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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

EVANGELHO COTIDIANO - 15 DE NOVEMBRO

32ª Semana do Tempo Comum | Quarta-feira

 Evangelho (Lc 17,11-19)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus para convosco, em Cristo, o Senhor. (1Ts 5,18)
 

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

11 Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12 Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à distância, 13 e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14 Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”.

Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15 Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16 atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.

17 Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

A beligerância dos sertanejos de toga - Revista Oeste

Augusto Nunes
 

As decisões do STF não são mais ajuizadas que as fantasias dos moradores da vila de Ribeirãozinho 

Seis anos antes que se transformasse no município de Taquaritinga, Ribeirãozinho resolveu mostrar em 1902, com dois monumentos à fantasia, que a gente do lugarejo era ainda pouca, mas muito imaginosa, e pegava em armas sem muita conversa nem discurseiras extensas tanto para mudar o regime em vigor no país como para defender a vila em perigo. No primeiro episódio histórico, Ribeirãozinho aderiu a uma conspiração silenciosa e, no dia aprazado, os chefes da insurreição proclamaram a restauração da monarquia. Ninguém sabia direito qual dos descendentes de dom Pedro II ocuparia o trono, nem o que seria feito dos governantes locais, muito menos se algum revolucionário da vila viraria barão, conde, duque ou visconde, mas todos cumpriram exemplarmente a missão que lhes fora confiada.

Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil 
Luís Roberto Barroso, ministro do STF   - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Enquanto a população festejava na única praça a queda da República ainda na primeira infância, um grupo sobraçando carabinas prendeu o delegado, outro se apropriou da estação da estrada de ferro inaugurada no ano anterior e um terceiro expropriou o telégrafo para comemorar a chegada de informações alvissareiras sobre o andamento da insurreição em outras cidades. Depois de algumas horas, o primeiro telegrama informou que os monarquistas de São Carlos do Pinhal se haviam sublevado. Não chegou mais nenhum. Diante da constatação de que apenas duas cidades estavam dispostas a sepultar a República, os líderes do movimento em Ribeirãozinho voltaram para casa, e ali aguardaram os encarregados de levá-los para a gaiola. A monarquia durou um dia.

Compreensivelmente desolada, Ribeirãozinho baixou o penacho durante alguns meses, até que a lira do delírio foi novamente acionada, no mesmo ano da graça de 1902, pela notícia perturbadora: dezenas de leprosos, como eram então chamados os futuros hansenianos, vinham dos lados de Araraquara em direção à vila, avançando pelos trilhos da estrada de ferro. De novo, os moradores não perderam tempo com reuniões deliberativas, trocas de ideia e outras firulas de pouca valia. 

Enquanto mulheres e crianças se trancavam em casa, os homens rumaram para a estação de trem armados de carabinas, trabucos, garruchas, espingardas, um e outro facão de cortar cana simulando baionetas. De bruços na linha férrea, passaram a noite e a madrugada esperando a aparição do inimigo. Na manhã seguinte, descobriram que a marcha dos leprosos era boato. 
O que faria a numerosa milícia civil se fosse verdade? 
Negociariam uma retirada sem sangue ou repeliriam a ameaça de contágio na base do tiro, porrada e bomba? 
Como já não restavam sobreviventes quando nasci, não pude decifrar o enigma. Mas o ânimo beligerante da tropa improvisada recomenda que se crave a segunda opção. Aquilo tinha tudo para não acabar bem.
 
Não parecem mais ajuizados que aqueles sertanejos de Ribeirãozinho os sete homens e duas mulheres que compõem a bancada majoritária do Supremo Tribunal Federal. 
Pelo que andou dizendo em Lisboa o ministro Dias Toffoli, a monarquia foi oficiosamente ressuscitada no momento em que a Corte anexou ao amplo espaço que já dominava o vasto território do Poder Moderador
Pelas audácias fora da lei que vêm colecionando, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso são os braços do decano Gilmar Mendes, o déspota no trono.  
Os leprosos da hora agrupam as ramificações da grande tribo dos “negacionistas” os que tomaram vacina, os que enxergam também efeitos colaterais perigosos na imunização sem limites, os que dispensam o uso da máscara em conversas no restaurante, os que se recusam a enxergar um genocida no presidente Jair Bolsonaro e, fora o resto, os que se atrevem a criticar integrantes da nobreza de toga. “Mexeu com um, mexeu com todos”, avisou há pouco tempo Luiz Fux.

André Mendonça tem tudo para tornar-se um ótimo juiz: basta fazer o contrário do que fazem os semideuses de picadeiro

Nesta semana, a Constituição foi novamente submetida a selvagens sessões de tortura por gente que existe para preservar-lhe a integridade. Alexandre de Moraes, o Carcereiro Compulsivo, mandou um recado ao procurador-geral da República, Augusto Aras: convém concordar com os castigos impostos ao preso político Roberto Jefferson, ao exilado político Allan dos Santos, ao deputado federal Daniel Silveira e a quem mais lhe aprouver. 
E é bom parar de divergir das sucessivas provocações feitas por Moraes ao chefe do Poder Executivo. 
Por ter sugerido que Jair Bolsonaro fosse poupado de prestar depoimento à Polícia Federal, Aras foi tratado grosseiramente pelo capitão do mato togado. 
O chefe do Ministério Público foi intimado a enviar ao ministro, no prazo de 24 horas, o material que há na procuradoria sobre o inquérito que Moraes abriu a pedido de Omar Aziz — este sim um caso de polícia.
 
Barroso, depois de novas alusões a autoridades genocidas”, decidiu que só entrariam no país portadores do passaporte vacinal. 
Alguém lhe soprou que, aplicada a brasileiros que viajaram para o exterior sem o documento, estaria criada a versão brasileira de um personagem que até agora existiu apenas no cinema: o exilado de aeroporto.  
Ao reescrever o decreto às pressas, acabou endossando quarentenas e testes que rejeitara quando propostos pelo presidente da República. 
A suprema semana terminou com a posse do ministro André Mendonça, que tem tudo para tornar-se um ótimo juiz: basta fazer o contrário do que fazem os semideuses de picadeiroe qualificar publicamente de inconstitucionais as decisões inconstitucionais dos colegas.  
Talvez consiga injetar uma dose de coragem em Nunes Marques, a decepcionante primeira indicação de Bolsonaro.
 
Quando isso vai acabar?, perguntam-se milhões de brasileiros inconformados com a arrogância insolente do que é, em sua essência, um time de funcionários públicos do grupo A muito bem remunerados com o dinheiro dos impostos.  
Se não é fácil saber quando, não parece difícil adivinhar como. [vale a pena ler:  A primeira derrota do Supremo  e/ou Fronteira demarcada.]
Vai acabar no momento em que a Polícia Federal se recusar a prender alguma autoridade alvejada por mais um mandado de prisão proibido pela Constituição.
 

Leia também “Os imoderados no poder”

 Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 21 de setembro de 2021

A NOVA ARMA DO TOTALITARISMO - Percival Puggina

 Eu prefiro ficar exposto às inconveniências de atender à maior liberdade do que àquelas correspondentes a seu menor decréscimo. (Thomas Jefferson)

Em todo o Ocidente, um número incalculável de veículos de mídia, muitos dos quais poderosíssimos, se converteram nos últimos anos em tratadores da humanidade. 
Olham-nos e veem “pets” precisando ser adestrados para nos comportarmos adequadamente no mundo concebido em seus laboratórios de reengenharia social. 
Ainda não nos ordenam saltar ou fazer gracinhas, mas nos mandam calar a boca e ficar em casa enquanto alimentam nosso pensamento com o magro jejum proporcionado pelas manipulações diárias.

Nenhum grupo é tão sensível a essa ditadura quanto o formado por parcela dos políticos com mandato. Jamais contrariam seus tratadores. Buscam votos populares, querem que você digite os números deles na urna eletrônica, mas é para seus colunistas mais influentes que abanam o rabo. “E o que ganham com isso?”, indagará o leitor mais atento. Ora, mediante tal submissão, ganham o necessário silêncio sobre o mal que fazem e o bem que deixam de fazer no desempenho do mandato. Mas este é outro assunto.

O passaporte sanitário é o mais recente produto dessa opressão. Tão logo aprovado, será ele que vai abrir as portas à comunidade dos idiotizados, até recentemente conhecida como “sociedade” ou como “vida em sociedade”
Seres humanos sem passaporte sanitário terão que conviver entre si, nos subterrâneos, como antigamente viviam os leprosos. 
Mas quem se importa com isso, se o jornal X ou a TV Y querem que seja assim? 
Nessa ditadura da ignorância, quando deveriam gritar sua indignação, muitos que divergem calam e, no silêncio, consentem.

Parafraseando Kirkegaard vivemos tempos em que nossa liberdade está sendo tomada por aqueles que raramente usam a sua para pensar. Eu me pergunto como as lideranças liberais e conservadoras, os líderes de entidades empresariais que já foram tão prejudicados em sua liberdade para operarem seus negócios não se mobilizam para barrar a aprovação dessas assustadoras propostas que pipocam nos municípios brasileiros?

Só em Porto Alegre já são três projetos! Cada um impondo trancas e ferrolhos a quem não for portador dessa nova e sublime forma de cidadania: o passaporte sanitário
Por ser iniciativa com nítido perfil autoritário de esquerda, invasivo e inconstitucional, têm forte apoio dos vereadores desse bloco. E contam, também, com silêncio aquiescente entre os que receiam receber maus tratos de seus “tratadores” na dita grande mídia.

Valha-nos Deus!

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

CATÓLICOS NA PANDEMIA - por Gianfranco Bellinzona.

Durante a bimilenária história da Igreja Católica, na ocorrência das inúmeras epidemias e pestilências, o povo cristão, guiado pelos Bispos e clero, saía em procissão para implorar a graça de Deus, expressando sem medo sua Fé na Providência.

Hoje em dia, a Igreja, ansiosa de “se abrir ao mundo”, fechou as portas dos templos durante vários meses considerando a participação à Missa muito menos importante que o lockdown. Agora, as igrejas abrem no domingo com restrição de horário e só para poucos fieis visando ao máximo distanciamento, enquanto lojas, bares, restaurantes e shoppings acolhem de braços abertos a maior clientela. Até os folhetos da Missa com as leituras bíblicas são proibidos na igreja sendo considerados contagiosos, enquanto os jornais são livremente expostos e vendidos nas bancas de revistas. Os Padres montam câmeras na igreja para gravar e transmitir a celebração da Missa nas redes sociais, esquecendo que a Missa postula a real participação comunitária, não é um mero espetáculo cinematográfico.
[lembramos que a 'constituição cidadã', a dos 'direitos' que contemplam abundantemente todos os errados, que não estão sujeitos aos 'deveres', às vésperas de sua promulgação houve intenso conflito já que comunistas e outros istas, tentaram retirar do preâmbulo  a expressão: "sob a proteção de DEUS".
A expressão permaneceu, mas a interpretação excessivamente contrário aos valores religiosos fez prevalecer a laicidade do Estado Brasileiro. 
Com isso, sempre que possível, são prolatadas decisões desfavoráveis às igrejas católicas, notadamente a Igreja Católica Apostólica Romana, que optou pelo cumprimento das normas profanas.]

Enquanto o povo cristão ficou trancado em casa, abalado pelo terror da doença e da morte, os Pastorespoliticamente corretos” surgiram para estigmatizar o desmatamento da Amazônia e, no que se refere à epidemia, simplesmente optaram para reverenciar os novos profetas (virólogos, “expertos científicos”, etc.) e os mandamentos deles.
S. Francisco de Assis abraçava os leprosos
Os frades franciscanos, durante a pestilência de Milão, confortavam a agonia dos doentes no Lazareto.
Hoje em dia, os Padres são afastados das agonizantes e das sepulturas. O bom Papa Francisco aparece rezando solitário na praça de S. Pedro deserta (a imagem desoladora corre pelo mundo) e, nas homilias, proclama que “Deus perdoa, a natureza não”, como se a natureza (Gaia na linguagem dos ambientalistas radicais, Mãe Terra na linguagem dos teólogos da libertação) fosse uma entidade autônoma, independente de Deus, dotada do poder de castigar a humanidade agressora.
[Chega ao ridículo a conduta de grande parte da imprensa brasileira de criticar o general Pazuello, ministro interino da Saúde, por ter  aberto sua participação, em reunião com a descoordenada OMS,  sem mencionar que o Brasil já alcançou 100.000 mortes pela covid-19.

Para que? Desnecessário qualquer menção a este fato, já que é público e notório, a OMS, por dever de oficio tem obrigação de conhecer perfeitamente tal informação, todo o planeta sabe = o assunto, por envolver o Brasil, presidido pelo presidente Bolsonaro, tem merecido destaque em toda a mídia mundial.

Até a Supremo Corte do Brasil determinou a forma de apresentação dos  dados estatísticos sobre a peste.
Alguns órgãos da grande imprensa chegaram a criar departamentos especializados na contagem de cadáveres e maximização dos aspectos negativos da pandemia.

Seria até desrespeitoso que o ministro iniciasse sua participação enaltecendo número tão sinistro e indesejado.
Só no Rio, é que antes do número dos 100.000 ser atingido - foi alcançado no final da tarde inicio da noite de sábado passado - pela manhã foi realizada uma solenidade - que deixa a impressão de estar mais para comemoração do que para lamentação.]

Durante a Revolução francesa foi proclamado o culto à “Deusa Razão”.
Será que hoje proclamaremos o culto à “Deusa Ciência”?

Mas a qual ciência? 
Aquela da OMS, que lança declarações heterogêneas a cada dia? Aquela dos virólogos e vários “espertos” que discordam entre eles e, quando são honestos, reconhecem que o nosso conhecimento cientifico é provisório e precário?
Mala tempora currunt, não só por causa da pandemia, pela insipiência também.

Gianfranco BellinzonaO autor é italiano residente no Brasil, doutor em História e Filosofia.
Percival Puggina - publicado em 11 agosto 2020

terça-feira, 24 de março de 2020

O preconceito contra os idosos “VITAMINADO” PELO COVID-19 - Sérgio Alves de Oliveira


Por terem sido considerados “grupo de risco” pelas autoridades da área da saúde pública, que estão administrando a crise sem precedentes  ocasionada pelo novo coronavirus (Covid-19), originário da China, todos aqueles que não esconderam   os seus fios de cabelo branco, dados pela natureza, em virtude da idade mais avançada,  estão sendo alvo de rechaço ,menosprezo, e chingamentos, toda vez que “ousam” colocar os pés fora das suas moradias.


Nesse sentido os idosos estão sendo tratados igual aos leprosos, tuberculosos, e doentes de malária, dentre outras doenças contagiosas, da Idade Média, que   eram confinados longe da “civilização”, e tratados pior que bicho. Esse tipo de preconceito jamais foi alvo do interesse das autoridades públicas, da grande mídia, e da própria Justiça, ”apesar” do “Estatuto do Idoso”(Lei Nº 10.741/2003), que sempre dedicaram todas as suas atenções e providências legais contra os preconceitos de cor, de raça, de religião, ou contra qualquer categoria da comunidade LGTB, todos “abençoados pela grande mídia, e alvos de profundas discussões políticas e jurídicas “protetoras”, nas Casas Legislativas, e nos tribunais. [o mais curioso é que grande parte dos que combatem os preconceitos de  cor, de raça, de religião, ou contra qualquer categoria da comunidade LGTB, - seja no STF, tribunais superiores, tribunais regionais, Congresso Nacional (no STF chegam a legislar, via interpretação criativa, para suprir supostas omissões do Legislativo) integram o grupo dos IDOSOS, alguns deles às portas de trocar a classificação preferencial por prioritário.
Certamente, não são tratados com preconceitos quando saem as ruas para vacinas, consultas médicas, etc - são escoltados,  além de que os serviços que buscam são cobertas por planos de saúde milionários e se necessário parte do local no qual vão estar ou passar será interditado.]

Incentivados pelas autoridades públicas e pela mídia, os cachorros “sarnentos” de rua estão sendo mais respeitados que os idosos, que “ousam” disputar algum espaço público com os que ainda não tiveram a “desventura” de ter algum fio de cabelo branco. Mas na verdade esse preconceito contra os idosos tem fundas raízes, especialmente nas Américas, mas sempre foi (hipocritamente) mantido oculto, em estado “stand-by”. Dito preconceito, contra os idosos, apesar de “disfarçado”, indiscutivelmente se tornou “cultural”.

Mas o Covid-19 conseguiu soltar as correntes que amarravam o preconceito dos mais jovens contra os idosos. As pessoas de mais idade devem ter muito cuidado ao atravessar alguma rua, pois correrão o risco de serem atropelados com muito mais “facilidade”, que os “outros”.
O lamentável papel das autoridades públicas e da mídia, nesse episódio, foi o de despertar  ainda mais a “idiotia” acampada na cabeça de muita gente. Será que os “chingadores” dos mais velhos que andam pelas  ruas  estariam tomando essa atitude de chingá-los, por imaginarem que eles, dos tais “grupos-de-risco”, como são enquadrados, estariam sofrendo maior  risco de serem contaminados pelo mais jovens, por ambos andarem nas ruas, ou só ameaçando as outras pessoas “mais jovens”, dentre elas os “chingadores”, de serem contaminadas pelas pessoas mais velhas? 

Ora,com certeza, mal concebem esses  chingadores idiotas, que as pessoas enquadradas como “de risco”, os idosos, apresentam  maior risco  NÃO DE CONTAMINAR OS OUTROS, porém de SEREM CONTAMINADOS. Por que então esses “chingamentos”,se o risco de contaminar os outros é idêntico entre novos e velhos, e que a única diferença reside na probabilidade  de “ser contaminado”, e não de “contaminar”, onde os mais velhos “vencem”? Que direito “exclusivo” teriam então os mais jovens de preencher os espaços públicos, em detrimento dos mais velhos? 
Como pode a mídia alimentar essa  idiotia a tal ponto ?

Mas como a “libertação” desse preconceito contra os idosos deu-se bem recentemente, atendendo “convocação” das autoridades públicas, e da sua  mídia “parceira”, também “cega” e igualmente “idiota”, ambos fortalecendo  a idiotia “social”, a única maneira de prová-la será a  convocação das pessoas idosas  que sentiram  essa repulsiva  discriminação  nas ruas e na própria carne, para darem o seu testemunho.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


quinta-feira, 12 de março de 2020

Cavaleiros do Apocalipse - Nas entrelinhas

“Uma crise de relacionamento entre o presidente da República e o Congresso pode pôr tudo a perder. Bolsonaro subestima a pandemia de coronavírus

O Apocalipse, o último livro da Bíblia, foi escrito por João, um dos quatro evangelistasos outros são Mateus, Marcos e Lucas —, por volta de 95 d.C., na pequena ilha grega de Patmos, no mar Egeu. São visões aterradoras, nas quais quatro cavaleiros espalham fome, guerra e peste. Anjos trombeteiam castigos e catástrofes. Há trovões, relâmpagos e terremotos; chuvas de granizo, fogo e sangue. Pragas terríveis se disseminam, como vorazes gafanhotos e venenosos escorpiões. João prevê um confronto final entre Deus e o diabo, entre o bem e o mal. Para muitos, relata o fim do mundo, embora esse não seja o juízo dos teólogos cristãos. Em grego, apocalipse significa “revelação”, ou seja, o desvendamento de coisas que até então permaneciam secretas a um profeta escolhido por Deus, o chamado juízo final: Deus manda os maus para o inferno e os bons para o paraíso.

Em 1348, a peste negra chegou à Península Itálica; para muitos, era o apocalipse. Foi uma das mais trágicas epidemias que assolaram o mundo ocidental. Assim como a Aids, que nesta semana registrou os dois primeiros casos de cura, a peste negra foi considerada um castigo divino contra os hábitos pecaminosos da sociedade. Originária das estepes da Mongólia, onde pulgas hospedeiras da bactéria Yersinia Pestis infectaram diversos roedores, que entraram em contato com zonas de habitação humana e se instalaram nos animais domésticos e nas peças de roupa. A peste foi disseminada pela chamada Rota da Seda e pelo comércio do Mediterrâneo. O intercâmbio comercial entre o Ocidente e o Oriente, reativado desde o século XII, explica a rápida propagação da doença pela Europa.

Não se tinha conhecimento, à época, para entender a doença, tanto sua variação bubônica, que atacava o sistema linfático, como a pneumônica, que atacava diretamente o sistema respiratório. Desconhecendo as origens biológicas da doença, muitos culpavam os judeus, os leprosos e os estrangeiros pela peste negra, embora as condições de vida e higiene nos ambientes urbanos do século XIV fossem grandes propulsoras da epidemia. Nas cidades medievais, lixo e esgoto corriam a céu aberto, atraindo insetos e ratos portadores da peste. A falta de higiene pessoal facilitava a propagação da epidemia, que se instalava por períodos de quatro a cinco meses. Cidades eram abandonadas ou se fechavam completamente, em quarentena. Um terço da população morreu.

Deterioração
O coronavírus não é uma simples gripe, antes fosse; pode até ser menos letal que a dengue, mas não é uma “fantasia” da mídia mundial, como disse o presidente Jair Bolsonaro. Faz parte de uma grande família viral, isolada pela primeira vez em 1937. No entanto, somente em 1965, o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil semelhante a uma coroa. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias de leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. 

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas a maior população de risco. O problema é que o novo coronavírus (Covid-19), descoberto em 31/12/19, após casos registrados na China, se propaga mais rápido, por hospedeiros assintomáticos, não tem vacina nem medicação específica e mata os pacientes de baixa imunidade, principalmente idosos e portadores de doenças crônicas. Agora, já virou uma pandemia, conforme anunciou, ontem, a Organização Mundial de Saúde.
Em circunstâncias iguais a de outros países, o Brasil teria todas as condições de evitar uma grave epidemia, a partir das medidas preventivas que estão sendo tomadas pelo Ministério da Saúde. A doença está atingindo pessoas de alta renda, que chegaram de viagens ao exterior; o problema é a doença sair do controle e se propagar de forma generalizada, num país com áreas urbanas muito degradadas, de condições sanitárias medievais. A outra face do problema é o impacto que a epidemia está tendo na economia mundial, que pode até entrar em recessão, ainda mais depois da crise do petróleo provocada pela guerra de preços e produção entre Arábia Saudita e Rússia.

Aqui, esse impacto deveria ser mitigado por medidas econômicas e financeiras mais eficientes, porém, uma crise de relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso pode pôr tudo a perder. O presidente da República, que subestima a epidemia, não cumpre acordo com o Congresso e convoca uma manifestação para pressioná-lo a não votar os projetos que o próprio Executivo encaminhou ao parlamento. Em resposta, o Congresso resolve jogar para a arquibancada e derrota o veto de Bolsonaro ao aumento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o salário mínimo destinado a idosos e deficientes, o que pode representar um aumento de despesas de R$ 7 bilhões a R$ 20 bilhões, dependendo de quem faz a conta. Ou seja, o cenário se deteriora na saúde, na política e na economia. E os cavaleiros do Apocalipse? Deixa pra lá… [o POST abaixo deste, tem fotos de dois cavaleiros do Apocalipse, sorridentes, felizes, comemorando mais uma vitória contra o Brasil e os brasileiros.
Uma boa notícia: a China já está desmontando os hospitais construídos para tratamento dos pacientes do Covid-19 = devido a redução dos casos, aqueles hospitais precisam ser adaptados para tratamentos dos doentes 'comuns'.]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense 


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quem aceita ser compadre de qualquer um, pode se ferrar

Compadre de Lula quer ser excluído de ação sobre o sítio de Atibaia

[Lula começa a receber o tratamento dos criminosos condenados: todos querem distância, igual faziam com os leprosos nos tempos bíblicos. Até os cúmplices o abandonam.

Imagine quando novas condenações forem proferidas.

Não adiante espernear Lula, você morreu politicamente.] 

O advogado Roberto Teixeira pediu ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Federal (TRF-4) para ser excluído de ação penal da Operação Lava Jato. O compadre do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva é acusado pelo crime de lavagem de dinheiro nas reformas do sítio de Atibaia.

Neste processo, o petista foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal, no Paraná. Além de Lula e de Roberto Teixeira, outros 11 investigados são réus. A defesa do compadre do ex-presidente recorreu à Corte de apelação da Lava Jato no dia 6 de fevereiro.

“Um advogado honrado, sério, está sendo vítima de grave constrangimento ilegal representado pelo recebimento da denúncia inepta, que não narra fato atípico”, afirmam os advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga em habeas corpus. “Requer-se a concessão da ordem, para o fim de excluir o paciente do polo passivo da ação penal.”

Este é o segundo processo em que Roberto Teixeira é acusado formalmente pela Lava Jato, no Paraná. O advogado também é réu em outra ação penal por envolvimento em suposta propina de R$ 12,5 milhões da Odebrecht a Lula, por meio de um terreno que abrigaria o Instituto que leva o nome do ex-presidente – R$ 12 milhões – e uma cobertura vizinha à residência do petista em São Bernardo de R$ 504 mil. De acordo com o Ministério Público Federal, Roberto Teixeira teria intermediado a compra dos imóveis.

O documento entregue pela defesa de Roberto Teixeira ao TRF-4, Corte responsável por julgar as decisões do juiz federal Sérgio Moro, tem 14 páginas. Os advogados afirmam que o compadre de Lula “está sofrendo constrangimento ilegal” do magistrado da 1.ª instância.
“A denúncia é inepta no que tange ao paciente. Não descreve satisfatoriamente sua participação nos fatos; não narra nenhuma conduta típica; impedindo o exercício da ampla defesa”, alegam os defensores.

A força-tarefa da Lava Jato aponta que a negociação para a compra do sítio “teve participação ativa de Roberto Teixeira”. Os procuradores afirmam que o advogado indicou o “quinhão” de cada comprador da propriedade rural, os empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar.  Segundo o engenheiro da Odebrecht e delator da Lava Jato, Emyr Costa, para ocultar a participação da Odebrecht nas obras do sítio, Roberto Teixeira lhe pediu que celebrasse um contrato e fizesse notas fiscais em nome de Fernando Bittar. O delator apontou aos investigadores que notas fiscais apreendidas pela operação na casa de Lula, em São Bernardo do Campo, são as mesmas que ele entregou ao compadre do ex-presidente.
Os defensores de Roberto Teixeira afirmam que o processo do sítio de Atibaia imputa ao advogado “apenas e exclusivamente, condutas praticadas no regular exercício profissional da advocacia”.
“A defesa tem plena consciência de que há desvios. Existem profissionais que extrapolam as fronteiras do exercício profissional para a efetiva prática de ilícitos criminais. Mas nessas hipóteses, não se está a tratar de um advogado, mas sim de um criminoso. Categoricamente, não é essa a hipótese em questão”, argumentam os criminalistas. “No caso em tela, mais uma vez, o advogado Roberto Teixeira não aderiu a qualquer maquinação criminosa. Não atravessou fronteiras proibidas. Ainda que enredo delituoso apresentado na denúncia seja verdadeiro, a ele não se filiou o paciente.”

IstoÉ