Folha de S. Paulo - O Globo
O bordão de Milei poderá chegar ao Brasil
A casta de Pindorama reúne empresários que articulam incentivos, juízes
que acumulam penduricalhos - Foto Arquivo
A casta de Pindorama reúne empresários que articulam incentivos, juízes
que acumulam penduricalhos, congressistas que industrializam emendas
orçamentárias e maganos que empregam parentes.
Tudo dentro de uma
legalidade manipulada pela casta.
Numa só semana deste ano, a casta nacional produziu as seguintes pérolas:
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, nomeou o próprio filho para a chefia de sua Casa Civil, até que a Justiça suspendesse o ato.
Um mês antes de se aposentar, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do
Tribunal de Justiça do Rio, recebeu R$ 1,1 milhão.
Esse dinheiro era-lhe
devido por férias não gozadas e também por férias vendidas. A juíza
Pieranti passou olímpica pela magistratura. Ela apenas exerceu seu
direito.
Os magistrados têm direito a 60 dias de férias por ano. Folgam um mês durante o recesso e “vendem” a outra metade.
Esse penduricalho custa pelo menos R$ 6,5 bilhões anuais à Viúva, ervanário equivalente a um terço dos R$ 19 bilhões do incentivo dado à indústria automotiva.
Soube-se na quinta-feira que em dezembro passado os titulares do
Tribunal de Contas atropelaram um parecer da área técnica e autorizaram
um penduricalho para magistrados que acumulam funções.
O mimo representa
um aumento de cerca de 30% dos salários dos atendidos. (Concebido para
juízes, ele se estende aos titulares do Tribunal de Contas.)
Thales Ramalho, um marquês da República
Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, colunista