Folha de S. Paulo
Com popularidade firme, Bolsonaro acha que pode fazer o que quiser
Donald Trump nunca duvidou da lealdade de seus eleitores fiéis. Dez
meses antes da eleição de 2016, o magnata subiu num palanque e exibiu a
dimensão de sua autoconfiança: "Eu poderia ir para o meio da Quinta
Avenida, atirar em alguém e não perderia nenhum eleitor". Até aquele dia, o republicano só havia apresentado uma amostra grátis do
repertório de atrocidades que usaria durante a campanha. Dali por
diante, deu declarações absurdas, prometeu barbaridades e chegou à Casa
Branca mesmo assim.
A despreocupação de Jair Bolsonaro com sua popularidade espelha a frase
lançada por seu ídolo americano naquele comício. Os números da última
pesquisa Datafolha mostram que a base de apoio do presidente se manteve
inabalada. Assim como no fim do ano passado, um a cada três brasileiros afirma que o
governo Bolsonaro é ótimo ou bom. Nesse intervalo, o presidente
empurrou o país em direção ao abismo do coronavírus, fez campanha contra
alertas das autoridades de saúde e demitiu o ministro que cuidava da
área. Seus apoiadores viram 5.000 mortes em menos de 40 dias, mas
continuaram a seu lado. [as mortes são lamentáveis, mas por elas o presidente não pode ser responsabilizado - os que boicotam, sabotam, o governo Bolsonaro também o isentam de culpa, já que um Presidente da República a quem não permitem governar não pode ser responsabilizado pelos ônus ou bônus da sua omissão compulsória.]
A solidez dessa base abriu caminho para mais desatinos. Bolsonaro deu
apoio explícito a uma turba que pedia um golpe militar e interferiu
politicamente na Polícia Federal para proteger os filhos. Depois, nomeou
um delegado próximo de sua família. "E daí?", rebateu.
O presidente provavelmente acredita que pode fazer o que quiser. Embora
trincado pelo conflito com Sergio Moro, o discurso antissistema ainda
prende os bolsonaristas a seu líder, assim como a promessa de uma agenda
conservadora. O peso da máquina pública e os R$ 600 pagos a
trabalhadores informais afetados pela crise inflam esse grupo. Bolsonaro ainda precisará enfrentar os efeitos da disparada das mortes
por coronavírus e da recessão provocada pela pandemia. [Vai enfrentar a crise econômica - que já derrubou em mais de 5% o PIB da China e a pandemia e vai vencer. Deus está com o Brasil e os Brasileiros.
não esqueçam que a corja petista, que odeia Bolsonaro, nunca imaginou que teria que escolher?
atacar Bolsonaro e elogiar Moro - o algoz das lideranças petistas; ou,
atacar Moro e defender Bolsonaro.] Por enquanto, o país mantém no poder um presidente que fabrica disparates sem medo de perder popularidade.
não esqueçam que a corja petista, que odeia Bolsonaro, nunca imaginou que teria que escolher?
atacar Bolsonaro e elogiar Moro - o algoz das lideranças petistas; ou,
atacar Moro e defender Bolsonaro.] Por enquanto, o país mantém no poder um presidente que fabrica disparates sem medo de perder popularidade.