Por terem sido considerados “grupo de risco” pelas
autoridades da área da saúde pública, que estão administrando a crise sem
precedentes ocasionada pelo novo
coronavirus (Covid-19), originário da China, todos aqueles que não esconderam os seus
fios de cabelo branco, dados pela natureza, em virtude da idade mais avançada, estão sendo alvo de rechaço ,menosprezo, e
chingamentos, toda vez que “ousam” colocar os pés fora das suas moradias.
Nesse sentido os idosos estão sendo tratados igual aos
leprosos, tuberculosos, e doentes de malária, dentre outras doenças contagiosas,
da Idade Média, que eram confinados
longe da “civilização”, e tratados pior que bicho. Esse tipo de preconceito jamais foi alvo do interesse das
autoridades públicas, da grande mídia, e da própria Justiça, ”apesar” do
“Estatuto do Idoso”(Lei Nº 10.741/2003), que sempre dedicaram todas as suas
atenções e providências legais contra os preconceitos de cor, de raça, de
religião, ou contra qualquer categoria da comunidade LGTB, todos “abençoados pela
grande mídia, e alvos de profundas discussões políticas e jurídicas
“protetoras”, nas Casas Legislativas, e nos tribunais. [o mais curioso é que grande parte dos que combatem os preconceitos de cor, de raça, de religião, ou contra qualquer categoria da comunidade LGTB, - seja no STF, tribunais superiores, tribunais regionais, Congresso Nacional (no STF chegam a legislar, via interpretação criativa, para suprir supostas omissões do Legislativo) integram o grupo dos IDOSOS, alguns deles às portas de trocar a classificação preferencial por prioritário.
Certamente, não são tratados com preconceitos quando saem as ruas para vacinas, consultas médicas, etc - são escoltados, além de que os serviços que buscam são cobertas por planos de saúde milionários e se necessário parte do local no qual vão estar ou passar será interditado.]
Incentivados pelas autoridades públicas e pela mídia, os
cachorros “sarnentos” de rua estão sendo mais respeitados que os idosos, que
“ousam” disputar algum espaço público com os que ainda não tiveram a
“desventura” de ter algum fio de cabelo branco. Mas na verdade esse preconceito contra os idosos tem fundas
raízes, especialmente nas Américas, mas sempre foi (hipocritamente) mantido oculto,
em estado “stand-by”. Dito preconceito, contra os idosos, apesar de
“disfarçado”, indiscutivelmente se tornou “cultural”.
Mas o Covid-19 conseguiu soltar as correntes que amarravam
o preconceito dos mais jovens contra os idosos. As pessoas de mais idade devem
ter muito cuidado ao atravessar alguma rua, pois correrão o risco de serem
atropelados com muito mais “facilidade”, que os “outros”.
O lamentável papel das autoridades públicas e da mídia, nesse
episódio, foi o de despertar ainda mais
a “idiotia” acampada na cabeça de muita gente. Será que os “chingadores” dos
mais velhos que andam pelas ruas estariam tomando essa atitude de chingá-los,
por imaginarem que eles, dos tais “grupos-de-risco”, como são enquadrados,
estariam sofrendo maior risco de serem
contaminados pelo mais jovens, por ambos andarem nas ruas, ou só ameaçando as
outras pessoas “mais jovens”, dentre elas os “chingadores”, de serem contaminadas
pelas pessoas mais velhas?
Ora,com certeza, mal concebem esses chingadores idiotas, que as pessoas
enquadradas como “de risco”, os idosos, apresentam maior risco NÃO DE CONTAMINAR OS OUTROS, porém de SEREM
CONTAMINADOS. Por que então esses “chingamentos”,se o risco de contaminar os
outros é idêntico entre novos e velhos, e que a única diferença reside na probabilidade de “ser contaminado”, e não de
“contaminar”, onde os mais velhos “vencem”? Que direito “exclusivo” teriam então
os mais jovens de preencher os espaços públicos, em detrimento dos mais velhos?
Como pode a mídia alimentar essa idiotia
a tal ponto ?
Mas como a “libertação” desse preconceito contra os idosos deu-se
bem recentemente, atendendo “convocação” das autoridades públicas, e da sua mídia “parceira”, também “cega” e igualmente
“idiota”, ambos fortalecendo a idiotia
“social”, a única maneira de prová-la será a
convocação das pessoas idosas que
sentiram essa repulsiva discriminação nas ruas e na própria carne, para darem o seu
testemunho.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo