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ou se tentou ser engraçado para aliviar o clima carregado lá no Palácio
do Planalto. De qualquer jeito, a mim me espantou ver um Ministro da
Justiça fazer piada (por sinal, fraquinha...) com a Segurança Pública ao
dizer que desse tema só conhece "os assaltos sofridos por ele e duas
tias"...
O
novo Ministro da Justiça, Torquato Jardim, o terceiro em 12 meses,
afirma que o Brasil é institucional, não é caudilhesco, nem personalista
e que, portanto, não depende de pessoas. Que bom seria se Jardim
tivesse razão... Mas o simples fato dele ser o terceiro nome a comandar a
pasta da Justiça em tão pouco tempo já o desmente. Se não dependesse da
pessoa que ocupa a pasta, por que trocá-la em tão pouco tempo?
Só
para esclarecer o leitor: os anteriores não faleceram, graças ao bom
Deus. Saíram do ministério, apenas. Um foi para o STF e o outro voltou
às origens, à Câmara dos Deputados. Volto
ao terceiro ministro. Sua primeira entrevista após a posse foi um
espanto. Não sei se é de sua natureza levar as coisas de modo leve de
modo a dar a impressão que são menos sérias do que parecem, ou se tentou
ser engraçado para aliviar o clima carregado lá no Palácio do Planalto.
De qualquer jeito, a mim me espantou ver um Ministro da Justiça fazer
piada (por sinal, fraquinha...) com a Segurança Pública ao dizer que
desse tema só conhece "os assaltos sofridos por ele e duas tias". Que
tal?
Foi
uma piada boba, mas vamos deixar isso pra lá. Pior foi o ministro
declarar a respeito de doações a políticos em campanha eleitoral: "Eu
não discuto essa questão da origem, se a origem é caixa 1 ou é caixa 10.
Eu quero saber se entrou contabilizado no comitê do candidato, no
comitê partidário de campanhas, se entrou conforme a lei."
Não
é um espanto ouvir um Ministro da Justiça contrariar a opinião da
Presidente do Superior Tribunal Federal, Ministra Carmem Lúcia, que já
disse e redisse, inúmeras vezes, que "Caixa dois é crime e agressão à
sociedade"? [causa surpresa, até mesmo espanto, que a ministra Cármen Lúcia, atual presidente do STF, considere 'caixa dois' um crime, quando é pacífico, inclusive consta da Constituição, que 'não há crime sem lei anterior que o defina' e até o presente momento não existe no Brasil nenhuma lei tipificando caixa dois como crime.
Até se aceita que algumas das práticas utilizadas para efetuar a operação chamada 'caixa dois' sejam criminosas e que seus autores possam ser condenados por praticá-las, mas, até o presente momento é ilegal, imoral, inconstitucional, injusto, condenar alguém pelo prática de CAIXA DOIS.
Lembramos que para ser ministro do STF não é necessário ser advogado, sequer bacharel em direito, o que pode explicar certas posições.]
Quem sabe ele
esqueceu da bela frase de Winston Churchill: "A verdade é incontroversa.
Pode ser atacada pela malícia, ridicularizada pelo desconhecimento.
Mas, no final, lá está ela, brilhante como a Estrela de Belém".
Segundo
li nos jornais, o novo ministro é carioca. Se para ele tanto faz o
dinheiro vir de caixa 1 ou caixa 10, desde que esteja contabilizado no
comitê eleitoral dos partidos, gostaria que ele dissesse se não lhe dói
na alma ver o Rio no estado em que está. Registrar a doação nos comitês
eleitorais dos partidos não deve ser muito difícil, pois todos os
acusados de uso de caixa 2 dizem que seu dinheiro está bem legalizado.
Fonte: Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa, professora e tradutora
https://www.facebook.com/mhrrs e @mariahrrdesousa
Transcrito da Coluna do Carlos Brickmann