Dê na mão do preso a chave da cadeia, e ele fugirá.
Dê-lhe droga, e ele a consumirá ou saberá ganhar dinheiro traficando.
Dê-lhe celular, e crimes serão combinados ao telefone com a quadrilha que está do lado de fora.
Dê-lhe camarão, bolinho de bacalhau, queijo francês e presunto cru tipo parma, e o banquete será muito bem aceito, obrigado.
Vamos nos concentrar na mordomia gastronômica. Foi ela descoberta por
promotores do Rio de Janeiro que decidiram inspecionar o presídio José
Frederico Marques, no bairro do Benfica. Os produtos, todos proibidos de
serem colocados dentro da cadeia, estavam nas celas de Sérgio Cabral,
Adriana Ancelmo, Rosinha Garotinho (já libertada) e Jacob Barata
(libertado também). E também foi encontrado dinheiro, cuja posse é
igualmente vedada ao prisioneiro. É errado essa turma da elite que
gatunou o dinheiro da Viúva ganhar uma festança, enquanto outros presos e
presas do Brasil — pobres, anônimos e anônimas (algumas cumprindo pena
porque furtaram comida para o filho) – sobrevivem com o bandeco. Mais:
os prontuários de Cabral, Jorge Picciani, Paulo Melo e Sérgio Côrtes não
exibiam as suas fotos, fato inédito no sistema penitenciário
brasileiro. [pela ampla, até exagerada, divulgação das fotos dos citados, a omissão pode ser classificada como um mero detalhe burocrático;
absurdo maior é quando são tiradas fotos de presos em muitos presídios, as imagens dos marginais são borradas - qual o interesse de dificultar a identificação de um bandido condenado?]
Desculpem o lugar-comum, mas há males que podem vir para o bem —
vamos ver se valerá nesse caso. O bando do andar de cima que está
trancafiado não deve possuir o menor privilégio, todo presidiário e
presidiária têm de ser tratados de forma isonômica, e ponto final. Mas,
já que se descobriu a comida especial, por que não se aproveita a
oportunidade e amplia-se a investigação sobre algumas coisas, igualmente
proibidas, que desembarcam misteriosamente nas galerias e nas celas? É
aí que eu digo que há mal que pode acabar gerando o bem: a comida
especial não nasceu entre as grades, alguém a levou e contou com
cumplicidade para o seu ingresso. Fico então curioso: como entram os
celulares nas cadeias? Como entram as michas? Como entram as drogas?
Ah, familiares levam, é a resposta mais corrente que se ouve. Mas uma
coisa é levar, outra coisa é passar na revista. Esse é o momento que dá
para se descobrir muitos detalhes que fazem do sistema penitenciário do
Rio de Janeiro uma enorme e muito bem organizada quadrilha formada por
presidiários. Vamos do presunto aos celulares, do queijo francês às
drogas. Tudo está sendo investigado para responsabilização dos culpados
pela comida proibida? Vão pegar um ou outro. Em um País sério,
imediatamente teriam sido exonerados o secretário estadual da
Administração Penitenciária, o diretor-geral do presídio, o diretor de
segurança e disciplina, além dos funcionários diretamente responsáveis
pela revista dos visitantes na instituição. [a exoneração teria ocorrido , se estivéssemos em um País sério e não na República da Banânia, logo após a descoberta do primeiro celular - cujo ingresso ocorreu e continua ocorrendo entre presos comuns.
As benesses dos 'presos especiais' devem ser proibidas, mas, causam menor dano do que celulares, armas, drogas, chaves michas e similares que abundam nos presídios brasileiros.]
Mas, tudo isso, se fosse o
Brasil um País sério.
Antonio Carlos Prado, editor executivo da revista ISTOÉ
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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domingo, 10 de dezembro de 2017
Do presunto de parma ao celular
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Rosinha Garotinho
domingo, 26 de novembro de 2017
Facções políticas revolucionam sistema prisional
A presença de líderes de facções políticas na
cadeia deflagrou um movimento com potencial para revolucionar o sistema
prisional brasileiro. Os sinais mais eloquentes são percebidos no Rio de
Janeiro. Cérebro do Primeiro Comando do PMDB, Sérgio Cabral dedica-se a um projeto-piloto
de introdução da cozinha gourmet
no xadrez. Cabeça da Facção Molequinha, Anthony Garotinho inaugurou, por assim
dizer, um núcleo teatral que pode ser o embrião de um programa de
ressocialização de presos viciados em cinismo.
Acomodado numa ala vazia de Benfica, Garotinho aproveitou a solidão para esboçar um script fabuloso. Nele, um desconhecido invade sua cela de madrugada, critica-o por falar demais, golpeia seu joelho com um porrete, esmaga-lhe um par de dedos do pé, balbucia uma ameaça e evapora. Não vai render o Oscar de melhor roteiro original, pois as câmeras do circuito interno não captaram a ação. Mas, com pequenos ajustes, a peça pode ser encenada por presos-atores de todo país. Transferido para Bangu 8, o próprio Garotinho pode iniciar a difusão de sua arte.
Considerando-se que a Lava Jato vem encarcerando também alguns corruptores, pode-se imaginar que os empreiteiros terão interesse em construir penitenciárias mais confortáveis. Prestes a deixar o complexo penal paranaense, Marcelo Odebrecht conheceu o flagelo por dentro. O príncipe da Odebrecht passará um bom tempo arrastando uma tornozeleira eletrônica na sua mansão no bairro paulistano do Morumbi.
Olhando ao redor, ele pode encontrar inspiração para desenvolver projetos de condomínios prisionais elegantes —com piscinas, saunas e salas de cinema. As construtoras se esmerariam na execução dos projetos, erguendo complexos dignos de receber seus próprios executivos. Se tudo correr bem, haverá um novo ciclo de delações no país. Corruptos e corruptores confessarão seus crimes não para escapar, mas para assegurar suas vagas nas filas que se formarão defronte dos condomínios prisionais. Neles, larápios de elite viverão o ideal de segregação: muros altos, policiamento 24 horas e convívio seleto.
Previdente, Michel Temer talvez se anime a injetar verbas federais na construção dos paraísos carcerários. A Câmara, como se sabe, congelou as denúncias em que a Procuradoria acusou o presidente de corrupção. Mas Temer continua sendo uma ação penal esperando para acontecer depois que ele deixar o Planalto. Ao se dar conta da revolução iniciada pelas facções políticas no Rio de Janeiro, o presidente decerto ordenará aos seus ministros investigados: “Tem que manter isso, viu?”
Blog do Josias de Souza
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