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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Justiça para todos? - Fica difícil falar em justiça quando se fala do Judiciário brasileiro, que amplia a injustiça de seus privilégios - O Globo

 Justiça - Foto: Pixabay

Tantas vezes pergunteisem obter nenhuma resposta, assim como a natureza do transe místico e o mistério da sorte —, mas continuo me perguntando sobre a justiça, esse complexo sentimento de justiça, que tantas vezes se confunde com vingança e morte. 
Justiça dos homens, porque na natureza não há justiça, há sobrevivência, não há justiça no Cosmos, nem mesmo nas religiões.(...)
Entre os homens, talvez exista uma vontade moral de fazer justiça, mas danos irreparáveis não podem ser reparados, reputações não podem ser restauradas, vidas não podem ser renascidas.

Há grande nobreza na busca da justiça, ela move o mundo, muitos homens e mulheres dedicam a vida e o trabalho a tentar fazê-la, nos limites da precariedade das leis e da condição humana, muitas vezes se tornam apenas árbitros de conflitos de interesses e ambições, e se tomam pela sensação de superioridade que o poder de vida e morte lhes dá, ou empresta.

Fica difícil falar em justiça quando se fala do Judiciário brasileiro, mesmo fazendo justiça aos homens e mulheres de bem que o integram, porque ele protagoniza, e amplia, a injustiça de seus privilégios em relação ao restante da população.

Nenhuma corporação tem as vantagens que eles se concedem, não se fala de bons salários, justos pela importância da função que exercem, mas de todas as mordomias, penduricalhos e mimos que se concedem, e que nenhuma outra categoria profissional tem.

Na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Alemanha, os juízes, até da Suprema Corte, vão para o trabalho dirigindo seus próprios carros, de táxi ou de metrô. 
 O Estado, o contribuinte, não paga casa e comida para ninguém, nem viagens e congressos, nem prêmios de assiduidade ou por permanência no emprego, que é dever profissional.

No Brasil, esses sindicalistas do Judiciário contam sempre com a colaboração dos políticos que votam as verbas e avalizam os privilégios. Eles têm pavor do Judiciário, porque podem cair em suas mãos a qualquer momento, então é melhor estar bem com eles. Para não generalizar nem ser injusto, é sempre uma minoria ativa nos dois poderes, a maioria merece respeito e justiça.

Justiça atrasada é justiça negada, mas no Brasil a justiça tarda sempre, mas muitas vezes falha, aqui um juiz pode “pedir vista” não para estudar melhor, mas para sentar em cima de um processo por um bom tempo, a pedido de alguém a quem deve favores políticos, atrasar veredictos já votados pela maioria, facilitar prescrições. Que justiça, seja lá o que isto for, há nisso?

Aqui, um juiz corrupto e condenado tem como punição ser aposentado com salário integral, parando de trabalhar para viver às custas do Estado, do contribuinte. Que justiça há nisso?

sábado, 4 de março de 2023

O Carnaval não tem fim na Câmara dos Deputados

 
Os que foram reeleitos ainda receberam, em 31 de janeiro, um depósito de R$ 39,2 mil

Os que foram reeleitos ainda receberam, em 31 de janeiro, um depósito de R$ 39,2 mil | Foto: Câmara dos Deputados

Na segunda-feira 27, a Câmara dos Deputados usou R$ 20 milhões  para bancar um auxílio salarial complementar para as despesas de início de mandato dos deputados. Anteriormente chamado de auxílio-paletó, o presente agora foi batizado de “auxílio pós-Carnaval”. Todos os 513 deputados foram contemplados, segundo a própria Casa. Alguns novatos foram até surpreendidos quando viram o dinheiro extra na conta.

O valor é similar ao de um salário dos deputado: R$ 39,2 mil. Os que foram reeleitos ainda receberam, em 31 de janeiro, um depósito de mais R$ 39,2 mil para “compensar as despesas com mudança e transporte”. Trata-se do auxílio-mudança, que passou a ser descrito como ajuda de custo pela Câmara.


Além de todos os “mimos”, os parlamentares ainda receberam normalmente seus salários em 22 de fevereiro. Sendo assim, na prática, os políticos angariaram cerca de R$ 120 mil em menos de 30 dias. Todos os benefícios estão previstos no Decreto Legislativo 172/2022, que ainda define o aumento do salário dos parlamentares para R$ 41, 6 mil, a partir de abril.

Alguns deputados devolveram a primeira parcela que foi recebida em janeiro. É o caso de Ubiratan Sanderson (PL-RS).

Redação - Revista Oeste