Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador velada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador velada. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de novembro de 2022

A rotina de perseguição e angústia de Julia de Castro

Estudante revela dia a dia perturbador em universidade federal, desde que foi descoberta de direita e eleitora de Jair Bolsonaro 

 A estudante de História da Unirio Julia de Castro, durante as manifestações em prol do 7 de Setembro, no Rio de Janeiro - 07/09/2022 | Foto: Reprodução/Julia de Castro/Instagram

A estudante de História da Unirio Julia de Castro, durante as manifestações em prol do 7 de Setembro, no Rio de Janeiro - 07/09/2022 | Foto: Reprodução/Julia de Castro/Instagram
Apaixonada por História desde pequena, a jovem Julia de Castro, de 20 anos, ficou muito feliz ao descobrir que havia sido aprovada no vestibular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), em 2019, para iniciar o curso no ano seguinte. 
Nos primeiros meses, Julia percebeu que o sonho virara pesadelo. 
Os professores usavam a sala de aula para fazer propaganda político-partidária contra o presidente Jair Bolsonaro e distorciam fatos sobre o passado, além de discorrer acerca de um futuro utópico socialista. “Foram momentos bem angustiantes”, disse a jovem, em entrevista a Oeste.

Durante dois anos, Julia calou-se, para conseguir “sobreviver”. “Fiquei na espiral do silêncio”, resumiu ela, em alusão à teoria segundo a qual indivíduos omitem as próprias opiniões, quando conflitantes com o pensamento da maioria ao seu redor, por causa do medo do isolamento e da zombaria. As coisas pioraram no início de outubro deste ano, depois de ela ter sido descoberta de direita e eleitora do presidente Jair Bolsonaro. A estudante passou a ser perseguida, hostilizada e até ameaçada por colegas, sob o olhar complacente dos professores. A Revista Oeste conversou com Julia.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como se iniciou a perseguição contra você na universidade?
Um site de fofocas da faculdade, cujos autores são anônimos, publicou posts das minhas redes sociais em que eu apoiava o governo, sob a “manchete”: “Como essa ‘Julia Bolsonara’ pode estudar na Unirio e apoiar esse homem?”. Todos os alunos, praticamente, seguem esse “jornal”, e iniciaram uma “cruzada” para descobrir quem era a tal Julia. Um colega de uma amiga minha, que não estuda na Unirio, mas sabe quem sou, porque sempre me odiou, em virtude de meu posicionamento político, lê o blog e marcou o meu perfil nele com a mensagem “os seus dias estão contados”. Assim, a minha turma inteira ficou sabendo. Como não sigo esse site, fui informada por meio do meu noivo, que recebeu de um colega dele, ex-aluno da Unirio. Enquanto isso, meu Twitter ficou lotado de ameaçadas de morte e de agressão física. O sentimento que tive em meio àquilo tudo foi de desespero. Chorei compulsivamente naquele dia. A cada segundo, havia uma nova ameaça. Descobriram o número do meu celular, os colegas de classe tiraram-se do grupo da sala e passei a ser alvo de ataques no WhatsApp. Minha família foi meu único refúgio.

O que você fez na sequência?
Consultei uma amiga da família, que é advogada, para processar todos os que me ameaçaram. Ela recomendou que eu expusesse a situação nas redes sociais. O que fizeram foi um crime, e minha segurança estava comprometida dali em diante. Embora reticente no início, acabei cedendo às pressões da minha mãe para obedecer à advogada. Confesso que fiquei impressionada com a repercussão. Recebi muito apoio. Com medo da polêmica, os agressores fecharam as suas redes sociais e se esconderam. Na sequência, acionei uma delegacia, e os policiais me ajudaram a recuperar as mensagens com ameaças. 

A direção e os professores saíram em sua defesa?
Foram totalmente omissos. Querem que a situação se abafe.

Como está a sua vida acadêmica agora?

(...)

Essa perseguição também ocorria no ensino médio?
Não. Havia doutrinação em sala, mesmo sendo um colégio particular, entretanto, de uma forma mais velada, que se intensificou em 2018, com a vitória de Bolsonaro, mesmo assim, longe de ser o que passei agora. Aos poucos, fui revelando o que pensava. A sorte é que eu já havia feito amigos, que me disseram: “Discordamos de você, mas agora é tarde para te odiar”. Durante a minha passagem pelo colégio, fiz uma escolha: ou os meus amigos de classe média alta, que bajulavam os professores porque queriam ser intelectuais, ou a minha família. É claro que optei pela segunda opção. E está tudo bem.

Leia também: “A lavagem cerebral nas universidades”, reportagem publicada na Edição 108 da Revista Oeste

Revista Oeste - Íntegra da Entrevista

 

 

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Senador Aziz, o senhor preside uma comissão natimorta, sendo velada já em decomposição e será sepultada em caixão lacrado

E lhe falta competência - institucional e intelectual - para interpelar, cobrar, o presidente da República. Exigimos que O respeite.

Bolsonaro dobra a aposta e volta a desdenhar a CPI da Covid

As acusações que o presidente Jair Bolsonaro levantou contra o senador Omar Aziz (PSD-AM) em conversa com apoiadores, sem apresentar provas, serviram de motor para a carta enviada ao Palácio do Planalto, em que a CPI da Pandemia cobra [?] uma posição do capitão em defesa do líder do governo, Ricardo Barros. Até aqui, o chefe do Planalto vinha sendo poupado [?] de um pedido de explicação [?] oficial. Agora, diante da carta, a CPI acreditava ter colocado o presidente numa sinuca de bico: se defendesse o líder e chamasse o deputado Luis Miranda de mentiroso, poderia ser confrontado com uma gravação da conversa entre ele e Miranda. Se atacasse o líder, brigaria com uma parcela expressiva do Centrão.

Ocorre que Bolsonaro chutou essa granada para fora do campo. A resposta do presidente, “caguei”, dita na live desta semana, indica que o presidente vai continuar tratando a CPI como algo feito apenas para desgastar o governo. [caguei = resposta adequada e merecida, para uma CPI que extrapola suas funções ao questionar o presidente da República, ao ter como único objetivo desautorizar a maior autoridade da Nação brasileira. 
Uma comissão desautorizada por governadores de estado, desautorização que se concretiza quando a ela se recusam comparecer, recusa devidamente avalizados pela Suprema Corte.
Uma CPI que ao ser presidida pelo senador Omar, relatada pelo senador Calheiros, na vice-presidência o senador Rodrigues e como 'ajudantes' os e senadores Humberto Costa - vulgo 'drácula' e Barbalho o primeiro senador da República a ser preso e algemado, abriu mão de qualquer pretensão de ser respeitada.] Porém, diante dessa inflexibilidade e de ataques aos senadores, fica mais difícil para os governistas encontrarem algum espaço capaz de quebrar a hegemonia do G7 na CPI da Pandemia, chamados, inclusive, de patifes e picaretas pelo presidente. O problema é que, nesse cenário, quanto a Barros, o risco é essa granada que Bolsonaro atirou para fora cair no colo do líder. Barros, por sua vez, já percebeu e, ontem mesmo, foi à tribuna da Câmara se defender. Enquanto não for chamado à comissão, é ali que ele apresentará a sua defesa.

Em tempo: com o presidente irredutível, a estratégia da CPI, agora, é jogar Ricardo Barros contra Jair Bolsonaro. Daqui para a frente, serão muitas as declarações de integrantes da CPI no sentido de levar o líder a cobrar publicamente do presidente se é verdadeira ou falsa a versão do deputado Luis Miranda, de que Bolsonaro citou o nome do seu líder na Câmara quando recebeu de Miranda a denúncia de que havia esquema de corrupção em gestação na Saúde. É um jogo de truco de final, até aqui, imprevisível.

O jogo de Bolsonaro
A frase “ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições” não foi dita por mero acaso. Faz parte de uma estratégia engendrada no Planalto para impor a vontade de aprovar o voto impresso, ou voto auditável, para as eleições do ano que vem. A proposta, porém, depende da aprovação de uma emenda constitucional em debate no Congresso e, hoje, não há 308 votos a favor. [são sem noção, os que rejeitam uma medida que apenas e tão somente permitirá  que o eleitor brasileiro tenha a certeza de que o candidato que escolheu na urna eletrônica (que permanece, não está sendo cogitada sua substituição) escolha confirmada ao teclar 'CONFIRMA', receberá o seu voto. Que se uma urna eletrônica tiver 100 votos impressos para o candidato nº 1, todos os cem irão realmente para o candidato nº 1 - nenhum será desviado para outro candidato.

(.....)

Até aqui…
As denúncias de suspeita de corrupção no Ministério da Saúde estão nas costas da raia miúda que foi exonerada, Roberto Dias e Laurício Monteiro Cruz, respectivamente, diretores do Departamento de Logística e de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

(...........)

Na área dele/ Depois do Rio Grande do Sul, Bolsonaro irá, na semana que vem, ao Amazonas, estado do presidente da CPI, senador Omar Aziz. A ideia é mostrar que tem apoio no território do inimigo.

Enquanto isso, no Congresso…/ A corrida para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ainda não está ganha. A tendência, por enquanto, é de recesso branco. [se sabe que o recesso branco é ilegal, é apenas uma forma de burlar a norma que impede o recesso legal (porém, vergonhoso, imoral) sem a LDO estar aprovada.]

Denise Rothenburg, Correio Braziliense