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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Dilma põe interesses pessoais e do PT acima do país

Presidente usa prerrogativa do cargo para, da tribuna da ONU, denunciar um golpe inexistente e, com isso, mancha a imagem do Congresso e do Supremo Tribunal

[a 'neurônio solitário' só está desmoralizando o  Brasil e as instituições brasileiras unicamente por:

- mais da metade do eleitorado brasileiro ser formada por pessoas ignorantes, sem noção, vendidas, que elegeram e reelegeram coisas como Lula e Dilma;

- o Congresso que não teve postura de criar leis que coibissem esse tipo de aberração;

- e a sempre presente gratidão de alguns ministros do STF que não cortaram a cabeça da serpente.

Ainda está em tempo de se impedir a vergonha, seja impedindo Dilma de viajar - as excelências do STF se desejarem encontrarão o caminho ou punindo Dilma quando ela retornar - prendendo-a ao descer do avião. Meios legais existem.]

Em clássico exemplo de ato falho, Dilma deixou escapar que nas eleições se “solta o diabo”. Transcorria 2013 e, no ano seguinte, na campanha à reeleição, ela demonstraria na prática o que entendia pelo termo: aprofundou o uso da contabilidade criativa para mascarar o crescente déficit fiscal, pedalou bilhões ao obter crédito disfarçado em banco público e usufruiu da ácida criatividade contra adversários do marqueteiro João Santana, há algum tempo cumprindo temporada na carceragem de Curitiba. E, no final, deu tudo certo. 

Em termos, porque ganhou a eleição, mas, devido a alguns dos demônios que liberou, enfrenta processo de impeachment, já aprovado na Câmara e em tramitação para ser julgado no Senado. A presidente continua colocando o diabo à solta. E cada vez mais, com a decisão extemporânea de viajar para Nova York, a fim de participar da solenidade de assinatura do Pacto de Paris, sobre o clima, na sexta, pretexto para aproveitar o palanque internacional e fazer o discurso mentiroso do “golpe”.

Assim, Dilma assume o comportamento de dignitários de “repúblicas bananeiras”, tendo um comportamento bizarro perante a diplomacia internacional. Pior: com a própria presidente fazendo ataques à ordem instituída do seu país, contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Ineditismo absoluto — no mau sentido — na História do Brasil.

É evidente que o governo e o PT executam uma estratégia de comunicação a fim de passar a sua versão errada do impeachment para a imprensa estrangeira. Daí as entrevistas coletivas em que Dilma responde apenas a perguntas de jornalistas estrangeiros. Querem desinformar a imprensa internacional, na impossibilidade de fazerem o mesmo com o jornalismo profissional brasileiro. 

A tese do “golpe”, construída como forma de manter a militância mobilizada, saiu da rua e invadiu o Planalto, por meio dos discursos feitos pela presidente em comícios organizados nos salões do Palácio. E foi adiante até se infiltrar entre as teses da defesa da presidente brandidas no Congresso e no STF pelo advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo.

Agora, a própria presidente se vale da prerrogativa de ser representante máxima do país em fóruns diplomáticos para usar a tribuna da ONU, de maneira oportunista, a fim de tratar de um problema político pessoal e do seu partido.


A diplomacia brasileira sempre foi respeitada no mundo, pela seriedade e profissionalismo. Agora é usada de forma rocambolesca. Infelizmente, de tudo isso deverão restar arranhões na imagem das instituições do país perante governos e empresas internacionais.

Ministros do Supremo, como o decano Celso de Mello, já se pronunciam contra esta manobra de comunicação do Planalto. Ontem, ele foi objetivo: “Até agora, tudo (o processo de impeachment) funcionou em perfeita ordem”. Dentro das regras constitucionais. Mas Dilma e PT parecem acreditar na teoria do nazista Joseph Goebbels de que uma mentira dita mil vezes vira verdade. Mesmo que eles prejudiquem o Brasil.

Fonte: Editorial - O Globo

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