Não
somos um país de História monótona, longe disso. Já vimos de tudo um pouco. Mas
agora estamos batendo muitos recordes
‘Sobre
a nudez forte da verdade o manto diáfano da fantasia’, célebre frase de Eça
de Queiroz que está gravada no monumento que o homenageia no Chiado, em pleno
coração de Lisboa, se fosse usada em Brasília teria que ser substituída
por ‘Rasgaram o véu diáfano da fantasia e a verdade apareceu em toda a sua
feia nudez’.
Eu nem diria que o véu
foi rasgado. Diria que foi estraçalhado!
Os
presidentes do Senado e da Câmara, do partido do vice-presidente da República,
não parecem remar na mesma direção do Governo Federal. Ao menos no vocabulário
que usaram para se referir a uma moção dos ministros Aloísio Mercadante e
Gilberto Kassab junto ao TSE: ‘molecagem’ e ‘alopragem’.
Sabem o que esses dois ministros pediam? O registro de um novo partido, o PL.
Esse palavreado fino, dito assim justo quando o Governo Federal está patinando
em gelo finíssimo, veio a calhar, não foi não?
Tudo bem que eles são presidentes das duas casas que
formam um dos poderes da República e que também foram eleitos pelo povo,
mas um foi eleito senador e o outro deputado. Não foram eleitos presidente da
República. Nem de longe! Será que dona Dilma não sabe que em Brasília nenhum espaço fica
vazio mais do que um minuto, se tanto? Será que Lula não lhe
ensinou o bê-á-bá? Ou será verdade o que dizem: ele
fala, ela ouve, mas não escuta?
Resposta de Eduardo Paes: “Mas você não pode achar que o mundo se restringe ao que aconteceu depois de sua entrada no governo”. Ótima e verdadeira resposta, se não fosse o fato do Brasil estar quebrado e do ministro da Fazenda estar com o freio na mão. Dona Dilma foi empossada presidente da República há três meses. Não era neófita, este é seu segundo mandato. Ela escolheu seu gigantesco ministério livremente, que se saiba. Mas desde a posse estamos aos solavancos. Três ministros já caíram e nada até agora nos garante que mais tombos não virão.
Alguém arrisca tirar o freio das mãos do Levy? Estarão os brasileiros preparados para, nesse caso, enfrentar a borrasca que viria por aí? Já há quem pergunte: a saída, onde é a saída? Sairemos sozinhos? Sem ajuda?
Fonte: Blog do Noblat - Maria Helena Rubinato Rodrigues
de Sousa