A profissão de jornalista pressupõe, em tese, imparcialidade e desapego a
paixões ideológicas. Especialmente quando um colunista ou editor
resolve abordar temas que exigem, pelo menos, a compreensão da
realidade à qual ele se refere são essas as virtudes que procuramos. Infelizmente, essas características vêm sendo cada vez mais esquecidas
em todos os nossos veículos de informação. Avançam aos postos mais
influentes da imprensa somente aquelas pessoas que possuem um discurso
politicamente alinhado e comprometido em difundir um tipo de pensamento
que, no caso brasileiro, é o de esquerda. Não que isso seja ruim. Porém,
mesmo para dar credibilidade a um artigo de opinião, por exemplo, é
necessário entender as causas que levam às consequências. Mas não é isso
o que vemos.
Dentre tantos "opinadores" que temos na imprensa aqui do sul, um deles
se tornou quase que um ídolo pop: David Coimbra. Não sem méritos. Seu
estilo de crônica aplicado a assuntos esportivos, ao quotidiano
(especialmente à relação homem-mulher) não é ruim. O problema é que quando se entra em assuntos do mundo real, tangível, a
coisa muda de figura; principalmente nesses tempos de internet e
jornalistas alternativos que dão ao cidadão comum a possibilidade de
acessar a informação por outro meio que não aquele viciado pelo filtro
ideológico que toda a imprensa e a mídia brasileira aplicam. Para fazer
frente a essa nova realidade, o profissional que se aventure em fazer um
diagnóstico real de determinada situação precisa ter conhecimento
daquilo que está falando e despir-se de preconceitos e reflexos
condicionados que lhe foram implantados desde os bancos da faculdade. E,
neste ponto, David Coimbra é um fracasso retumbante.
Sua última coluna, de 7 de fevereiro de 2017, é dedicada a expressar o
seu temor pela admiração que Bolsonaro tem de uma parcela significativa
da população. O texto foi motivado pelos diversos xingamento recebido
por ele quando falou mal do deputado. Para David, Bolsonaro é ainda pior
do que o "troglodita" Trump. E, embora saiba reconhecer os méritos
deste, ataca aquele dizendo que "Bolsonaro é apenas grosseiro".
Pensar que um é troglodita e o outro, grosseiro, não é nada de mais. É o
puro direito de opinião sendo exercido. A falha de David está no
diagnóstico do porquê Donald Trump foi eleito presidente dos EUA e do
crescimento de Bolsonaro. Para ele, um foi eleito devido ao medo do
terrorismo pelos americanos. O outro, cresce pelo medo da escalada da
violência urbana.
Para quem mora em Boston e não faz outra coisa que não pesquisar e
buscar entender o que se passa, é imperdoável que o colunista ignore que
a eleição de Trump foi motivada pelo desastre deixado por Obama, e não
apenas pelo medo ao terror. Foram estes resultados, e o fato de
Trump ser um outsider que o colocaram na presidência. Eis uma ínfima parte do que a administração do queridinho da mídia fez com os EUA.
Analogamente, não é apenas a violência urbana que faz Bolsonaro crescer, mas todo o status quo que impera no Brasil. A população brasileira e mundial simplesmente se cansaram da agenda da esquerda
que não atingiu resultado algum. Pelo contrário! Está promovendo o
desmantelamento de toda a herança civilizatória que nos foi legada e
aniquilando as soberanias nacionais ao redor do globo. Tudo sintetizado
no império do politicamente correto que modifica pensamentos, cultura,
costumes e padrões morais. Um verdadeiro processo de engenharia social
criando uma sociedade "culturalizada artificialmente". [até na denominação o maldito 'politicamente correto', expressa um erro: se é político, não pode ser correto.]
Mas para David Coimbra, criticar a imposição do politicamente correto é
um erro. Para ele, se não concordam com ele, basta não segui-lo e fica
tudo bem. Essa é uma análise completamente irresponsável e que demonstra
toda a falta de conhecimento e capacidade de captar a realidade
tangível que o colunista tem. Lamentável. Finalizando o seu artigo, David evoca, de forma velada, o velho chavão
de que Bolsonaro é a favor da violência contra a mulher, discrimina
negros e tem preconceito contra homossexuais. Parece ignorar que o
deputado quer a castração química de estupradores, a universalização do
acesso a uma educação de qualidade para que o pobre e o negro não
continuem iludidos com as cotas e que luta contra a imposição da
homossexualidade a crianças em idade pré-escolar. Ou seja, total
distorção dos fatos.
David Coimbra ainda deixa transparecer que Bolsonaro é contra os
direitos humanos, o que é uma falácia sem qualquer fundamentação. O
deputado, assim como a grande maioria da população, é contra o fato de
que esses direitos sejam aplicados a bandidos, assassinos, estupradores,
etc. O parlamentar exige mais rigor contra essas pessoas para que a
sociedade não tenha que lhes dar regalias como o inacreditável
auxílio-reclusão ou prioridade em atendimento médico quando são feridos
em conflitos com a polícia.
[o que o futuro presidente da República, Jair Messias Bolsonaro deseja é que os DIREITOS HUMANOS sejam concedidos, prioritariamente, aos HUMANOS DIREITOS; pela regra dos esquerdopatas os bandidos, estupradores e assemelhados , devem ter prioridade sobre os CIDADÃOS DE BEM, os TRABALHADORES, em suma: bandidos antes dos seres HUMANOS DIREITOS.
Imaginem que um cidadão com pouca instrução escolar rala trinta dias - isto quando encontra emprego - para ganhar pouco mais de R$900,00; já um bandido qualquer, arranja uma família, na maior parte das vezes a 'esposa' é tão bandida quanto ele, e passa a receber um auxílio reclusão de valor superior a um salário mínimo.
Já tivemos oportunidade de ouvir depoimentos de assalariados dizendo que ganhariam bem mais se optassem pela criminalidade - demonstraram por A + B que se estivessem presos a família receberia um auxílio para comprar pelo menos o básico e pagar água e luz e o chefe da família teria três refeições por dia e outras benesses enquanto encarcerado.
O pior é que tivemos que concordar.
Infelizmente a política nefasta do auxílio reclusão já levou desempregados a cometerem crimes para que seus familiares recebessem o famigerado auxílio e o criminoso as benesses da cadeia.
E ainda tem ministros do Supremo - entre eles a atual presidente o ministro Barroso que acham que cadeia é ruim, chegando o citado ministro a defender a soltura de maconheiros e assemelhados para esvaziar as cadeias, tornando-as mais acolhedoras.]
Ainda, o colunista não enxerga relação entre aumento da violência e fim
da "ditadura". De fato, não foi o fim da ditadura que levou ao aumento
da violência, mas a Constituição "Cidadã" de 1988 que encheu a população
de privilégios e retirou seus deveres. Soma-se a isso, o estatuto do
desarmamento (que foi rejeitado pelo povo em consulta popular) que
retirou do cidadão o direito de prover sua própria segurança. (alias,
David Coimbra compara a "ditadura" militar brasileira com a Venezuela e o
Congo, mostrando total incapacidade de entender as diferenças que
existem entre elas).
Por fim, encerra seu artigo com "chave de ouro" ao dizer que "Bolsonaro
não tem nada de inteligente". Como todo o jornalista formado nas
cátedras socialistas da academia brasileira, parte para o argumento ad hominem, já que não tem fundamentação para sustentar sua teoria. É evidente que Bolsonaro não é o salvador da pátria brasileira e que seu
crescimento não é apenas fruto da violência urbana. Sua ascensão se
deve a dois fatores principais: pelo menos até agora, está imune à onda
de corrupção que devasta o país; ele é a voz que os conservadores
brasileiros achavam que não tinham, mas tem. E, para desespero dos
Davids, a população de nosso país é majoritariamente conservadora.
Escrever um artigo de opinião é um veículo do tamanho do jornal Zero
Hora deveria requerer honestidade, conhecimento, imparcialidade e
responsabilidade. Tudo o que David Coimbra mostrou não possuir neste seu
artigo. (Aliás, a própria Zero Hora não tem.)
Não o leve a sério. Ignorância é contagiosa.
Fonte: Blog do Lenilton Morato