Caixões de oito fuzilados foram levados para funerária em Jacarta; Rodrigo Gularte vai ser enterrado no Brasil
Pouco antes de amanhecer nesta quarta-feira na Indonésia, os corpos do
brasileiro Rodrigo Gularte, 42, e de outros sete condenados por tráfico executados na tarde desta terça-feira
foram trazidos da ilha Nusakambangan para Cilacap, em caixões brancos,
alguns deles bordados. Angelita Muxfeldt, prima de Gularte e que está
desde fevereiro na Indonésia, chorava muito enquanto era conduzida pelo
padre Charlie Burrows, que abria caminho em meio à multidão. Segundo
informações da agência AFP, uma pastora que acompanhou um dos presos em
seus últimos momentos disse que os condenados se comportaram com “força e
dignidade” até o fim.
Angelita acompanhou os disparos da execução à distância, ao lado do encarregado de negócios do Brasil em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro, maior autoridade brasileira na Indonésia. O fuzilamento ocorreu por volta de 0h25 (horário local, 14h25m em Brasília).
Segundo a BBC Brasil, durante o encontro final com parentes, Gularte deixou um recado para a família:"Daqui irei para o céu e ficarei na porta esperando por vocês", declarou o brasileiro, de acordo com o encarregado de negócios do Brasil em Jacarta.
O corpo de Rodrigo Gularte será trazido ao Brasil e enterrado em Curitiba. O pedido foi feito pelo próprio Gularte, em seus últimos dias na prisão. Ainda não há data prevista para o traslado do corpo da Indonésia para o Brasil. A mãe de Gularte, Clarisse, recebeu a notícia da morte do filho em seu apartamento, acompanhada de parentes. Desde que soube que o filho seria executado, Clarisse ficou com a saúde debilitada.
Além de Rodrigo Gularte foram executados dois australianos, quatro africanos e um indonésio. A filipina Mary Jane Veloso foi poupada pouco antes da execução. Logo que chegou ao porto de Cilacap, o corpo do indonésio Zainal Abidin foi enterrado em um cemitério próximo.