O músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, foi covardemente executado
na tarde deste domingo, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. O carro em que
estava com a família, incluindo uma criança de sete anos, foi alvejado com 80
tiros. O Exército determinou a prisão em flagrante de 10 dos 12 militares
envolvidos. Uma coisa é certa: eles tentaram mentir para o comando, afirmando
que reagiram a uma agressão a tiros. Informa a Folha: "A investigação está
a cargo do Exército, mas o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de
Homicídios da Polícia Civil, afirmou que não há nenhum indício de que os
ocupantes do carro fossem bandidos ou que tivessem reagido à abordagem dos
militares. A Polícia realizou a perícia no local e constatou mais de 80 tiros; não
foi achada nenhuma arma com os ocupantes do veículo."
[comentário 1: a morte de uma pessoa de bem é sempre lamentável, mas, não
podemos demonizar o Exército Brasileiro e, por óbvio, carregar em cima
dos militares que participaram da tragédia.
Cumpre lembrar que umas duas horas antes do incidente, um cidadão
registrou ocorrência em Delegacia Policial informando que seu veículo
havia sido tomado de assalto - nas proximidades do local do infausto
incidente - e as características do mesmo eram iguais as do dirigido
pelo cidadão Evaldo.
Há também informações que o assaltado se comunicou com os
militares e este, tudo indica, ao verem um veículo idêntico ao roubado,
ordenaram a parada, por alguma razão (estamos entrando no campo da
suposição lógica) o músico se apavorou, acelerou o veículo e os
militares atiraram na intenção de interromper a 'fuga' - o que explica a
abundância dos disparos que atingiram a traseira do veículo.
Houve imprudência, até mesmo possível negligência, mas, nada que indique dolo.
Todos erram, o que inclui o loquaz delegado Leonardo, que não
tinha direito a ter acesso ao local do acontecimento e menos ainda o de
ficar conjecturando sobre o que houve;
sendo um delegado de polícia tem a obrigação de conhecer a
legislação penal, portanto, conhecer que a ocorrência seria investigada
pelos militares, conforme determina a Lei 13.491, de 13 out 17; . De forma que logo após o restabelecimento do ordenamento legal os militares foram prestar depoimento à Polícia Judiciária Militar.
Há uma dupla
motivação na rapidez com que o Exército atuou. Em primeiro lugar, a história
dos atiradores não para de pé. Em segundo lugar, mas não menos importante, a
Força sabe que vivemos dias, vamos dizer, um tanto hostis em que se estimula o
atire primeiro e pergunte depois. Digamos que um episódio como este está de
acordo com a nova metafísica que Sérgio Moro quer no direito penal, que Wilson
Witzel quer na Polícia e que Jair Bolsonaro quer, de maneira geral, nas forças
encarregadas de garantir a segurança e a ordem. [comentário 2: só ações enérgicas é que poderão reduzir a criminalidade; aliás, tudo indica que foi a criminalidade absurda um dos fatores que levou os militares a cometerem o crime em comento.]
Sim,
erros acontecem. Um dessa magnitude, com essa brutalidade, só ocorre quando o
espírito do tempo diz aos homens que têm armas na mão que eles podem fazê-lo. O
discurso terrorista em relação à segurança pública sempre resulta em tragédias
contra inocentes. Não foi diferente desta vez. O Exército agiu depressa porque
sabe como começa uma anarquia. E hoje existem irresponsáveis em todo canto
espalhando a voz da baderna.
"A pressão está forte para eu me candidatar".