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segunda-feira, 14 de maio de 2018

"Houve omissão do motel", diz irmão de colaborador do Correio assassinado

"Em menos de 1 hora aconteceram muitas coisas, e nada foi checado. Eles não poderiam ter demorado tanto para saber o que estava acontecendo", afirma o irmão de Rubens Leal, encontrado morto em motel

O colaborador do Correio Braziliense Rubens Bonfim Leal, 35 anos, foi encontrado morto nesse domingo (13/5) dentro de um quarto de motel do Núcleo Bandeirante. Rubens chegou ao local às 7h45, acompanhado de um jovem, que, segundo a Polícia Militar, teria entre 20 e 22 anos. O suspeito do crime pulou uma cerca para fugir do local, depois de, sozinho e sem pagar a conta, ser impedido de deixar o estabelecimento. Rubens trabalhava como revisor do jornal havia um ano.

Ambos haviam feito uma reserva de oito horas no Paradise Vegas Motel. O gerente do estabelecimento, Joseny Cézar, contou que, antes das 8h30, uma camareira ouviu gritos de socorro. Mesmo assim, ninguém se dirigiu ao quarto. Meia hora depois, o jovem usou o carro do revisor para tentar sair do motel. Sem autorizá-lo, empregados ligaram para saber se Rubens liberava a saída, mas ninguém atendeu à chamada. O suspeito, então, retornou ao quarto e tentou se passar por Rubens a fim de conseguir a liberação. Como a voz dele foi identificada pelo telefone, mais uma vez, a saída foi proibida. Com a negativa, o rapaz decidiu fugir do motel. De acordo com o gerente, ele subiu em uma Kombi, pulou uma cerca e escapou sem ser percebido. Apesar de toda a movimentação, empregados do estabelecimento só estiveram na suíte depois de expirado o horário de permanência, às 16h.

Lá, encontraram o corpo do revisor com ferimentos na cabeça e na altura do pescoço. Rubens estava com as mãos e as pernas amarradas com lençóis, além da boca amordaçada. O telefone foi deixado fora do gancho, e o quarto ficou revirado. Policiais do Grupo Tático Operacional do 25º Batalhão de Polícia Militar (Park Way) atenderam à ocorrência. Eles não encontraram nenhum documento da vítima no quarto, mas a identificaram pela placa do carro. Segundo o cabo César Augusto Rocha, o assassino de Rubens usou um objeto cortante para matá-lo. “Nenhum dos funcionários ouviu barulho de tiro. Além disso, ele tinha perfurações perto do pescoço”, detalhou.  A 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) investiga o caso. Peritos da Polícia Civil analisaram o local do crime. Hoje, a perícia será feita no veículo, que tinha uma bicicleta acoplada na traseira. Como o suspeito dirigiu o carro, os policiais podem encontrar digitais.


Omissão
Rubens era o caçula do aposentado Pedro Bonfim e da professora Francisca Bonfim. Um dos três irmãos do colaborador do Correio, João Bonfim Neto, 36, reclamou da falta de atitude dos funcionários do motel. “Houve omissão. Não é comum, ainda que em uma situação de sexo, uma pessoa pedir socorro. Além disso, em menos de 1 hora aconteceram muitas coisas, e nada foi checado. Eles não poderiam ter demorado tanto para saber o que estava acontecendo. Teriam de chamar a polícia”, cobrou. Nesta segunda-feira, Rubens acompanharia os pais até Goiânia, onde Pedro recebe tratamento devido a um câncer.


Rubens trocou Fortaleza por Brasília em 1998, com a família. Formou-se em letras/espanhol e também cantava em corais. Chegou a se apresentar no casamento de amigos. Além de trabalhar como revisor no Correio, ele ajudava a família a manter um quiosque no Guará 2. “Ele era cheio de vida e compromissado com a família. O Rubens sempre foi querido por todos nós”, lembrou o tio Cícero Bonfim. “Um homem que fazia amizades de um jeito muito fácil. Era extrovertido e conseguia agrupar todos os familiares”, reforçou João. 


Oração
Familiares e amigos usaram as redes sociais para lamentar a morte de Rubens. Com a foto do revisor, fizeram homenagens sobre a partida precoce dele: “É com muita tristeza que tive a notícia de que você se foi. Descanse em paz, meu grande amigo. Que Deus o receba em seus braços. Os bons morrem jovens... Que Deus dê forças a toda a sua família.”


“É difícil demais ter de ficar longe de quem você mais queria perto. Fica em paz, meu amor, que Deus o receba em seus braços”, escreveu uma amiga, no perfil do Facebook dele. “Vamos pedir a Deus misericórdia e muita oração para a família”, postou outra.

Colaborou Gabriela Vinhal

 

Inevitáveis reformas

Por despreparo ou covardia, vamos empurrar a falta crônica de empregos e o caos previdenciário para as futuras gerações?

Os regimes trabalhista e previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos, economicamente desastrosos e socialmente perversos. São armas de destruição em massa de nossos empregos, em meio à competição global. Reduzem a competitividade das empresas, fabricam desigualdades sociais, dissipam em consumo corrente a poupança compulsória dos encargos recolhidos, derrubam o crescimento da economia e o valor futuro das aposentadorias.  

Os excessivos encargos sociais e trabalhistas aumentam o custo de mão de obra para empresas, reduzem as oportunidades de emprego e os salários dos trabalhadores. Condenam à informalidade dezenas de milhões de brasileiros, que deixam por sua vez de contribuir para a Previdência. Com um novo regime, poderíamos baixar encargos, ampliar a base de contribuintes, criar milhões de empregos formais, aumentar a produtividade e os salários dos trabalhadores, aumentar a taxa de poupança, democratizar os lucros e a acumulação de riqueza, melhorar a eficiência dos investimentos e acelerar o crescimento econômico.

O atual regime previdenciário está estruturalmente condenado. Há bombas-relógios a serem pois desarmadas. A primeira antes é demográfica, mesmo do envelhecimento da população. A segunda são os privilégios da classe política e do funcionalismo público em relação aos trabalhadores do setor privado. A terceira é a explosiva mistura de assistência social com benefícios previdenciários. A quarta são os proibitivos encargos sociais e trabalhistas, excluindo pelo menos 30 milhões de trabalhadores do mercado formal e impedindo suas contribuições. A quinta bomba é a dissipação de recursos num ineficiente e corrupto sistema público de repartição, em vez de acumular investimentos em sistema de capitalização da nova indústria previdenciária gerida por agentes privados, sob supervisão pública. A sexta é a dupla indexação dos privilégios previdenciários de uma casta superior, por múltiplos do salário mínimo.

Vamos condenar nossos filhos e netos a cair na mesma armadilha? Por despreparo ou covardia, vamos empurrar a falta crônica de empregos e o caos previdenciário para as futuras gerações? É tempo de escapar da insolvência, do desemprego em massa e do baixo crescimento com as reformas.


Paulo Guedes - por: e-mail 

ÁUDIO: 'Ai! Credo, doeu!', diz ex-mulher de juiz ao ser agredida e xingada de 'cachorra mentirosa'




Gravações feitas por Michella Marys, ex-mulher de Roberto Caldas, revelam rotina de agressões e insultos


Áudios obtidos pelo GLOBO  revelam a rotina de agressões físicas, xingamentos e humilhações psicológicas vivida por Michella Marys Pereira, ex-mulher do juiz Roberto Caldas, integrante da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Foi a própria Michella quem fez as gravações. Em uma delas, quando os dois aparentemente estavam dentro de um carro, ele xinga a mulher e há um barulho de uma pancada seguido de uma reclamação de dor.
— Eu não menti nada! — diz ela, durante a discussão.
— Sei! — responde o homem, na gravação.
Ouve-se então o barulho e xingamentos:
— Cachorra, mentirosa!
— Ai! Credo, doeu! — reclama Michella.
— Mentiu o caralho! Foda-se — responde o marido.


A notíciadas agressões foi publicada pela revista "Veja". Na última quarta-feira, conforme revelou a revista, o magistrado compareceu ao 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em Brasília, onde tramita um processo sobre o caso. O Ministério Público chegou a pedir que o Juizado concedesse uma medida protetiva para proibir que o advogado se aproximasse da mulher, mas o juiz negou por considerar que Caldas já saiu de casa e porque, para o magistrado, as questões que envolvem o casal são "aparentemente" financeiras.

De acordo com a revista, o juiz é acusado de injúria, agressão, espancamento e ameaça de morte por Michella Marys. Sobre Roberto Caldas recairia ainda a acusação de assédio sexual a duas babás de seus filhos. O advogado do juiz, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, nega que seu cliente tenha agredido a mulher.
Roberto Caldas: são apenas “tumultos e agressões verbais”, diz advogado de defesa (Acervo CIDH/.)

Na sexta-feira, o advogado Roberto Caldas pediu licença do cargo de juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos por tempo indeterminado. Conforme a assessoria do juiz informou, a licença foi pedida depois que a reportagem foi publicada, para que ele se dedique à própria defesa. Em e-mail enviado a todos os integrantes da Corte, Roberto Caldas afirma que pede licença, "por razões particulares", e que prestará maiores esclarecimentos "oportunamente".

'QUERO QUE VOCÊ ENJOE DE MIM'
Numa outra gravação, a voz identificada por Michella como sendo de Caldas usa uma coleção de palavrões para reclamar da bagunça na casa dos dois. Diz que não vê a mulher fazer nada. Critica o fato de ela ir à academia de ginástica cinco vezes por semana no meio do dia e do que gasta com terapia. Também se queixa que os filhos ficam sob o cuidado das empregadas. A discussão é interrompida por outro barulho que sugere agressão.
— Ai, Roberto — diz ela.

A briga durante a madrugada continua. O homem fala que sairá de casa e que o casamento é a única coisa ruim na vida dele. Xinga a mulher de "doida", 'burra", "egoísta" e "ralo de dinheiro". Michella pede que as ofensas parem e que a conversa siga de forma civilizada. Reclama também dos xingamentos feitos em frente aos filhos. Fala que depois de ele chamá-la de "bandida e calhorda", a filha caiu em prantos. 

O marido ignora o pedido e segue com ataques por causa da gestão da casa. Queixa-se até das lâmpadas escolhidas por ela porque gastam energia demais. Fala das câmeras que não funcionam porque, segundo ele, Michella não queria que ele visse o que acontece em casa.
— Eu quero que você voe da minha vida. Que você enjoe de mim porque eu sou agressivo — fala o juiz.
— Eu acho que você está muito estressado e vou te desculpar por isso. Você está muito estressado, sem dormir e vou tentar compreender você — diz Michella.
— Eu estou mesmo — conclui o magistrado da Corte Interamericana de Direitos Humano, que ainda diz: — Michella, sai daqui que eu estou a ponto de explodir em cima de você. Estou nervoso porque sou infeliz com você.

A discussão termina porque Michela sai do quarto do casal.
— Vou só pegar o meu travesseiro — fala a mulher.
Em couta gravação, ele grita aos berros:
— Saia daqui, saia desta casa, saia imediamente! Saia, saia, Michella! Você nunca fala a verdade para mim! Saia, saia de casa, você é uma bandida! Saia de casa!
— Não vou sair! — respondeu ela.
— Saia, saia de casa! Você é uma mentirosa, vive na mentira! — respondeu ele.

TESTEMUNHO DE FUNCIONÁRIOS DOMÉSTICOS
Em 13 de abril de 2018, Michella foi ao cartório juntamente com empregadas deixar registrado agressões sofridas em 23 de outubro do ano passado. Esse dia, segundo Michella, marca o momento em que ele também passou a agredi-la fisicamente na frente dos outros. Em ocasiões anteriores, ele já a ofendia diante dos outros, mas batia apenas quando os dois estavam a sós.  "Declarou que embora ele sempre se descontrolasse apenas quando estavam a sós e no ambiente do quarto para não deixar vestígios e testemunhas e que este nunca havia perdido o controle de agredi-la fisicamente em frente a amigos ou empregados, mas que já a tinha xingado de algumas coisas em frente de alguns empregados, inclusive estas três afirmaram que o viam constantemente tratando a declarante com ignorância e de forma muito grossa", diz trecho da ata notarial. "A solicitante afirmou que teve medo de ir à delegacia, pois, além de não querer terminar com o casamento, sempre foi dependente financeiro e emocionalmente do marido, e também tinha medo da repercussão, já que ele era pessoa reconhecida internacionalmente e dizia", acrescentou trecho da ata.

(...)
'CAGA-RAIVA'
Um dos áudios gravados é com uma psicóloga que atendeu um de seus filhos. Michella conta à profissional:  — Quando ele era pequeno, ele tinha o apelido de "caga-raiva". E na adolescência também. Então ele batia muito nos meninos da escola, que era onde desafogava essa raiva. Com o tempo, o que aconteceu? Ele veio aqui para Brasília, foi fazer direito, foi ser um advogado famoso. Ele podia descontar essa raiva na rua com os amigos? Não podia. A fama dele de advogado não ia funcionar. Então ele desconta em mim esse "caga-raiva" dele que ele fazia com as crianças.

No áudio intitulado "ele me bate no início e ainda coloco para gravar ele fazendo essa agressão, dá para perceber no tom de voz o gesto", Roberto chama a mulher de "filha da puta" e "vagabunda". Diz ainda que a casa do casal é dos filhos dele. E que, se Michella quiser, ela que saia. Numa outra gravação, ela tenta registrar uma agressão que teria acabado de acontecer. Ele teria batido nela com o controle remoto da TV. — Olha aqui o vermelho que está no meu braço da controlada que você deu. Quem não vai dormir aqui é você porque quem me bateu foi você. Não me chama de vaca não.

Num outro episódio, Roberto diz que sairá no dia seguinte e ameaça tirar a guarda dos filhos da mãe:
— Amanhã, eu saio de casa e tiro a guarda dos meninos.