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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Polícia não é Milícia - Blog Faces da Violência, do UOL

Por Raul Jungmann  - Blog do Noblat - Veja

Aqueles que aplaudem hoje, amanhã não perguntem por quem os sinos dobram… 

Semana passada o Capitão Assunção, dublê de PM e deputado estadual pelo Espirito Santo, foi à tribuna fazer uma oferta espantosa. Dez mil reais para quem lhe trouxesse o cadáver do assassino de uma jovem capixaba. Fardado, o capitão PM rompeu, de uma só vez, todos os laços com a condição de policial e de parlamentar, ao tornar-se um possível cúmplice e mandante  de um homicídio doloso e, de homem da lei candidatou-se a ser um homem do crime. [o capitão Assunção jogou para as arquibancadas, tanto que não apareceu nenhum candidato para se habilitar à recompensa, não houve crime. Apenas uma incontinência verbal.] Os que têm memória curta o aplaudiram.

Porém, em 2017 estávamos em campos opostos. Ele, foi o principal líder de um motim policial que levou parte da tropa da PM a se aquartelar armada, negando segurança e levando o terror ao indefeso povo capixaba, alvo de  arrastões, incontáveis mortes e saques. Nós, coordenando uma operação de GLO – Garantia da Lei e da Ordem, a pedido do Governador Paulo Hartung e mando do Presidente Temer, com 3.500 homens das Forças Armadas, para dar a população a segurança negada pelo Capitão e seus liderados. De todas as 11 GLOs  que coordenei, essa foi a mais crítica.

 



No pico do stress chegamos a trabalhar com a hipótese de empregar tanques e lançar tropas especiais de paraquedas para libertar os que se opunham à greve e eram impedidos de sair dos quarteis.  Recentemente, no Fórum Exame 2019, afirmamos que uma polícia com licença para matar concedida pelas autoridades, torna-se moralmente corrupta. Cabendo a ela decidir quem irá morrer ou não, é evidente que os poderosos e ricos comprarão suas vidas, os fracos e pobres, não.

Chegando nesse estágio de degradação, uma polícia já não se distingue de uma milícia, autênticos justiceiros de aluguel. Disciplina, hierarquia e respeito à lei, bases constitutivas de toda força policial armada, deixam de existir. Clãs e grupos se formam sob a liderança de chefes paralelos aos comandos formais, sem nenhum controle. A opinião pública que chancela e aplaude a licença para matar, não faz ideia do monstro que ajuda a criar e que inexoravelmente se associará ao crime organizado.

Pois esse, ao contrário dos pés de chinelo, tem recursos para comprar sua intocabilidade. Tenho especial apreço pelos homens e mulheres policiais que nos fazem a segurança. São exigidos, mais das vezes ganham mal e vivem sob constante stress e riscos. Em respeito a eles, bons policiais, não podemos jamais ordenar-lhes algo que seja ilegal ou criminoso.

Combater o crime e reduzir a violência de modo sustentável exige respeito à lei, valores corporativos, boa formação de recursos humanos, inteligência policial, tecnologia, disciplina e hierarquia. Na licença para matar, as primeiras vítimas são os de sempre, em seguida a boa polícia e a nossa segurança. Aqueles que a aplaudem hoje, amanhã não perguntem por quem os sinos dobram…

Raul Jungmann, ex-Ministro da Reforma Agrária, Defesa e Segurança Pública.

 
(Transcrito do blog Faces da Violência, do UOL) 

segunda-feira, 17 de junho de 2019

JAIR JÁ FOI 4: General da ativa na ação política usa saliva ou tanques?

JAIR JÁ FOI 4: General da ativa na ação política usa saliva ou tanques? ... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/17/jair-ja-foi-4-general-da-ativa-na-acao-politica-usa-saliva-ou-tanques/?cmpid=copiaecola
A demissão do general da reserva Santos Cruz da Secretaria Governo na própria quinta, dia em que se apresentou o relatório da Previdência, chega a ser irresponsável. A articulação política do Planalto estava sob sua responsabilidade, tarefa compartilhada com o inexistente Onyx Lorenzoni. Cruz já havia estabelecido uma relação cordial com lideranças do Congresso. Quem assume o lugar é o general da ativa Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste e membro do Alto Comando do Exército. Tomara que o homem se saia bem na função. Sentido não faz. Baptista Ramos é cordial e boa-praça. Mas será a primeira vez que um paraquedista, um homem treinado para a ação, será  paraquedista na coordenação política. O que ele tem de especial? É um bolsonarista de primeira hora e não se duvida de que estará com Bolsonaro para o que der e vier. 

De ministros, espera-se tal comportamento, claro! Mas tudo fica mais fácil quando eles só têm a seu favor a saliva do convencimento. Baptista Ramos também tem tanques e soldados, o que não combina com a política. A menos que se queira deixar uma espécie de ameaça no ar. É necessário dizer isso, ora bolas! O outro general da ativa, Rêgo Barros, também um quatro-estrelas, é porta-voz. Ele se diz fã de um livro de que também gosto: "O Soldado e O Estado", de Samuel Huntington. Pois é!

Huntington é um conservador e defende o que chama de "controle civil objetivo das Forças Armadas". Em miúdos, isso quer dizer o seguinte: militares da ativa não servem a governos, mas ao Estado. Dois militares da ativa na gestão abrem a vereda para uma politização ainda maior das Forças Armadas. Vamos ver: a crise que envolve Sergio Moro e o vazamento das conversas indevidas com Deltan Dallagnol, por exemplo, se tornou um grave problema político para o governo. Quando Baptista Ramos cuidar do assunto, quem o fará: o ministro ou o soldado que dispõe de tanques? [o esperado, o normal, o desejado é que o ministro seja, antes de tudo e sob qualquer circunstância, um soldado.] Se os  tanques não contam, que passe, então, para a reserva. Alguém nota alguma falha no raciocínio?


 
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A demissão do general da reserva Santos Cruz da Secretaria Governo na própria quinta, dia em que se apresentou o relatório da Previdência, chega a ser irresponsável. A articulação política do Planalto estava sob sua responsabilidade, tarefa compartilhada com o inexistente Onyx Lorenzoni. Cruz já havia estabelecido uma relação cordial com lideranças do Congresso. Quem assume o lugar é o general da ativa Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste e membro do Alto Comando do Exército. Tomara que o homem se saia bem na função. Sentido não faz. Baptista Ramos é cordial e boa-praça. Mas será a primeira vez que um paraquedista, um homem treinado para a ação, será p... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/17/jair-ja-foi-4-general-da-ativa-na-acao-politica-usa-saliva-ou-tanques/?cmpid=copiaecola