Parceria com Cielo e aumento dos juros fazem lucro
do BB dobrar e chegar a R$ 5,8 bi no 1º tri
Sem
efeito extraordinário, resultado ficou em R$ 3,025 bilhões, alta de 24,2%.
Provisão contra calotes cresceu 43%
O
Banco do Brasil registrou no primeiro trimestre de 2015 lucro líquido de R$
5,818 bilhões, um crescimento de 117,3% na comparação com
o ano passado. Esse forte crescimento está relacionado à parceria feita com
a Cielo no segmento de meios eletrônicos de pagamentos, que gerou um resultado
extraordinário de R$ 3,212 bilhões.
Sem considerar os efeitos não recorrentes, o lucro do banco público foi de R$ 3,025 bilhões, valor 24,2% superior ao
de igual período de 2014.
Outro
fator importante para o crescimento do lucro do BB foi a carteira de crédito,
ou seja, a elevação dos juros cobrados dos clientes, que garantiram uma margem
de ganhos maior. O banco projeta para esse ano um crescimento de 9% a 13% na
margem financeira bruta, mas o aumento foi de 17,6% nesse primeiro trimestre. — Esse
aumento se deve a uma Selic maior no período e o resultado da reprecificação da
nossa carteira de crédito. Também tivemos ganhos com a variação cambial —
afirmou José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de Finanças.
O BB tem como política distribuir
40% de seu lucro em proventos (dividendos
e juros sobre o capital) para os acionistas. Nessa conta, é levada em conta
o lucro líquido (incluindo os fatores
extraordinários). Com isso, o total a ser distribuído é de R$ 2,316 bilhões. O maior acionista do BB é
a União.
Já a carteira de crédito do BB,
incluindo avais e garantias, chegou em março a R$ 776,897 bilhões, alta de 2,1%
na
comparação com o estoque existente em dezembro e um avanço de 11,1% em 12
meses. As operações a empresas tiveram crescimento mãos forte, de 11% no ano,
enquanto o estoque de empréstimos para pessoas físicas cresceu 7% desde março
de 2014. A
modalidade de financiamento de veículos teve uma queda no saldo de 6,6%. Já a carteira de crédito imobiliário subiu 45,5% em
12 meses.
INADIMPLÊNCIA
A
inadimplência do BB (atrasos acima de 90
dias) ficou em 2,05% em março. Esse índice mostra uma estabilidade em
relação a dezembro do ano passado, quando era de 2,03% e uma leve alta no
comparativo de 12 meses. Ao fim do primeiro trimestre de 2914, a inadimplência
era de 1,98%. Segundo Coelho, a expectativa é que a inadimplência do banco
fique praticamente estável em 2015. — Acredito que no ano vamos trabalhar com
estabilidade na inadimplência — afirmou.
Apesar da
praticamente estabilidade nos índices de inadimplência, o BB elevou fortemente suas provisões para devedores duvidosos, que
são uma garantia para o banco em caso de calote. Essas despesas somaram R$ 5,999 bilhões, montante que
representa um crescimento de 15,3% no trimestre e 43,3% no ano.
De acordo
com Walter Malieni Junior, vice-presidente de Gestão de Riscos, explicou que
essa elevação nas provisões seguem uma política mais conservadora do banco e
estão atreladas ao aumento de risco de alguns clientes, mas não especificou
nomes e nem a relação com as empresas envolvidas na Lava Jato, mas lembrou , no
entanto, que os casos de recuperação judicial exigem uma reserva de recursos
maior do banco. — A cadeia de óleo e gás
está inserida nesse montante, assim como outros setores. E as recuperações
judiciais, de qualquer setor, têm um nível de provisionamento — disse.
Ao considerar o lucro líquido, o
retorno sobre o patrimônio líquido do banco foi de R$ 29,3%. Já no resultado recorrente, a rentabilidade ficou em 14,5%.
Fonte: O Globo