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terça-feira, 11 de junho de 2019

Militares saem em defesa de Moro

Não se abandona um soldado ferido no campo de batalha


Não se sabe quem bateu o bombo. É possível que tenha sido o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, lotado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, e apontado por seus colegas de farda como a voz mais influente da ala militar do governo do capitão Jair Bolsonaro.

Mas uma vez que o som do bombo ecoou, a tropa obedeceu sem vacilar à ordem de marchar unida em defesa do ministro Sergio Moro, da Justiça e da Segurança Pública, atingido em sua reputação pelo vazamento das mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol quando os dois comandavam a Operação Lava Jato.  O que primeiro se pronunciou foi o general e vice-presidente Hamilton Mourão Filho. Hierarquia é hierarquia, afinal, e ninguém mais a respeita que os militares. Mourão disse que não viu “nada demais” no que foi revelado pelo site The Intercept Brasil. Repetiu a mesma cantilena tocada por Moro desde o último domingo.

A Mourão seguiu-se o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, que raramente aborda em público assuntos estranhos à sua pasta. O general afirmou que Moro continua a merecer a confiança de todos. Não se referiu apenas à sua própria confiança, mas também a das Forças Armadas pelas quais fala.  O general Augusto Heleno, ministro do GSI, engrossou o coro com a declaração mais política entre todas que foram feitas:O desespero dos que dominaram o cenário econômico e político do Brasil nas últimas décadas levou seus integrantes a usar meios ilícitos para tentar provar que a Justiça os puniu injustamente”.

Ou o general já sabe onde vai bater a investigação da Polícia Federal sobre os responsáveis pelo vazamento do material publicado no The Intercept Brasil, ou cedeu ao viés ideológico que marca o discurso do seu chefe imediato. Augusto Heleno chamou para brigar o PT e seus aliados que não deixam Moro em paz e que jamais deixarão.  Embora presidente, Bolsonaro não pode ser excluído da ala militar do seu governo. No início da noite, seu porta-voz havia dito que ele nada diria por ora a respeito das vicissitudes de Moro e Dallagnol. Mas Bolsonaro acabou dizendo e bem ao seu estilo econômico de falar: “Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro”. Táokey?

Está nos dicionários: irrestritamente quer dizer de maneira irrestrita; sem restrição nem limitações. Da Constituição se diz que deve ser “irrestritamente respeitada”, apesar de nem sempre ser. Ela manda, por exemplo, que juiz se comporte com total isenção no ato de julgar. Nada de favorecer parte alguma. Mas… Sabe como é…

 
Enquanto esteve à frente da Lava Jato, Moro recebeu todas as comendas que o Exército, a Marinha e a Força Aérea poderiam lhe conceder àquela altura. Era preciso pôr um freio à corrupção que crescera exponencialmente durante os governos do PT. E se o PT fosse derrotado nas eleições de 2018, tanto melhor. Foi.


É da ética militar que não se abandona um soldado ferido no meio de uma batalha. Moro foi ferido. A operação de socorro está em curso.
 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Polícia e Forças Armadas fazem nova operação em comunidades do Rio de Janeiro

Megaoperação em Niterói tem nove presos e um militar ferido

As Forças Armadas, apoiadas pelo Exército brasileiro, realizaram uma grande operação contra o crime organizado em comunidades de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, em uma nova demonstração de força para tentar combater a onda de violência que atinge o estado.
A operação em Niterói começou às 5h00.
“O Exército tem a missão de controlar o acesso de certas favelas e os soldados foram colocados em pontos estratégicos. Algumas ruas estão bloqueadas e o espaço aéreo é controlado”, informaram os serviços de segurança do Rio em um comunicado.

O governo brasileiro mobilizou 10 mil soldados para fortalecer a segurança do Rio, especialmente diante da multiplicação do roubo de caminhões de carga. Segundo a Globo News, a operação conta com 2.600 militares e seu objetivo é cumprir o mandato de prisão de 26 suspeitos e realizar a condução coercitiva de outras 34 pessoas.  Segundo a fonte, um soldado foi ferido com arma de fogo, mas a informação ainda não foi confirmada oficialmente.

O Exército já realizou uma operação parecida este mês, utilizando 5.000 efetivos na zona norte do Rio, na tentativa de desarticular um bando que roubava caminhões com mercadoria. Na ação, morreram duas pessoas.  O Rio registra o maior nível de violência desde 2009, com 3.457 homicídios, 15% a mais que no mesmo período de 2016, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).  Um ano depois de receber os Jogos Olímpicos, a “Cidade Maravilhosa” está em um período decadente, entre insegurança, escândalos de corrupção e uma grave crise financeira que impede as autoridades locais de pagar funcionários, incluindo a polícia.

Fonte: AFP