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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Os antagonistas

Bolsonaro reina entre mais ricos e escolarizados; Haddad, entre mais pobres e sem instrução

[nada disso: Bolsonaro tem apoio de grande parte dos pobres, que perceberam que com o PT ficaram mais pobres e que antes não tinham crédito, em contrapartida não tinham dívidas - agora, após o governo da felicidade petista,  ficaram sem crédito, com dívidas e sem emprego.] 

A melhor expressão do antagonismo entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) está no perfil dos seus eleitores e, particularmente, num dos segmentos das pesquisas: enquanto o favorito encanta os mais ricos e escolarizados, que acreditam no velho que se diz “novo”, o petista consolida a posição entre os de menor renda e instrução, que creem piamente no Pai Lula. Até nisso os dois representam os extremos.

Pelo Ibope/Estado/TV Globo, Bolsonaro, que virou o queridinho do mercado, cresceu cinco pontos e atingiu 51% entre os eleitores de maior renda familiar mensal. Na outra ponta, Haddad perdeu seis pontos entre os mais ricos, mas cresceu sete pontos e atingiu 33% entre os de menor renda.  Bolsonaro continua subindo e está com 43% entre os que têm maior nível de instrução, enquanto Haddad disparou oito pontos e foi para 34% no campo oposto, dos menos escolarizados, além de também crescer seis pontos entre os que têm só ensino fundamental completo.

Se Haddad lidera no Nordeste, com 36%, Bolsonaro está na frente em todas as demais regiões, inclusive no populoso Sudeste, onde o petista cresceu cinco pontos, mas só chega a 18%.  Esse dado combina com o desempenho dos candidatos do PT aos governos estaduais. Eles comem poeira em São Paulo, Rio e Espírito Santo e o governador Fernando Pimentel, que disputa a reeleição, está em segundo lugar em Minas.

Sem partido e coligações importantes, Bolsonaro não tem candidatos oficiais fortes nesses Estados, mas os favoritos já pulam no seu barco em São Paulo, por exemplo, onde ele lidera com folga para a Presidência. Vide João Doria, do PSDB.

Se teve três péssimas notícias na semana anterior estagnação, rejeição e derrota para todos no segundo turno –, Bolsonaro inverteu o jogo na reta final do primeiro turno, em que voltou a crescer, está em empate técnico com Haddad no segundo turno e conquista apoios relevantes, não só para vencer a eleição, mas também para governar.  Assim como cresceu entre os mais ricos e escolarizados, ele também chegou a 43% entre os evangélicos e a 35% nas capitais, que têm maior poder de influência na eleição e sobre o Congresso.

Se não tem apoio formal de partidos nem sabe lidar com eles – já passou por nove, em sua longa, apesar de apagada, carreira política –, Bolsonaro recebeu a adesão oficial da considerável Frente Parlamentar da Agropecuária e, informal, da Frente Evangélica e da “bancada da bala”, que defende o armamento da população como forma de combate à violência. São todas frentes suprapartidárias, formadas por deputados e senadores de centro e, principalmente, de direita. E, se são fortes hoje, devem vir mais fortes ainda em 2019, surfando na clara onda de direita que assola o País e resulta em Bolsonaro. Ele é causa e, mais ainda, efeito dessa onda.

De qualquer forma, as pesquisas ainda não confirmam o entusiasmo e o discurso da campanha bolsonarista de que é possível vencer em primeiro turno. Pelo Ibope, ele tinha 38% dos votos válidos até quarta-feira. Impossível nada é, mas é bastante difícil que consiga 12 pontos nesses quatro dias para fechar a eleição já no domingo.  Pode ser um alento para Haddad, já que o segundo turno é uma segunda eleição, com tempo igual de TV e com intensa movimentação de políticos e eleitores para se recolocarem. Mas uma coisa é certa: Bolsonaro atravessou todo o primeiro turno em vantagem e chega ao segundo demonstrando força e colhendo adesões. Haddad herdou boa parte dos votos que seriam de Lula, mas está herdando também a imensa rejeição ao PT. A organicidade, a estratégia e a disciplina do partido não estão dando conta de reagir à altura.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Na aba do chapéu

“A taxa de rejeição de Fernando Haddad disparou de 32% para 41%. Bolsonaro, ao contrário, oscilou de 46% para 45%. Esse resultado colocou em xeque a estratégia do PT”


As últimas pesquisas confirmaram o favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno das eleições, com uma alta de 28% para 32% nas intenções de voto. Seu principal concorrente, Fernando Haddad (PT), oscilou de 22% para 21%, ou seja, para baixo, o que confirma as avaliações de que os efeitos da transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva já se esgotaram. O surgimento de uma terceira via é quase impossível, apesar da resiliência de Ciro Gomes (PDT), que se manteve em 11%, e de Geraldo Alckmin, que oscilou de 10% para 9%. Marina (Rede) continua em queda gradativa: passou de 5% para 4%. Entretanto, essa correlação de forças ainda garante a realização de um segundo turno.

A primeira grande surpresa da pesquisa foi o crescimento de Bolsonaro em todos os segmentos nos quais estava em aparente dificuldade, a começar pelas mulheres. Apesar das manifestações de sábado passado em 14 estados, intituladas #EleNão, nesse segmento, cresceu de 21% para 27%, ultrapassando Haddad, que tem 20%. Confirmaram-se as análises de que a pauta identitária de gênero é minoritária, a exemplo do que aconteceu nas eleições norte-americanas, nas quais a candidata democrata Hillary Clinton foi derrotada pelo republicano Donald Trump, com seu discurso machista e homofóbico.

Os números de Bolsonaro impressionam, se levarmos em conta que o capitão reformado do Exército está fora das ruas, não tem tempo de televisão e administra declarações desencontradas de seu vice, general Hamilton Mourão, e do assessor econômico Paulo Guedes. A pesquisa mostrou que Bolsonaro continua em alta entre os eleitores com mais estudos e renda familiar de cinco a 10 salários mínimos. No Brasil meridional, está disparando: cresceu de 31% para 36% no Sudeste e de 35% para 44%, no Sul. O Nordeste continua sendo o principal reduto de Haddad, com 36% das intenções de voto.

Outra grande surpresa da pesquisa, porém, foi a taxa de rejeição de Fernando Haddad, que disparou de 32% para 41%. Bolsonaro, ao contrário, oscilou de 46% para 45%. Esse resultado colocou em xeque a estratégia do PT na reta final do primeiro turno, frustrando expectativas. Na aba do chapéu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad teve a identidade abduzida pelo seu criador e herdou toda a rejeição ao PT. O discurso petista, do ponto de vista programático, também afastou possíveis aliados no segundo turno, abrindo espaço para que Bolsonaro busque alianças ao centro do espectro político. Ontem, recebeu o apoio explícito da Frente Parlamentar Agropecuária, o que sinaliza essa deriva de aliados do ex-governador Geraldo Alckmin já no primeiro turno.

Nas simulações de segundo turno, inverteram-se as posições: Bolsonaro cresceu de 39% para 44%, e Haddad oscilou de 45% para 42%. O capitão reformado do Exército, porém, ainda perde para Ciro (46% a 42%) e Alckmin (43% a 41%). Segundo o Datafolha, 84% dos que lhe declaram apoio não pensam em mudar de voto; em relação ao petista, são 82%. Entre os que apoiam Ciro, 57% se dizem convictos; entre de Alckmin, 52%. Os apoiadores de Marina que admitem a possibilidade de mudar até o dia da eleição são 62%. O percentual de eleitores que pretendem votar em branco ou anular o voto caiu para 8%, dos quais 30% admitem votar em alguém até domingo, e 5% estão indecisos.

Gravidade
Esses números delimitam a volatilidade do processo eleitoral no decorrer desta semana, que será de fortes emoções, com a divulgação diária de pesquisas, recrudescimento dos ataques nos programas eleitorais e nas redes sociais. Até agora, Haddad mirou os eleitores de Lula e hostilizou os possíveis aliados de segundo turno, com um discurso de ajuste de contas por causa do impeachment de Dilma Rousseff. Sustentou a narrativa do “golpe” e concentrou os ataques no PSDB, como se os tucanos “golpistas” fossem cair no seu colo por gravidade. O que está acontecendo é o contrário: o eleitorado que apoiou o impeachment já começa a se deslocar para Bolsonaro. Sua rejeição já é bem maior do que as intenções de voto e somente terá possibilidade de conquistar os eleitores ao centro, se assumir compromissos com as forças que representam esses eleitores.

Outro fator também está em cena: a polarização nas eleições de governadores, que começa a ficar imbricada com as eleições presidenciais. Enquanto Haddad tem compromissos assumidos com candidatos petistas e aliados em praticamente todos os estados, Bolsonaro está mais à vontade para fazer alianças piratas. O PSDB lidera em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia e Roraima, mas seus candidatos derivam para Bolsonaro. O PT, na Bahia, no Ceará, no Piauí e no Rio Grande do Norte, todos comprometidos com Haddad. Em contrapartida, o DEM lidera em Goiás, em Mato Grosso e no Rio de Janeiro, todos já vinculando sua candidatura ao candidato do PSL. O PSB está à frente em Espírito Santo, Paraíba e Pernambuco, onde deve apoiar Haddad. O MDB está com Haddad em Alagoas e no Pará; o PDT, firme com Ciro Gomes em Alagoas. O PCdoB apoia o petista no Maranhão; PHS (Tocantins), PP (Acre) e PSD (Paraná) vão de Bolsonaro.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, Jornalista - Nas Entrelinhas - Correio Braziliense


Moro ofendeu a neutralidade da Justiça

Publicidade da confissão de Palocci ofendeu a neutralidade da Justiça 

Juiz Sérgio Moro optou por revelar conteúdo seis dias antes da eleição 

[as decisões de um juiz, proferidas nos autos, estão sujeitas ao entendimento do magistrado, só sendo possível contestá-las na via judicial = instância superior a do magistrado que as prolatou, excluindo análise do Conselho Nacional de Justiça.

Por óbvio, cabe ao magistrado decidir a ocasião em que um acusado prestará depoimento - tal decisão não está sujeita ao arbítrio do depoente e deverá ocorrer de forma a impedir que o criminoso use o interrogatório em beneficio dos seus interesses.] 

Se era bala de prata, o teor da colaboração do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci tornou-se um atentado à neutralidade do Poder Judiciário, à desejada exposição das roubalheiras do comissariado petista e à boa fé do público. Foi uma ofensa à neutralidade da Justiça porque o juiz Sergio Moro deu o tiro seis dias antes do primeiro turno da eleição presidencial.    Trata-se de um depoimento tomado em abril que não revela o conjunto da colaboração do poderoso detento-comissário. Podia ter esperado o fim do processo eleitoral, até mesmo porque o doutor Moro é pessoa cuidadosa com o calendário. Com toda razão, ele suspendeu dois depoimentos de Lula porque o ex-presidente transforma "seus interrogatórios em eventos partidários". 

Foi uma ofensa para quem espera mais detalhes sobre as roubalheiras petistas, porque a peça de dez páginas tem apenas uma revelação factual comprovável, a reunião de 2010 no Alvorada, na qual combinou-se um processo de extorsão, cabendo a Palocci "gerenciar os recursos ilícitos que seriam gerados e seu devido emprego na campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da República".   Traduzindo: Palocci foi nomeado operador da caixinha das empresas contratadas para construir 40 sondas para a Petrobras. Só a divulgação de outras peças da confissão do comissário poderá mostrar como o dinheiro foi recebido, a quem foi entregue e como foi lavado. O juiz Sergio Moro fica devendo essa.

Afora esse episódio, o que não é pouca coisa, a colaboração de Palocci é uma palestra sobre roubalheiras que estão documentadas, disponíveis na rede, em áudios e vídeos, na voz de empresários e ex-diretores da Petrobras. Em julho passado o procurador Carlos Fernando de Souza contou que a força-tarefa da Lava Jato tratou com Palocci: "Demoramos meses negociando. Não tinha provas suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos". Se as confissões de Palocci à Polícia Federal quebraram a sua barreira de silêncio, só se vai saber quando o conjunto da papelada for conhecido.

Nessa parte da colaboração, Palocci, quindim da plutocracia que se aninhou no petismo, diz na página dois que em 2003 o governo tinha duas bandas: a "programática" e a "pragmática". Ao longo do tempo "a visão programática adotada pelo colaborador (ele) foi sendo derrotada". Na página seis o doutor conta que foi nomeado operador da caixinha das sondas. Isso é que é derrota.   Em 2006, quando estava prestes a ser defenestrado do Ministério da Fazenda, uma pessoa presente a uma conversa no Alvorada ouviu Lula dizendo-lhe: "Pô, Palofi, você não para de mentir?"

Segundo Palocci, de cada R$ 5 gastos nas campanhas, R$ 4 vêm de propinas e a candidatura de Dilma Rousseff recebeu algo como R$ 400 milhões de forma ilícita. Como gerente de uma parte dessa caixa, a palavra está com ele. Até lá, o ex-ministro continuará na carceragem de Curitiba onde teria um pequeno cultivo de alecrim e lavanda, ecoando o jardim do falsário Louis Dega na Ilha do Diabo. (Dustin Hoffman no filme "Papillon".)

Antes mesmo da "bala de prata", Lula, Haddad e o comissariado tinham motivos para duvidar que a postura de soberba castidade do PT teria um preço. A conta chegou: a rejeição a Haddad subiu 9 pontos em cinco dias, chegando a 41%, segundo o Datafolha. É rejeição ao PT e ao "Andrade" que percorre o Brasil blindando-o. Faltam cinco dias para o primeiro turno e nesta quinta-feira (4) os candidatos irão ao último debate. A ver.