Usando trajes camuflados em diferentes tons de verde, os homens do Exército desembarcam nas ruas de cidades marcadas pela violência e pelo tráfico de drogas.
A descrição
lembra as imagens vistas no Rio de Janeiro na última semana, quando 8,5
mil militares das Forças Armadas passaram a reforçar a segurança da
região metropolitana, mas a cena na verdade aconteceu em 2006, no
México.
A adoção das Forças Armadas em atividades como operações policiais e patrulhamento foi decidida pelo então recém-empossado presidente Felipe Calderón e logo ganhou o nome de guerra ao narcotráfico - a estratégia casava com a tentativa dele de melhorar sua situação política, já fragilizada.
No Brasil, tanto o presidente Michel Temer quanto o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB, enfrentam crises de popularidade que poderiam ser amenizadas caso a operação com as Forças Armadas fosse bem-sucedida. A história mexicana, no entanto, sugere que o desfecho pode não ser dos melhores.
A partir de 2007, houve uma escalada na participação de militares em ações conjuntas de segurança pública no México - chegando a mais de 52 mil agentes em 2011. Ao mesmo tempo, cresceram também as denúncias de tortura por parte dos agentes. Entre dezembro de 2012 e julho de 2014, foram 1.148 queixas registradas pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do México (CNDH).
Por outro lado, a violência que o Exército pretendia combater não deu trégua. Dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (Inegi) mostram um crescimento constante no número de homicídios de 2007 (8.867 mortes) a 2011 (27.213) no país.
E se, entre 2000 e 2008, a cifra anual de assassinatos não ultrapassou os 10 mil, depois de 2010 ela sempre ficou acima de 20 mil. A título de comparação, no Estado do Rio o Exército enfrentará uma situação de 6.262 mortes apenas em 2016 - a maior taxa desde 2010. [no México a principal atuação das FF AA foi no patrulhamento ostensivo - por óbvio, o patrulhamento ostensivo dirige a ação dos bandidos para áreas sem patrulhamento.
NO Rio, se espera que as autoridades tenham aprendido as lições de intervenções anteriores e usem a tática: cerco, varredura e asfixia.
O patrulhamento ostensivo só funciona em períodos curtos - algo como uma ou duas semanas.]
MATÉRIA COMPLETA, BBC Brasil
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