Após a reunião com Lula para colocar panos quentes nos graves erros das Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Múcio, deu a única declaração que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica queriam ouvir.
“Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve sua participação, ele vai responde como cidadão”.
É uma forma de ver. Errada, na minha opinião.
A reação levanta a questão: é o ministro da Defesa que manda nos comandantes das Três Forças ou são eles que mandam no ministro da Defesa?
Somada à violência dos atos terroristas de 8 de outubro à leniência das forças de segurança e até dos quartéis – que ajudaram golpistas durante meses acampados em suas portas [será que o jornalista autor da matéria pode provar o que aqui afirma?] – não dá pra descartar se houve ou não participação institucional do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Só as investigações poderão dizer, por exemplo, se o alto escalão da caserna tinha conhecimento da "minuta do golpe", encontrada na casa de Anderson Torres, o ex-ministro presidiário de Bolsonaro.[o que é pior: ter um ex-ministro presidiário ou um presidente ex-presidiário?]
Aliás, só as apurações irão dizer se o próprio líder da extrema-direita está ou não está envolvido na conspiração contra a constituição, a democracia brasileira e o estado de direito.
Inocentar as Forças Armadas antes de investigá-las só ajudará, mais uma vez, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica a não pagarem por seus crimes. [mudou a narrativa, mas cabe repetir a pergunta: será que o jornalista autor da matéria pode provar o que aqui afirma?]
Matheus Leitão, jornalista - VEJA
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