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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

A Constituição de nariz quebrado - Percival Puggina

"Crês que a oposição vai derrotar a esquerda com discurso sobre ética? Com teses sobre o Brasil? 
Com visão de história? 
Com críticas construtivas? 
Papo furado, cara!". Meu amigo continuou a descrever suas observações:  "O PT começa a trabalhar o eleitor desde que ele entra na estufa da maternidade. Lá já tem uma atendente criticando "o sistema". 
 
Essa conversa aconteceu em algum momento do final do governo Dilma I e, no fundo, as coisas ainda estão muito parecidas com isso. 
A apropriação das mentes começa cedo e passa pelas experiências coletivistas do maternal. 
Engrossa nos cursos fundamental e médio quando o sistema cai nas mãos dos pedagogos marxistas, dos discípulos de Paulo Freire, do politicamente correto e dos “coletivos” étnicos ou identitários. 
Vai promovendo a relativização da verdade e do bem, a tolerância com tudo que está errado e a intolerância para com quem se atreve a apontar quaisquer erros na ortodoxia esquerdista
E vai adiante com o controle dos sindicatos, dos fundos de pensão (oba!), dos movimentos sociais, de uma constelação de ONGs (oba!), dos cursos de graduação e de pós, das carreiras jurídicas, dos seminários e cursos de teologia, da CNBB, da Globo, da cozinha dos jornais, do escambau
Se o convidarem para um Clube do Bolinha, leitor, em seguida você descobrirá que o Bolinha que manda é companheiro.

Quando eu estava desfiando a lista, meu amigo perguntou: "Os sindicatos a que te referes são de trabalhadores ou patronais?", ao que eu esclareci - "De trabalhadores, claro". Mas ele me advertiu que também as organizações patronais se aparelham quando o partido assume o controle do Tesouro e do BNDES. Imagine o leitor: temos no Brasil empresários tão petistas quanto seus operários. E arrematou: "Por motivações opostas".

Ninguém pode acusar o PT e sua parceria esquerdista, quando fora do governo (de qualquer governo), de fazerem oposição cordial, bem educada, respeitosa, construtiva. 
Como o boxeador martela o fígado do adversário, sistematicamente eles cuidam de desfigurar a imagem do opositor. Nariz, lábio, supercílio, orelha. Vencido o pleito, ocupada a cadeira, o que passam a cobrar de seus opositores? Colaboração e fidalguias. Talquinho e perfume. 
E até a pequena oposição que no Congresso Nacional resiste às tentações inerentes ao cabaré do Erário passa a ser acusada de radicalização e impertinência, polarização (!) e discurso de ódio.

Aqui, desde meu ponto de vista, o nariz quebrado que vejo é o da Constituição, o supercílio aberto é o do Estado de Direito, o lábio esmigalhado é o da liberdade de expressão e a orelha rasgada é a do direito à informação e do respeito à intimidade da vida privada.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

sábado, 9 de dezembro de 2023

Em defesa das escolas cívico-militares - Percival Puggina

         Como era e se esperar, as escolas cívico-militares estão sendo atacadas por várias frentes. Sou inteiramente a favor delas!  
E não é por serem “cívicas”, nem por serem “militares”. 
Eu as quero em todo o país, no maior número possível, simplesmente porque funcionam muito melhor do que as outras
E os motivos são óbvios.
 
A educação brasileira é um fiasco! E uma tragédia social. Entre os 65 países avaliados pelo PISA ficamos na posição 54.  
E não é diferente no levantamento mais amplo do World Population Review (posição 90º entre 185 países) ou nas análises da OCDE. 
Nem nas tantas avaliações internas, como as do Ideb, do Enade ou no que se percebe nas provas do ENEM. Ainda temos 10 milhões de analfabetos e quase 30% de analfabetos funcionais com severas dificuldades para entender o que leem ou perante qualquer problema matemático que vá além das quatro operações.
 
O incrível disso é não se perceber reação dos setores envolvidos na operação do sistema. [fácil entender a falta de reação = entre as sumidades em NADA escolhidas pelo presidente 'da Silva' temos o ministro da Educação, petista, que se enrola nas quatro operações. CONFIRA: Ministro da Educação - petista = pt, perda total - erra contas; sua professora foi a Dilma.]
 
 
Por quê? Pergunte isso a Paulo Freire e aos pedagogos paulofreireanos! 
 No entanto, faça a pergunta ciente de que vão enrolar na resposta porque apresentarão o responsável bem distante, fora da cadeia produtiva da Educação. 
Será o capitalismo, será o mercado e será o Governo, sempre que o governo não for petista.

O problema, no entanto, é político e ideológico. Ressalvadas as exceções, as salas de aula foram invadidas por professores que não ensinam e estudantes que não estudam. “Passam” de ano mesmo que não tenham aprendido coisa alguma porque o objetivo do sistema é preparar militantes motivados para combater qualquer coisa que não tenha sido canonizada pela esquerda.

Um sistema assim só pode dar às Escolas Cívico-Militares o mesmo tiro na nuca que dão no homeschooling e em qualquer iniciativa que lhe suprima uma vítima sequer.

Em resumo: contra as Escolas Cívico-Militares operam os defensores das Escolas Político-Ideológicas, moldadas pela pedagogia paulofreireana. Essa pedagogia está alinhada com os objetivos políticos, a visão de mundo, o marxismo e as referências políticas que Paulo Freire encontrou entre os grandes ditadores comunistas de seu tempo e é, hoje, abraçada por seus continuadores.

Cabe às comunidades proteger sua juventude dos fazedores de cabeças e promover uma educação que cultive hábitos de estudo e favoreça o desenvolvimento de talentos.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

domingo, 29 de outubro de 2023

O preço da omissão - Percival Puggina

        Faça o teste: pense em um bem não material pelo qual você tenha apreço e verifique se ele não é combatido por esquerdistas e comunistas, ou seja, por gente de mentalidade revolucionária que se diz “progressista”. Depois, pense em algo útil à ascensão social dos mais necessitados e me diga: as mesmas facções políticas que combatem seus valores e seus bens culturais e espirituais, não atacam tudo que proporciona prosperidade material e desenvolvimento social – liberdade, empreendedorismo, combate às drogas e à criminalidade, abertura de horizontes?

Você sempre os verá em salas de aula à moda Paulo Freire, olhos postos no coletivo, na instrução de militantes da classe ou da causa, sejam elas quais forem. Por isso, o Programa Nacional de Educação está convocando para 28 a 30 de janeiro, em Brasília, a conferência “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da Educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.

Fala sério! “Política de Estado”? “Justiça social”? “Desenvolvimento socioambiental”? E as nossas crianças e jovens? E sua formação? 
E o desenvolvimento proveitoso das potencialidades individuais para o bem deles mesmos, de suas comunidades e do país? 
Perceberam o quanto isso é atirar o futuro aos cães, para colocar todo o aparelho educacional a serviço do palavrório ideológico e dos interesses de um partido político e seus anexos? 
Quanto isso é igual ao que acontece em Cuba!

Platão dizia que a mentira é mãe de todos os vícios, mas deveria abrir espaço para apontar a omissão dos cidadãos como vício da tolerância perante os males proporcionados pelo Estado.

Pensando sobre o tamanho de nossa omissão, dei-me conta, outro dia, de ser ela uma das causas para que tantos congressistas, uma vez eleitos, saltem olimpicamente sobre os compromissos assumidos perante os eleitores e se bandeiem para a porta do Tesouro Nacional. Representantes de eleitores omissos, omissos serão, ora essa!

O Brasil tem 150 milhões de eleitores. 
Mesmo em nossas mais impressionantes manifestações levadas a cabo entre 2019 e 2022, quando cerca de seis milhões de cidadãos saíram às ruas e praças do país, 144 milhões assumiram que aquilo não lhes dizia respeito. 
Para cada patriota de verde e amarelo, outros 96 ficaram em casa assistindo futebol. 
No pleito de 30 de outubro do ano passado, 32 milhões de eleitores se abstiveram, 3,9 milhões anularam o voto e 1,7 milhão votou em branco.

A inércia que observamos no Congresso não é diferente da que vejo na sociedade. Por isso, a tarefa mais urgente das organizações liberais e conservadoras em formação no país deve ser a conscientização sobre as sinistras evidências dos males em curso. E a definição, em cada comunidade, das formas legítimas de ação social, política e cultural.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

sábado, 7 de maio de 2022

DISCURSO DE ÓDIO E O “BEM EDUCADINHO”... - Adriano Alves-Marreiros

São Tomás de Aquino definia a amizade como querer as mesmas coisas e rejeitar as mesmas coisas. Você só é amigo das pessoas que estão indo para o mesmo lugar, que têm os mesmos valores que você (...)

Olavo de Carvalho: Filósofo Brasileiro

O grande e saudoso Filósofo Olavo (com F maiúsculo, de filósofo de verdade, que não precisa de canudo, que não odeia a classe média, que não vê lógica em assalto e que não escreve de forma chata e confusa) já dizia da tolice de ser pacifista ou belicista por princípio: é o inimigo que vai definir o que você vai ser...

Inimigo sim!  Você já deixou a idade de repetir, feito um pateta, que você não tem inimigos...  Cresça!!!  Você tem sim, queira ou não, saiba ou não...  E tem muitos...

Aliás, é sempre tolo ou mal intencionado aquele que confunde a ira justa, a ira santa, com ódio...

Normalmente, essa galera não gosta de comentar a ira santa e justa de Jesus ao expulsar os vendilhões do templo
Você acha mesmo que se ele falasse baixo e de forma educada ele resolveria aquela profanação? 

E você diria que Cristo era uma pessoa do mal e cheia de ódio quando se referia a fariseus hipócritas como “raça de víboras”, que expressava exatamente o que eram? Ou que merecia ser preso por incitar uma rebelião ao dizer que Eu não vim pra vos trazer a paz, mas sim a espada...”, aquele trecho do Sermão da Montanha que os “bonzinhos” não gostam que seja mencionado...

E mesmo após colocarem tanto nas redes, você nunca parou para refletir sobre o post que, expressando a sabedoria popular, e compreendendo o Altíssimo, explica que os Arcanjos usam espadas porque não se combate o mal com pacifismo?

E tem também mais uma do Professor Olavo que disse que “Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira!.  Claro que é!!!  Permite que ela progrida progressivamente de forma “progressista” para que se censure e proíba a verdade e se transformem mentiras em verdades oficiais cuja negação é punida com penas terríveis, nunca aplicadas aos verdadeiros crimes...

Então você acha mesmo que eu, menor que todos os citados, eu que devo me espelhar em cada um deles, sejam divinos ou pecadores, eu que preciso buscar evolução, eu que preciso me aperfeiçoar na Fé, na Esperança e no Amor, devo – quando ouço as serpentes sibilarem o mal, quando vejo seus seguidores tolos ou mal intencionados espalharem o mal –  e irei ficar calado e omisso para demonstrar que sou “educado”?

Se isso é educação, deve ser a tal da qual Paulo Freire foi feito patrono...  Que o Senhor me poupe de ser esse tipo de “bem educado”...

DEUS MEUMQUE JUS

 P.S.  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados.

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

Publicado originalmente no excelente portal Tribuna Diária

 Adriano Alves-Marreiros, que muitos consideram mal educado nas poucas vezes que ele acerta.


 

sexta-feira, 25 de março de 2022

As injustas demonizações da teologia da libertação e de Paulo Freire - Sérgio Alves de Oliveira

Na primeira metade dos anos 70 (setenta) tive contatos de perto  com alguns adeptos da TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, ideia nascida na América Latina após o  “Concílio Vaticano II” e  Conferência de Medellín”, em 1971, com base no princípio do Evangelho ,que preconiza  preferência pelos  pobres.  

Seu foco principal está na interpretação dos ensinamentos de Jesus Cristo  para uma libertação de injustas condições sociais ,econômicas e políticas, mediante uma “reinterpretação analítica” da fé cristã. Mas seus adversários acusam-na de vinculação ao marxismo. Mas não é verdade. Ao menos lá na ORIGEM.            

Mas hoje  é, especialmente  no Brasil, em virtude da deterioração local da Teologia da Libertação, protagonizada pelos seus líderes, que resolveram formar consórcio com a pior escória política do  pais, a  esquerda.

Cursava eu  um pós-graduação em sociologia na PUC/RS.  Esse período coincidia com o  Regime Militar instalado no país  a partir de março de 1964. Era, portanto, um “prato cheio” , inclusive para quem quisesse obter subsídios para criticar ou enfrentar o Regime Militar ,moralizador, e e mais  tantas outras qualidades.

Os tais “teólogos da libertação” eram o “chodó” do curso. Dentre eles os preferidos  eram o  teólogo/padre peruano Gustavo Gutièrrez, autor de “Teologia da Libertação”, considerado o grande impulsionador da doutrina ,e os brasileiros  Padre Leonardo Boff e Frei Betto, dentre outros. Mas a Teologia da Libertação acabou tendo  alguns revezes na Santa Sé  e foi condenada nos Pontificados de João Paulo II e Bento XVI,  pela Congregação para a Doutrina da Fé, de 1984 e 1986.

Coincidentemente ao impulso dado à Teologia da Libertação, também tinham grande sucesso  nas aéreas das ciências humanas  e sociais da PUC da época, os polêmicos livros  escritos  pelo filósofo e pedagogo brasileiro PAULO FREIRE, que na época  estava exilado no Chile.

Pelas interpretações  que fiz na época , enxerguei grande afinidade entre  as obras de Paulo Freire (“Pedagogia do Oprimido” e “Educação como Prática da Liberdade” ),e a Teologia da Libertação.  A única grande diferença “libertadora” que havia entre uma doutrina e outra é que a primeira tinha “Deus” como centro, e a segunda não, tinha como centro a potencialidade do homem em si mesmo. Mas não procedem as falsas insinuações que andam por aí que essas obras estariam dando algum incentivo ao marxismo ou a quaisquer outras teorias socialistas ou comunistas. Essas “interpretações” equivocadas foram feitas pelas esquerdas , para fins de fazer “média” e “somar forças” . E também pela direita “burra” e mal-intencionada, que considera “comunismo” qualquer tentativa de  ajudar a libertação dos pobres por intermédio dos seus próprios méritos e esforços.

Mas com o passar do tempo essas interpretações, que antes não eram verdadeiras, parcialmente  passaram a sê-lo. No caso do Brasil, por exemplo, os ideólogos da Teologia da Libertação antes citados (Leonardo Boff e Frei Betto), se ligaram a partidos políticos declaradamente de esquerda e corruptos, como é o caso do PT, apesar de ser  de uma esquerda “tosca”,”primária”,”vulgar”, de “primatas”, e de ter emprestado a sua sigla como chave  para seus membros assaltarem os cofres públicos em dimensão  nunca vista na história política do Brasil, calculando-se tenham roubado cerca de 10 trilhões de reais

Esse procedimento estaria tendo cobertura da “Teologia da Libertação” ? “Libertação” de quem ? Como poderiam “teólogos da libertação” apoiarem descaradamente ladrões que roubam uma sociedade inteira? Leonardo Boff e Frei Betto se atiraram de corpo e alma na sigla  PT, e misturaram com ela os princípios de uma “teologia da libertação” muito esquisita e interesseira. Desmoralizaram-na, em síntese.  
O PT,  como qualquer outro ladrão, tem mais a ver com o diabo do que com Deus. Que “teologia” é essa então?  Na versão brasileira, a Teologia da Libertação não ficaria mais verdadeira se chamada  “diabologia da libertação”?

Mas também vejo nessa adesão interesseira dos corruptos à Teologia da Libertação uma motivação derivada do envelhecimento dos líderes da TL, sem renovação dos seus quadros, portanto, uma espécie de “estado de necessidade”. Tanto isso é verdade que resolveram aderir de corpo e alma aos diversos encontros  do “Foro Social Mundial”, iniciado em Porto Alegre, durante a gestão do PT, prosseguindo com eventos anuais em outras partes  do mundo. Mas o “Forum Social Mundial” sempre levou de “arrasto”  a Teologia  da Libertação. Interessante,não?

Mas o que eu acho mais  engraçado em tudo isso  é que a esquerda brasileira resolveu levantar um altar para Paulo Freire. E a direita passou a demonizá-lo.  Só que  essa esquerda  não chegou a apreender que ninguém mais do que Paulo Freire  censurou com tanto rigor o ASSISTENCIALISMO, a esmola, que ele considerava a negação do ser humano, e que tem sido a base do sucesso eleitoral da esquerda e a sua principal política.                                                                                                    

E o que é a tal “bolsa família”? Porventura isso não se resumiria em “moeda de compra” de votos ?  Em “dar” o pão , e não a  “ensinar” a fazer o pão?  Essa prática antes    ocorrera  na Roma Antiga, onde os tiranos   acomodavam o povo dando-lhe só  pão e circo. E aqui o “pão e circo” se dá na versão do “bolsa família”, ”futebol” e “carnaval”. Tudo a mesma coisa.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 


domingo, 7 de novembro de 2021

LADRÕES DO TEMPO E DO FUTURO - Percival Puggina

Ou você tem estratégia própria, ou é parte da estratégia de alguém (Alvin Tofler).

A falta de estratégia para resistência e a incapacidade de enfrentar à hegemonia instalada trouxeram a educação brasileira ao estágio atual. Só uma educação idiotizada ou moralmente ruinosa pode perder tempo com socioconstrutivismo, Paulo Freire, ideologia de gênero e formação de militantes usando para isso nosso mais precioso recurso: nossos filhos.

Ao longo dos anos colhi milhares de relatos como os que, sinteticamente, transcrevo a seguir. São professores que falam, comentando um dos tantos artigos que escrevi sobre a militância esquerdista em sala de aula.

***

(...) Tenho 42 anos, estou iniciando uma licenciatura em pedagogia e observando a ementa do curso já fiquei preocupado com a biografia esquerdizante. Durante toda minha formação fui influenciado por essa opressão. Se chegar a atuar como professor, não farei o jogo desses...

(...) Sou Pedagogo, discordo de Paulo Freire e já estou começando a sofrer represálias.?

(...) Sempre fui discriminado por não concordar com Paulo Freire. Ele nunca foi um Educador. Parabéns...

(...) Sou uma professora de Sociologia e História que não segue livros... Que não tem voz em meio a tanta doutrinação dentro da escola. Mas dou o meu recado e vou pela contramão.

(...) Experimente criticar Paulo Freire em qualquer curso de licenciatura no Brasil e você vai ser comido vivo. É absurdo como muitas pessoas engolem essa tal pedagogia crítica que de crítica só tem o nome (já que, aparentemente, não pode ser criticada).

(...) Sou historiador.... fiquei fora de instituições por sempre discordar do lixo. Não raro, os sequelados e patrulheiros levantam-se, em palestras e cursos meus, e vão embora. Meus compromissos são com a História, a seriedade, a verdade... não com besteiróis ideológicos.?

(...) Tive vários professores, aqui no interior do Amazonas, que falavam que íamos estudar, estudar, estudar para plantar mandioca na praia. Quem precisa de professores assim?

(...) Sou professor de Matemática da rede estadual. Há reuniões semanais em que tentam doutrinar os professores o tempo todo.

(...) Fiz letras e posso afirmar que não segui a profissão de professor porque odeio ver a Educação do país se deteriorando.  Eles não conseguiram me doutrinar. Tenho saudades da cartilha e da minha primeira professora, naquele tempo os alunos aprendiam de verdade.?

(...)  agora sei porque o meu projeto de pós-graduação na Federal não foi aceito. (O professor, a seguir, cita Olavo de Carvalho em crítica a Lev Vigotsky, Emilia Ferreiro e Paulo Freire): “Os responsáveis pela adoção desse sistema são diretamente culpados pelo fracasso retumbante das nossas crianças, amplamente comprovado pelos testes internacionais. Esses homens não são educadores, são criminosos."

***

É natural que professores tenham posições próprias sobre questões sociais, políticas e econômicas. O que não podem é transformar sua sala de aula em local de militância e a cátedra em torno e formão para moldar os alunos à sua imagem e semelhança. Isso não é grosseria, é imoral.

Acho que já relatei isso, mas repito aqui o convite com que me deparei, “googlando” por aí, postado por um mestrando ou doutorando na área de Matemática. Nele, a comunidade acadêmica era instada a apreciar a explanação que faria sobre a "necessidade de uma atuação dos formadores no sentido de conscientizar os futuros professores de matemática de sua tarefa como intelectuais orgânicos a serviço da construção da hegemonia dos excluídos, dos explorados em geral”. Baboseira gramscista para professores de Matemática, em péssimo português.

Alunos, pais, legisladores e professores precisam se preparar para enfrentar a militância que, pilotando salas de aula, rouba o tempo e o futuro dos alunos.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 25 de setembro de 2021

Método de Paulo Freire não é uma proposta de ensino, é um manifesto político do começo ao fim - J. R. Guzzo

JovemPan

Metodologia criada por ele não se destina a ensinar os alunos a ler, escrever ou contar, seu objetivo é formar servidores obedientes à ‘ditadura popular-proletária-camponesa’ que existe nos desejos do autor

A esquerda nacional tentou com grande empenho nos últimos dias, embora com bem pouco sucesso de público, ressuscitar para o Brasil de 2021 um desses ídolos culturais, mais um, que ela fabrica regularmente de tempos em tempos e exige que sejam venerados pelo país inteiro como se fossem os Doze Apóstolos, ou a Santíssima Trindade, ou ambos ao mesmo tempo. Nunca importa, realmente, o que o sujeito fez – sua obra, seu talento ou os resultados concretos da sua atividade. Só interessa, para os agentes culturais do “campo progressista”, a devoção à figura escolhida para o papel de santo. É como na religião, e como em quase tudo o que a esquerda promove. Não pergunte nada; ajoelhe-se e reze. Nessa balada, vão socando em cima do público, com embalagem de herói, as figuras criadas por sua imaginação. A levar a sério o que sai na mídia, nas classes intelectuais e nos “projetos de luta” de ONGs à caça de verbas, são grandes vultos da nossa história. Vai se ver de perto e é tudo uísque paraguaio.

Você está cansado de saber quem são eles todos, pois os comandantes da nossa cultura vêm enfiando o nome de cada um na sua cabeça desde o curso primário Oscar Niemeyer, o geógrafo Milton Santos, Zumbi dos Palmares e mais do mesmo. Na ofensiva feita agora, o escolhido foi o professor Paulo Freire; decidiram que o Brasil todo teria de prestar homenagem a ele pelo centenário do seu nascimento. O retratinho de Freire apareceu na página de abertura do Google. Uma juíza do Rio de Janeiro proibiu que fossem feitos “atentados contra a dignidade” do professor – pelo que deu para entender, é ilegal discordar do seu “método” de educação, embora a Constituição Federal permita, ao que parece, a exposição de mais de uma ideia sobre o tema. Os “formadores de opinião” lotaram as redes sociais e as mesas-redondas de televisão com uma maciça ofensiva de cânticos em louvor a Freire.  

Em nenhum momento ficou claro por que, em termos práticos, ele deveria ser louvado – o que, no fim das contas, o homem fez de útil para a educação brasileira, ou para qualquer outra coisa? Nada que alguém tenha conseguido saber até hoje. Mas, como acontece com todos os heróis da esquerda nacional, isso é um detalhezinho à toa; basta dizer que o sujeito é um dos educadores “mais importantes” do país, e mesmo do mundo, e pronto. Importante por quê? Não interessa.

Paulo Freire, segundo o evangelho da esquerda brasileira, é um educador essencial para a alfabetização e para os demais campos da atividade didática neste país. De acordo com os nossos arquiduques culturais, ele criou um “método” de educação – o “método Paulo Freire” que, por aquilo que nos dizem, é o mais decisivo avanço da cultura humana desde a invenção da escrita. Quando se olha a coisa de perto, porém, não é nada disso. O método de Freire, na verdade, não é uma proposta de ensino – é um manifesto político do começo ao fim
 
Não se destina, não para valer, a transmitir aos estudantes, de alguma forma mais eficiente que outras, conhecimentos de português básico, de ciência ou das quatro operações matemáticas; serve apenas para socar na cabeça das crianças e adolescentes as crenças políticas do autor. Não é preciso ser nenhum Sherlock Holmes para descobrir, em 30 segundos, que crenças são essas – as que pregam um mundo coletivista, com o Estado mandando em tudo, e mais todo o bonde das invenções tidas como “socialistas” ou “comunistas”. Os professores, por essa visão, não têm de ensinar nada; devem ser “agentes de transformação política”. O “método Paulo Freire” não se destina a ensinar os alunos a ler, escrever ou contar. Seu objetivo é formar servidores obedientes à “ditadura popular-proletária-“camponesa”-etc. que existe no mundo mental e nos desejos do autor. É um mundo em que Che Guevara é citado como “exemplo de amor” e a família é descrita como um sistema de “opressão”.

Paulo Freire não faz parte das possibilidades de solução para problema algum

O “método Paulo Freire” jamais foi adotado por nenhum país desenvolvido, ou que tenha um mínimo de sucesso no seu sistema educacional. 
Serve para um país pobre, então? 
Menos ainda – com esses é que não funciona mesmo. É muito significativo que o Brasil, um dos países mais atrasados do mundo em sua educação pública, seja também o que concentra o maior número, ou a quase totalidade, dos admiradores do método. (É claro que todos eles, através dos sindicatos de professores, foram os defensores mais extremados do fechamento das escolas brasileiras durante mais de um ano, por conta da Covid. Querem o “método Paulo Freire”. Mas não querem dar aula.)  
 
O fato, no fim de todas as contas, é que se trata de um mecanismo desenhado, nos seus mínimos detalhes, para dar errado a cada vez que alguém tenta aplicar alguma coisa que se prescreve ali. Freire chamava suas propostas de “pedagogia do oprimido”. Com certeza, na vida como ela é, tornou-se a pedagogia do fracasso. Como diria Theodore Dalrymple: se dessem a Paulo Freire, ou aos educadores brasileiros de esquerda, a administração do Oceano Pacífico, no dia seguinte já iria estar faltando água salgada no mundo. 
 
Como em todos os casos dessa família, o grande ou o único argumento de defesa do universo intelectual brasileiro é dizer que fulano ou sicrano “desfrutam de reconhecimento internacional”. E daí? Nada é mais barato, hoje em dia, do que ter reconhecimento internacional. O único argumento que realmente interessa, em toda essa discussão, são os resultados concretos – e os resultados concretos do “método” são um triplo zero. Paulo Freire não faz parte das possibilidades de solução para problema algum. Faz parte, isso sim, da tragédia permanente da educação no Brasil.
 
 J. R. Guzzo, colunista - JovemPan

OS VERDADEIROS TERRAPLANISTAS - Percival Puggina

A linha de frente do atraso é formada por aqueles que cultuam, entre nós, as ideias mais erradas que a humanidade produziu. Ouvi-los e lê-los permite prever o que acontecerá quando aberta a porta para desembarque no mundo com que sonham: as mentes intoxicadas, a dependência psicológica dos erros, o totalitarismo e o precipício.

Há ideias políticas que são, mesmo, como as drogas. Afetam o usuário, comprometem seu ambiente e estragam vidas. Algumas têm efeito cumulativo e causam danos generalizados. Vivemos tempos em que pais e mães, educadores, religiosos, formadores de opinião deveriam estar atentos em relação a conteúdos tão em voga no mundo aparentemente inocente das ideias.

Exemplifico. Certa feita, enquanto frequentava aulas de Teologia numa universidade católica, um douto amigo surpreendeu-se com a permanente utilização pelo professor, não por acaso um religioso, de farto material didático de extração marxista e de análise marxista em suas dissertações à turma. Tão monocórdio conteúdo levou o aluno a interpelá-lo: "Professor, por que o senhor apela tanto para a doutrina marxista em suas aulas?".  Conta ele que o sujeito olhou-o detidamente, como que surpreso com a indagação, pensou um pouco e o desafiou: "Quem eu usaria, em lugar de Marx?". Diante da turma em expectante silêncio, meu amigo retrucou: "Professor! O senhor percebe que usou as palavras de Pedro para Jesus? ‘Mestre, a quem iremos?’ –. O senhor acabou de revelar a quem vai sua fidelidade, professor!".

O marxismo é uma dessas drogas servidas por terraplanistas ideológicos em repetidas doses como suplemento alimentar das mentes. É ele, e só ele, que justifica o culto aos disparates pedagógicos de Paulo Freire. Outra droga sustenta não existir uma "lei natural" decorrente da natureza humana. O combate debochado aos bons princípios e valores vem dessa negação. O terraplanismo filosófico leva ao relativismo moral e à desordem em que vivemos.

Segundo o relativismo moral, nada se deduz daquilo que somos em relação ao que devemos ser.  
Será que os bons pais e mães que me leem concordarão com isso ao meditarem sobre suas funções paternais? 
Esse mal ataca e prospera, levando à letargia das consciências. Droga desastrosa e de fácil acesso.

Terrível terraplanismo filosófico!

Se não existirem normas que se possam extrair da natureza do ser humano, tudo será segundo a vontade dos príncipes, sem que haja qualquer sentido em interrogá-los sobre seus fundamentos morais.

É por isso que o STF e o Congresso têm feito muito do que fazem.

Ao transferirmos para o Estado a edição e administração de uma errática lei moral, renunciamos ao tesouro da Lei Natural. Vale dizer: abdicamos a muito de nossa essência humana e transformamos o Estado em poderoso "educador moral", coisa que ele, como não cansa de nos demonstrar, tem nenhuma condição de ser. É o que está acontecendo no Brasil e foi contra isso, à beira do precipício, que nos insurgimos em 2018.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 21 de junho de 2021

UM PERIGO RONDA O BRASIL - Percival Puggina

Há um humor paradoxal e trágico no fato de que a maior opressão incidente sobre a juventude brasileira provenha de um modo de ver a Educação que joga incenso e canoniza  em papers acadêmicos o autor da  Pedagogia do Oprimido. Em torno dele se desenvolveu uma fé religiosa que resiste a toda evidência em contrário, como se pudesse ser boa a árvore que dá tão maus frutos.

Não estou falando de futilidades, mas do dano que vem sendo causado a pelo menos duas gerações de brasileiros. Trato de algo que, presentemente e em números redondos, afeta 48 milhões de crianças e adolescentes brasileiros matriculados do ensino infantil ao médio. E, com talvez ainda maior intensidade, aos 9 milhões de estudantes matriculados no ensino superior. A principal riqueza potencial do Brasil – sua juventude – está submetida à influência de uma pedagogia marxista que começa com a dialética chã e elementar “oprimido x opressor” de Paulo Freire e ganha abrangência, entre outros, com Lukács, Foucault, Derrida, Laclau, Althusser. Enquanto o desastre ganha vulto, autores conservadores e liberais são velados em silêncio na voz de professores e cantos empoeirados das bibliotecas.

Referida ao sistema educacional brasileiro, qualidade deixa de ser um objetivo a alcançar para se converter num adjetivo despido de fundamento, para uso num ambiente cada vez mais fechado em si mesmo por mecanismo de autopreservação.

Resultado? Apenas duas das 198 universidades brasileiras estão entre as 300 melhores do mundo. Resultado? Segundo o último Pisa, as notas médias dos estudantes brasileiros, dentre os 80 países aferidos, conseguiram uma posição que fica entre 57º lugar em leitura e 74º em matemática. Nos países da OCDE, 15,7% dos alunos estão nos níveis máximos (5 e 6, em pelo menos uma disciplina), enquanto no Brasil, apenas 2,5% alcançam esse patamar.

Outro resultado alarmante chega-me num estudo elaborado pelo ManPower Group sobre o “Total WorkForce Index”, com dados sobre os recursos humanos para o trabalho em 76 mercados,  situa o Brasil em 61º lugar. Há sessenta, mais bem colocados! “A falta de habilidades técnicas é nosso grande desafio e o maior gargalo que existe no Brasil”, diz o presidente da organização em nosso país.

Sim, nós sabemos. Aliás, sabíamos. Melhor ainda, prevíamos. O marxismo e seus castelos de vento me levam à poesia quinhentista de Sá de Miranda (séc. XVI), quando deles conclui dizendo: “Quanto me prometestes; quanto me falecestes!”.

Este espectro ronda o Brasil. Compromete nossas perspectivas de desenvolvimento econômico e social. É uma Educação visceralmente avessa ao mercado e à preparação para o trabalho, com pés no chão e olhos postos num futuro que não seja o igualitarismo da miséria. É colheita segura do plantio marxista que se espalhou entre nós como praga de lavoura nos delicados e preciosos canteiros das salas de aula, estudantes de riqueza humana.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.