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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

'Militares estão cientes que vamos tomar providências', diz Múcio sobre participação de integrantes das Forças em atos golpistas

Após participar de reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com comandantes das Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que os militares estão cientes que o governo poderá adotar punição a integrantes das tropas que eventualmente tenham a participação comprovada nos atos golpistas. O ministro, contudo, disse que o assunto não foi tratado no encontro.— Os militares estão cientes e concordam que vamos tomar as providências. Evidentemente, no calor da emoção, precisamos ter cuidado para que os julgamentos e acusações sejam justas para que as penas sejam justas. Mas tudo será providenciado no seu tempo — afirmou. — Não foi discutido (os ataques de 8 de janeiro). Isso está com a Justiça. Estamos atrás e aguardando as comprovações para que as providências sejam, e serão, tomadas.[em nossa opinião punições pode e até devem ocorrer, desde que haja provas contra os acusados e dentro do ordenamento legal - o que exclui punição por atos terroristas, visto que a Lei Antiterrorismo não tipifica como terrorismo os atos aqui chamados atos antigolpistas.]

Após o mal-estar criado por Lula expor sua desconfiança com miliares, a mensagem que o presidente transmitiu na reunião, segundo Múcio, foi de "fé no trabalho deles". Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento, individualmente, teve a sua participação, ele vai responder como cidadão.

Segundo Múcio, o assunto do encontro foi investimentos na área de Defesa. A reunião teve a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do presidente da Fiesp, Josué Gomes e do economista Luciano Coutinho, ex-presidente Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Como mostrou O GLOBO, Múcio trabalhava para reunir Lula com os comandantes das Forças para tentar desfazer o clima da primeira reunião com os comandantes das três Forças após os atos terroristas. Nesse encontro, que ocorreu no dia seguinte aos ataques, Lula foi duro ao demonstrar a indignação com a conduta dos militares durante os atos de vandalismo.

Após a reunião desta sexta, o ministro afirmou que procurou antecipar a reunião que poderia ocorrer só em fevereiro para tentar virar a página e superar o desgaste sofrido pelas forças em 8 de janeiro. Na avaliação de Múcio, a reunião ajuda a distensionar a relação e cria mais confiança entre Planalto e as Forças:— Vem cá, nós não tivemos um problema? Precisávamos ter uma conversa que não tratasse disso. Eu queria era virar a página. Foi por isso que procuramos antecipar essa reunião. Temos que pensar pra frente, temos que pacificar esse país, governar. Então a conversa de hoje que seria no final de janeiro, início de fevereiro, como os relatórios que ele pediu para os comandantes ficaram prontos, eu pedi ao presidente que nós apresentássemos o resultado que cada comandante encontrou.

Na primeira reunião de Lula com os comandantes, em 16 de dezembro, o presidente solicitou um relatório com demandas e necessidades de investimento em cada força. Na última segunda-feira, Lula cobrou Múcio sobre o andamento dos relatórios.

Questionado por jornalistas se há arrependimento por ter afirmado que as manifestações em frente aos quartéis eram democráticas, disse que não:— Não me arrependo. Eu vim pra negociar. Não podia negociar com você e a priori criar um pré-julgamento para você.

Política - O Globo

 


quarta-feira, 8 de junho de 2022

Prévia do programa de governo de Lula causa mal-estar entre aliados do PT - Folha de S. Paulo

Dirigentes de partidos reclamam de ausência de propostas e vazamento do texto pelo PT 

A veiculação do texto preliminar do plano de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) causou mal-estar entre aliados de sua pré-campanha ao Palácio do Planalto. A começar pelo PSB, do ex-governador Geraldo Alckmin, dirigentes de partidos que integram a aliança se queixaram da exclusão de propostas encaminhadas e do vazamento do documento sem prévio debate.

Com 90 parágrafos, o documento divulgado na segunda define os governos petistas como inovadores no combate à corrupção, reforça o papel do Estado na economia, enaltece o Bolsa Família e propõe a revogação do teto de gastos e da reforma trabalhista implementada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), além da revisão do regime fiscal.

O texto defende ainda o fortalecimento dos sindicatos sem a volta do imposto sindical, a construção de um novo sistema de negociação coletiva e uma "especial atenção aos trabalhadores informais e de aplicativos".  Por volta das 8h30 de segunda-feira (6), os partidos receberam a cópia das diretrizes para elaboração do programa, com a recomendação de que encaminhassem até quinta-feira (9) suas sugestões de emendas.

Em grupos de WhatsApp, integrantes do PSB enfatizaram, segundo relatos, a ausência das contribuições da chamada "autorreforma" do partido, incluindo a implementação de um plano nacional de desenvolvimento. Aliados deduzem que a exclusão da proposta se deva ao fato de o termo ser repetidamente defendido pelo adversário do PDT, Ciro Gomes.

Segundo representantes de partidos que integram a coordenação do programa de governo, o PSB tinha sugerido, durante o debate, a inclusão dessas propostas, mas elas foram desconsideradas. Na troca de mensagens, integrantes da coordenação reclamaram de não terem sido consultados sobre a redação final antes do encaminhamento aos partidos.

Procurado para se manifestar sobre o conteúdo, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou: "Penso que é cedo para comentar sobre esse tema sem qualquer discussão com o PT e os demais partidos". O presidente nacional do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), afirmou ser prematuro comentar um documento sem que tenha sido submetido aos partidos. Ele ressaltou ainda que a ideia de revogação da reforma trabalhista já tinha sido descartada, mas acabou incorporada ao texto."Comentar sobre um esboço não é fácil. Porque não tem nada aprovado. Os presidentes dos partidos não bateram martelo", afirmou.

O presidente do PV, José Luiz Penna, disse que o partido se sente contemplado pela defesa da transição ecológica e energética, da proteção dos biomas e o compromisso no combate às mudanças climáticas. Ele ressalvou que a elaboração do programa é um processo em andamento. E disse: "Se for incluir todas as propostas, vira a Bíblia".

Representantes dos partidos afirmam que é preciso discutir e aprofundar temas. Mesmo os críticos da redação dessas diretrizes reconhecem que o debate ainda será aberto, em plataforma, a contribuições de entidades e movimentos sociais. Lembram ainda que existe uma orientação para que o documento seja enxuto, para que seja exequível e evite-se, com isso, uma enxurrada de contestações, a exemplo do que aconteceu com o extenso programa apresentado por Marina Silva, hoje na Rede.

Coordenador da equipe de programa de governo, o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) tem dito que o texto traduz uma preocupação legítima dos aliados para que ele não engesse o debate e permita ampliações. Juliano Medeiros, presidente do PSOL, disse que a avaliação da sigla é "positiva" sobre o documento divulgado, mas que ainda é preciso avançar e aprofundar alguns temas citados do documento, como a crise climática e a reforma tributária. "Essas diretrizes são positivas e apontam para um freio em relação a esse programa de destruição do país que está sendo implementado desde o governo Temer. Mas são diretrizes, linhas gerais. Agora vamos propor sugestões", afirmou Medeiros.

O dirigente disse ainda que nem todos os pontos discutidos internamente no PSOL e levados ao PT antes de oficializar apoio ao nome de Lula foram contemplados —e que isso será levado ao debate. "Vamos resgatar esse pacto que foi feito."

Em fevereiro, o PSOL preparou uma agenda com 12 pontos a serem levados ao PT. Os três eixos programáticos eram a revogação do teto de gastos e de reformas promulgadas nos governos de Temer e Jair Bolsonaro; políticas ambientais e a implementação de uma reforma tributária.

Na área ambiental, por exemplo, o PSOL propôs o desmatamento zero, que não foi incluído na prévia do PT.  Para Medeiros, não há limite de tamanho que um programa partidário deve ter. "É totalmente irrelevante se ele terá 10 ou 100 páginas. O programa tem que expressar nossas posições. Temos que defender nossas ideias para ir para a disputa de ideias na sociedade. É para isso que serve um programa", disse.

[o melhor para o Brasil é que os aliados que formam essa corja estão se desentendendo tão bem, que o descondenado petista - não inocentado - desiste da candidatura antes do primeiro turno.]

Representantes dos partidos aliados que integram grupo de trabalho para tratar do programa de governo deverão se reunir ainda nesta semana para discutir novas sugestões levadas por cada sigla. A presidente do PC do B, Luciana Santos, afirmou que a proposta preliminar "vai na direção correta", que ela contempla pontos estratégicos, como a geração de empregos e o enfrentamento à fome, e que "naturalmente", receberá contribuições da sociedade civil, dos movimentos sociais e entidades. "É um amplo e necessário movimento pela reconstrução do Brasil, com resgate da democracia, retomada do papel do Estado na promoção do desenvolvimento econômico, valorização do trabalho, geração de empregos e enfrentamento à fome", disse Luciana, em nota.

Ela afirmou ainda que a proposta expressa uma convergência entre os partidos da coligação em torno do "movimento necessário pela reconstrução do Brasil".

Poder - Folha de S. Paulo/UOL