Ao mandar PF e MPF investigarem crítica autorizada pela Constituição ao STF, que zela mais pela liberdade dos bandidos de colarinho-branco do que por essa, Toffoli apenas expôs total falta de noção
O presidente do STF, Dias Toffoli, perdeu completamente o senso do
ridículo ao mandar o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul
Jungmann, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, investigar o
bate-boca em voo de carreira de São Paulo para Brasília, entre seu
colega Ricardo Lewandowski e o advogado Cristiano Caiado de Acioli.
O
que este disse ao ministro – “sinto vergonha do Supremo” – foi
registrado por celulares e distribuído em redes sociais, não tendo,
portanto, sigilo de Justiça e não configura crime. Ao contrário, o
direito a opinião não exclui a cúpula do Judiciário. E certamente a PF e
o MPF têm muito mais o que fazer do que proteger a duvidosa honra do
STF.
Por José Nêumanne, O Estado de S. Paulo