Comlurb e Light também foram afetadas; hospitais e PM funcionam normalmente
A
paralisação de caminhoneiros pode afetar a prestação de serviços em várias
regiões do estado do Rio. De acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos
do Rio de Janeiro (Cedae), o fornecimento de água pode sofrer restrições por
causa do bloqueio de carretas nas estradas em todo o país, que provoca
dificuldade de entrega no fornecimento de produtos químicos na companhia. Concessionárias
de energia elétrica, Light e Enel colocaram planos de contingência em prática. "No
momento, a dificuldade de entrega está causando baixa no estoque dos produtos
químicos. A Cedae permanecerá agindo para que suas atividades de produção
continuem sem interrupção, no entanto, pede à população que economize água até
que seja restabelecida a normalidade na entrega dos produtos químicos
necessários e fundamentais ao tratamento", diz a Cedae em nota.
FORNECIMENTO
DE ENERGIA
A Light
informou que vai restringir, a partir desta quinta, seu atendimento devido à
falta de combustível para sua frota. Segundo a empresa, vai ser acionado um
plano de contingência para atender serviços considerados essenciais, como
hospitais, delegacias e escolas. Além de emergências que coloquem em risco a
segurança de outras pessoas, como postes que apresentem risco de queda. O
fornecimento de energia, de acordo com a concessionária, não será afetado.
A Enel
Distribuição Rio, que fornece energia a cerca de três milhões de pessoas no
estado, informou que alguns serviços da companhia estão sendo afetados. Segundo
a nota divulgada pela empresa, "em algumas regiões, equipes estão tendo
dificuldades de deslocamento, por conta de bloqueios em estradas e falta de
combustível. A distribuidora ressalta que está priorizando atendimentos
emergenciais até que a situação se normalize".
COLETA DE
LIXO
A
Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) informou que a
paralisação também tem prejudicado o abastecimento dos caminhões. Por causa do
racionamento, a companhia informou que está priorizando a coleta domiciliar,
"que vem sendo feita normalmente". Além do
risco de faltar combustível, a empresa enfrenta outros problemas. Um deles são
os prejuízos materiais provocados pelas manifestações. A Comlurb disse que
quinze caminhões da companhia foram danificados em piquetes de caminhoneiros.
Os funcionários também estão tendo dificuldades em transportar o lixo recolhido
para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-Rio), em Seropédica, por causa dos
bloqueios. A Comlurb informou que a situação será regularizada assim que a
greve terminar.
HOSPITAIS
FUNCIONAM NORMALMENTE
A
paralisação de caminhoneiros ainda não afetou os hospitais públicos do Rio. Em
nota, a Secretaria estadual de Saúde informa que a greve dos caminhoneiros ainda
não afeta as unidades da rede estadual, situação semelhante ao do município do
Rio. "Estamos monitorando e até este momento não recebemos nenhuma
notificação de problemas a respeito desta situação", informa a Secretaria
municipal de Saúde.
Apesar da
falta de combustíveis em muitos postos, a Polícia Militar do Rio informou, na manhã
desta quinta-feira, que o patrulhamento ostensivo segue em todo Estado do Rio
sem alterações até o momento. Já na
educação, duas cidades do Sul do estado cancelaram as aulas. Em Porto Real, as
aulas foram suspensas hoje e nesta sexta-feira. Já em Barra Mansa, a suspensão
segue até a próxima segunda-feira. As
Secretarias de Educação das cidades de Barra Mansa e Porto Real, no Sul do
estado, anunciaram que as aulas da rede pública de ensino desses municípios
serão suspensas nesta quinta-feira e sexta-feira. A informação foi divulgada no
início da noite desta quarta-feira. A interrupção ocorre devido a greve dos
caminhoneiros, que começou na última segunda-feira.
Em Barra
Mansa, as aulas em todas as 72 escolas do município, também estarão suspensas
na próxima segunda-feira. São cerca de 20 mil alunos e mais de três mil
profissionais de educação afetados pela falta de combustível. A decisão foi
tomada após o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Barra
Mansa e Volta Redonda (SindPass) enviar um documento à prefeitura, em que
comunicava que, por conta da greve dos caminhoneiros, as empresas de ônibus
deixariam de circular devido a falta de óleo diesel.
O Globo