Juristas
protocolam novo pedido de impeachment da presidente Dilma
Requerimento
é o mesmo texto do anterior, com a inclusão do argumento de que pedaladas
fiscais continuam em 2015
Os juristas
Hélio Bicudo, fundador do PT, e Miguel Reale Jr, ex-ministro do governo Fernando
Henrique Cardoso, estiveram no início da tarde desta quinta-feira, 15, no 4º cartório de
notas na capital paulista para protocolar um novo pedido de impeachment contra
a presidente Dilma Rousseff. A advogada Janaína Paschoal, que também
assina a peça, também esteve no cartório. O procedimento, acompanhado pelo
líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), é um reconhecimento das
assinaturas dos protocolantes antes de o pedido ser levado à Câmara.
Sampaio informou que um assessor dele e a filha de Bicudo levarão o pedido amanhã para Brasília. Reale voltou a reclamar do que chamou de interferência do Supremo Tribunal Federal sobre o regimento da Câmara, com as liminares que travaram o rito que havia sido acordado com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele lembrou que houve um pedido de impeachment contra FHC em que houve recurso ao plenário e que, portanto, não vê nenhum problema nesse rito. "Não há nada de mais. O que há de mais é invasão do Supremo em coisas internas do Poder Legislativo", afirmou o jurista.
Ele explicou que o novo pedido é o mesmo texto do pedido anterior, apenas incluindo a questão de as pedaladas fiscais terem continuado em 2015, segundo informações de um procurador do Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas da União. "É uma ilogicidade exigir que se faça aglutinação dos textos que estão justapostos, mas já que se exigiu isso, se vai fazer isso. É apenas uma reordenação, um recorta e cola. Nós, com grande esforço intelectual, entregamos um recorta e cola, mas não muda nada", afirmou.
Reale, assim como Bicudo, evitou falar sobre a legitimidade de Cunha como presidente da Câmara, desde a série de denúncias de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. "É outro problema e ele tem que responder por esse processo. A posição dele é efetivamente frágil, mas ele é o presidente da Câmara. É ele quem vai deferir ou indeferir."
Sobre as informações de que Cunha estaria fazendo um acordo com o governo para barrar o impeachment em troca de se livrar do processo de cassação na Comissão de Ética da Casa, Reale disse que seria algo ruim para o País, não apenas para quem defende o impeachment. "Enfraquece o País, o nosso sentimento de moralidade, de brasilidade. Seria um acordão para jogar embaixo do tapete um pedido de impeachment." Bicudo, que foi um dos fundadores do PT, também evitou falar sobre a situação de Cunha e argumentou ser preciso separar a pessoa física de Cunha da instituição da presidência da Câmara. Estimulado por Sampaio, que estava a seu lado, Bicudo repetiu sua fala de que as liminares do STF foram fruto de acordo com a "escória" do PT. "O Supremo decidiu de acordo com o PT", insistiu.
Sobre expectativa de Cunha aceitar ou não o pedido, Bicudo desconversou: "Se vai acontecer não depende da gente, depende das pessoas que têm a varinha de condão na mão". O procedimento no cartório também foi acompanhado por algumas dezenas de manifestantes de grupos pró-impeachment - que também subscrevem o pedido de impeachment, como Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados Online. Rogério Chequer, Kim Kataguiri e Marcello Reis, principais porta-vozes desses três grupos, respectivamente, estiveram no local. Os manifestantes estavam com camisetas nas cores da bandeira e, com um tambor, entoaram gritos de "Estamos nas ruas pra derrubar o PT".
Sampaio informou que um assessor dele e a filha de Bicudo levarão o pedido amanhã para Brasília. Reale voltou a reclamar do que chamou de interferência do Supremo Tribunal Federal sobre o regimento da Câmara, com as liminares que travaram o rito que havia sido acordado com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele lembrou que houve um pedido de impeachment contra FHC em que houve recurso ao plenário e que, portanto, não vê nenhum problema nesse rito. "Não há nada de mais. O que há de mais é invasão do Supremo em coisas internas do Poder Legislativo", afirmou o jurista.
Ele explicou que o novo pedido é o mesmo texto do pedido anterior, apenas incluindo a questão de as pedaladas fiscais terem continuado em 2015, segundo informações de um procurador do Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas da União. "É uma ilogicidade exigir que se faça aglutinação dos textos que estão justapostos, mas já que se exigiu isso, se vai fazer isso. É apenas uma reordenação, um recorta e cola. Nós, com grande esforço intelectual, entregamos um recorta e cola, mas não muda nada", afirmou.
Reale, assim como Bicudo, evitou falar sobre a legitimidade de Cunha como presidente da Câmara, desde a série de denúncias de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. "É outro problema e ele tem que responder por esse processo. A posição dele é efetivamente frágil, mas ele é o presidente da Câmara. É ele quem vai deferir ou indeferir."
Sobre as informações de que Cunha estaria fazendo um acordo com o governo para barrar o impeachment em troca de se livrar do processo de cassação na Comissão de Ética da Casa, Reale disse que seria algo ruim para o País, não apenas para quem defende o impeachment. "Enfraquece o País, o nosso sentimento de moralidade, de brasilidade. Seria um acordão para jogar embaixo do tapete um pedido de impeachment." Bicudo, que foi um dos fundadores do PT, também evitou falar sobre a situação de Cunha e argumentou ser preciso separar a pessoa física de Cunha da instituição da presidência da Câmara. Estimulado por Sampaio, que estava a seu lado, Bicudo repetiu sua fala de que as liminares do STF foram fruto de acordo com a "escória" do PT. "O Supremo decidiu de acordo com o PT", insistiu.
Sobre expectativa de Cunha aceitar ou não o pedido, Bicudo desconversou: "Se vai acontecer não depende da gente, depende das pessoas que têm a varinha de condão na mão". O procedimento no cartório também foi acompanhado por algumas dezenas de manifestantes de grupos pró-impeachment - que também subscrevem o pedido de impeachment, como Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados Online. Rogério Chequer, Kim Kataguiri e Marcello Reis, principais porta-vozes desses três grupos, respectivamente, estiveram no local. Os manifestantes estavam com camisetas nas cores da bandeira e, com um tambor, entoaram gritos de "Estamos nas ruas pra derrubar o PT".
Fonte: Revista IstoÉ