explanação que faria sobre a "necessidade de uma atuação dos formadores no sentido de conscientizar os futuros professores de matemática de sua tarefa como intelectuais orgânicos a serviço da construção da hegemonia dos excluídos, dos explorados em geral”. Baboseira gramscista para professores de Matemática, em péssimo português.

Alunos, pais, legisladores e professores precisam se preparar para enfrentar a militância que, pilotando salas de aula, rouba o tempo e o futuro dos alunos.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

A falta que nos faz um Macron

Não tem Lava-Jato na França, mas há uma clara rejeição à roubalheira, aos privilégios e ao modo de ser dos políticos

Em abril de 2016, Emmanuel Macron, então ministro da Economia da França, fundou um novo partido, o Em Marcha. Apenas 13 meses depois, elegeu-se presidente do país. E no próximo domingo, no segundo turno das eleições legislativas, seu partido deve conseguir mais de 400 cadeiras, uma maioria inédita na Assembleia Nacional, que tem 577 deputados.  E tudo isso sem um pingo de populismo. Ao contrário, marcou claras posições nos temas considerados mais delicados. No último debate da campanha presidencial, o moderador perguntou aos candidatos: qual sua posição em relação à Previdência?
Respondeu primeiro Marine Le Pen, da extrema-direita: “Vou reduzir a idade mínima de aposentadoria de 63 para 60 anos”.  Macron não se assustou. Não apenas disse que manteria os 63 anos, como afirmou que essa idade seria progressivamente elevada, conforme as taxas de envelhecimento da população.
Ganhou com 66% dos votos.

No discurso de posse, confirmou sua agenda definida como “radical de centro”: reformas da Previdência e da legislação trabalhista, maior rigor e restrição na concessão de seguro-desemprego, tornar o ambiente de negócios mais amigável para os empreendedores e privatizações.  Começou, aliás, por preparar a privatização dos aeroportos, da Infraero lá deles. Por aqui, o leitor e a leitora já percebem por que estamos falando disso. Há muitas lições para o Brasil vindas da França de hoje.

Antes de fundar seu partido, Macron cabia bem na definição de capitalista, humanista e tecnocrata. Tinha sido banqueiro (sócio no Rotschild), com formação de filósofo, administrador e economista. Chegou ao Ministério da Economia (do governo de François Hollande) sem nunca ter disputado uma eleição.  Deixou o governo quando confirmou que a velha política era velha mesmo, incapaz da mudança de rumos de que a França precisava.

Desde o início dos anos 2000, as lideranças políticas e sociais debatem sobre como tirar a França da armadilha do baixo crescimento, desemprego alto e perda de investimentos. Perda para a Alemanha, por exemplo, que fez as reformas em 2002 — essas agora encaminhadas por Macron.  Por aí se vê que, embora tenha estado na velha política, Macron representou o novo na economia e na política.

Sabem como o Em Marcha escolheu candidatos para as eleições legislativas? Abriu inscrições pelo site. Mais de 19 mil franceses se inscreveram, em igualdade de condições. Quer dizer, o fato de ser deputado ou vereador não fazia diferença.  Feita a seleção interna, o partido apresentou 525 candidatos, dos quais 251 nunca haviam disputado uma eleição. O primeiro turno foi domingo passado. O Em Marcha venceu de lavada, e as projeções indicam que pode levar mais de 400 cadeiras no segundo turno, domingo que vem.

Os dois partidos tradicionais, que vinham se alternando no governo, o Socialista e o Republicano, estão sendo arrasados. Idem para os partidos extremistas à esquerda e à direita. Aqui, a velha política é arrasada pela corrupção. Não tem Lava-Jato na França, mas há uma clara rejeição à roubalheira, aos privilégios e ao modo de ser dos políticos. Por exemplo, o candidato favorito pelas pesquisas era o conservador François Fillon, considerado um quadro sério. Despencou quando se revelou que ele empregava mulher e filho em seu gabinete de deputado, sendo que uma e outro nunca eram encontrados no local de trabalho.

Fillon ainda tentou explicar. Disse que sua mulher corrigia seus discursos. Não colou, claro.
Temos muitos Fillons por aqui. E gente pior.  Onde estará nosso Macron?  Aos pretendentes, a agenda apresentada pelo francês é muito clara. Trata-se de uma verdadeira revolução democrática. O candidato deve ser conservador em matéria de economia equilíbrio das contas públicas, redução do tamanho do Estado, simplificação e redução da carga tributária, além das reformas. Em resumo, livre mercado e globalização — um sistema no qual a competição e a eficiência valham mais que as relações de bastidores com os governantes e seus partidos.

No social, a agenda é progressista: pelo amplo direito de aborto; casamento é união entre duas pessoas, sejam de sexos diferentes ou do mesmo; pelos direitos LGBT; as famílias mudam ao longo da vida; os imigrantes são bem-vindos. [em termos econômicos Macron tem um excelente programa - alguns itens estão entre os que Temer pretende realizar, se deixarem; 
já no aspecto social seu programa é uma porcaria, uma droga, uma m ...; deve ser combatido e rejeitado com rigor. Pretende começar pelo assassinato de seres humanos inocentes e indefesos, destruir a FAMÍLIA e imigração livre, mesmo que isso prejudique aos nascidos na França.] 

Em resumo, nosso Macron não pode ser uma pessoa alheia à política atual, mas precisa ser capaz de separar-se dela e ser franco em relação à sua agenda. E, claro, fora da Lava-Jato.
Conhecem alguém? [felizmente nas eleições 2018 o Brasil terá o seu Macron, sem os defeitos que o da França possui na agenda social.]

Fonte: O Globo - Carlos Alberto Sardenberg, jornalista