“Há certa angústia no governo quanto à possibilidade de
novas revelações sobre as conversas de Moro, que saiu fragilizado do
episódio, apesar da solidariedade que vem recebendo”
O governo suspeita que os ataques de hackers à Operação Lava-Jato
seriam o deslocamento da fronteira da “guerra cibernética” para o
Brasil. Especialistas militares temem que o jornalista Glenn Greenwald,
do site The Intercept, esteja recebendo as informações que publicou de
hackers russos que operam para grandes corporações, doleiros
internacionais e o próprio governo de Vladimir Putin. A teoria
conspiratória ganhou mais força depois da invasão de um grupo do
aplicativo russo Telegram por meio do celular de um dos membros do
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o conselheiro Marcelo
Weitzel, do Ministério Público Militar.
O hacker que clonou seu celular se anunciou como tal e disse que
poderia acessar “quem quiser e quando quiser”. A conversa ocorreu na
noite de terça-feira passada, quando mensagens do perfil de Weitzel
questionaram a atuação de procuradores da força-tarefa da Operação
Lava-Jato. Um dos integrantes questionou o hacker: “Marcelo, essas
mensagens são suas? Não está parecendo seu estilo. Checa teu celular
aí”. Uma pessoa que se passava pelo procurador militar respondeu:
“Hacker aqui. Adiantando alguns assuntos que vocês terão de lidar na
semana, nada contra vocês que estão aqui, mas ninguém melhor que eu para
ter acesso a tudo, né”.
Vários procuradores foram hackeados. Em troca de mensagem com o
procurador regional José Robalinho Cavalcanti, ex-presidente da
Associação Nacional dos Procuradores da República, o hacker deu a
entender que era uma espécie de mercenário cibernético: “Eu não tenho
ideologias, não tenho partidos, não tenho lado, sou apenas um
funcionário de TI (tecnologia da informação)”. Ainda não se sabe se é o
mesmo hacker que entrou nas conversas do ministro da Justiça, Sérgio
Moro, com os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato.
Há quatro inquéritos na Polícia Federal investigando o caso, mas a
Procuradoria-Geral da República quer que sejam unificados. Os ataques de
hackers aos integrantes do Ministério Público vêm ocorrendo desde
quando tentaram invadir as contas do ex-procurador-geral da República
Rodrigo Janot, sem, entretanto, obter o mesmo sucesso de agora. Há certa
angústia no governo quanto à possibilidade de novas revelações sobre as
conversas de Moro, que saiu fragilizado do episódio, apesar da
solidariedade que vem recebendo . Ontem, na Câmara, o ministro foi
convocado a dar esclarecimentos sobre os vazamentos na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ).
Outra coisa
A suposta existência de uma guerra cibernética, como suspeitam os
militares, porém, não interdita o debate jurídico sobre a atuação do
ministro Sérgio Moro como juiz da Operação Lava-Jato, que hoje divide a
opinião pública e o mundo jurídico. Ontem, o ministro relator da
Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, disse que o
andamento dos processos relacionados à operação não serão prejudicados:
“A Lava-Jato é uma realidade, e não acredito que essa realidade venha a
ser afastada por qualquer circunstância conjuntural”, afirmou. Segundo o
ministro, a Lava-Jato “não é suscetível de qualquer retrocesso”.
Nos bastidores do Supremo, porém, há muitos questionamentos sobre a
atuação de Moro e da força-tarefa da Lava-Jato. Pelo menos cinco
ministros já estariam propensos a considerar nulas certas decisões
tomadas por Moro de comum acordo com os procuradores. [os cinco ministros pretendem anular as decisões citadas baseados em provas ilícitas? E a CF como fica?
Imaginem quantas dezenas de bandidos serão soltos devido provas produto de ação criminosa e além do mais cuja autenticidade não foi garantida - são meras transcrições, sem printers ou equivalentes que garantam um mínimo de autenticidade.] Ontem, questionado
pela imprensa, o ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF, disse ter
certeza de que o assunto será judicializado, mas se recusou a fazer
juízo de valor. O pano de fundo da questão é o julgamento do pedido de
habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula das Silva, marcado para o
próximo dia 25.
O clima no Supremo não é dos melhores para o governo. Decisões
tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro começam a ser questionadas
judicialmente. Ontem, por exemplo, o plenário da Corte formou maioria
para impedir, provisoriamente, a extinção de conselhos da administração
pública federal que tenham amparo em lei. Votaram contra a extinção:
Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Celso de
Mello.
Marco Aurélio, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux
votaram com a ressalva de que somente não podem ser extintos os
conselhos criados expressamente por lei. Ainda não votaram Dias Toffoli e
Gilmar Mendes. O julgamento deve ser encerrado hoje, com decisão de
caráter provisório: Bolsonaro ficará proibido de extinguir conselhos da
administração que tenham aval do Congresso Nacional até o julgamento do
mérito da questão. Os que foram constituídos por decreto, portarias e
resoluções poderão ser extintos caso a caso. A Advocacia-Geral da União
(AGU) estima que existem no país 2,5 mil conselhos e colegiados, quase a
metade criados por portarias, medidas provisórias e decretos.
Volto já — por uns dias, me ausentarei da coluna.
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB
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Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quinta-feira, 13 de junho de 2019
Guerra cibernética
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