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sábado, 10 de dezembro de 2022

Alerta dos EUA sobre protestos mobiliza Lula e Alckmin

Novo governo coleta informações sobre organização de atos para provocar tumulto. Futuro ministro da Defesa prevê dias "muito difíceis" até à posse

Faltam 21 dias para a mudança de governo. Serão três semanas de suspense político — dias “muito difíceis”, na previsão feita pelo novo ministro da Defesa, José Múcio, na noite de sexta-feira (9) em entrevista à Globonews.

Múcio, 74 anos, foi lacônico de maneira proposital. Sua escolha de palavras está baseada em informações que ele, Lula e Geraldo Alckmin receberam sobre tentativas de tumulto bolsonarista antes e no dia da posse presidencial, 1º de janeiro.

A pedido de Lula, no início da semana Alckmin esteve com representantes do governo dos Estados Unidos. A conversa, em Brasília, foi sobre o cenário das próximos 21 dias e a possível viagem do ex-presidente Barack Obama como emissário de Joe Biden à posse de Lula. [que o ladrão seja empossado é algo previsto, agora o senil que preside os EUA deveria nos poupar de ter que aturar o Obama. Envie outro ou melhor, não envie ninguém.] Não está confirmada, mas a simples consulta indica o nível de preocupação da Casa Branca com a estabilidade no Brasil.

O enredo retórico foi pontuado pela palavra “sedição”. Ela acabou revigorada no léxico político americano por causa da invasão do Congresso, em janeiro do ano passado, patrocinada por Donald Trump numa tentativa frustrada de impedir a posse de Joe Biden.

Sinônimo de sublevação, revolta e motim, entre outros substantivos, é crime previsto no código penal dos EUA e do Brasil. Lá é punível com 20 anos de prisão, como demonstraram 12 jurados de um tribunal federal em Washington, dez dias atrás, ao aplicar a pena ao chefe de uma facção de extrema direita, Stewart Rhodes, envolvida na invasão da sede do Congresso.[outra política que esperamos a maioria conservadora na Câmara ajuda na remoção do analfabeto do Planalto é NÃO APROVAR NADA proposto pelo molusco = começando pela PEC PRECIPÍCIO - a  SERVILEZA do Senado estará sempre de 'quatro' para aprovar pospostas petistas, mas grande parte delas pode ser, e confiamos que será, travada na Câmara dos Deputados.
E qualquer uma das casas do Parlamento rejeitar um projeto do governo Lula é exercer a mais autêntica e completa forma de democracia.]

Alckmin alertou Lula. Com ajuda de Múcio acabaram complementando o quadro de informações sobre iniciativas em andamento com o objetivo de provocar tumulto, se possível, com engajamento de frações militares e policiais aparentemente alinhadas aos derrotados Jair Bolsonaro e seu candidato a vice Walter Braga Netto.

A eleição acabou há 40 dias, mas prossegue a contestação bolsonarista do resultado, com organização de políticos e financiamento de empresários aliados. Estão previstas novas manifestações neste final de semana em Brasília e outras cidades.

Para o novo ministro da Defesa, “as Forças Armadas têm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desses [golpistas]”. Reconheceu divisão nos quartéis, durante entrevista à Globonews: “Evidentemente que [todos os militares] têm suas preferências. Se você me dizer que temos três Forças [Armadas], sou capaz de dizer que temos seis Forças. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro; e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula.”

A “questão militar” desenhada por Múcio não é novidade. Deriva, na essência, de uma constante omissão do poder civil sobre o arcaísmo da formação, da estrutura e do profissionalismo na hierarquia das Forças Armadas.[quanto a uma resistência à posse do analfabeto eleito, em nossa opinião apesar de meios legais para impedir a posse, é preferível empossá-lo; ele vai começar a governar fazendo tanta besteira, tanta  m ... que logo será afastado sem traumas, sem confusões. Uma das m ... que provavelmente será expelida ainda no primeiro trimestre é a moeda única para o Mercosul, que vai dar m ...]

Bolsonaro enxergou uma oportunidade política para aglutinar extremistas e simpatizantes num governo de moldura militarista. O ciclo acabou em fiasco nas urnas. Sobrou uma respeitável, mas difusa, oposição a Lula e ao PT, que Bolsonaro pretende liderar a partir da planície da política, em janeiro.

Na tarde de sexta-feira, acompanhado por Braga Netto, fez um discurso a um grupo de seguidores na frente do Palácio da Alvorada. Foi a primeira vez que falou em pública, desde a derrota eleitoral.

A plateia manteve-se na rotina de reivindicar uma “intervenção” para impedir o governo Lula. Bolsonaro respondeu, usando a força da ambiguidade para incitação: “Nada está perdido. O final, somente com a morte. Quem decide meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês (…) Se Deus quiser, tudo dará certo no momento oportuno.”

Como notou o novo ministro da Defesa, depois de 40 dias de silêncio, Bolsonaro atravessou o jardim do Alvorada para deixar suas digitais numa manifestação contra o regime democrático. “Ele hoje colocou a digital, hoje” — comentou Múcio. “Por enquanto, a gente não podia dizer ‘está por trás’. Não, são os caminhoneiros, donos das empresas de transporte, é o pessoal do agronegócio. Hoje, o presidente falou. Você viu o filmezinho? Ele falando, as pessoas atrás. Isso é uma coisa, realmente, que vai deixar a gente pensando.” [esse tal de Mucio já age como um boquirroto. Nem nomeado foi e já fala asneiras.]

José Casado - Coluna em VEJA


terça-feira, 18 de outubro de 2022

Ignorância de um arrogante e pretensioso individuo - por sinal do perda total - que sonha ser presidente do Brasil

 De inicio não pretendíamos nem destacar as 'ignorâncias' cometidas pelo candidato petista, - o 'descondenado', porém, não inocentado - luLadrão.

Foram tantas as asneiras, burrices, que a turma sempre atenta logo as transformou em memes.

Para não passar em branco, escolhemos uma, na qual  o individuo em questão é reincidente. DESCONHECIMENTO TOTAL da Geografia, quando disse em entrevista, ainda nos tempos do Obama,  que o Brasil fazia fronteira com os Estados Unidos da América.

Vamos a IGNORÂNCIA do debate da Band: O descondenado petista, inaugurou uma ponte, maior do mundo - ligando MG ao MT, passando por cima dos estados de Goiás e Tocantins.

CONFIRA:


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Duas mil mulas - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Milhões de norte-americanos alimentam a sensação de que algo esquisito e fraudulento aconteceu para que Joe Biden fosse eleito com mais voto do que Obama

Você pode acreditar que um senador com meio século de vida política apagada se tornou o mais popular presidente dos Estados Unidos, fazendo sua campanha basicamente escondido num porão, ou você pode desconfiar que algo muito estranho aconteceu nas últimas eleições norte-americanas. Milhões de norte-americanos alimentam a sensação de que algo esquisito e fraudulento aconteceu para que Joe Biden fosse eleito com mais voto do que Obama, mas, na falta de provas concretas, e com o enorme esforço da imprensa e das redes sociais para abafar os questionamentos e os debates, muitos preferiram seguir adiante com ar de normalidade.

Donald Trump e Joe Biden | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Donald Trump e Joe Biden | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

 Não foi o que fez Dinesh D’Souza, um acadêmico indo-norte-americano conservador. D’Souza é autor de vários livros importantes, entre eles uma biografia de Ronald Reagan e A Grande Mentira, um livro que mostra como a esquerda “progressista” foi quem flertou com ideias eugenistas e nazistas no passado, sem qualquer mudança essencial com o tempo. Dinesh também foi o autor de um documentário expondo quem é Hillary Clinton, e desta vez ele mergulhou justamente no escândalo das eleições. O resultado é o documentário 2000 Mules, que é simplesmente de cair o queixo!

O documentário tem gerado grande repercussão nos Estados Unidos, mas será completamente ignorado no Brasil. A tática tem sido rotular qualquer um que aponta para indícios suspeitos nas eleições como um teórico da conspiração com “chapéu de alumínio”. Fazer isso é mais fácil do que rebater os fatos incômodos que já foram levantados. E o documentário teve acesso ao incrível trabalho de inteligência do True The Vote, uma organização criada para monitorar a lisura dos processos eleitorais no país.

Sua missão é clara: “Nossos processos eleitorais são vulneráveis ​​do começo ao fim — e essas vulnerabilidades estão sendo exploradas por grupos que subvertem nossas eleições para servir a seus próprios propósitos. A melhor maneira de proteger os direitos dos eleitores é equipar os cidadãos para o serviço. Isso é o que fazemos. Agora, isso é o que você pode fazer também”. A entidade teve acesso a milhões de horas de câmeras de segurança, assim como sinais de telefones celulares obtidos por empresas de marketing, e conseguiu traçar uma fórmula para filtrar atitudes extremamente suspeitas em relação aos votos por correio.

Vale a pena lembrar que a pandemia, um “presente de Deus para a esquerda”, segundo a atriz Jane Fonda, serviu como pretexto para que um advogado democrata sugerisse mudanças nas regras, para permitir uma quantidade espantosa e sem precedentes de votos por correio nas últimas eleições. O que era uma exceção para casos atípicos virou algo banal, com dezenas de milhões de votos sendo enviados pelas caixas de correio espalhadas pelo país. É aqui que a fraude provavelmente rolou solta, como se pode verificar no filme.

Os analistas criaram um filtro bem exigente para acompanhar somente os casos mais suspeitos: era preciso que o indivíduo, por meio do rastreamento de seu celular, tivesse frequentado ao menos dez caixas de correio num único condado em poucos dias, e também passado por organizações não governamentais responsáveis pela compilação dos votos por correios. Que tipo de gente circula em alguns dias por várias zonas de caixas de correio para votos na madrugada, por exemplo? Isso só pode ser atividade criminosa.

A tese central do documentário é que essas “mulas” depositaram em média cinco votos por cada caixa de correio

A “colheita” de votos foi algo impressionante nessa eleição, e um partido como o Democrata, com sua máquina bilionária por trás, gastou muito dinheiro para correr atrás de eleitores que nem sequer pretendiam votar. Mas essa é a parte legal do processo. O que o documentário mostra é que a coisa não ficou só nisso, mas, sim, em “mulas” agindo para forjar votos, para conseguir votar no lugar de quem nem existe mais ou não mora mais naquele Estado. Eles agiram como as “mulas” do tráfico de drogas, distribuindo o produto ilegal e recebendo por isso. As imagens das câmeras de segurança são inquietantes!

A tese central do documentário, com base nessa quantidade imensa de dados digitais, é que essas “mulas” depositaram em média cinco votos por cada caixa de correio, visitando dezenas de caixas durante o período eleitoral. E fizeram isso nos Estados chamados de swing”, aqueles que não são claramente nem azuis (democratas) nem vermelhos (republicanos), ou seja, onde uma quantidade relativamente pequena de votos pode mudar o resultado final. A responsável pela pesquisa não afirma que são todos votos falsos, fraudados, mas o que vem à tona é extremamente comprometedor e para lá de suspeito, para dizer o mínimo.

Dinesh D’Souza reuniu um seleto grupo de republicanos, como Larry Elder, Charles Kirk e Dennis Prager, e muitos eram céticos ou agnósticos quanto a um esquema enorme de fraude capaz de efetivamente alterar o resultado. Após o que viram, todos ficaram estarrecidos e convencidos de que se trata de uma bomba, um escândalo de enorme proporção, que precisa ser investigado a fundo pelas autoridades competentes.

Ben Shapiro viu o documentário, recomendou-o para quem se interessa pelo assunto, mas não se mostrou totalmente convencido de que se trata de prova de fraude. Para ele há prova de um modelo muito falho e suspeito, mas que não encerra o assunto. Algumas agências de checagem questionam a precisão da localização por celular, que pode ter imprecisão de alguns metros. Elas também alegaram que pode tratar-se de gente que dirige por certo trajeto com várias caixas de correio, mas os pesquisadores evitaram esse problema utilizando apenas quem mudou de comportamento durante o período eleitoral. Por fim, alguns admitem a possibilidade de algumas fraudes, mas questionam se elas foram suficientes para virar o resultado eleitoral.

Algumas questões permanecem em aberto. Faltou o documentário mostrar, nas imagens das câmeras, uma mesma pessoa indo em várias caixas de correio, o que certamente seria a prova de um crime. Não obstante, as imagens que temos são chocantes. Por que uma mulher colocaria os votos na caixa usando uma luva, e logo em seguida jogaria as luvas no lixo? 
Por que algumas pessoas tiraram fotos da caixa do correio quando depositaram os votos? 
Mostrar para seus familiares? 
Ou é mais crível achar que estavam comprovando o serviço pelo qual teriam sido pagas? 
São comportamentos esquisitos demais, com certeza.

Em suma, o documentário pode dar alguns saltos das premissas para as conclusões que demandam mais explicações e dados, tendo deixado alguns nós desatados no caminho. Mas a simples rejeição da esquerda como teoria conspiratória, sem lidar com os dados que efetivamente foram divulgados e que por si só já são bem suspeitos, mostra a total falta de interesse em investigar mais a fundo a questão. Isso sem falar do esforço democrata para não instituir medidas mais rigorosas para verificar a identidade do eleitor. Ao contrário: o próprio Biden chama de “racista” quem demanda maior transparência!

Com base no filme, não é possível afirmar peremptoriamente que houve fraude em larga escala capaz de modificar o resultado eleitoral a favor de Biden, mas é perfeitamente razoável constatar que coisas muito estranhas aconteceram. E mais estranha ainda é a postura da esquerda diante disso, o que só alimenta as suspeitas de fraude.

Leia também “O resgate do federalismo”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 


sábado, 29 de janeiro de 2022

O caçador de hipócritas - Revista Oeste

Olavo de Carvalho | Reprodução/Twitter
Olavo de Carvalho | Reprodução/Twitter 
 
Olavo de Carvalho. Controverso e polêmico para muitos. Um filósofo e um mestre para milhares de alunos espalhados pelo mundo. Uma farsa para alguns. Um gênio para outros. Não havia meio-termo para Olavo de Carvalho. E assim ele gostava. Não era escravo de ninguém e de nenhuma ideia.

Mas eu não estou aqui para te convencer a gostar de Olavo de Carvalho. O mergulho em sua obra, e não no personagem politicamente incorreto das redes sociais, é um mergulho que faz parte de uma decisão pessoal. O que eu posso dizer é que quem leu uma obra do escritor entende que ele foi um homem à frente do nosso tempo. Muito além do barulho vazio das discussões supérfluas das tóxicas plataformas sociais. Mas, como disse, não estou aqui para te convencer nem sequer a ler um artigo ou um livro do professor. Essa é uma viagem individual com passagem só de ida. É uma decisão extremamente particular exatamente por ser uma viagem sem volta.

Não fui aluna do Olavo. Assisti a algumas aulas de seu curso on-line de filosofia (COF), fiquei bastante impactada com o material, com as aulas e com a sua presença — bem diferente das redes sociais —, mas não tive como seguir o planejamento por falta de tempo, já que, quando me debrucei em algumas sessões, eu ainda estava na UCLA fazendo arquitetura, e a profundidade do material oferecido pelo professor merecia uma imersão completa.

Também nunca fui próxima do Olavo. Nunca o conheci pessoalmente e nunca tive nenhuma conversa particular com ele. Nossos encontros foram em entrevistas e programas que estivemos juntos, ou com a sua companhia nas páginas de suas obras. Taí uma coisa da qual me arrependo, mas o destino quis assim. Em 2020, participei do CPAC americano (Conservative Political Action Conference), que aconteceu em Maryland, Estado vizinho da Virgínia, onde Olavo morava. Uma pessoa próxima ao Olavo me perguntou se eu não gostaria de ir até a Virgínia para conhecê-lo e entrevistá-lo. Eu estava com a agenda muito apertada para apenas três dias. Havia compromissos pré-agendados e, por isso, agradeci e respondi que gostaria de visitá-lo com mais calma durante o ano de 2020. E então chegou a pandemia. E com ela toda a loucura que vimos e ainda estamos vendo. Não consegui encontrá-lo mais.

Quando via suas entrevistas ou assistia a vídeos antigos do professor (há vídeos espetaculares no YouTube, com um conteúdo que você jamais verá no Brasil), pensava o que diria a ele quando o conhecesse pessoalmente. Depois da morte do meu pai, em 2012, via no jeitão do Olavo, nos puxões de orelha em vídeos que eram carregados de palavrões e também de muito mel uma doçura nata de pai, de avô, mas que nem todos enxergavam. Olavo, sem saber, fazia-me entrar em uma saudosa conexão com o meu velho através dos trejeitos de quem ama uma boa resenha e através de sua coragem em não se ajoelhar para ninguém ou para nenhum movimento. Era a máxima aristotélica que meu pai fazia questão de dizer quase todo dia: “Sem coragem, não há mais nada, filha”. E Olavo era, antes de tudo, um homem de coragem. Como muito bem definiu Guilherme Fiuza, nosso parceiro aqui em Oeste, “um caçador de hipócritas”. Um homem que antes de mais nada não deixou que ninguém o colocasse em uma caixinha de etiquetas preconcebidas. Olavo era um caçador de arautos das falsas virtudes, da falsa bondade, daqueles que encobrem valores inconfessáveis por um punhado de ouro ou mesmo um rápido aplauso fácil.

Desmascarando Obama
E foi assim, desmascarando um hipócrita, que tive o meu primeiro contato com o escritor Olavo de Carvalho, em meados de 2012. Lendo um texto em que ele desnudava nada mais nada menos do que o queridinho do mundo moderno, Barack Obama, aquilo me chamou a atenção. Morando nos EUA há apenas dois anos, ainda não conseguia conceber em sua totalidade a farsa que Barack Obama foi e é.  
 
E ali, diante de um artigo de 2009, escrito logo após a eleição histórica de Obama, li pela primeira vez o nome do mentor que maquiou o ex-presidente americano para que a agenda da esquerda radical, disfarçada de bom-mocismo e tolerância, fosse implementada na América: Saul Alinsky. Em um texto intitulado “Os pais da crise americana”, Olavo me tirou da zona de conforto: “No caso em questão, a derrubada da previdência social americana e do sistema bancário que a sustenta não foi o efeito de uma confluência involuntária de fatores anônimos, não foi nem mesmo resultado de uma longa colaboração de inépcias, mas foi a simples realização de um plano traçado desde a década de 1960 por estrategistas de esquerda inspirados por Saul Alinsky, mais tarde o mentor de um jovem estudante de direito Barack Hussein Obama. (…) A regra é ensinada por Saul Alinsky, que ele mais tarde enunciaria por escrito em seu livro Rules for Radicals, de 1971: ‘Faça o inimigo pôr em pratica seu próprio manual’”.

Por mais que pareça banal, a porta que me fez entrar no mundo de Olavo de Carvalho foi a maneira que ele escrevia sobre o ex-presidente. Obama era o suprassumo mais carismático do mundo, quem é esse maluco que está dizendo que há muito mais (perversidade) por trás do fofo Obama? Então comecei a fuçar na internet em busca de mais informações sobre esse tal de Saul Alinsky; esse senhor que mora em Virgínia só pode estar louco. Nem meu marido, um republicano fiel nascido e criado na democrata Califórnia, demonstrava tanta estranheza e suspeita sobre Barack. Apenas não gostava. Teorias com esse tal de Saul Alinsky? Nah.

Em outro artigo, também de 2012, com o título “O Fome Zero de Obama”, Olavo me fisgou de vez. O texto falava sobre a economia norte-americana, que havia caído do primeiro lugar para o sétimo, de acordo com a escala de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Falava do alto índice de desemprego nos EUA e como Obama, o super mega hipercompetente, além de fofo, era o recordista absoluto na distribuição de recursos governamentais não só aos pobres como também aos ricos
Na lista de ajudinha camarada, empresas falidas por má administração e por fraudes, mas que eram contribuintes polpudos da campanha do democrata. Sounds familiar? Na época, inclusive, Barack, em um encontro com Lula, disse que o petista era “o cara”, lembram? Pois então… as peças iam chegando ao quebra-cabeça que Olavo havia colocado na minha frente.

O artigo traz pontos excepcionais e mostra as diferenças e similaridades das estratégias de Lula e Obama, mas que gerariam o mesmo efeito por terem as mesmas raízes e foco. O texto não é difícil de ser encontrado na internet, e foi ali, nas linhas finais, que a minha mente se abriu de uma maneira que não seria mais possível voltar de onde parti. Não faria justiça se apenas explicasse, então transcrevo o último parágrafo: “(…) Dito de outro modo (a tática é): desarmá-los contra seus inimigos e armá-los contra suas próprias populações, de modo a fazer deles os cães de guarda, ao mesmo tempo dóceis e implacáveis, da nova ordem mundial. De sob as cascas dos velhos Leviatãs nacionais começa a erguer-se, majestosamente sinistro, o Leviatã planetário”.

Olavo conseguiu nos tirar da inércia política em um país que era ignorante e sem cultura

Uau. Mas não para por aí. Olavo já enxergava o que muito só vemos hoje e, mesmo assim, por causa da pandemia. Sem uma imprensa dissidente no Brasil, ficava fácil emplacar qualquer narrativa fantasiosa e distorcida. Mas, em outro artigo de 2012, Olavo mostra as cartas que hoje estão mais do que colocadas na mesa. Sob o título “Salvando o triunvirato global”, o professor que estudou profundamente os movimentos ideológicos e seus peões escreve: “Ninguém ignora que a escolha de Barack Hussein Obama como candidato do Partido Democrata em lugar de Hillary Clinton, em 2008, foi uma imposição, um Diktat, do Grupo Bilderberg. Também é preciso ter feito juramento de cegueira para não enxergar que, durante o seu primeiro mandato, o ungido do globalismo fez tudo para desbancar o dólar e desabilitar a posição dos Estados Unidos no cenário internacional, estancou a produção nacional de petróleo, gás e carvão, atrofiou o sistema americano de defesa, pôs seu país de joelhos ante a China e a Rússia e, tanto no Oriente Médio quanto em suas políticas de segurança interna, deu mão forte aos arautos do Califado universal. Igual favorecimento a expansão islâmica tem orientado a política da União Europeia e de vários governos do Velho Mundo abençoados pela internacional Fabiana”

E continua: “A vitória de Barack Hussein Obama é mais um passo nessa direção (uma ditadura mundial), um indicador claríssimo de que os Estados Unidos vão prosseguir na sua política de autodesmantelamento militar e econômico aliado à expansão ilimitada dos mecanismos de controle policial da sociedade, segundo os mesmos cânones politicamente corretos que os organismos internacionais estão pondo a todos os países do Hemisfério Ocidental.”

Yep. O velho de Virgínia avisou.

Independência intelectual
Eu poderia escrever mais 50 mil caracteres sobre os ensaios de Olavo que tocam em pontos da atual realidade e que fizeram despertar. Artigos que em muitas ocasiões fizeram Olavo ganhar nomes pejorativos como “doido” ou “teórico da conspiração”.

Mas Olavo falava muito além de política ou geopolítica. E insisto que essa é uma viagem individual que cada um tem de fazer. Olavo também falava e muito de Cristo, de amor, de Aristóteles, de Platão, de São Tomás de Aquino, de amizade, de valores, de princípios…  Falava de filosofia, de liberdade e sobre a verdade. E tudo de uma forma humana e calorosa, sem o pedantismo e a soberba de acadêmicos e muitos professores. Olavo conseguiu nos tirar da inércia política em um país que era ignorante e sem cultura. Despertar esse caminho nas pessoas é um dom que poucos têm. Por isso, ele era rejeitado e difamado por seus detratores. Uma vez aberta a porta para as obras do escritor, essa porta daria entrada para um vasto mundo intelectual de independência intelectual. Olavo não era um professor, Olavo era um mestre.

Essa foi umas das muitas pontas da minha história com o Olavo, escrita nas páginas de internet e nos olhos fitados em seus livros. Depois de sua morte, li centenas de relatos no dia que me impressionaram, não que eu não imaginasse que ele poderia ter tocado milhares de pessoas pelo Brasil e pelo mundo com a sua obra, mas havia algo mais. Havia homenagens de pessoas que se entregaram, ou voltaram, ao cristianismo por causa dele.  

Havia homenagens de pessoas que não sabiam o que era comunismo, marxismo cultural, Foro de São Paulo. Ordem Mundial. Havia homenagens de médicos, atletas, jornalistas, economistas e alunos que foram tocados de alguma forma por frases como: “Aconteça o que acontecer, não se deixe desencorajar. Não feche os olhos ante a realidade, por pior que seja. A coragem do espírito, o amor incondicional à verdade, é a mãe de todas as virtudes”. Muitos alunos espalhados pelo mundo hoje são professores e germinarão as sementes de seu legado pelas áreas da educação, espaço que Olavo sempre frisou que deveria ser reconquistado pela direita no Brasil antes de qualquer salto político robusto. E em tantas homenagens, havia faixas em barracos e casebres em favelas e comunidades carentes. O famoso jargão “Olavo tem razão” estampando as pobres fachadas que abrigam ricos intelectos.

Em tempos estranhos, quando a coragem parece ter desaparecido quase que por completo, em que a independência intelectual sentou no colo quente dos lobbies e a liberdade anda com uma corda no pescoço, Olavo, mesmo depois de sua morte, continua incomodando aqueles que não conseguiram desqualificar suas ideias. O ódio descabido a um inimigo que trazia conceitos diferentes daqueles que foram impostos durante décadas no Brasil não surpreende. A onda descabida de ataques ao nome do professor, bem menor que o vasto caminho de homenagens, só concretiza ainda mais o impacto de seu trabalho contra a miséria intelectual e a mesquinhez humana. Olavo, que tem frases célebres que iam no cerne de pontos cruciais na dor e no amor, certa vez disse: “Os mortos conduzem os vivos. Todos os meus mortos queridos… Não sinto saudade deles, porque eles estão presentes, eles existem. Nada do que aconteceu “desacontece”. Aquilo que aconteceu aqui durante uma fração de segundo já está na eternidade, nunca mais volta ao não-ser”.

Através dos caminhos desenhados por Olavo de Carvalho, fiz amizades incríveis com herdeiros intelectuais e amantes da busca do saber da verdade. Pessoas maravilhosas que foram lapidadas pela aura da bondade humana, forjada nos erros e nos acertos, darão continuidade aos propósitos defendidos pelo escritor. Aqui em Oeste, seguiremos caçando hipócritas, alimentando as árvores das ideias e não dos homens, e seguiremos na defesa inviolável e inegociável da liberdade
Porque não somos homens e mulheres de geleia. E sabe quando vamos parar? Nunca.

Obrigada, Olavo.

Leia também “Dead man walking”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


domingo, 23 de janeiro de 2022

Dead man walking - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Há um ano na Casa Branca, Joe Biden já conseguiu transformar sua curta Presidência numa longa lista de escândalos, falhas e deslizes  

Joe Biden | Fotos: Montagem Revista Oeste
Joe Biden - Fotos: Montagem Revista Oeste
 
Em 20 de janeiro de 2021, o presidente norte-americano, Joe Biden, estava diante de um Capitólio vazio e sinistro, fazendo o juramento de posse em um momento em que o país enfrentava uma polarização política histórica. Naquele dia, ele prometeu provar que a própria democracia da nação ainda funcionava e que ele poderia restaurar a unidade de um país dividido. Biden declarou que os Estados Unidos poderiam ter fé em seu governo novamente, enquanto diminuiria a temperatura em uma “Washington inflamada” por seu antecessor, Donald Trump.

Há um ano na Casa Branca, ele já conseguiu tornar sua curta Presidência conhecida por uma longa lista de escândalos, falhas, deslizes e previsões tão óbvias que não é preciso ser um expert em história norte-americana ou política para ler o que 2021 seria se o democrata fosse eleito em 2020.

Confesso que está bem difícil restringir a lista a um ou dois principais fracassos neste primeiro aniversário da administração Biden, embora a catastrófica retirada do Afeganistão das tropas norte-americanas possa ser o deslize mais fatal. Mas, no topo da lista, também temos a inflação, com os piores índices dos últimos 40 anos, uma das razões que jogaram no chão os índices de aprovação de Biden nos últimos meses. Embora seus erros sejam muitos, não é difícil listar os que viraram um fantasma para sua administração, tornando-o um presidente já chamado de pato manco (lame duck), mesmo com três anos de Presidência pela frente.

Bem, não foi por falta de leitura nem de aviso. Tudo era óbvio e o mapa do desastre estava diante dos olhos. Quantos artigos você encontrou aqui em Oeste mostrando o caminho catastrófico que o fraco ex-vice de Obama seguiria nos braços de um Partido Democrata desvirtuado e que perdeu a identidade por completo, entregando-se à extrema esquerda norte-americana?

Logo em janeiro de 2021, assim que entrou no Salão Oval, Biden mostrou que as políticas que eram apenas “teorias conspiratórias” dos republicanos não eram tão irreais assim. Em seu primeiro dia no cargo, o presidente democrata assinou uma lista de ordens executivas de extrema esquerda, incluindo uma exigindo que as escolas ignorassem as diferenças biológicas entre alunos do sexo masculino e femininodos campos de atletismo e quadras esportivas aos banheiros e vestiários se quisessem continuar recebendo recursos federais.

Também nesta primeira semana como presidente da nação mais poderosa do planeta, Biden fez questão de apontar os planos do governo de restabelecer o financiamento federal para clínicas de aborto nos Estados Unidos e em todo o mundo, recurso cortado por Donald Trump; mostrou que reverteria as políticas de imigração que estabeleciam que qualquer pessoa com pedido de asilo deveria aguardar o julgamento em sua cidade de origem; e ajoelhou-se à turba ambientalista, que jamais apresentou relatórios pertinentes, cancelando o oleoduto de Keystone — e ceifando imediatamente mais de 11 mil empregos. Tudo isso você leu aqui em Oeste, assim como a chocante informação de que, nas primeiras 48 horas no cargo, o novo governo lançou 17 ordens executivas — mais do que o primeiro mês das Presidências de Donald Trump, Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton combinadas.

Em fevereiro de 2021, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) sob Biden anunciou diretrizes rígidas de reabertura da sociedade. As ordens manteriam muitas escolas e universidades em todo o país fechadas. Segundo a administração que prometeu o impossível, acabar com o vírus, apenas algumas escolas em áreas com transmissão baixa do vírus poderiam reabrir para o aprendizado presencial, desde que o distanciamento físico e o uso de máscaras fossem aplicados. 

Qualquer taxa de transmissão além do que era designado como moderado pelo CDC (até hoje ninguém soube em quais estudos ou pesquisas o governo se embasou para tomar as medidas) estabeleceu áreas que deveriam obedecer às diretrizes de aprendizagem virtual ou frequência reduzida, limitando o número de crianças na sala de aula. Só o tempo nos dirá como essa geração, forçada a usar máscaras até hoje, foi afetada — mental e academicamente. Enquanto pais se esforçavam de maneira histórica entre empregos perdidos e filhos em casa, sindicatos de professores de extrema esquerda arquitetavam e trabalhavam para manter os alunos fora das escolas, demandando mais recursos financeiros para a categoria, em uma lista de exigências que nada tinha a ver com o ensino remoto ou a pandemia.

Após as perdas democratas na Virgínia e em Nova Jersey, James Carville disparou: “O que deu errado foi esse ‘wokeism’ estúpido

No fim de abril, Biden anunciou seu “Plano de Famílias Americanas”, uma lista de prioridades de gastos da extrema esquerda, muitas das quais se tornariam marcas registradas de sua agenda radical. As metas da farra de gastos proposta, de US$ 1,8 trilhão, incluíam estender a educação governamental para a pré-escola e dois anos de faculdade comunitária fornecidos pelo contribuinte. Foi nessa época que a Casa Branca de Biden começou a planejar, junto com algumas corporações, o desenvolvimento de um sistema de “passaporte vacinal”, para forçar os norte-americanos a mostrar o comprovante da vacina contra a covid para participar plenamente da sociedade.

Crise em família
Pouco tempo depois, mais uma “teoria conspiratória” dos republicanos e de articulistas da Revista Oeste se transformou em realidade. Recordemos que, ainda em 2020, o jornal The New York Post publicou informações contundentes recuperadas de um laptop que o filho do presidente norte-americano, Hunter Biden, supostamente havia deixado em uma loja para manutenção. Revelações sobre a caótica vida de Hunter surgiram, aumentando a coleção de comportamentos desagradáveis que poderiam complicar o caminho à Casa Branca do candidato Biden e, posteriormente, do próprio presidente. 
 
Além de fotos comprometedoras de Hunter, em orgias sexuais e consumindo drogas, novos e-mails do computador suspeito publicados pelo New York Post (jornal fundado por Alexander Hamilton) mostravam que Joe Biden havia se encontrado com parceiros de negócios da Ucrânia, da Rússia e do Cazaquistão em um jantar em Washington, DC, enquanto ele ainda era vice-presidente de Barack Obama, em abril de 2015. No laptop do filho de Biden, a seguinte mensagem foi encontrada: “Caro Hunter, obrigado por me convidar para DC (Washington) e prover a oportunidade de conhecer seu pai e passar algum tempo juntos”, escreveu o executivo Vadym Pozharskyi, da empresa de energia ucraniana Burisma, em que Hunter fazia parte do conselho sem ter a menor qualificação técnica para o cargo de diretor da empresa. Não custa recordar que a agenda das big techs, cada dia mais óbvia, derrubou o perfil do jornal pouco antes da eleição presidencial norte-americana e censurou todos os perfis nas redes sociais que tentaram publicar, comentar ou questionar a história.

Junho de 2021 chegou, e, em menos de seis meses no cargo, Biden entrava para os livros com uma crise histórica na fronteira sul. Em junho, as apreensões ultrapassaram 1 milhão de pessoas no ano fiscal de 2021. As travessias ilegais bateram os níveis mais altos desde 2006. Somente em maio, 170 mil pessoas foram capturadas, marcando uma alta de 20 anos. Foi em junho também que os norte-americanos viram o Estado fronteiriço do Texas declarar emergência pela crise na fronteira que Biden ajudou a causar ao reverter posições da era Trump, como a política de “Permanecer no México”. À medida que a crise avançava, a vice-presidente, Kamala Harris, elevada ao posto de encarregada da fronteira, não se deu ao trabalho de visitar a linha real EUA–México, retrucando: “Não estive na Europa” — quando os repórteres a pressionaram sobre o assunto e perguntaram se ela não iria ao local. Kamala finalmente cedeu e agendou uma viagem, mas só depois que o ex-presidente Donald Trump anunciou seus planos de ir à região.

Em julho, mês em que os norte-americanos orgulhosamente celebram o 4 de Julho, independência do país declarada sob os pilares da liberdade, o governo Biden gabou-se de conspirar com as big techs para suprimir as perspectivas com as quais o governo discorda. Em uma coletiva de imprensa, Jen Psaki, secretaria de imprensa da Casa Branca, elogiou a política do governo de trabalhar com as big techs em “sinalizar postagens problemáticas para o Facebook que espalham desinformação”. Psaki admitiu que não havia nada “fora da mesa” no esforço para manchar a dissidência como “desinformação” e removê-la das mídias sociais. Ainda no mês de julho, os números projetados para a vacinação na população norte-americana não chegaram perto dos esperados pelo governo, e questões como eficácia, efeitos colaterais e coação para a vacinação entraram de vez no radar dos norte-americanos. As respostas não chegavam, apenas ordens.

O fiasco no Afeganistão
E foi em agosto, então, que o mundo assistiu horrorizado à retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, com imagens de tumulto e violência. O governo tentou apresentar a ação como uma peça estratégica de sucesso, num esforço para retratar o encerramento “positivo e corajoso” da guerra mais longa do país. Mas a série de erros nesse evento foi politicamente prejudicial e devastadora. Seus números de pesquisa ainda não se recuperaram desde que norte-americanos, democratas e republicanos, assistiram atônitos às terríveis imagens vindas do Afeganistão. A retirada desorganizada também deixou 13 militares norte-americanos mortos e milhares de cidadãos norte-americanos e aliados afegãos presos sob o controle do Talibã.
 
A decisão, amplamente criticada no Congresso, mostrou uma série de erros inacreditáveis, como a decisão do governo de desocupar a Base Aérea de Bagram antes de evacuar os norte-americanos do país, até deixar armas e equipamentos parar nas mãos do Talibã. 
Biden ainda teve a falta de sensibilidade de ir à TV proclamar uma vitória que não aconteceu. 
Ainda em agosto, o governo realizou um ataque de drone contra agentes do Estado Islâmico e que matou pelo menos dez civis, entre eles sete crianças.

Os norte-americanos não esquecerão tão cedo as imagens angustiantes de pessoas desesperadas atropelando umas às outras na caótica corrida para o Aeroporto de Cabul, de gente agarrada ao trem de pouso de aeronaves norte-americanas e caindo indefesas do céu, ou de um helicóptero solitário saindo do telhado da embaixada norte-americana. Há sangue nas mãos de Biden, e aliados também não se esquecerão dessas cenas tão cedo.

A derrota na Virgínia
Já em setembro, as ações de Biden podem ter causado a perda nas importantes eleições para o governo da Virgínia. Em 29 de setembro, o Conselho Nacional das Associações Escolares (National School Boards Association) enviou uma carta à Casa Branca pedindo a Biden que usasse o FBI e outras autoridades federais para ameaçar pais que ousassem questionar os currículos escolares enfaticamente. Poucos dias depois, em resposta à carta, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, orientou o FBI e procuradores federais a investigar pais e abordar “um aumento perturbador de assédio, intimidação e ameaças de violência contra administradores escolares, membros do conselho, professores e funcionários”.

No entanto, investigações mostraram que o próprio secretário de Educação de Biden, Miguel Cardona, solicitou secretamente a carta ao Conselho Nacional das Associações Escolares (que emitiu um pedido de desculpas posteriormente), para, presumivelmente, usar como pretexto para o esforço do governo em atingir pais insatisfeitos com o fechamento de escolas públicas, mandatos de máscaras e o descontentamento com extremistas com currículos de ideologias de gênero e teoria crítica racial (CRT). A ira dos pais, que temeram que sua autoridade sobre as decisões que afetam seus filhos fosse corroída, tomou conta de muitos Estados. Numa eleição histórica e com a campanha feita na defesa dos pais e de suas opiniões e preocupações curriculares, três republicanos varreram as eleições estaduais no democrata Estado da Virgínia, que elegeu o governador, a vice e o procurador-geral do Estado do partido de oposição ao presidente.

O partido woke
Recentemente, o estrategista democrata de longa data James Carville criticou membros de seu próprio partido sobre a agenda estagnada de Joe Biden, mesmo com maioria em ambas as Casas legislativas. Durante meses, Carville vem alertando os democratas sobre as armadilhas de ser um partido woke (algo como “politicamente correto”), descrevendo-o como “um grande ‘problema’ do qual todos estão cientes”. Ele também advertiu que “as pessoas estão muito mais interessadas em suas vidas e em como melhorá-las do que no pronome de outra pessoa ou algo assim”. Após as perdas democratas na Virgínia e em Nova Jersey (outro Estado que vota com os democratas há anos) em novembro de 2021, bem como os ganhos do Partido Republicano em outros lugares, Carville disparou: “O que deu errado foi esse ‘wokeism’ estúpido. Vocês estão prejudicando o partido”.

Outra democrata, a ex-deputada Tulsi Gabbard, do Havaí, candidata presidencial nas primárias democratas, concordou, dizendo:Acho que o povo norte-americano, como vimos claramente na Virgínia, está dando um sinal claro de que rejeita esse tipo de divisão, a ‘racialização’ de tudo neste país, o fomento da raiva e do ódio, que, infelizmente, estou vendo vir de muitos dos meus colegas democratas. Os norte-americanos estão se levantando e dizendo: ‘Ei, queremos escolher um futuro otimista, um futuro esperançoso, um futuro em que possamos viver de acordo com o sonho de Martin Luther King sobre julgar uns aos outros pelo nosso caráter, não pela cor da nossa pele, respeitando uns aos outros como colegas norte-americanos, democratas e republicanos, realmente se unindo para trabalhar em direção a um objetivo comum’. Essa é a direção que precisamos seguir. E acho que a eleição do governador da Virgínia foi uma indicação de que os eleitores se posicionaram e deixaram suas vozes serem ouvidas através das urnas”.

Mas não pense que o que está ruim não pode piorar. Em meu artigo da semana passada, mostrei em detalhes o que aconteceu com a ordem vacinal tirânica da agência de Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), braço que o governo usou para tentar emplacar uma ordem inconstitucional. Depois de emitir um comunicado à imprensa, em setembro de 2021, ameaçando um mandato de vacina para empresas privadas com 100 ou mais funcionários, a agência divulgou um boletim temporário de emergência, em 4 de novembro, que exigiria que as empresas cumprissem até 4 de janeiro a ordem ou incorreriam em multas de até US$ 14.000 por violação. Como sabemos, a Suprema Corte Americana derrubou essa ordem na última semana. Obviamente, o governo Biden sabia que a medida era flagrantemente inconstitucional o tempo todo — mas explorar os atrasos do sistema judicial permitiu que o governo intimidasse muitas empresas a cumprir a ordem de qualquer maneira, sem se importar com o fato de que o próprio governo Biden prometeu, durante a campanha, que jamais exigiria a vacina contra a covid.

Máquina de imprimir dólares
Dezembro de 2021 chegou e, junto com o último mês do ano, o clímax (até agora) da inflação e da crise da cadeia de suprimentos — duplamente causada pelos gastos radicais do governo, que mantém a impressora de dinheiro ligada 24 horas por dia, e pelos eternos lockdowns dos democratas. Com os norte-americanos enfrentando a escassez de produtos e os atrasos nas remessas durante as compras de Natal, o Departamento de Trabalho divulgou os números de novembro, revelando uma inflação de 6,8% ao ano, ou “o maior aumento de 12 meses desde o período de junho de 1982”. Os números da inflação de dezembro foram ainda maiores, chegando a 7%. O Federal Reserve reconheceu que sua leitura inicial de que a inflação seria transitória se mostrou excessivamente otimista. O Banco Central está a caminho de iniciar um ciclo de aumentos regulares das taxas de juros em sua reunião de março. 
 
O desafio para o Fed será fazer isso sem ser tão agressivo a ponto de causar uma recessão e alimentar o desemprego. Uma pesquisa do Wall Street Journal no mês passado mostrou que os eleitores estavam pessimistas em relação à economia e à condução do país nas mãos dos democratas. Resta saber se Biden vai lidar com as consequências políticas dos eleitores, que culpam o presidente e os democratas pelos preços mais altos antes das eleições de midterms, em novembro.

As gafes, os erros e os tropeços dessa administração já compõem uma vasta lista. Imaginei que, avaliando esse primeiro ano de Joe Biden na Casa Branca, meu artigo ficaria mais longo do que o normal, e nem entramos com detalhes na política internacional do democrata. Os EUA estão lidando com uma Rússia mais agressiva, que está concentrando tropas na fronteira com a Ucrânia, e ameaçou o presidente russo, Vladimir Putin, com extensas sanções se Moscou invadir a Ucrânia. As movimentações são tensas, e os que manipulam os tentáculos bélicos do partido do presidente já torcem por uma intervenção militar norte-americana. Com a China, após uma tensa reunião inicial no Alasca entre seus ministros das Relações Exteriores, os EUA procuraram encontrar áreas para trabalhar com o país, principalmente em mudanças climáticas, mas uma longa lista de diferenças permanece intocada, sobre direitos humanos, comércio e tecnologia. Os norte-americanos não mandarão oficiais para as Olimpíadas de Inverno, agora em fevereiro, em Pequim.

Não podemos deixar de mencionar os piores números dos últimos anos na segurança, principalmente nos crimes cometidos contra policiais
O ano de 2021 registrou o maior índice da história na violência contra forças policiais, e as grandes cidades sob administração democrata sofreram com um combo perigoso: a alta criminalidade aliada às históricas baixas policiais, com números cada vez maiores de renúncia de membros dessas forças. A conta da agenda “defund the police”, iniciada em 2020, chegou.

A cereja do bolo
Para finalizar, o desemprego continua elevado, mesmo com tantos postos de trabalho abertos em 2021; veículos da mídia associados ao Partido Democrata já questionam os muitos erros dessa administração em tão pouco tempo, enquanto republicanos exploram os baixíssimos números de aprovação da dupla Biden/Harris. Para a cereja de um bolo que derrete à luz do dia, em um discurso em 11 de janeiro deste ano, pedindo ao Senado dos EUA que abandone as regras de obstrução, para aprovar uma proposta de federalização radical e inconstitucional das leis eleitorais, o presidente Biden comparou os críticos de sua agenda — que incluem o senador democrata Joe Manchin, de West Virginia, e Kyrsten Sinema, do Arizona — ao ex-governador do Alabama George Wallace e ao líder confederado Jefferson Davis, nomes de segregacionistas da era da Guerra Civil Americana. “Como você quer ser lembrado em momentos importantes da história? Você quer estar ao lado do Dr. King (Martin Luther King) ou de George Wallace? Você quer estar ao lado de Abraham Lincoln ou Jefferson Davis?”, disparou Biden, aos senadores democratas que, diante de uma agenda radical de transformação dos pilares norte-americanos e do absoluto desrespeito à Constituição Americana, se recusaram a votar com o presidente. Uma das medidas no projeto democrata de federalização das eleições nos EUA, ignorando a autonomia dos Estados, é que não seja obrigatória a apresentação de um documento de identidade na hora da votação.

Nesta semana, aqui nos Estados Unidos, é celebrado o feriado que homenageia exatamente Martin Luther King Jr., ícone dos direitos civis e da liberdade. Em umas de suas muitas frases célebres, proclama: “A verdadeira medida de um homem não é vista na forma como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.

Administrações ruins passam, embora suas consequências possam perdurar por anos. Mas, pelo menos, enquanto o espírito de MLK estiver em homens e mulheres, como os senadores democratas Manchin e Sinema, que não se aqueceram no aplauso fácil, a liberdade e o respeito às leis sempre antes de tudo respirarão em algum canto do mundo.

Leia também “O preço do radicalismo”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


domingo, 16 de janeiro de 2022

A preservação das liberdades - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

A administração Biden segue a passos largos em várias frentes na tentativa de desvirtuar os pilares democráticos norte-americanos 

Depois da eleição presidencial de 2018, o brasileiro começou a entender — pra valer — a real atuação do Supremo Tribunal Federal
Foi-se a era de sabermos de cor a escalação da Seleção Brasileira de Futebol. 
O povo se apaixonou por política e hoje sabe de cabeça os nomes, sobrenomes, apelidos e decisões dos ministros do STF.
 O ativismo da nossa mais alta Corte, até então apenas suspeito e bem disfarçado na maior parte do tempo, foi exposto na clara luz do dia. As dúvidas sobre a militância do tribunal deixaram de existir e hoje sabemos que a atual escalação do STF não gosta de jogar na esfera institucional.
 
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos | Foto: Shutterstock
       
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos - Foto: Shutterstock

Juízes com grande poder de decisão. Decisões fora de sua área de atuação. Esse era um medo que aterrorizava os Pais Fundadores dos Estados Unidos. Homens não eleitos que poderiam decidir o que quisessem sem a chateação de ter de ouvir “os representantes do povo”. A Revolução Americana, nascida na opressão de decisões britânicas de taxar os colonos na América sem a devida representatividade no Parlamento (“No taxation without representation”), forjou uma nação com pilares sedimentados na desconfiança de decisões de homens sem votos. Os filtros do sistema político americano que evitam tais aberrações foram estudados e descritos por homens que entenderam que, em um justo sistema de freios e contrapesos em uma república, um Poder não pode — jamais — ferir as leis e atuar com maior peso sobre outro.

Há mais de 230 anos, Alexander Hamilton, James Madison e John Jay, três dos Pais Fundadores Americanos, publicaram uma série de ensaios promovendo a ratificação da Constituição dos Estados Unidos, conhecidos como Federalist Papers. Ao explicar a necessidade de um Judiciário independente, Alexander Hamilton observou no Federalist número 78 que os tribunais federais “foram projetados para ser um órgão intermediário entre o povo e sua legislatura”, a fim de garantir que os representantes do povo agissem apenas dentro da autoridade dada ao Congresso nos termos da Constituição. Em um trecho do Federalist número 78, publicado em 1788 como parte de um dos documentos mais importantes da era fundadora da nação mais próspera do mundo, Alexander Hamilton é incisivo:  
Nenhum ato legislativo contrário à Constituição pode ser válido. Negar isso seria afirmar que homens, agindo em virtude de poderes, podem fazer não apenas o que seus poderes não autorizam, mas o que eles proíbem. (…) É mais racional supor que os tribunais foram concebidos para ser um órgão intermediário entre o povo e o Legislativo, a fim de manter este último dentro dos limites atribuídos à sua autoridade. A interpretação das leis é da competência própria e peculiar dos tribunais (…) A Constituição deve ser preferida à lei, à intenção do povo, à intenção de seus agentes. Nem esta conclusão supõe, de modo algum, uma superioridade do Poder Judiciário sobre o Legislativo. Supõe apenas que o poder do povo é superior a ambos; e que, onde a vontade do Legislativo, declarada em seus estatutos, se opõe à do povo, declarada na Constituição, os juízes devem ser governados por este e não pelo primeiro. Eles devem regular suas decisões pelas leis fundamentais, e não pelas que não são fundamentais”.

Os Pais Fundadores da América dedicaram anos de suas vidas estudando as falhas e os acertos de sistemas políticos até chegarem à sua Constituição, documento único com mais de 230 anos e apenas 27 emendas. No entanto, por mais que esses homens estivessem imersos na proposição de desenhar um sistema justo e sólido, pequenas imperfeições foram inevitáveis. Até na Corte Suprema, estritamente constitucional, momentos de puro ativismo podem acontecer. Como na manobra militante de 1974 que legalizou o aborto no país, no emblemático caso Roe v. Wade, mencionado em alguns de meus artigos aqui em Oeste. E há outro ponto dentro desse raro, porém existente e importante, ativismo judicial na América. O uso de agências regulatórias, que podem ter ações com poder de lei na ausência de legislações específicas.

Em Chevron v. National Resources Defense Council (1984), a Suprema Corte americana decidiu criar a doutrina de que os tribunais normalmente devem ceder às agências governamentais quando a linguagem de uma lei é ambígua. O conceito de “deferência Chevron” surgiu das interpretações concorrentes da Lei do Ar Limpo (Clean Air Act), entre as administrações de Jimmy Carter e Ronald Reagan. Em 1977, o Congresso alterou a Lei do Ar Limpo após críticas de que o governo não cumpria os padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA).

A lei alterada exigia que os Estados que não atendiam às especificações teriam de estabelecer um programa de licenças regulando “fontes estacionárias novas ou modificadas” de poluição do ar. Em grande parte, a definição de “fontes estacionárias” ficou intacta sob as emendas de 1970 à Lei do Ar Limpo, que se referia a “qualquer edifício, estrutura ou instalação que emite ou possa emitir qualquer poluente do ar”. O problema é que as administrações Carter e Reagan não concordavam com a definição de “fontes estacionárias”.

Em um ano na Casa Branca, o atual presidente já encara preocupantes números de aprovação

Em 25 de junho de 1984, o juiz da Suprema Corte John Paul Stevens redigiu a decisão unânime da Corte que considerou a revisão judicial da interpretação de uma lei por uma agência. Se o Congresso não se manifestou diretamente sobre a questão específica, a interpretação da agência podia ser baseada em uma construção permissível da lei. No caso da Chevron, as emendas de 1977 deixaram à agência o poder de interpretar a linguagem ambígua da lei. O juiz Stevens argumentou que não havia uma intenção clara na história legislativa das emendas de 1977 para obter uma definição nítida de “fontes fixas ou estacionarias”, e, onde a linguagem não era precisa na questão de sua aplicação, as agências tinham experiência além do Congresso para promover a flexibilidade em administrar uma legislação importante.

Eu sei, parece um caso saído de um livro do Barroso. Agora imaginem os Pais Fundadores da América ouvindo que juízes deram o poder de interpretar legislações às agências reguladoras! Administradores que nunca receberam um voto de cidadãos americanos. E Chevron v. National Resources Defense Council acabou se tornando a porta para que outras agências administrativas adquirissem mais e mais poder, muitas vezes sendo usadas pelo próprio Executivo, que, se não conseguir conversar com as Casas Legislativas, pode assinar ordens executivas absurdas e até inconstitucionais. Como Joe Biden.

Em um ano na Casa Branca, o atual presidente já encara preocupantes números de aprovação (uma nova pesquisa da Quinnipiac University mostra queda de 36% para 33% nesta semana), para quem ainda deveria estar gozando da “lua de mel” com o eleitorado. Biden começou o ano de 2021 anunciando que jamais obrigaria as pessoas a se vacinar contra a covid, e que sua administração “erradicaria” o vírus. Bem, de acordo com vários imunologistas sérios, como o doutor Zeballos, no Brasil, e o doutor Martin Kuldorff, aqui nos EUA, o vírus não vai a lugar algum tão cedo. Ele pode até ser atenuado por variantes como a Ômicron, que traz alta transmissibilidade e baixíssima letalidade, mas está longe de ser “erradicado”, como declarou o democrata.

Sobre o passaporte sanitário fascista de uma vacina ainda em desenvolvimento, Biden também não cumpriu sua promessa. E, usando exatamente uma agência regulatória, a Osha (Occupational Safety and Health Administration), seu governo baixou uma ordem exigindo que empresas com mais de 100 empregados obrigassem seus funcionários a se vacinar. De acordo com a ordem, Joe Biden teria poder regulatório para emitir um mandato médico em prol da saúde pública e do “bem comum”. Muitos Estados, empresas e organizações sem fins lucrativos desafiaram a regra imposta pela Osha e foram para os Tribunais de Apelação em todo o país. Em novembro do ano passado, o Tribunal de Apelações do Quinto Circuito bloqueou totalmente a ordem draconiana do democrata e jogou o problema para a Suprema Corte.

Colhendo os frutos
Sempre é bom lembrar que a eleição presidencial norte-americana de 2016, entre Donald Trump e Hillary Clinton, não foi histórica apenas pela digital da polarização política. A escolha não era nada fácil, já que na cédula havia o nome de dois candidatos que não eram muito queridos nem pelos eleitores nem por seus partidos. No entanto, mais uma vez, o pragmatismo do norte-americano entrou em cena na eleição e, junto com ele, o famoso “single issue voter”, ou algo como “eleitor de questão única”. Para eles, havia apenas uma razão, um único motivo para eleger Donald Trump: a indicação de dois ou mais juízes para a poderosa Suprema Corte Americana.

Donald Trump ficou quatro anos na Casa Branca e conseguiu deixar uma marca inigualável. Além de um número surpreendente de indicações de juízes conservadores para as Cortes Superiores e distritos federais, Trump colocou três juízes constitucionalistas na Suprema Corte. Para aqueles que taparam o nariz e votaram no bufão laranja por uma única questão, a colheita chegou ontem, quinta-feira, 13 de janeiro de 2022. Em uma votação histórica, a Scotus bloqueou a ordem de vacinação para todas as empresas privadas que possuem 100 ou mais empregados, escrevendo em sua decisão: “O secretário (de Saúde) ordenou que 84 milhões de americanos tomassem uma vacina contra a covid-19 ou se submetessem a exames médicos semanais à sua própria custa. Este não é um ‘exercício cotidiano do Poder Federal’”.

A opinião final da Corte também observa que o Congresso nunca decidiu dar à Osha o poder de regular a vida dos norte-americanos: “Embora a covid-19 seja um risco que ocorre em muitos locais de trabalho, não é um risco ocupacional na maioria”. A decisão observa a falta de “precedentes históricos” da agência governamental Osha na emissão de amplas regulamentações de saúde e alerta: “Permitir que a Osha regule os perigos da vida cotidiana — simplesmente porque a maioria dos americanos tem empregos e enfrenta esses mesmos riscos enquanto estão trabalhando — expandiria significativamente a autoridade regulatória da Osha sem autorização clara do Congresso”.

O juiz Neil Gorsuch, um dos apontados por Donald Trump, concordou que o Congresso não deu à Osha o poder de regular a vida diária nem as liberdades de milhões de norte-americanos, e foi enfático: “A questão diante de nós não é como responder à pandemia, mas quem detém o poder de fazê-lo. A resposta é clara: de acordo com a lei atual, esse poder é dos Estados e do Congresso, não da Osha. Ao dizer isso, não impugnamos as intenções por trás das ações de ordens da agência. Em vez disso, apenas cumprimos nosso dever de fazer cumprir as exigências da lei quando se trata da questão de quem pode governar a vida de 84 milhões de norte-americanos. Respeitar essas exigências pode ser difícil em tempos de estresse. Mas, se este Tribunal as cumprisse apenas em condições mais tranquilas, as declarações de emergência nunca terminariam, e as liberdades que a separação de Poderes da nossa Constituição procura preservar seriam poucas”, concluiu Gorsuch, mostrando o motivo pelo qual os eleitores com apenas uma razão para votar Trump comemoraram a decisão nas redes sociais.

Mas não pensem que não há juízes ruins na Corte Suprema Americana. Os juízes indicados por democratas, Stephen Breyer, Sonia Sotomayor e Elena Kagan, não apenas discordaram da decisão e queriam que o governo federal violasse o próprio federalismo americano, diminuindo a autonomia dos Estados e do Congresso. Também cometeu gafes (mas pode chamar de fake news) do nível do nosso STF.

A juíza Elena Kagan sugeriu que tomar a vacina reduz totalmente a propagação do vírus, uma alegação duvidosa que é contestada pelo número quase fora de controle de novos casos em todo o mundo. A opinião de Kagan é que “esta é a política mais correta para acabar com tudo isso que está aí”. O juiz Stephen Breyer ecoou o sentimento de Kagan de que a vacina — ainda em desenvolvimento — impediria a propagação do vírus no local de trabalho. Ele disse que o argumento das empresas de que centenas de milhares de pessoas deixariam a força de trabalho devido à vacinação forçada, prejudicando a já em dificuldades economia dos EUA, é discutível, porque “mais pessoas podem renunciar a seus postos quando descobrirem que precisam trabalhar em conjunto com outros não vacinados”, disse Breyer, antes de sugerir que um mandato de vacina eliminaria os casos de covid nos EUA.

Até o próprio CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) admitiu que a vacina não bloqueia a transmissão da covid, mas isso não impediu que os juízes continuassem a alegar que as vacinas eram eficientes para conter a propagação do vírus. O juiz Breyer também usou repetidamente o aumento do número de casos após o surgimento da variante Ômicron para justificar a manutenção do mandato da Osha e afirmou que houve “750 milhões de novos casos ontem”, apesar de a população dos EUA ser menos da metade desse número.

O presidente eleito em 2022 indicará para o Supremo Tribunal Federal dois ministros em 2023

Os exemplos, dados e fatos não reprimiram as falácias vindas dos juízes progressistas, como Sotomayor, que passou a afirmar que a covid é um “risco grave” para “pessoas de todas as idades e condições”, e que pessoas não vacinadas têm potencial destrutivo para si mesmas e para os outros, inclusive os vacinados. Ela, junto com Breyer, também afirmou, de forma bizarra e sem a menor responsabilidade, que “os hospitais estão quase todos com capacidade total”, o que não é verdade, e mentiu que mais de 100.000 crianças estão hospitalizadas com covid e em respiradores. Faltou combinar com os dados oficiais: de acordo com o atual censo nacional de covid pediátrico, esse número é de 3.342 crianças internadas, a maioria de maneira incidental.

Mesmo com uma derrota histórica ontem e com uma decisão importantíssima para a preservação das liberdades que sustentam o Ocidente, a administração Joe Biden segue a passos largos em várias frentes na tentativa de desvirtuar os sólidos pilares democráticos norte-americanos
Com uma atual Suprema Corte, com maioria conservadora, que vê na letra fria da lei o único norte possível (nessa decisão sobre a Osha, o placar final foi de 6 a 3), democratas tentam aumentar o número de juízes do tribunal para 11 ou até 13 membros; tentam acabar com a ferramenta de fillibuster no Senado, manobra que daria ao partido de Biden o poder de passar leis com maioria simples (e não os 60 de 100 senadores necessários para votações importantes); além das inúmeras tentativas de “federalizar” as eleições e tirar o poder e o importante filtro de segurança colocado pelos Pais Fundadores da América.
 
Em 2022, a agenda nefasta da esquerda radical, que também está presente nos Estados Unidos, vai tentar seguir um caminho ainda mais violento; na América e no mundo. Neste ano, temos uma eleição-chave para o nosso futuro no Brasil. 
O presidente eleito em 2022 indicará para o Supremo Tribunal Federal dois ministros em 2023. Que o caminho que os norte-americanos pragmaticamente decidiram trilhar em 2016 nos ensine que resultados eleitorais são também colhidos com o tempo.

A agenda democrata tentou seguir um caminho muito bem pavimentado, de maneira quase perfeita, por Obama. De acordo com a velha imprensa e os institutos de pesquisas, Hillary seria eleita presidente em 2016 em todos os cenários. Faltou combinar com o eleitor.

Leia também “E se o governo mandasse o STF passear?”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 12 de julho de 2021

Cubanos clamam por liberdade em ilha controlada por companheiros de Lula - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino
 
Várias pessoas ficaram feridas ou foram detidas durante os protestos contra o regime comunista de Cuba neste domingo (11), segundo a imprensa independente. Em Havana, jornalistas da Associated Press flagraram pelo menos 20 prisões de manifestantes, que foram levados em carros policiais ou particulares.

Também há relatos de pessoas que ficaram feridas em confrontos com a polícia.
Em Havana, um repórter cinematográfico da AP foi agredido por simpatizantes do regime e um fotógrafo da mesma agência de notícias foi ferido pela polícia. Em Camagüey, moradores denunciaram que a ditadura castrista enviou tropas especiais para reprimir os protestos e relataram ao menos dois feridos em ação das forças de segurança.
 
LEIA TAMBÉM: Análise sobre a prisão arbitrária na CPI da Covid. Abuso de autoridade marca a semana no Senado e ameaça o Estado Democrático de Direito
 

A Anistia Internacional condenou a repressão da ditadura comunista. "Pessoas foram feridas por tiroteios policiais, prisões arbitrárias, ameaças e ataques a jornalistas, incluindo um fotógrafo da agência AP, uma forte presença militar nas ruas e um governo intolerante", disse Erika Guevara Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas, na noite deste domingo.

Nas redes sociais, o apoio aos cubanos que clamam por liberdade é enorme. Já são quase 2,5 milhões de tweets, a imensa maioria torcendo por uma Cuba livre. Já os comunistas espalhados pelo mundo tomam o partido da tirania assassina criada pela família Castro, o ídolo de Lula. É o caso do MST, o braço armado do PT no campo:  Observem o que se passa em Cuba - ou tentem, pois a tirania comunista cortou a luz e a internet já limitada e capenga - e entendam por que todo totalitário quer desarmar o povo. Arma é liberdade! Milhões de escravos desarmados estão à mercê de milicianos lulistas, sem chance de defesa.

Essa foi a pegada de várias mensagens também. Barbara, do canal TeAtualizei, comentou: "O povo de Cuba desarmado, agora é alvejado pelo 'revolucionários' que protegem a ditadura comunista. Que Deus proteja e livre esse povo". O canal Dama de Ferro sintetizou: "O povo cubano é uma maioria desarmada... Deus os proteja!" A advogada Flavia Ferronato foi direto ao ponto: "O povo cubano está desarmado… Não é sobre armas é sobre liberdade!!"

Yoani Sánchez, líder ativista na ilha-presídio comunista, pediu ajuda ao mundo: "Eles reprimem e censuram. Chegou o dia e eles não querem aceitar que as pessoas já tenham dito 'basta'. Sem internet, sem suprimentos e com as ruas tomadas pela polícia: é assim que a gente está. Pelo menos dois colaboradores do 14ymedio estão desaparecidos. SOSCuba".

O senador republicano da Flórida, Marco Rubio, de origem cubana, explicou: "Os protestos em Cuba não são apenas sobre 'escassez'. O socialismo promete comida, remédios e renda garantidos se você desistir de sua liberdade. Quando, como sempre, falha em entregar, você não tem sua liberdade de volta. É por isso que os manifestantes estão gritando 'Libertad'".

O portal Senso Incomum lembrou quem são os alinhados ao regime opressor cubano no Brasil, aqueles que nos acusam de antidemocráticos na maior inversão cara de pau do planeta: E há, claro, os "isentões", aqueles que garantem defender a democracia, MAS sempre colocam um "mas" depois para justificar atrocidades oriundas da esquerda. A realidade cubana em nada se parece com as falácias repetidas por esquerdistas.

Os bobinhos, vale lembrar, diziam que tudo melhoraria desde Obama, um "paizão" para os Castro, e a morte de Fidel. Apostaram suas fichas numa abertura gradual e voluntária, como se alguma vez na história tiranos comunistas tivessem aberto mão de poder e controle sem forte pressão externa e interna. Cuba só será livre com atos de rebeldia contra a tirania, de preferência com ajuda internacional concreta. Os cubanos merecem respirar ares livres. São escravos há meio século, numa situação e penúria. E pensar que vagabundos comunistas querem importar essa realidade para o Brasil, com apoio até de certos banqueiros...  [fosse só dos banqueiros...] 
 
Rodrigo Constantino, colunista - VOZES - Gazeta do Povo