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terça-feira, 9 de abril de 2019

Perícia: tiros disparados por militares acertaram carro de trás para frente

A perícia feita pela Delegacia de Homicídios (DH) constatou que os militares que mataram o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, atiraram no veículo onde a vítima estava com a família de trás para frente. Segundo a análise dos agentes da especializada, os homens do Exército estavam posicionados na parte traseira do veículo quando dispararam mais de 80 vezes. Os tiros acertaram as vítimas pelas costas. A perícia será encaminhada ao Exército, que ficará responsável pela investigação.

Segundo agentes da Polícia Civil, os militares que participaram da ocorrência portavam fuzis. Para os investigadores, os militares teriam confundido o carro com um outro que havia sido roubado pouco antes. Na ocasião, os agentes estavam fazendo patrulhamento do perímetro de segurança da Vila Militar, próxima ao local do crime. Desde a manhã desta segunda-feira, dez dos 12 militares que participaram da ocorrência, estão presos por determinação do Comando Militar do Leste (CML). 
[comentário: Mesmo expressando de forma recorrente o pesar dos Editores deste Blog pelo infausto acontecimento que motivou o falecimento do músico Evaldo dos Santos Rosa, não podemos deixar de registrar além do nosso entendimento de que houve um lamentável engano - o veículo da vítima foi confundido com um idêntico, roubado naquela tarde em local próximo à Vila Militar - o fato do veículo ter sido atingido por trás, evidencia que o condutor por alguma razão optou por não parar diante da ordem dos militares;

a condução de veículos em área de segurança ou ao se aproximar de uma blitz, exige que o condutor adote uma série de precauções, visto que os agentes de segurança que estão atuando desconhecem tudo sobre o ocupante, ou ocupantes, que tanto podem ser pessoas de bem - caso em comento - quanto podem ser perigosos assaltantes, o que faz com que qualquer reação inesperada do motorista do veículo, e/ou dos seus ocupantes, seja considerada uma reação hostil à ação dos policiais,  dando ensejo a que estes reajam.

Lamentavelmente, o que ocorreu.  Alguns pequenos procedimentos, válidos tanto para o dia quanto para a noite, podem evitar acontecimentos lamentáveis quanto o desta matéria.
Por isso sempre sugerimos o que segue: 
quando se está dirigindo, ao nos aproximarmos de uma blitz ou de área de segurança  - seja da polícia, das FF AA ou qualquer órgão policial, o correto e seguro é parar, não tentar furar o bloqueio ou fugir de qualquer outro forma - a tentativa de fuga aumenta as suspeitas, é forte indicio de reação e obriga os militares a agir com a força necessária.
 
Durante o dia o  ideal, e seguro,  é parar o carro, desligar o motor e manter as mãos a vista - de preferência sobre o volante;
Se durante a noite, parar o carro, apagar o farol deixando apenas as luzes de presença acesa, acender luzes internas, desligar o motor e mãos sobre o volante.

 
Os policiais ou militares estão sob tensão, não sabem o que vão enfrentar em cada carro que mandam parar e tem o DEVER de chegar em casa vivo.
 


resumindo: se aproximo de uma blitz ou de área de segurança, independente que nos dêem ordem de parar ou não, reduzir a velocidade e evitar qualquer movimento que possa ser mal interpretado e ficar pronto para agir conforme o acima sugerido.] caso aconteceu em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, na tarde deste domingo. No carro, além de Evaldo, estava sua mulher, seu filho de 7 anos, além de uma afilhada do casal, de 13, e o sogro dele, Sérgio Gonçalves de Araújo, de 59 anos. A família estava indo para um chá de bebê. Sérgio e um catador de papel que passava pelo local no momento dos disparos também foram baleados. Evaldo tocava cavaquinho num grupo de pagode e trabalhava como segurança numa creche.

Logo depois do homicídio, o CML divulgou uma nota, baseada no primeiro relato feito pelos militares após o fato, em que alegava que houve um tiroteio e que os militares "responderam à injusta agressão". No entanto, a perícia feita pela Polícia Civil não encontrou arma alguma no veículo.  Na manhã deste segunda, o Exército mudou a versão e alegou, em nova nota, que "em virtude de inconsistências identificadas entre os fatos inicialmente reportados e outras informações que chegaram posteriormente ao Comando Militar do Leste, foi determinado o afastamento imediato dos militares envolvidos, que foram encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária Militar para tomada de depoimentos individualizados". Após os depoimentos dos militares, o CML determinou a prisão dos dez agentes "em virtude de descumprimento de regras de engajamento", ou seja, os agentes atiraram sem que houvesse ameaça alguma.

Os militares envolvidos no caso serão julgados pela Justiça Militar. Segundo o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo Nunes, a justificativa é a lei sancionada pelo ex-presidente Michel Temer em 2017, que tirou da Justiça comum crimes cometidos por militares em serviço. Em 13 de outubro de 2017, Temer sancionou a lei 13.491, que amplia as possibilidades de militares suspeitos de crimes cometidos no exercício da função deixarem a Justiça comum e serem julgados na Justiça Militar, em caso de crimes contra civis.
Segundo a mulher da vítima, Luciana dos Santos Nogueira, os militares debocharam quando ela pediu socorro.  — Por que o quartel fez isso? Eu falei para ele: "calma, amor, é o quartel". Ele só tinha levado um tiro. Vizinhos começaram a socorrer. Mas eles continuaram atirando e vieram com arma em punho. Fui botando a mão na cabeça e gritando: moço socorre meu marido. E eles ficaram de deboche. Eu perdi meu melhor amigo. Estou com ele há 27 anos — disse Luciana.

 Jornal O Globo - Extra



Forças do Exército que matam inocente e a metafísica Moro-Witzel-Bolsonaro



O músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, foi covardemente executado na tarde deste domingo, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. O carro em que estava com a família, incluindo uma criança de sete anos, foi alvejado com 80 tiros. O Exército determinou a prisão em flagrante de 10 dos 12 militares envolvidos. Uma coisa é certa: eles tentaram mentir para o comando, afirmando que reagiram a uma agressão a tiros. Informa a Folha: "A investigação está a cargo do Exército, mas o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, afirmou que não há nenhum indício de que os ocupantes do carro fossem bandidos ou que tivessem reagido à abordagem dos militares. A Polícia realizou a perícia no local e constatou mais de 80 tiros; não foi achada nenhuma arma com os ocupantes do veículo." 


[comentário 1: a morte de uma pessoa de bem é sempre lamentável, mas, não podemos demonizar o Exército Brasileiro e, por óbvio, carregar em cima dos militares que participaram da tragédia.
Cumpre lembrar que umas duas horas antes do incidente, um cidadão registrou ocorrência em Delegacia Policial  informando que seu veículo havia sido tomado de assalto - nas proximidades do local do infausto incidente - e as características do mesmo eram iguais as do dirigido pelo cidadão Evaldo.
Há também informações que o assaltado se comunicou com os militares e este, tudo indica, ao verem um veículo idêntico ao roubado, ordenaram a parada, por alguma razão (estamos entrando no campo da suposição lógica) o músico se apavorou, acelerou o veículo e os militares atiraram na intenção de interromper a 'fuga' - o que explica a abundância dos disparos que atingiram a traseira do veículo.
Houve imprudência, até mesmo possível negligência, mas, nada que indique dolo.

Todos erram, o que inclui o loquaz delegado Leonardo, que não tinha direito a ter acesso ao local do acontecimento e menos ainda o de ficar conjecturando sobre o que houve;
sendo um delegado de polícia tem a obrigação de conhecer a legislação penal, portanto, conhecer que a ocorrência seria investigada pelos militares, conforme determina a Lei 13.491, de 13 out 17;  . De forma que logo após o restabelecimento do ordenamento legal os militares foram prestar depoimento à Polícia Judiciária Militar.

Erraram também os militares ao não preservar o local do crime, visto que permitiram a realização de perícia pela Polícia Civil, que não poderia sequer ter acesso ao local, já que a perícia é da competência da Polícia do Exército.]

Há uma dupla motivação na rapidez com que o Exército atuou. Em primeiro lugar, a história dos atiradores não para de pé. Em segundo lugar, mas não menos importante, a Força sabe que vivemos dias, vamos dizer, um tanto hostis em que se estimula o atire primeiro e pergunte depois. Digamos que um episódio como este está de acordo com a nova metafísica que Sérgio Moro quer no direito penal, que Wilson Witzel quer na Polícia e que Jair Bolsonaro quer, de maneira geral, nas forças encarregadas de garantir a segurança e a ordem. [comentário 2: só ações enérgicas é que poderão reduzir a criminalidade; aliás, tudo indica que foi a criminalidade absurda um dos fatores  que levou os militares a cometerem o crime em comento.]

Sim, erros acontecem. Um dessa magnitude, com essa brutalidade, só ocorre quando o espírito do tempo diz aos homens que têm armas na mão que eles podem fazê-lo. O discurso terrorista em relação à segurança pública sempre resulta em tragédias contra inocentes. Não foi diferente desta vez. O Exército agiu depressa porque sabe como começa uma anarquia. E hoje existem irresponsáveis em todo canto espalhando a voz da baderna.


 

"A pressão está forte para eu me candidatar".