Rodrigo Constantino
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Ben Shapiro, o comentarista conservador americano, usou o caso brasileiro para uma reflexão mais genérica sobre o enfraquecimento da legitimidade institucional no Ocidente. Ele não alivia a barra de quem vandalizou Brasília - e nem deveria, mas coloca tudo dentro de um contexto mais amplo: as elites querem mais controle por meio do governo, e o povo percebe um distanciamento cada vez maior entre representantes e representados.
A grande mídia em nada ajuda. Tomada pela ideologia esquerdista, os jornalistas demonizam a direita, sempre rotulada como "extrema direita", e adota um duplo padrão escancarado. Basta ver como trataram diferente quando black blocs vandalizaram Brasília há alguns anos. A violência "progressista" é justa e redentora, enquanto a da "extrema direita" é golpista e terrorista.
O esgarçamento do tecido social em nada ajuda. Nossos "pequenos pelotões" de que falava Burke estão enfraquecidos, a religião perdeu força, as comunidades estão num clima tribal de "nós contra eles". O estado é um aparato gigantesco que cada tribo disputa para poder impor suas vontades e ideologias aos demais, perdedores. Quanto maior o avanço estatal, com seus tentáculos pegajosos e autoritários, menor é o espaço para a sociedade civil.
Tenho lido e escrito bastante sobre essa crise de legitimidade nas democracias "liberais" do Ocidente. Na era da Guerra Fria havia um inimigo mais específico, com seu modelo de planejamento central, sua visão totalitária e coletivista sem qualquer espaço para o indivíduo, e havia um denominador comum que unia de certa forma a esquerda e a direita mais moderadas. Hoje o ambiente é de polarização absoluta.
É difícil imaginar como isso possa terminar bem. O caso brasileiro conta com agravantes, como o malabarismo do sistema para soltar e tornar Lula elegível, a parcialidade do TSE durante a campanha eleitoral, a falta de transparência do processo como um todo. Lula carece de legitimidade perante basicamente metade da população. E a velha imprensa, ao demonizar todo patriota indignado e colocar a pecha de "terrorista" na maioria sem um critério mais objetivo, joga lenha na fogueira.
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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