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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Pressão total por auxílio turbinado - O Globo

A pressão sobre o ministro Paulo Guedes (Economia) por um Auxílio Brasil anabolizado nunca foi tão grande. No interior do governo, o discurso é que é preciso anunciar quanto antes um benefício permanente que substitua o Bolsa Família e o auxílio emergencial.  O sonho da ala política do Executivo, que já não esconde que resolveu mandar o ajuste fiscal e os escrúpulos às favas, é repetir o valor de R$ 600 da primeira rodada do auxílio emergencial.

[inimigos do Brasil consideram programas de auxílio aos milhões de  necessitados e famintos ações eleitoreiras. 
O inimigo maligno = inimigos do Brasil + inimigos do presidente = criticam programas do Governo Bolsonaro, para mitigar a fome; 
para o 'inimigo maligno', pouco importa que os famintos morram, o número de miseráveis decuplique;
Quando o maior dos ladrões governava,  a mídia militante (que abriga grande parte dos adeptos do 'inimigo') elogiava o Bolsa Família, programa necessário, mal administrado, mas que naquela época - SEM pandemia - quebrava um galho.
aos apoiadores do maligno o que realmente importa é recuperar o governo que perderam em 2018. Os milhões de desempregados, de necessitados, de famintos, que se f ...]

Sozinho na savana, Guedes tenta avisar que não há nem espaço fiscal para pagar esse valor nem o “carimbo” de que o governo precisa no Orçamento para criar uma despesa permanente. O primeiro teria de vir da renegociação dos precatórios, que nesta semana avançou para um acordo, mas ainda com inconsistências que precisam ser resolvidas, como a necessidade de combinar com os credores o tal “encontro de contas” que, ademais, não conseguiria atingir a todos os que têm dívidas a receber.

O carimbo, ou seja, a designação de uma receita para arcar com a nova despesa, uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, viria da reforma do Imposto de Renda, em torno da qual existe acordo para votação no Senado. Não se está, nesse caso, fazendo uma conta de equivalência. O raciocínio do governo é que a reforma do IR não precisa cobrir o gasto com o auxílio, que viria da própria arrecadação do governo, que cresceu neste ano. Seria apenas a fonte a justificar o gasto do ponto de vista formal.

Pedaladas? Aos olhos de muitos, sim. Mas o nó dos precatórios é algo que sensibiliza ministros do STF e parlamentares. Os últimos estariam dispostos a, alinhavados os muitos detalhes ainda sem resposta do acordo, votar uma proposta de emenda à Constituição para oficializar a rolagem de quase R$ 50 bilhões dessas dívidas.  Isso significa que está aberta a porta para o auxílio turbinado que poderia ser a âncora eleitoral de Bolsonaro? Não necessariamente. A primeira resistência a chutar o pau da barraca no valor vem, como já escrevi, do próprio Guedes. Resta saber se ele terá forças para resistir a apelos cada vez mais veementes, de ministros que deixam Bolsonaro “pilhado” com esse assunto, como ocorreu em reunião ministerial recente.

A segunda barreira estará no próprio Congresso. Senadores e deputados não estão dispostos a colocar uma azeitona carnuda e já descaroçada na empada de Bolsonaro à reeleição. [senadores e deputados precisam ter presente que eles não foram eleitos para decidir quem ganha ou perde eleições; 
QUEM DECIDE É O ELEITOR. A democracia é representativa, mas em termos de eleições os eleitores não outorgaram procuração aos parlamentares.
O POVO certamente vai lembrar dos parlamentares que para impedir um hipotético favorecimento do presidente Bolsonaro, foram contra o auxílio aos mais necessitados.] A tendência é que um auxílio inflado artificialmente encontre resistências mesmo dos partidos de esquerda, que tradicionalmente defendem os benefícios sociais.Trata-se de um campo minado, como admitem senadores e deputados de esquerda com quem conversei. Por isso, eles não devem se expor em discursos contra um valor de R$ 600, mas contam com a pressão do mercado sobre Guedes e Bolsonaro para “modular” o valor e chegar a um máximo de R$ 400.
E esse seria um combustível capaz de levar o presidente ao segundo turno? Quando se chega a esse ponto da conversa, as opiniões se dividem. A maior parte dos opositores avalia que a rejeição que Bolsonaro construiu é do tipo tóxico, que não se desfaz com esse tipo de artifício. [não se desfaz rejeição que não existe, cuja pseudo existência é fruto da insatisfação dos inimigos do Brasil = establishment + inimigos do Brasil + inimigos do presidente da República + adeptos do 'quanto pior', melhor + arautos do pessimismo; por inexistir,  é inofensiva e não vai atrapalhar o presidente.
Alertamos que a matéria tem que ser lida com atenção, por se tratar de comentários/narrativa apresentada por uma jornalista que, em seus escritos, sempre apresenta narrativas/interpretações contrárias ao presidente da República. É só ler o que ela publica. O que nos diverte é imaginar as dificuldades que a escriba terá para engolir mais quatro anos do capitão.Além do mais, argumentam que a economia tende a entrar em estagnação entre o fim deste ano e o início de 2022, o que tornará ainda mais difícil a execução de um plano eleitoral fiscalmente camicase.

Por fim, existe um risco concreto, que faz Brasília perder o fôlego, de a ministra Rosa Weber dar um basta à farra das emendas do relator — o orçamento secreto —, e isso ser chancelado pela maioria do Supremo. Sem esse que é o grande fator a garantir a Bolsonaro uma maioria parlamentar, com sua popularidade derretendo e com a tensão social escalando para cenas como as vistas nesta quinta-feira com a invasão da Bolsa, a debandada dos partidos do Titanic governista tende a se acelerar.

Vera Magalhães  - O Globo