Após o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no
processo do sítio de Atibaia, a defesa do petista disse nesta quarta-feira (14)
que a associação entre contratos fraudulentos na Petrobras e a reforma na propriedade,
supostamente em benefício a Lula, é uma desculpa da força-tarefa da Operação
Lava Jato para fazer acusações contra o político e levar seus processos para a
Justiça Federal de Curitiba.
Lula mentiu do começo ao
fim em depoimento à Lava Jato | Marco Antonio Villa, sugere - 0' a 1'39" - trabalhos forçados para o criminoso Lula
Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins apontou que, durante a
oitiva, os procuradores não teriam feito questionamentos a respeito dos
contratos da Petrobras que seriam alvo de um esquema de corrupção e teria Lula
entre seus comandantes. "A situação confirma que a referência a tais
contratos da Petrobras na denúncia foi foi um reprovável pretexto criado pela
Lava Jato para submeter Lula a processos arbitrários perante a Justiça Federal
de Curitiba", disse o advogado no comunicado. Ele afirma que o STF
(Supremo Tribunal Federal) apontou que a 13ª Vara Federal de Curitiba só
poderia julgar casos "em que haja clara e comprovada vinculação com
desvios na Petrobras". [curioso é que o advogado do presidiário contesta a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar seu cliente, usando como fundamento uma decisão do STF; só que a sentença daquela Vara, condenando Lula, já foi confirmada pelo TRF-4, STJ, STF - no plenário virtual e presencial e dezenas de habeas corpus contestando tal sentença sofram negados pelo ministro Edson Fachin.]
Os advogados reforçam a tese de que Lula estaria sofrendo perseguição
política a partir dos processos. "O depoimento prestado pelo ex-presidente
também reforçou sua indignação por estar preso sem ter cometido qualquer crime e
por estar sofrendo uma perseguição judicial por motivação política
materializada em diversas acusações ofensivas e despropositadas para alguém que
governou atendendo exclusivamente aos interesses do país". Segundo a Lava
Jato, Lula recebeu cerca de R$ 1 milhão em vantagens indevidas na forma de
obras no sítio de Atibaia. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
[a defesa do presidiário Lula ontem, em interrogatório conduzido pela juíza Gabriela Hardt, passou por maus momentos - em um deles, o representante do MP chegou a oferecer a Lula os serviços da Defensoria Pública, tamanho era o aperto do ex-presidente, quando até a competência da sua defesa técnica foi posta em dúvida.
Convenhamos, mesmo se destacando pela 'notória competência e saber jurídico' - ressalve-se que no Brasil 'notório saber jurídico' é algo de difícil definição, tanto é que um ilustre advogado, reprovado por duas vezes em concurso para juiz de primeiro grau, se tornou ministro do STF - os doutos defensores do presidiário petista estão enfrentando um processo em que tudo é contra a defesa - alguns exemplos:
- o réu está cumprindo pena superior a doze anos de prisão, em sentença confirmada em Segunda instância e que foi contestada, sem êxito, no STJ, STF, até mesmo em um 'comitê' da ONU;
- além da condenação acima, o marginal responde a seis processos penais, entre eles o do sítio - novas condenações virão;
- no processo do sítio a quase totalidade das testemunhas de defesa do presidiário petista são também réus - portanto, testemunhas sem credibilidade para defender o criminoso Lula.]
Para a defesa, o ex-presidente "rebateu ponto a ponto as infundadas
acusações do Ministério Público em seu depoimento". "Reforçando que,
durante o seu governo, foram tomadas inúmeras providências voltadas ao combate
à corrupção e ao controle da gestão pública e que nenhum ato de corrupção
ocorrido na Petrobras foi detectado e levado ao seu conhecimento". [clique aqui, para depoimento completo de Lula.] Lula
foi interrogado na tarde desta quarta-feira pela juíza Gabriela Hardt por pouco
mais de duas horas. Após o depoimento, ele retornou à Superintendência da
Polícia Federal, em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão
pelo caso do tríplex de Guarujá.
Defesa diz que Lava
Jato criou pretextos para submeter Lula a processos em Curitiba... -
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