Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Tantas vezes perguntei — sem obter nenhuma resposta, assim como a
natureza do transe místico e o mistério da sorte —, mas continuo me
perguntando sobre a justiça, esse complexo sentimento de justiça, que
tantas vezes se confunde com vingança e morte.
Justiça dos homens,
porque na natureza não há justiça, há sobrevivência, não há justiça no
Cosmos, nem mesmo nas religiões.(...)
Entre os homens, talvez
exista uma vontade moral de fazer justiça, mas danos irreparáveis não
podem ser reparados, reputações não podem ser restauradas, vidas não
podem ser renascidas.
Há grande nobreza na busca da justiça, ela move o mundo, muitos homens e
mulheres dedicam a vida e o trabalho a tentar fazê-la, nos limites da
precariedade das leis e da condição humana, muitas vezes se tornam
apenas árbitros de conflitos de interesses e ambições, e se tomam pela
sensação de superioridade que o poder de vida e morte lhes dá, ou
empresta.
Fica difícil falar em justiça quando se fala do Judiciário brasileiro,mesmo fazendo justiça aos homens e mulheres de bem que o integram,
porque ele protagoniza, e amplia, a injustiça de seus privilégios em
relação ao restante da população.
Nenhuma corporação tem as vantagens que eles se concedem, não se fala
de bons salários, justos pela importância da função que exercem, mas de
todas as mordomias, penduricalhos e mimos que se concedem, e que nenhuma
outra categoria profissional tem.
Na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Alemanha, os juízes, até da
Suprema Corte,vão para o trabalho dirigindo seus próprios carros, de
táxi ou de metrô.
O Estado, o contribuinte, não paga casa e comida para
ninguém, nem viagens e congressos, nem prêmios de assiduidade ou por
permanência no emprego, que é dever profissional.
No Brasil, esses sindicalistas do Judiciário contam sempre com a
colaboração dos políticos que votam as verbas e avalizam os privilégios.
Eles têm pavor do Judiciário, porque podem cair em suas mãos a qualquer
momento, então é melhor estar bem com eles. Para não generalizar nem
ser injusto, é sempre uma minoria ativa nos dois poderes, a maioria
merece respeito e justiça.
Justiça atrasada é justiça negada, mas no Brasil a justiça tarda
sempre, mas muitas vezes falha, aqui um juiz pode “pedir vista” não para
estudar melhor, mas para sentar em cima de um processo por um bom
tempo, a pedido de alguém a quem deve favores políticos, atrasar
veredictos já votados pela maioria, facilitar prescrições. Que justiça,
seja lá o que isto for, há nisso?
Aqui, um juiz corrupto e condenado tem como punição ser aposentado com
salário integral, parando de trabalhar para viver às custas do Estado,
do contribuinte. Que justiça há nisso?
"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.
Liturgia do cargo
Não vou duvidar nada se o palavrão passar a fazer parte da liturgia do cargo.| Foto: Reprodução/ TwitterÀ vontade, como se estivesse de pijama listrado
na cela da Polícia Federal em Curitiba,aquele senhor que por acaso e
obra do STF ocupa pela terceira vez o cargo de presidente desta gleba
onde, como já dizia Pero Vaz de Caminha, “impunidade em tudo há”,
proferiu palavras dignas da nobreza do sistema carcerário. “Só vou ficar
bem depois que f&$#* o [Sergio] Moro”, disse Lula. Todos riram.
O senador Sergio Moro, meu colega de Gazeta do Povo
que neste momento escreve a coluna aqui no cubículo ao lado, reagiu
daquele jeitão lá dele. Sacumé.“Aparentemente [Lula] aprendeu apenas
linguajar de cadeia. Repudio a fala e sigo em frente”, disse, com a
veemência que lhe é característica. E, infelizmente para ele, dando mais
valor à estética do que para a essência da fala de Lula. Isto é, se
atendo ao palavrão e ignorando a confissão de que é um desejo de vingança o que move o ignorante-em-chefe.
Mas
sabe que talvez tenha sido uma estratégia eficiente?
Porque os
palavrões tendem mesmo a atrair mais a atenção do que complexos projetos
de vingança política.
Ao contrário das rotineiras e infrutíferas
teorias da conspiração que nos cercam por todos os lados, as pessoas
gostam dos palavrões.
Não sem motivo! Os palavrões são um fenômeno
fascinante da língua. Repare. O que era ontem deixa de ser hoje para
quem sabe voltar a ser amanhã. Igualzinho ao Lula.
Chato,
por exemplo, já foi palavrão. Se você não sabe, chato é, na origem, um
termo para se referir a um inseto que infesta os pelos pubianos.
Pentelho, aliás, perdeu seu poder de palavrão há tempos, desde que
Faustão popularizou a palavra nas tardes de domingo.
Por outro lado,
aquele sinônimo de caixa que começa com “b” não era palavrão na época deMachado de Assis.
Babaca, por sua vez, era um termo africano vulgar que, por algum motivo
que me escapa, virou sinônimo de alguém ingênuo, idiota, tolo. E
biscate sempre foi para mim palavrão dos mais escandalosos. Até que um
dia ouvi Cid Moreira, em pleno Jornal Nacional, dizer que “Fulano vivia
de biscates”.
Baixo calão
Ao contrário de Moro, criado juntamente com meu amigo Jones Rossi à base de leite de pera nos educasíssimos colégios da alta classe maringaense (estou chutando), sou do cascalho, dos valetões a céu aberto e dos terrenos baldios do Bairro Alto da minha infância.
Eu era praticamente um membro do lumpenproletariat infantil. Palavrões, portanto, hoje em dia não fazem nem cócegas - nem mesmo os ditos por Lula. Apesar de, reconheço, já terem me rendido muitas cintadas nas... nádegas.
Como a maioria das pessoas
razoavelmente (e bota razoavelmente nisso!) normais da minha geração,
cresci numa casa onde era proibido falar palavrão. Ou “nome feio”, como
se dizia na época.
Esse era um crime gravíssimo, punido com penas que
iam do puxão de orelha em público à vara de marmelo, quando não um cabo
de vassoura. Onde já se viu falar uma coisa dessas, seu malcriado! Vai
lavar essa boca com sabão já! Isso, claro, só tornou os palavrões ainda
mais fascinantes para a criança algo rebelde que fui.
Meus
primeiros contatos com palavrões se deram graças à falta de educação e
deselegância de uns tios e primos bocas-sujas nas festas familiares.
Eles diziam eme como quem dá bom dia.
Coisa pior ouvi e aprendi mais
tarde, nos campinhos de futebol do Atuba, nas ladeiras da periferia e no
Bar da Jô, com seus bêbados todos muito tristes e dados à blasfêmia na
velha mesa de sinuca.
Daquelas profanidades eu ria feito o completo idiota
que sempre fui.
Em casa, porém, quando tentava reproduzir o
vocabulário, acabava com os glúteos vermelhos e inchados de tanto
apanhar. Outros tempos.
O
castigo, porém, não funcionou. Com o tempo, passei até a gostar do
sabor do sabão. Os palavrões continuaram a fazer parte da minha rotina
na escola, entre os amigos.
E, com o passar do tempo, algumas lições que
tive de professores heterodoxos amenizaram o impacto dos palavrões em
meus ouvidos e, por consequência, minha consciência.
Para você ter uma
ideia, um professor não precisou de muito esforço para me convencer de
que o tom de voz (e do texto) era capaz de transformar um sonoro fdp no
maior dos elogios.
Nunca me esqueci das maravilhosas aulas do professor –
aquele fdp! Viu?
Passei muito tempo usando palavrões
como quem usa verbos de ligação. Não foi por mal. Acho que me tornei
simplesmente insensível às palavras chulas.
De baixo calão, como também
se dizia mas hoje em dia não se pode dizer mais, porque é uma expressão
racista (e, neste caso, é mesmo; calão é termo pejorativo para
"cigano"). C&#%* se transformou em vírgula; p&#$* era só um
vocativo.
E os palavrões teriam continuado assim não fossem a
interferência divina e o pudor da idade.
Nada mais vulgar do que um
velho vulgar, né? Digo, nas mesas de bar ainda hoje os palavrões jorram
com mais abundância do que eu gostaria. Mas estou me esforçando, vai.
De
qualquer forma, os palavrões perderam muito da força que tinham há
trinta anos. Quando uma Dercy Gonçalves escandalizava o país ao soltar
um p%#* num programa de televisão e a imprensa indignada repercutia o
bê, ó, esse, tê, a dito por uma autoridade.
Lá se foi o tempo em que um
presidente dizer com toda a naturalidade do mundo que pretende f%#*&
o juiz que o condenou e prendeu representava alguma ameaça à
sobrevivência política dele.
Daí ao palavrão se tornar parte fundamental
da liturgia do cargo é um pulo.
Há dois dias a Folha de São Paulo abriu manchete para a informação de
que “a pandemia aniquilou 7,8 milhões de postos de trabalho no Brasil”,
acrescentando que, pela primeira vez na história, menos da metade das
pessoas em idade de trabalhar está empregada. Indo um pouco mais fundo,
sem sair da superfície, a matéria informava estarem incluídos naquele
número pavoroso 5,2 milhões de trabalhadores por conta própria, ou sem
emprego formal. Os dados foram fornecidos pelo IBGE.
Agora, digo
eu: Uau! Quem poderia imaginar uma coisa dessas? E respondo: algo assim
era perfeitamente previsível por quem tem um mínimo de objetividade;
basta, simplesmente, assistir como, há quatro meses, empresas e postos
de trabalho vêm sendo assassinados a sangue frio. Imagine cinco milhões e
200 mil pessoas, numa situação de trabalho vulnerável por natureza,
sendo obrigadas a fechar, apagar a luz, desligar o computador, fechar a
porta e dar bilhete azul a seus sonhos e meios de subsistência. Imagine
essa pessoa, depois, trancada em casa pela simultânea necessidade e
inutilidade de sair, ligada nos noticiários que só contam mortos, à
espera de algum burocrata disposto a pintar amarelo sobre o vermelho que
cobre sua região no mapa do Estado. Aqui no Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, de onde escrevo, durante um curto período de
“flexibilização” que se seguiram a três meses de isolamento, fui com
minha mulher a três restaurantes que habitualmente frequentamos. Queria
falar com os donos, cumprimentar os garçons conhecidos de muitos anos,
ter notícias sobre o período de travessia em que esses estabelecimentos,
sempre movimentados, passaram a atender por tele entrega. Num deles,
com o salão todo rearranjado para o distanciamento, não havia ninguém;
quando saímos, apenas um cliente entrara. Noutro, uma família com
cinco ou seis pessoas era a única ocupante de uma das salas; nós fomos
os únicos, também, no compartimento ao qual nos conduziram. No terceiro,
a situação estava um pouco melhor, menos lugares, mesas afastadas, e,
ainda assim, nesse arranjo, sequer uma terça parte das cadeiras
ocupadas. Pois nem com isso, nem assim, lhes foi permitido manter o
estabelecimento em operação. Porto Alegre fechou seus restaurantes dois
ou três dias mais tarde. Vem-me à mente o humor ferino de Grouxo
Marx, dotado da perenidade devida aos bons frutos da sabedoria: “Você
vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?”. Ou na veracidade, a
pedir a nobreza do mármore, enunciada por Thomas Sowel e enviada pelo
amigo Dr. Luiz Marcelo Berger enquanto escrevo este texto: “Difícil
imaginar maneira mais perigosa de tomar decisões do que deixá-las nas
mãos de pessoas que não pagam o preço por estarem erradas”. Você
vai acreditar em seus próprios olhos, ou em quem o levou pelo nariz
aonde quis e se prepara, agora, para abastecer seu desânimo e sua
psicose com os péssimos números da pauta econômica. O vírus atingiu um
índice infinitesimal da população, mas as notícias nos fizeram adoecer.
Estamos todos passando mal, numa UTI psicológica cujas portas talvez
nunca venham a reabrir completamente. Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é
arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
15 de novembro.
Proclamamos a República. Ainda assim, os brasileiros são obrigados a
sustentar os luxos da nobreza composta pelo Judiciário e pelo Ministério
Público.
Apesar dos mais de 11 milhões de desempregados e da
dificuldade para pagar o salário de servidores públicos de Estados como o
Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, há magistrados inativos por aí
que chegam a receber mais de R$ 200 mil de remuneração líquida em um
mês, valor absurdamente maior do que o teto de R$ 33,7 mil. Somado a
isso, temos um ex-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, pregando em
discursos dignos de verdadeiros líderes sindicais que juízes não devem
ter vergonha de pedir aumento.
O pior é que os supersalários são
regra, não exceção. Levantamento recente feito pelo portal "Gazeta
Online" sobre os salários do Ministério Público do Espírito Santo
mostrou que 99% – isso mesmo, 99% – dos procuradores de Justiça,
promotores e promotores substitutos do órgão receberam salários acima do
teto entre os meses de janeiro e setembro.
Por mais estarrecedor
que isso seja, juízes e membros do MP argumentam que esses pagamentos
extras não são ilegais por se trataram de "indenizações" e, portanto,
não incidirem sobre o teto. A questão é que a Constituição –que está
acima de todas as leis–, no artigo 37, incisivo XI, é clara ao dizer que
a remuneração e o subsídio de servidores públicos "incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza (...) não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal
Federal". Esse tipo de privilégio tem de acabar, especialmente
em tempos de teto de gastos. Vale lembrar que todos esses supersalários
são pagos com dinheiro de impostos e quem mais paga imposto no Brasil
são os mais pobres. Trata-se da institucionalização da desigualdade
social. Nesse sentido, concordo –e isso raramente acontece– com a
análise feita pelo ministro Roberto Barroso em entrevista para esta
Folha.Juízes exercem, sim, um papel fundamental na democracia e devem
ser bem pagos. Mas esse pagamento, como ele bem disse, deve ser
transparente e sem privilégios. "Menos Estado, mais República".
Concordo,
também, com a comissão criada por Renan Calheiros para analisar os
supersalários de servidores de todos os três Poderes. Acredito que o
nobre presidente do Congresso tenha motivações republicanas? É claro que
não. O senador representa o que há de pior na política brasileira, o
exato oposto daquilo que o Movimento Brasil Livre defende. Ainda assim,
nessa atitude específica, é inegável que ele esteja fazendo a coisa
certa. Ou alguém acha que se Calheiros defendesse a Lei da Gravidade,
todas as coisas começariam a flutuar?
Uma República pressupõe
Poderes justos, independentes e harmônicos. Quando uma elite
privilegiada é sustentada pelos mais pobres, não há justiça, mas
exploração. O Judiciário tem de entender que, devido a mais de
uma década de corrupção e incompetência, estamos numa crise. Não é justo
que apenas os mais pobres paguem por ela.