Comandante da Marinha não vai a troca de comando da Força e deixa de reconhecer Lula como presidente
Em cerimônia de posse sem presença do antecessor, almirante Marcos Sampaio Olsen foi o único dos três novos comandantes das Forças Armadas a mencionar o presidente ao assumir o cargo
O almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, novo comandante da Marinha, assumiu o cargo nesta quinta-feira, dia 5, em cerimônia de posse marcada pela ausência de seu antecessor e por um agradecimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Olsen foi o único dos três novos comandantes das Forças Armadas a, em cerimônia pública e aberta à imprensa, citar o petista. O almirante afirmou que Lula garantiu recursos solicitados pela Marinha, sobretudo para os programas estratégicos da Força Naval, como a construção de fragatas e submarinos. Ele garantiu "lealdade" ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
(...)
Olsen
assumiu a Marinha sem a presença do antecessor, o almirante de Esquadra Almir
Garnier Santos, único dos últimos três comandantes do governo Jair
Bolsonaro a não transmitir o cargo ao sucessor indicado por Lula. Mandou
uma mensagem protocolar lida por um marinheiro.
O ato foi tratado na
caserna e no novo governo como um gesto político de hostilidade a Lula.
Ele participou de discussões com os antigos comandantes de Exército e
Aeronáutica sobre sair do cargo antecipadamente, à revelia do novo
governo, mas por gestões políticas de Múcio a intenção foi contida.
Garnier, porém, não aceitou negociar a data de saída do cargo com a
Defesa.
A cerimônia foi transformada, então, em posse, em vez de
passagem de comando.
Ao longo dos últimos dias, Santos havia sinalizado que não bateria continência ao petista, nem participaria da troca de comando. Ele era considerado um dos comandantes mais próximos do agora ex-presidente Jair Bolsonaro.
Essa foi a primeira vez que um ex-comandante não compareceu a esse tipo de solenidade desde a redemocratização.
O ato expressou a sensibilidade
na relação de Lula com as Forças Armadas e o descontentamento com a
vitória eleitoral do petista.
Ele jamais deu esclarecimentos sobre o
motivo da ausência, mas oficiais da ativa da Marinha dizem, sob reserva,
que ele nunca justificou ter razões de saúde ou compromissos pessoais. A
situação gerou desconforto entre oficiais-generais.
MATÉRIA TRANSCRITA do TERRA BRASIL NOTÍCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário