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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Lava-Jato: MPF denuncia João Santana e mais 19 pessoas



Procuradores da Lava-Jato oferecem duas novas denúncias
No total, serão 20 denúncias, que envolvem 17 pessoas investigadas na 23ª e 26ª fases da Lava-Jato
O empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, também é alvo de uma das denúncias, a terceira contra ele que já foi condenado em uma delas a 19 anos e quatro meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos de prisão na operação é outro alvo das duas denúncias. Também é alvo de uma das denúncias Maria Lúcia Tavares, secretária que atuava no "departamento da propina" da Odebrecht e fez delação premiada revelando como funcionava os repasses de propinas da maior empreiteira do País por meio de apelidos com referências a alimentos e até um software específico. é alvo de uma das denúncias.

Os procuradores da República em Curitiba, responsáveis pela investigação na primeira instância, concluíram nesta manhã as acusações que devem ser protocoladas à tarde na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. Uma das denúncias chegou a ser oferecida em março, mas como o juiz Sérgio Moro teve de remeter as investigações para o Supremo, a acusação não chegou a ser analisada. Agora, por decisão do STF, o caso voltou para a primeira instância e será avaliado por Moro.

Entre os denunciados, está o ex-marqueteiro do PT João Santana e a sua mulher, Mônica Moura. As investigações apontaram que João Santana, responsável pelas campanhas do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, recebeu dinheiro do petrolão da parte que era destinada ao caixa do PT. Segundo as apurações, o marqueteiro recebeu 3 milhões de dólares de offshores ligadas à Odebrecht e 4,5 milhões de dólares do lobista e engenheiro representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, Zwi Skornicki. Em relação à Monica Moura, foi ela quem deu as coordenadas para o depósito dos recursos em duas contas no exterior.

Até o momento ainda não há informações sobre as denúncias. São as primeiras acusações formais desde que a Lava Jato avançou sobre o "departamento de propinas" da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso preventivamente sob suspeita de receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs que investigaram a Petrobras no Senado e no Congresso em 2014.

Com as denúncias de hoje, chegam a 39 as acusações da Lava Jato contra investigados acusados de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, dentre outros. Das 39 acusações, o juiz Sérgio Moro já proferiu sentença em 18 ações penais, contabilizando 93 condenações cujas penas somadas chegam a 990 anos e sete meses de prisão.

Os investigadores apontaram o pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas, dos quais ao menos R$ 2,9 bilhões já foram recuperados por meio de acordos de colaboração premiada. Ao todo, segundo o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot,  já são 65 acordos de colaboração firmados no âmbito da operação, a maior do País.

Denunciados: Zwi Skornicki, Pedro José Barusco Filho, Renato de Souza Duque,  Monica Regina Cunha Moura, Joao Cerqueira de Santana Filho, João Vaccari Neto,  José Carlos de Medeiros Ferraz, Eduardo Costa Vaz Musa, Marcelo Bahia Odebrecht,  Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Fernando Migliaccio da Silva, Maria Lucia Guimarães Tavares, Ângela Palmeira Ferreira, Isaias Ubiraci Chaves Santos, Monica Regina Cunha Moura, João Cerqueira de Santana Filho,  João Vaccari Neto,  Olívio Rodrigues Junior e Marcelo Rodrigues.

Fonte: Correio Braziliense

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