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quinta-feira, 22 de junho de 2023

A propaganda petista - Alex Pipkin, PhD

 Ontem à noite, num exercício de zapeação de canais, deparei-me com uma propaganda do PT.

Fazia referência à mulher. O que me chamou a atenção, de forma extremamente agressiva, embora sem nenhum grau de novidade, foram os motes. Dizia que o PT defende o Brasil, “defende você”, a mulher.

Por óbvio que faz parte da estratégia gramsciana manipular mentes e dividir, jogando uns cidadãos contra os outros.

Embora o governo atual afirme que deseja a união, qualquer sujeito com um mínimo de esclarecimento já percebeu que o plano - uma vez que não há plano algum - é atacar o governo anterior e buscar, até a última gota, a vingança e o revanchismo.

Fato é que o presidente Luiz Inácio da Silva, ontem, mimetizando o Capitão, em seu programa semanal muito bem produzido, não fazia outra coisa senão criticar o ex-presidente e o atual presidente do BC.

Desde que o mundo é mundo sempre existiram distintas crenças e visões de mundo, o que no meu sentir, é positivo.

No entanto, nesse mundo da pós-verdade e da hiperpolarização política, das bolhas e dos sentimentos e das ações tribais, há uma total incapacidade de tratar e de discutir temas fundamentais para a sociedade brasileira, sem que se procure destruir supostos “inimigos”, e se corrompa a verdade e os fatos, em prol de uma ideologia que factualmente despreza o genuíno bem comum.

É amplamente conhecido que foi justamente esse partido “dos trabalhadores” que aprofundou, de maneira nefasta, a destruidora mentalidade de “nós” versus “eles”.

A propaganda petista, aparenta-me mais uma vez, uma peça que tem como objetivo central dividir a sociedade. Sempre que diferenças identitárias são enfatizadas, o convite ao conflito de uma “outra parte” é inevitável.

Unir de verdade o país, significaria sair do palanque e governar, buscando planejar e alcançar objetivos efetivamente de interesse geral e popular, tais como o aumento da atividade econômica, liderada pelo setor privado, a redução de impostos e a criação de mais empregos e de maior renda.

Objetivamente, a meta presente é o aumento do obeso Estado, e mais da devastadora coletivização.

Uma vez que o foco míope do governo está justamente em temas secundários, nas agendas das políticas identitárias e ambiental, não no indispensável crescimento econômico e social, as divisões e os conflitos tendem a crescer.

O PT supostamente deseja agradar grupos sociais específicos, ao invés de unir os brasileiros para o alcance de uma propósito maior. 
Sem a cola da coesão social não se irá avançar, muito menos de maneira sustentável.

Não há como apostar um vintém no verdadeiro sucesso econômico e social desse “projeto” para o povo brasileiro. Aliás, penso que muitos daqueles que fizeram o “L” em razão da antipatia à figura do Capitão, arrependeram-se.

A lógica é lógica: alguns depositaram esperanças na união nacional.

A realidade é de efetiva desunião e da grotesca vingança.

A propaganda petista faz parte da marca PT, em que o nível de diferenciação dessa é justamente a desunião.

Não se pode esperar que essa marca, de fato, se concentre em ativos distintivos que salientem projetos pujantes e sadios para todos.

Alex Pipkin - PhD

 

 

domingo, 5 de junho de 2016

A austeridade ameaçada

O dever do governo interino, esperava a população, era afastar do governo central as práticas deletérias que geraram a crise política, econômica, social e moral em que o País se debate

Se já não estava fácil para o governo interino chefiado por Michel Temer convencer a população da necessidade de aceitar sacrifícios no presente para a criação das bases de um futuro melhor, a tarefa terá ficado ainda mais difícil depois da decisão tomada pela Câmara dos Deputados, com o apoio explícito do Palácio do Planalto, de autorizar reajuste médio de 21,5% em quatro anos nos vencimentos de servidores públicos de diferentes carreiras. [a VERDADE tem que ser dita; omitir parte dos fatos é muitas vezes pior que MENTIR.  Os reajustes serão pagos em quatro anos, em oito parcelas semestrais, média de cada parcela pouco acima de 2,5%.
Algumas das categorias, entre as quais os servidores do MP e do Poder Judiciário não tinham reajuste desde 2006.
Mais grave: antes do tão criticado - e propositadamente exagerado - reajuste começar a ser pago, o governo já suspendeu o pagamento de 14% referente a DIFERENÇA SALARIAL devida desde 2003 - diferença decorrente de decisão judicial mandando cumprir norma constitucional.
Os servidores do Poder Judiciário perderam de uma tacada só 14% que vai ser compensada com o recebimento em JULHO/2015 da primeira parcela de pouco mais de 2,5%.
Agora o reajuste dos ministros do SUPREMO e TRIBUNAIS SUPERIORES, DEPUTADOS, SENADORES, presidente da República, em torno de 20% será pago logo após aprovação pelo Senado Federal e sanção presidencial em uma ÚNICA PARCELA.] O governo interino terá de explicar para mais de 11 milhões de brasileiros que perderam seus meios de sustento e para os 90 milhões que, tendo conservado o emprego, têm sua renda real ceifada pela crise por que, num cenário de depressão, os servidores públicos federais, em grande parte já protegidos pela estabilidade, merecem tratamento tão diferenciado com dinheiro do contribuinte.

A aprovação, há pouco, da revisão da meta fiscal, com a previsão de um déficit primário de R$ 170,5 bilhões neste ano, deu a dimensão das dificuldades que o governo federal precisa enfrentar com urgência para evitar o colapso de suas finanças. Estados e municípios enfrentam crises de gravidade inédita. Medidas severas terão de ser tomadas rápida e corajosamente, o que afetará todos os cidadãos. Mas alguns, pelo visto, serão mais afetados do que outros, pois, num ambiente de grande preocupação com relação ao futuro em que vivem as pessoas responsáveis, um grupo está tranquilo, pois terá sua renda real protegida e, em alguns casos, até aumentada. É uma decisão que soa como escárnio para grande parte da população.

Em uma ação articulada com o presidente interino Michel Temer, a Câmara aprovou na quinta-feira passada 14 projetos de reajuste de vencimentos de funcionários federais. Quanto ao impacto financeiro da decisão, que ainda passará pelo Senado, o Ministério do Planejamento limitou-se a dizer que ele já está incluído no Orçamento de 2016. Nada disse sobre o efeito que os reajustes terão até 2019. Mas cálculos feitos por especialistas privados em finanças públicas apontam gastos adicionais de R$ 56 bilhões a R$ 58 bilhões em quatro anos. É despesa adicional a ser coberta pelo contribuinte e injustificável em momento de crise.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua do IBGE, além de mostrar o crescimento do desemprego que, no trimestre fevereiro-abril saltou de 8,0% para 11,2% entre 2015 e 2016 –, constatou que o rendimento real das pessoas ocupadas caiu 3,3% em um ano, período em que os empregados no setor público tiveram ganho real de 0,8%. [essa pesquisa ou tem erro grave ou é mentirosa. Motivo: se os servidores públicos não tiveram aumento, reajuste, em  2015 - Dilma, a Afastada, enrolou toda a categoria, e os preços subiram, como surgiu o ganho real?]
 
Entre os vencimentos reajustados estão os dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que terão seus salários aumentados de R$ 33.763 para R$ 39.293. Em consequência, os salários dos demais magistrados terão reajuste na mesma proporção. Também terão reajuste servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário; do Ministério Público Federal; do Tribunal de Contas da União; e da Defensoria Pública da União.

Sem que se dessem conta como confessou o líder da bancada do PMDB, Baleia Rossi (SP) –, os deputados aprovaram também a criação de mais de 10 mil cargos. A medida não implicará aumento de gastos, segundo o Ministério do Planejamento, pois “o que houve foi a compensação com a extinção de outros cargos equivalentes”. Talvez. O fato é que, com a aprovação da medida, mesmo neutra, o que não haverá é corte de despesas, como o momento requer.

Além de baseada em sólidas razões formais, o afastamento da presidente Dilma Rousseff foi exigência de ampla maioria da população, que clamava pelo fim do desgoverno, da irresponsabilidade administrativa e da corrupção que marcaram as gestões petistas. O dever do governo interino, esperava a população, era afastar do governo central as práticas deletérias que geraram a crise política, econômica, social e moral em que o País se debate. Liderar articulações políticas que geram grande aumento de despesas em momento que exige severo controle de despesas certamente não estava entre as tarefas que a sociedade esperava do governo interino. Sua alegação de que, assim agindo, apenas cumpriu acordo do governo anterior, além de frágil, é sinal de perigosa complacência com o perigo.

Fonte: Estadão - Editorial