Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador governo interino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador governo interino. Mostrar todas as postagens

domingo, 5 de junho de 2016

A austeridade ameaçada

O dever do governo interino, esperava a população, era afastar do governo central as práticas deletérias que geraram a crise política, econômica, social e moral em que o País se debate

Se já não estava fácil para o governo interino chefiado por Michel Temer convencer a população da necessidade de aceitar sacrifícios no presente para a criação das bases de um futuro melhor, a tarefa terá ficado ainda mais difícil depois da decisão tomada pela Câmara dos Deputados, com o apoio explícito do Palácio do Planalto, de autorizar reajuste médio de 21,5% em quatro anos nos vencimentos de servidores públicos de diferentes carreiras. [a VERDADE tem que ser dita; omitir parte dos fatos é muitas vezes pior que MENTIR.  Os reajustes serão pagos em quatro anos, em oito parcelas semestrais, média de cada parcela pouco acima de 2,5%.
Algumas das categorias, entre as quais os servidores do MP e do Poder Judiciário não tinham reajuste desde 2006.
Mais grave: antes do tão criticado - e propositadamente exagerado - reajuste começar a ser pago, o governo já suspendeu o pagamento de 14% referente a DIFERENÇA SALARIAL devida desde 2003 - diferença decorrente de decisão judicial mandando cumprir norma constitucional.
Os servidores do Poder Judiciário perderam de uma tacada só 14% que vai ser compensada com o recebimento em JULHO/2015 da primeira parcela de pouco mais de 2,5%.
Agora o reajuste dos ministros do SUPREMO e TRIBUNAIS SUPERIORES, DEPUTADOS, SENADORES, presidente da República, em torno de 20% será pago logo após aprovação pelo Senado Federal e sanção presidencial em uma ÚNICA PARCELA.] O governo interino terá de explicar para mais de 11 milhões de brasileiros que perderam seus meios de sustento e para os 90 milhões que, tendo conservado o emprego, têm sua renda real ceifada pela crise por que, num cenário de depressão, os servidores públicos federais, em grande parte já protegidos pela estabilidade, merecem tratamento tão diferenciado com dinheiro do contribuinte.

A aprovação, há pouco, da revisão da meta fiscal, com a previsão de um déficit primário de R$ 170,5 bilhões neste ano, deu a dimensão das dificuldades que o governo federal precisa enfrentar com urgência para evitar o colapso de suas finanças. Estados e municípios enfrentam crises de gravidade inédita. Medidas severas terão de ser tomadas rápida e corajosamente, o que afetará todos os cidadãos. Mas alguns, pelo visto, serão mais afetados do que outros, pois, num ambiente de grande preocupação com relação ao futuro em que vivem as pessoas responsáveis, um grupo está tranquilo, pois terá sua renda real protegida e, em alguns casos, até aumentada. É uma decisão que soa como escárnio para grande parte da população.

Em uma ação articulada com o presidente interino Michel Temer, a Câmara aprovou na quinta-feira passada 14 projetos de reajuste de vencimentos de funcionários federais. Quanto ao impacto financeiro da decisão, que ainda passará pelo Senado, o Ministério do Planejamento limitou-se a dizer que ele já está incluído no Orçamento de 2016. Nada disse sobre o efeito que os reajustes terão até 2019. Mas cálculos feitos por especialistas privados em finanças públicas apontam gastos adicionais de R$ 56 bilhões a R$ 58 bilhões em quatro anos. É despesa adicional a ser coberta pelo contribuinte e injustificável em momento de crise.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua do IBGE, além de mostrar o crescimento do desemprego que, no trimestre fevereiro-abril saltou de 8,0% para 11,2% entre 2015 e 2016 –, constatou que o rendimento real das pessoas ocupadas caiu 3,3% em um ano, período em que os empregados no setor público tiveram ganho real de 0,8%. [essa pesquisa ou tem erro grave ou é mentirosa. Motivo: se os servidores públicos não tiveram aumento, reajuste, em  2015 - Dilma, a Afastada, enrolou toda a categoria, e os preços subiram, como surgiu o ganho real?]
 
Entre os vencimentos reajustados estão os dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que terão seus salários aumentados de R$ 33.763 para R$ 39.293. Em consequência, os salários dos demais magistrados terão reajuste na mesma proporção. Também terão reajuste servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário; do Ministério Público Federal; do Tribunal de Contas da União; e da Defensoria Pública da União.

Sem que se dessem conta como confessou o líder da bancada do PMDB, Baleia Rossi (SP) –, os deputados aprovaram também a criação de mais de 10 mil cargos. A medida não implicará aumento de gastos, segundo o Ministério do Planejamento, pois “o que houve foi a compensação com a extinção de outros cargos equivalentes”. Talvez. O fato é que, com a aprovação da medida, mesmo neutra, o que não haverá é corte de despesas, como o momento requer.

Além de baseada em sólidas razões formais, o afastamento da presidente Dilma Rousseff foi exigência de ampla maioria da população, que clamava pelo fim do desgoverno, da irresponsabilidade administrativa e da corrupção que marcaram as gestões petistas. O dever do governo interino, esperava a população, era afastar do governo central as práticas deletérias que geraram a crise política, econômica, social e moral em que o País se debate. Liderar articulações políticas que geram grande aumento de despesas em momento que exige severo controle de despesas certamente não estava entre as tarefas que a sociedade esperava do governo interino. Sua alegação de que, assim agindo, apenas cumpriu acordo do governo anterior, além de frágil, é sinal de perigosa complacência com o perigo.

Fonte: Estadão - Editorial
 

 

terça-feira, 24 de maio de 2016

Governo apresentou os recados certos e as medidas necessárias




Foram bons os recados e as medidas anunciados pelo governo. As propostas foram no caminho correto, de criar mudanças estruturais e não apenas pontuais. Michel Temer aproveitou o momento para deixar algumas mensagens. Sobre as correções de rumo do governo interino, disse que não tem compromisso com o equívoco. Se errar, “consertá-lo-ei”, disse o presidente em exercício, usando uma mesóclise.

Ele explicou que as mudanças do governo não são fraquezas. É parte da democracia dialogar, ser pressionado e mudar em caso de equívocos. Extinguir o Ministério da Cultura foi um erro, e o governo logo corrigiu. Temer também errou ao colocar no Ministério do Planejamento, um investigado na Lava-Jato. As gravações com Romero Jucá foram divulgadas e o ministro deixou a Esplanada.  Outro recado de Temer é que o governo não pode ficar parado por ser interino. As decisões precisam ser tomadas. No anúncio, o presidente estava rodeado pelos líderes dos partidos e disse que vai governar com o Congresso. As medidas serão avisadas às lideranças antes de serem anunciadas.    

Entre os projetos apresentados hoje, há a proposta de o BNDES pagar R$ 100 bi para a União, em três anos, devolvendo parte do financiamento que recebeu do Tesouro. A equipe econômica disse que o banco ficará equilibrado porque tem R$ 150 bi em caixa. Os governos do PT repassaram R$ 500 bi ao BNDES, uma operação com custo alto para o país. Ela aumentou a dívida pública e a economia não cresceu. O Tesouro se endividava a juros mais elevados, e subsidiava os empréstimos que o banco de fomento concedia a algumas empresas. A devolução desses R$ 100 bi vai ajudar a abater o endividamento público e diminuir o gasto com juros.

O resgate do fundo soberano, que tem patrimônio de apenas R$ 2 bi, também ajudará a abater a dívida pública. O patrimônio é formado por ações do BB, que serão vendidas em uma estratégia cuidadosa para que a cotação dos papéis não caia.  A criação para o limite de gastos depende do Congresso. É uma medida estrutural, mais efetiva do que os cortes pontuais. O governo vai apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional para criar um teto para as despesas, que será corrigido pela inflação do ano anterior. As despesas com saúde e educação também respeitarão o teto. Dessa forma, não haverá aumento real dos gastos e a dívida pública vai recuar em relação ao PIB nos próximos anos. Essa matéria vai exigir um grande debate.

A equipe disse que não é o momento de criar impostos. Mas os subsídios foram limitados, não poderão crescer. A reforma da Previdência tampouco foi anunciada hoje. Foi uma boa decisão. Esse é um assunto que merece ser tratado separadamente.  Outra medida que depende do Congresso é a Desvinculação das Receitas da União. A execução do Orçamento está muito engessada. Em momentos excepcionais, como nesta crise, o governo não tem espaço para adotar medidas especiais.

Foi uma boa apresentação nesta terça-feira, um dia após a maior crise nessas duas semanas de governo interino.

Fonte: Blog da Miriam Leitão