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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Dino precisa de uma GLO = Dino incomoda muita gente - Episódio da 'dama do tráfico'... - O Globo

Opinião / Elio Gaspari 

Na segunda-feira, os repórteres André Shalders e Tácio Lorran revelaram que Luciane Barbosa Farias, mulher do traficante Tio Patinhas, do Comando Vermelho, esteve duas vezes no Ministério da Justiça reunindo-se com servidores. 

 Horas depois, o ministro Flávio Dino correu a explicar-se: Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa ou esposa.

 'Dama do tráfico': Doze deputados da base pedem impeachment de Dino

Ninguém havia dito que Dino havia recebido “a dama do tráfico amazonense”, condenada a dez anos de prisão.

Quem recebeu a Madame Tio Patinhas foram o secretário de Assuntos Legislativos do ministério, o secretário nacional de Políticas Penais, o diretor de inteligência penitenciária e a ouvidora nacional de serviços penais. Em todos os casos, a senhora acompanhava um grupo recomendado por uma ex-deputada estadual fluminense que é vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal do Rio de Janeiro (Anacrim-RJ).

Pela fala do ministro, receber no ministério uma senhora condenada, casada com um traficante também condenado a 31 anos de prisão, foi coisa dos subordinados. Segundo um dos responsáveis, a entrada do grupo atendeu à ex-deputada estadual. Tratava-se de discutir casos de jovens assassinados.

A reação de Dino e de seus servidores foi típica das organizações fracassadas.  
Seja qual for o problema, a responsabilidade não é minha, pois é dele, e assim sucessivamente, até que o assunto seja esquecido.
A anomalia só foi discutida, e corrigida no mesmo dia, porque o caso foi divulgado. Afinal, as visitas ocorreram há meses, sem registro da presença de Madame Tio Patinhas no grupo. Se os dois repórteres estivessem cuidando das virtudes das GLOs do Rio, a ex-deputada teria mostrado seu prestígio, a Anacrim-RJ teria exibido sua importância, e Madame Tio Patinhas teria documentado seu trânsito. 
 
O episódio mostrou que se entrava no Ministério da Justiça e nos seus ilustres gabinetes sem qualquer checagem. 
Seria absurdo checar? 
Vale lembrar que os cidadãos comuns passam horas em voos internacionais, e seus passaportes são checados pela Polícia Federal. 
 
Outro dia o ministro Flávio Dino festejou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem parcial que usa efetivos das Forças Armadas para fiscalizar as entradas no Rio de Janeiro. 
Iria bem pedir a um pelotão que verificasse a porosidade de seu ministério. Seria uma GLO de alto nível.
Dino explicou que diversos sistemas de informação relacionados com a segurança pública não se falam. 
Há algum tempo, os sistemas do Ministério da Justiça também não se falavam. 
Isso não acontece porque a inteligência artificial seja coisa complexa, mas porque a esperteza natural é simples: o negócio é vender equipamentos e os subsequentes serviços de manutenção. 
Se padronizar, acabam as boquinhas. 
 
Madame Tio Patinhas circulou pelo Ministério da Justiça pelo mesmo motivo que milicianos e traficantes são libertados. 
Às vezes isso acontece porque se pode jogar a culpa nos sistemas. Quando esse golpe não funciona, um desembargador baiano entra num plantão e solta o Dadá do Bonde do Maluco.  
A denúncia desse absurdo partiu do ministério de Dino, e em poucos dias o Conselho Nacional de Justiça afastou o magistrado. 
Não se passou adiante a responsabilidade.

Elio Gaspari, colunista - O Globo

O ministro Flávio Dino (Justiça) tem um espírito brincalhão e costuma fazer graça quando questionado a respeito das várias arestas que coleciona desde que assumiu uma das pastas mais empepinadas da Esplanada sob Lula. Até tentou submergir nos últimos meses, quando percebeu que o fogo que o atingia vinha de todos os lados, e não apenas da oposição bolsonarista com que manteve enfrentamento sobre a democracia ainda na transição e mais fortemente depois do 8 de Janeiro, episódio em que teve, com sua pasta, papel central. Mas as controvérsias parecem ir a seu encontro, o que não é nada circunstancial. Afinal, se fatos de março ou maio têm vindo à tona agora, é porque há gente buscando e municiando a imprensa de informações.

O episódio da “dama do tráfico Amazonense”, alcunha pela qual Luciane Barbosa Farias é conhecida, é o mais recente a servir para fustigar tanto a capacidade de Dino de conduzir a política de segurança pública do país quanto a possibilidade de Lula indicá-lo para a cadeira vaga desde outubro no Supremo Tribunal Federal.

É inadmissível que uma pasta responsável por lidar com extremismo, contraterrorismo, combate ao crime organizado e outros temas explosivos seja tão displicente com quem entra no prédio onde o ministro despacha para se reunir com seus auxiliares diretos — ou quiçá mesmo com ele. 
É perfeitamente possível que não tenha sido checada a ficha de alguém condenado e incluído em inúmeras investigações por ser elo financeiro de uma das principais facções criminosas que atuam no Brasil. Mas é assustador que assim seja.

Precisou ser noticiado pela imprensa para que alguns filtros fossem estabelecidos, não sem que antes os responsáveis tenham tentado minimizar a revelação. Não se trata de insinuar qualquer ligação ou complacência dos integrantes da pasta com o crime organizado. Mas a vulnerabilidade que essas autoridades demonstram é um grande trunfo para aqueles que apontam a incompetência do governo Lula para lidar com o assunto, um dos que mais desgastam a imagem do presidente e da esquerda perante a sociedade.

Por tudo isso, e também pelo que o caso, de fácil disseminação nas redes sociais e nas rodas de conversa, traz de desgaste à imagem do ministro, é grave que se tenha comido essa bola. E pode haver mais minhoca à espera de enxadadas nesse terreno.
A maioria das brigas que Dino enfrentou era necessária, e ele o fez com coragem rara em ocupantes de cargos de confiança. Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado, Dino costuma dizer que age sabendo que, se tudo o mais der errado, tem seu mandato para exercer. Mas é conhecido em Brasília seu desejo de integrar o Supremo Tribunal Federal, o que seria a coroação da carreira de magistrado de que abriu mão para se lançar na política. 
Acontece que é essa característica uma das mais usadas contra ele, inclusive pelos que tentam fazer a cabeça de Lula. 
Dizem que seria político demais e nem a ida ao STF o faria se despir de suas ambições eleitorais.

Nem tudo que se diz do ministro em Brasília é justo ou verdadeiro. Mas nem Fernando Haddad hoje atrai tanto fogo, amigo e inimigo, quanto o titular da Justiça. Ainda dentro de seu jeito folgazão, ele diz que sua prioridade é emagrecer 32kg e ter uma vida saudável. Está empenhado nisso.

Mas a demora de Lula em definir a vaga no STF, deixando dois de seus ministros numa arena pública em que esse tipo de ataque atinge mais a um que a outro, faz com que, nem que deseje, Dino não consiga sair dos holofotes. A facilidade com que uma dama do tráfico foi recebida e tirou fotos sorridentes no ministério mostra o tamanho do nó que é combater o crime organizado, tão entranhado que está nas estruturas institucionais brasileiras. Para Dino, a tarefa é essa, mas também evitar que a guerra termine com ele como alvo principal.

Próxima Israel e reação a Dino reaglutinam oposição a Lula

 Coluna Vera Magalhães - O Globo

 

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Animais selvagens - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

A esquerda radical quer desumanizar a “extrema direita” para que esteja justificado moralmente todo tipo de agressão contra os adversários do petismo


Campo de concentração nazista Auschwitz, em Oświęcim, Polônia | Foto: Shutterstock

O presidente Lula afirmou que os envolvidos na suposta agressão contra Alexandre de Moraes e o filho do ministro no Aeroporto de Roma são “animais selvagens”. Lula disse: “Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem o ódio, como o cidadão que agrediu o ministro Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma. Quer dizer, um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano”
O presidente quer “civilizar” esses “selvagens”.
 
Desumanizar pessoas foi uma estratégia crucial para o nacional-socialismo de Hitler. 
Nem temos ainda as imagens do que de fato aconteceu em Roma, e as versões são conflitantes. 
Não obstante, Lula já tem o veredito e quer “extirpar” pessoas como as que tiveram o entrevero com o ministro Alexandre e seu filhoque não é um adolescente, como O Globo ilustrou, mas um homem de quase 30 anos.

A jornalista Paula Schmitt comentou: “A desumanização de um grupo homogêneo é o primeiro passo para a instalação de uma tirania. Assim foi no Nazismo. Não importa o critério: raça, nível de educação, classe social, ideologia política. O que importa é a fácil identificação do inimigo, e a divisão irreversível da nação”. Ela está certa.

David Livingstone Smith, em seu excelente Less Than Human: Why We Demean, Enslave, and Exterminate Others, procura compreender o que permitiu ao longo da história tanta escravidão, xenofobia e genocídio. Aqueles considerados sub-humanos não possuem, pela ótica de seus detratores, aquela coisa especial que não é fácil de explicar, mas que nos torna humanos. Por causa desse déficit, não desfrutam do respeito que normalmente estendemos a toda a nossa espécie.


.....

Fechar os olhos para a possibilidade de que tais crueldades poderiam ser praticadas por quase qualquer um, dependendo da circunstância e do processo de lavagem cerebral, pode ser uma visão confortante, mas não necessariamente será verdadeira. 
Por isso a desumanização é mais comum na história do que gostaríamos. Ela é um lubrificante psicológico que dissolve as inibições morais e inflama paixões destrutivas. Dessa forma, ela leva as pessoas a agir de uma maneira que, em situações normais, seriam impensáveis.
 
Todos sabem, no fundo, que é errado matar uma pessoa
Mas e um rato? 
E exterminar um vírus perigoso? E caçar uma presa natural? E combater uma praga ameaçadora? E se livrar de um bicho peçonhento e asqueroso? 
Para quem coloca em prática atos de extermínio, é uma dessas visões que prevalece do alvo: ele deixa de ser outro ser humano e passa a ser um animal inferior. 
O Holocausto é o caso mais absurdo de genocídio, um dos mais nefastos. Mas não é o único.
 
Várias pessoas comuns, que em outras esferas da vida levavam vidas aceitáveis ou mesmo decentes, endossaram o nazismo. 
Eram seres humanos, e isso é o mais chocante e assustador. 
Foi o fato de realmente verem suas vítimas como ratos, não mais como seres humanos, o que permitiu que tanta gente aceitasse a “solução final” de Hitler. 
Ou a “limpeza” feita pelo Khmer Vermelho no Camboja comunista, que exterminou um terço da população.
 
Militares adoram se referir a seus alvos com metáforas de animais. Muitas vezes são mais do que apenas metáforas; é como realmente enxergam os outros.  
Os soviéticos encaravam os kulaks, pequenos proprietários, como vermes. Os comunistas do Khmer Vermelho, mencionado acima, viam suas vítimas como “macacos”.  
A série Black Mirror tem um episódio sobre isso, com um programa militar chamado Mass, implantado nos soldados para que eles vejam os inimigos como animais, monstros, os tais “roaches” (diminutivo de “baratas”). 
 Cena do episódio Roaches, da série Black Mirror | Foto: Reprodução
 
Estatísticas mostram que muitos soldados nem sequer chegam a disparar suas armas em combates, e os que matam adversários costumam muitas vezes demonstrar problemas psicológicos depois. 
Para que se tornem máquinas assassinas mais eficazes, a ideologia se faz necessária, tanto o nacionalismo de um lado como a desumanização do inimigo do outro. No caso, a tecnologia veio suplantar essa “falha”.

Não resta dúvida de que, se a própria sobrevivência da civilização está em jogo, como no caso da Segunda Guerra, nós só podemos torcer para que os militares do lado certo matem sem dó nem piedade os nazistas. Somente pacifistas bobocas (e hipócritas) poderiam dizer o contrário. Mas o dilema moral persiste: são seres humanos morrendo, por mais que tentemos vê-los como bichos.

Se bem que, em certos círculos “progressistas”, os bichos já valem mais do que o ser humano. 
Há em curso um esforço crescente de humanizar bichos ao mesmo tempo que se reduz o valor do ser humano, tido como a maior “praga” do planeta. Chegará o dia em que a morte de uma galinha despertará muito mais comoção, revolta e indignação do que a morte de milhões de fetos humanos. 
O ovo da tartaruga já é mais valioso para alguns esquerdistas do que os bebês humanos em gestação no ventre materno. [imperioso que não seja olvidado que o 'aborto' - que é defendido por milhões de esquerdistas entre eles o atual presidente do Brasil -  é a tese que dá abrigo aos esquerdistas que valorizam mais um ovo de tartaruga do   que um ser humano inocente e indefeso.]Ilustração: Ekaterina Glazkova/Shutterstock

Mas como a vida humana ainda é considerada sagrada para a imensa maioria, talvez por inércia do cristianismo, quem quer exterminar adversários precisa partir para a tática da desumanização.  
A imensa maioria dos seres humanos hesitaria em matar ou torturar outro da mesma espécie. 
Mas esses escrúpulos se perdem quando estamos diante não mais de outro ser humano, e sim de uma ratazana ou de uma cobra. 
Ao retratarmos os outros como animais perigosos ou parasitas, tal retórica se mostra perigosa, pois mexe com nossos medos mais profundos. 
Tais técnicas de discurso incentivam o terror e fecham nossa mente.


A desumanização é extremamente perigosa justamente porque oferece ao cérebro os meios pelos quais podemos superar as restrições morais contra os atos de violência.

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Leia também “As cartas de um aprendiz do Diabo”

ÍNTEGRA DA MATÉRIA, CLIQUE AQUI

Coluna Rodrigo Constantino, Revista Oeste

 

 

 

domingo, 30 de abril de 2023

Os danos à imagem do Brasil - Governo Lula transformou a si mesmo em inimigo da Ucrânia

Vilma Gryzinski

Festival de atrocidades sobre política externa não acontece por acaso

Posto em sossego na cama de 42 000 reais, talvez o presidente Lula tenha deixado de pensar “toda noite” nos misteriosos motivos que levam os países a usar o dólar nas transações internacionais em lugar de uma moeda sólida e confiável como o peso argentino. 

Ou talvez tenha motivos de preocupação mais recentes, como a controvérsia sobre seu discurso aos parlamentares portugueses, uma reação às ofensas proferidas contra o país maciçamente favorável à Ucrânia, quando disse que Estados Unidos e União Europeia “incentivam” a guerra. 
Deixar como marca de uma viagem a um país tão amistoso como Portugal a compra de uma gravata de 195 euros e o repúdio a um discurso ignóbil é um momentoso e autoinfligido fracasso de política externa. Cabeças frias do entorno presidencial devem entender muito bem isso. 
 
O presidente anterior permitiu, tolamente, que sua imagem internacional se transformasse na de vilão ambiental, quando bastavam umas coisinhas aqui e ali, como tantos hipocritamente fazem, para se passar por guerreiro da floresta. 
Mas a mancha colada agora à honra nacional, pela tomada de posição em favor da Rússia de Vladimir Putin, inutilmente desmentida, é mais grave. Ninguém precisa ser especialista em política internacional para entender que é errado torcer pelo equivalente, simultaneamente, a Darth Vader, Lorde Voldemort e Sauron, os piores elementos da cultura popular mundial das últimas décadas.

“O governo brasileiro transformou a si mesmo em inimigo da Ucrânia”

Experiências no campo da psicologia comportamental mostram que bebês de menos de 2 anos já têm senso de moral. Numa delas, criancinhas de 1 ano e 1 mês interagiam mais com os pesquisadores que premiavam “imparcialmente” adultos participantes do que com os que distribuíam com desigualdade os petiscos usados na encenação. 
Se até bebês entendem o que é certo e o que é errado, os pronunciamentos do presidente que responsabilizam a vítima, a Ucrânia, são produto apenas das escapadas aos discursos escritos, do narcisismo inerente aos políticos populistas, de um “desequilíbrio de parafuso”? Claro que não. 
É só ver de onde procedem as ideias sobre a “culpa” dos Estados Unidos e seus aliados europeus e a responsabilização da Otan
Quem sussurra no ouvido de Lula é Celso Amorim. 
O ex-chanceler e atual assessor especial é um diplomata culto, experiente e informadíssimo, provavelmente leitor de jornais alinhados com o apoio das esquerdas da Europa e dos Estados Unidos à Ucrânia, como The Guardian, El País e The New York Times. Mas a formatação antiamericana não tem jeito. 

A invasão da Ucrânia, disse ele numa entrevista em outubro passado, “tem como antecedente a expansão da Otan”. Condescendentemente, ele garantiu ter “consciência de como a guerra mexe com os nervos europeus”. Ou seja, reduz séculos de invasões russas, execuções em massa, deportações de milhões para a Sibéria, transferências brutais de população e eliminação de países inteiros como entidades nacionais a um ataque de nervos. Ah, esses europeus sensíveis que não entendem que o alinhamento com os Estados Unidos “é muito perigoso”.

Caros ucranianos, não acreditem em nada do que Amorim disser na viagem montada com Lula para ficar menos mal na foto
Encenar uma recepção diplomática faz parte do jogo, mas vocês já sabem: o atual governo brasileiro transformou a si mesmo, voluntariamente e sem necessidade, em inimigo da Ucrânia. E, consequentemente, da paz que alega promover.

Publicado em VEJA, edição nº 2839 de 3 de maio de 2023

Vilma Gryzinski,  jornalista, coluna Mundialista - Revista VEJA


domingo, 19 de março de 2023

Deputado do Psol pede cancelamento de show por suposta apologia ao nazismo

 [Deputado do Psol  pede cancelamento de show por suposta apologia ao nazismo; 
agora, após essa demonstração explícita de tentativa de 'censura prévia', só falta para esse deputado aparecer, o que mais deseja, uma MELANCIA.]

 Segundo o parlamentar, banda norueguesa Mayhem tem "histórico de cometimento de atos em defesa da ideologia nazista, por meio da utilização de trajes, letras e símbolos alusivos ao regime de extrema direita". Acionou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Polícia Civil para que as instituições "atuem de forma preventiva, proibindo a apresentação em Brasília'. "Nossa cidade não pode ser palco de novas demonstrações de intolerância de qualquer natureza, o que justifica a atuação preventiva do Ministério Público e da Polícia Civil no monitoramento da referida banda. Mais que isso, devido às recorrentes práticas criminosas cometidas pelos integrantes da banda, principalmente sobre os palcos, há indícios suficientes de que sejam reproduzidas em seu show em Brasília", disse o deputado.

(...)

O parlamentar disse ainda que a banda já proferiu "falas de cunho racista e LGBTIfóbicas. Em nota, a assessoria da banda informou ao Correio que o grupo não tolera nenhum tipo de discriminação ou qualquer tipo crime de ódio. Confira a nota na integra: 

''O Mayhem é uma entidade apolítica com milhares de fãs em todo o mundo, de todos os tipos de origens e com todos os tipos de crenças, ideias e preferências, e todos os fãs do Mayhem são tratados com o mesmo respeito pela banda. Nem a banda nem nenhum de seus membros toleram racismo, nazismo, homofobia ou qualquer outro "crime de ódio". Embora algumas declarações contrárias tenham circulado no passado por membros individuais, isso está longe no passado e também nunca foi uma forma de postura oficial da banda.Cada pessoa neste mundo vive e tem que defender seus atos, ações e ideias e é julgada por eles; qualquer forma de julgamento baseado apenas no histórico de uma pessoa, cor da pele, preferência sexual ou qualquer outra coisa sobre a qual ela não possa ter controle é um ato de fraqueza e é rejeitado pela banda.

Qualquer fã do Mayhem é bem-vindo a assistir a seus shows, independentemente de sua formação, crenças ou orientação, desde que não incomode os outros. Mayhem é maximizar seu potencial como ser humano e libertar sua mente de pensamentos e ideias opressivas. Qualquer um ou qualquer coisa que esteja segurando o indivíduo é o verdadeiro inimigo. Construções mundanas e questões sociais estão abaixo da liberdade da mente.

Infelizmente, devido aos atos fascistas de indivíduos ignorantes tentando colocar um rótulo falso na banda, agora existem centenas de fãs desapontados do Mayhem em Porto Alegre. É profundamente perturbador e preocupante que esse tipo de opressão possa ocorrer e causar o cancelamento de eventos culturais. Só se pode temer o que vem a seguir se as pessoas não se levantarem contra esse tipo de ato".

Cidades - Correio Braziliense


quinta-feira, 16 de março de 2023

Para Lula, o Brasil não deveria existir - Gazeta do Povo

Vozes - Bruna Frascolla

 

Tupinambás prestes a degustar um inimigo, em xilogravura da obra de Hans Staden. - Foto: Domínio público

Só nesta segunda-feira, apareceram dois pronunciamentos de Lula referentes ao povo brasileiro. Num tuíte, escreveu (ou escreveram para ele): “A sociedade brasileira está tomando consciência de que os indígenas não estão ocupando nenhuma terra sem dono. Na verdade, os indígenas estão ocupando 14% de um território nacional que já tiveram 100%. São os outros 86% que estão ocupando uma terra que era deles”. 
A parte que grifei deveria fazer soar o alarme de qualquer cidadão preocupado com o julgamento do marco temporal, porque o que uma das faces do establishment (o tuiteiro de Lula) está dizendo é que o território nacional pertence aos índios.  
Os índios não podem invadir porque os invasores são, grosso modo, os próprios brasileiros. 
O último censo do IBGE, de 2010, registrou quase 900 mil índios. A população brasileira está estimada em 215 milhões agora.  
Se houver 1 milhão de índios entre os brasileiros, não chegam nem a 0,5% da população brasileira. 
Ou seja, segundo o tuíte oficialmente de Lula, algo muito próximo de 100% da população brasileira é invasora de terras indígenas
Se o MST usar índios para invadir fazendas (coisa que, aliás, já faz), suas reivindicações serão legítimas, porque o brasileiro comum é que é o invasor.
 
O brasileiro nasceu aqui, seus antepassados normalmente nasceram aqui, mas ele não passa de um invasor segundo o seu presidente. Um brasileiro como eu, que, dentre outros, descende de índios e de italianos, poderia reivindicar a cidadania italiana com base no jus sanguinis, mas não passaria de um invasor de terras na sua própria terra natal. 
Nem mesmo a ancestralidade indígena ajudaria, porque ser ou não ser índio é algo étnico e burocrático determinado pelos antropólogos da Funai. Quase todos os 9 milhões de habitantes do Pará são descendentes de índios. Ainda assim são “invasores”, segundo esse fantoche do establishment chamado Lula.
 
É possível especularmos como estariam os índios caso o atual território do Brasil (que aliás foi em grande medida determinado pelos “invasores” brasileiros como o santista Alexandre de Gusmão) fosse deixado intocado pelos europeus e africanos desde o século 16 até os dias de hoje.  
Existia aqui uma montanha de tribos, essas tribos viviam guerreando entre si, se escravizando e se canibalizando (literalmente)
Se houvesse uma Mata Atlântica tão densa quanto a de 1500, isso se deveria à alta mortalidade dos índios e à sua baixa expectativa de vida (que manteriam a população humana muito diminuta), e não a uma consciência ecológica bem desenvolvida entre os índios. 
O homem viveria tentando, com pouco sucesso, não ser tragado pela floresta. 
Em meio a essa luta, usaria a coivara, isto é, o desmatamento por meio de incêndio cuja finalidade é a abertura de um pequeno roçado provisório de mandioca. Apenas a pequenez demográfica, mantida por uma alta mortalidade, manteria as florestas preservadas. Não creio que esse seja um jeito humano de lidar com o problema ambiental.[talvez seja, visto que há uma corrente de ambientalistas que tem como lema: 'salvem o planeta, acabe com a humanidade.']

    O brasileiro nasceu aqui, seus antepassados normalmente nasceram aqui, mas ele não passa de um invasor segundo o seu presidente

Sem dúvida, esse território seria algo muito distante da imagem edênica de bons selvagens felizes e em harmonia com a natureza. Mas o mais relevante nessa idealização é uma ausência: a do Brasil.  
A inexistência do Brasil é precondição para essa idealização. 
Quem sonha com essa fantasia edênica sonha com a inexistência do Brasil. Ela começa com o vilipêndio à nossa história, e só pode ser levada a cabo com a nossa aniquilação.
 
A outra manifestação pública de Lula sobre o povo brasileiro também foi num contexto relativo à questão indígena. Ele deitou falatório num evento com índios em Roraima. [quando o apedeuta presidente abre a boca, só expele MENTIRAS, BAZÓFIAS e BOBAGENS.] O jornal Metrópoles, de Brasília, divulgou em vídeo um excerto do discurso e destacou, em texto, uma frase que deveria causar indignação: “‘Toda desgraça que isso causou ao país, causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação’, diz Lula sobre vinda de negros escravizados para o Brasil”. O politicamente correto baniu o uso da palavra “escravo” e substituiu por “escravizados”. Uma porção de perfis de direita compartilhou a suposta frase infeliz. Se fosse só para apontar que a heresia contra um dogma da esquerda progressista passou impune, muito bem. Afinal, Lula está certo nesta: a escravidão negra foi uma coisa ruim da qual vieram coisas boas.

Desde a Independência, por meio do trabalho de Bonifácio, a África é reconhecida como um dos pilares da formação nacional brasileira. Se eu disser que da escravidão africana não veio nada de bom, vou dizer não só que Machado de Assis e Pixinguinha não eram coisas boas, como que eu mesma e quase todo brasileiro que conheço não somos coisas boas. O povo brasileiro e sua cultura resultaram, em parte, da escravidão africana. Se não houvesse escravidão africana, o Brasil seria um outro país.

    Quem sonha com essa fantasia edênica de um território todo para os índios sonha com a inexistência do Brasil. Ela começa com o vilipêndio à nossa história, e só pode ser levada a cabo com a nossa aniquilação

(Um tempo atrás, antes do reinado de Elon Musk, fiz um comentário despretensioso no Twitter sobre como falar mal da escravidão negra era o único jeito socialmente aceito de reclamar que no Brasil tem preto. Uma horda de perfis com selo azul apareceu indignada e nunca devo ter visto tanto cabelo colorido quanto nessa ocasião. O cientista político Felipe Quintas me chamou para conversar sobre isso no canal dele
Na fala de Lula, porém, obviamente não houve cancelamento. 
Afinal, sabe-se que Lula é uma mulher negra, lésbica, transexual, cadeirante e obesa.)

O jornal escolheu destacar apenas essa fala “polêmica”. Vou reproduzir a fala toda que está no excerto em vídeo: “Depois de exterminar com [sic] milhões de índios, resolveram vender a ideia de que era preciso fazer a escravidão vir pro Brasil porque os indígenas eram preguiçosos, não gostavam de trabalhar. E se eles não gostavam de trabalhar, e se não tinha brancos para trabalhar, porque os que vinham da Europa não queriam trabalhar, então resolveram contar a história de que os índios eram preguiçosos e portanto era preciso trazer o povo negro da África para produzir nesse [sic] país. Ora, toda a desgraça que isso causou ao país, causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação. Da mistura entre indígenas, negros e europeus que permitiu que nascesse essa gente bonita aqui que gosta de música, que gosta de dança, que gosta de festa, que gosta de respeito, mas que gosta de trabalhar para sustentar a sua família, e não viver de favor de quem quer que seja.”

A única coisa positiva que Lula falou do Brasil foi justamente a considerada polêmica. Só não digo que foi a única coisa verdadeira, porque de fato existiu essa ideia de que os índios não serviam para trabalhar e era melhor importar africanos. Se era por serem considerados preguiçosos, eu não sei. Sei é que é muito plausível que o filho da terra não se deixasse dominar com tanta facilidade quanto um africano recém-chegado. Sei também que o escravo negro era muito mais caro que escravo índio, portanto não é verossímil que os senhores de engenho fossem jogar dinheiro fora por puro preconceito quando tinham o chicote na mão.

    Ao importar escravos da África, os senhores de engenho portugueses não “trouxeram a escravidão” porque a escravidão já estava neste território muito antes de Cabral aparecer.  
Os índios a praticavam entre si e os portugueses tinham escravos índios

Mas se Lula enfrentasse só um pouco do escrutínio que Bolsonaro enfrentava, as famigeradas (e extintas?) agências de checagem checariam essa fala e poriam uma porção de carimbos de “falso” ou “duvidoso” nessa má aula de história. Em primeiro lugar, é complicado dizer que os europeus exterminaram milhões de índios. Extermínio sugere ato voluntário. Talvez, somando os três séculos de período colonial, levando em conta todo o atual território nacional e todos os agentes europeus (incluindo o Brasil Holandês, as investidas francesas no Maranhão e no Rio de Janeiro, as incursões espanholas no Rio Amazonas), talvez aí dê para dizer que milhões de índios morreram graças a guerras e doenças. Talvez. Essa é uma questão interessante para demógrafos e historiadores. 
 
E, ainda assim, o que aconteceu no Brasil não merece ser chamado de extermínio indígena, já que a transmissão de doenças não foi voluntária e as próprias guerras eram amiúde movidas em associações de europeus de uma dada coroa e índios de uma dada tribo contra outras associações de outros europeus contra outros índios (vide o caso de Hans Staden em São Paulo, que se viu entre uma guerra de portugueses e tupiniquins contra franceses e tupinambás. Sendo alemão e não tendo cara de português, seus captores tupinambás se dispuseram a adiar a sua morte com receio de matar um francês). A expressão “extermínio” é boa para designar o que os Estados Unidos fizeram com os índios à medida que conquistavam o território mexicano e acabavam com os índios já contactados por missões jesuíticas da Coroa Espanhola.

Caberia ainda dizer que o Brasil não trouxe “a escravidão” da África. No ciclo da cana de açúcar, os senhores de engenho portugueses, na Mata Atlântica nordestina e no Velho Oeste paulista, começaram a importar escravos caros da África. Eles não “trouxeram a escravidão” porque a escravidão já estava neste território muito antes de Cabral aparecer. Os índios a praticavam entre si e os portugueses tinham escravos índios. Se Antonio Vieira é conhecido por lutar contra a escravidão indígena, é porque a escravidão indígena existiu. A novidade da cana foi a vinda de negros, não a presença de escravos.

No mais, Lula repete o vício comum na esquerda de falar da história do Brasil como se nossos 522 anos fossem um compacto de Casa Grande & Senzala (não lido) mais ditadura militar. Primeiro os negros eram escravos em engenhos açucareiros, e depois os militares deram um golpe. Pronto.

Num engenho de Casa Grande & Senzala, de fato os brancos (portugueses e pernambucanos) eram os donos do capital e da terra, compravam servos e não pegavam no batente. Se a esquerda lesse a obra de Freyre, porém, veria que o Brasil era a terra de uma porção de portugueses pobres: desde o aventureiro até os degredados da Inquisição, que eram enviados para cá pelos motivos mais variados. Os portugueses eram merceeiros, caixeiros viajantes, vaqueiros: uma porção de profissões modestas. Com a imigração europeia dos séculos 19 e 20, fica ainda mais difícil dizer que os europeus não trabalhavam. 
A imigração italiana para São Paulo pode ser lida como uma substituição da mão de obra escrava pela mão de obra “em condições análogas à escravidão”, na qual o trabalhador chega amarrado a dívidas. ]
Saiu do cafezal paulista o escravo negro tradicional, entrou o escravo italiano moderno. 
E não faltaria, como no caso da substituição de índios por negros, quem dissesse que precisou trazer o italiano porque o negro é preguiçoso.

   Lula repete o vício comum na esquerda de falar da história do Brasil como se nossos 522 anos fossem um compacto de Casa Grande & Senzala (não lido) mais ditadura militar

Se Lula afirmar inverdades históricas para falar mal do Brasil, ninguém reclama. Mas se Lula fizer uma ponderação positiva sobre o Brasil, aí é oportunidade para algum jornalista desmascarar a hipocrisia dos militantes progressistas, que deixaram passar essa blasfêmia contra os “escravizados”.

Na manhã desta segunda-feira, Lula discursou para “lideranças indígenas” em Roraima, falou barbaridades contra o Brasil (ok), mencionou uma coisinha boa (que horror!), e a pessoa que toma conta do seu Twitter escreveu a barbaridade com a qual comecei este texto, a saber: que nós, uns 99,5% dos brasileiros, não passamos de invasores de terras.

Lula é um septuagenário não muito intelectualizado. Está acostumado a repetir o que a audiência quer ouvir: aos alemães e aos intelectuais, diz que os brasileiros têm luxo demais; ao eleitorado, promete picanha Lula na certa só elogiou a miscigenação porque, após décadas elogiando o povo brasileiro e prometendo-lhe churrasco, de repente tem de aprender que mulheres têm pênis, entre outras coisas mais.

No entanto, podemos divisar com clareza o discurso autorizado pelo establishment por detrás de Lula e da mídia comum que ajudou a elegê-lo: O Brasil e os brasileiros não deveriam existir.  

Se existem, sua história deve ser vilipendiada e seus habitantes devem ser expulsos de suas terras. Este país está marcado para ser terra de ONGs estrangeiras com meia dúzia de índios de estimação e um monte de pobre
E não nos enganemos quanto às suas intenções com os índios: enquanto meia dúzia viaja de avião para abraçar John Kerry e Di Caprio, a maioria dos índios – que pesca, que garimpa, que cria gado e que planta é tratada como criminosa ambiental por essa gente que quer destruir o Brasil.

Bruna Frascolla, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Os 11 princípios de Goebbels - Dárcio Bracarense

Vamos aos 11 princípios do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels e as semelhanças doutrinárias com a atuação do Consórcio que se reuniu em torno do projeto Lula:

1.- Princípio da simplificação e do inimigo único.

"Simplifique e não diversifique". Escolha apenas UM inimigo por vez. Ignore qualquer tendência social democrata, liberal e outros que possam surgir como lideranças conservadoras de matiz acadêmica. Concentre-se em um (Bolsonaro) até acabar com ele.

2.-Princípio do contágio
"Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem". Crie uma memoria coletiva afim de "mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo".

3.-Princípio da Transposição

"Transladar todos os males sociais a este inimigo". Doenças, violência, queimadas, crises econômicas internacionais... O segredo é cravar: "É culpa do Bolsonaro".

4.-Princípio da Exageração e desfiguração

"Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor". “Falando palavrões, estaremos isolados no mundo?”, ou, "se ele mente, será que o preço do combustível e dos alimentos será mantido?".

5.-Princípio da Vulgarização

Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do Bolsonaro parecerem vulgares, ordinárias, sem profundidade, sem respeitabilidade...

6.-Princípio da Orquestração

Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’. Como 50 apartamentos comprados com dinheiro vivo. Canibal. Aumento de salário abaixo da inflação, etc...

7.-Princípio da Renovação

Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre Bolsonaro) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

8.-Princípio do Verossímil

Discutir a informação com diversas interpretações de "especialistas", mas todas contra Bolsonaro. O objetivo deste debate é fazer o receptor perder a noção da realidade e ficar em dúvida acerca das próximas informações que partirem do "inimigo".

9.-Princípio do Silêncio.

Ocultar toda a informação que não seja conveniente. Abafar qualquer entrega do governo Bolsonaro. Ocultar dados econômicos e, quando impossível de fazer, incluir um "mas" na notícia, recorrendo ao princípio número 4, que "desfigura" a informação trazendo insegurança.

10.-Princípio da Transferência

Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes. "Todos os casos de ação policial que termina em morte, ligamos ao Regime Militar e transferimos a responsabilidade ao Bolsonaro".

11.-Princípio de Unanimidade

Busca convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los contra o Bolsonaro. "Os ambientalistas apontam que...", ou, "a "comunidade científica" indica que Bolsonaro... [todos esses principios foram usados contra Bolsonaro.]

 Dárcio Bracarense    -      Reproduzido da página do autor no Facebook

 

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Bolsonaro usa Michelle, ataca STF e repete ameaças diante de milhares na Esplanada

Presidente discursa a milhares de apoiadores em Brasília após acompanhar desfile militar no 7 de Setembro

Diante de milhares de apoiadores na Esplanada dos Ministérios, o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou nesta quarta-feira (7) no 7 de Setembro de Brasília com repetições de ameaças, citação em tom crítico ao STF (Supremo Tribunal Federal) e com elogios à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

A fala com uso de Michelle ao seu lado ocorre no momento em que enfrenta dificuldade para impulsionar sua popularidade entre eleitoras. Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-presidente Lula (PT) nas simulações de primeiro e de segundo turno. "A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro, vamos todos votar, vamos convencer aquelas pessoas que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos dar várias comparações, até entre as primeiras damas. Ao meu lado uma mulher de Deus e ativa na minha vida. Ao meu lado não, muitas vezes ela está é na minha frente", disse."Tenho falado com homens que estão solteiros: procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda."

Com tom machista, ele ensaiou fazer uma comparação com outras primeiras-dama e entoou gritos de "imbrochável".

Antes, Michelle também discursou e repetiu o presidente na defesa de "família e liberdade". "Não estamos aqui por poder, muito menos por status. Estamos aqui para cumprir um chamado", afirmou. "O inimigo não vai vencer", disse Michelle.

Bolsonaro voltou a repetir que a eleição é a luta do bem contra o mal e usou mais uma vez tom de ameaças."Podem ter certeza é obrigação de todos jogarem dentro das 4 linhas da Constituição. Com uma reeleição, tratemos para dentro das 4 linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas". 

 

Algumas pessoas na Esplanada dos Ministérios, 7 set 2022, apoiando Bolsonaro - Folha - Pedro Ladeira

Mais cedo, após ter citado diversos momentos de tensão ou ruptura democrática, entre os quais o golpe militar de 1964, Bolsonaro disse durante café da manhã no Palácio do Alvorada, em Brasília, neste 7 de Setembro, que a "história pode se repetir"."Quero dizer que o brasileiro passou por momentos difíceis, a história nos mostra. 22, 65, 64, 16, 18 e, agora, 22. A história pode repetir. O bem sempre venceu o mal", afirmou ele.

"Estamos aqui porque acreditamos no nosso povo, e o nosso povo acredita em Deus. Tenho certeza de que, com perseverança, fazendo aquilo tudo que pudermos fazer [...], continuaremos nos orgulhando do futuro que deixaremos para essa criançada que está aí", completou. 

O presidente Jair Bolsonaro em ato político na Esplanada dos Ministérios

O presidente Jair ?Bolsonaro em ato público na Esplanada dos Ministérios - Gabriela Biló - Folha Press

Não é de hoje que o presidente flerta com o golpismo ou faz declarações contrárias à democracia. No ano passado, disse, por exemplo: "Alguns acham que posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que estaríamos vivendo. E apesar de tudo eu represento a democracia no Brasil".

Em 2020, Bolsonaro participou de manifestações que defendiam a intervenção militar - o presidente é um entusiasta da ditadura militar e de seus torturadores. [não houve tortura no Brasil durante o Governo Militar = ocorreram interrogatórios enérgicos, que o estabelecimento de 'hora teto' pelos terroristas, para escaparem da ação policial, obrigava os policiais a se socorrerem daquele tipo de interrogatório buscando evitar que os covardes terroristas driblassem a prisão de cúmplices se valendo da 'hora teto'.]

No 7 de Setembro do ano passado, em discursos diante de milhares de apoiadores em Brasília e em São Paulo, Bolsonaro fez ameaças golpistas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairá morto da Presidência da República.

Nesta quarta, ele ainda deve discursar a apoiadores em Brasília e no Rio de Janeiro. A fala desta quarta-feira aconteceu durante café da manhã no Alvorada, na qual Bolsonaro recebeu ministros, parlamentares, o pastor Silas Malafaia e empresários investigados pelo STF, como o dono da Havan, Luciano Hang.

Em entrevista para a TV Brasil, pouco antes de sair para o desfile,  uma terra prometida, que é um grande paraíso", afirmou o presidente. O presidente também conclamou os brasileiros a saírem de verde e amarelo durante o 7 de setembro, afirmando que a liberdade e o futuro dos brasileiros estão em jogo. "Então, o povo brasileiro hoje está indo às ruas para festejar 200 anos de independência e uma eternidade de liberdade. O que está em jogo é a nossa liberdade e o nosso futuro. A população sabe que ela é aquela que dá o norte para as nossas decisões", disse ele.

"Todos do Brasil, compareçam às ruas. Ainda dá tempo, de verde e amarelo, a cor da nossa bandeira, para festejar a terra onde vivemos, uma terra prometida, que é um grande paraíso", afirmou o presidente.

Política - Folha de S. Paulo
 

domingo, 17 de abril de 2022

O 'inimigo' - STF e seu braço na eleição, o TSE, agem publicamente contra a candidatura de Jair Bolsonaro - O Estado de S. Paulo

J.R. Guzzo

O Brasil vive neste momento uma farsa de primeiríssimo grau: vende-se como defesa da democracia o que é, na verdade, um golpe branco. Estamos a seis meses de uma eleição presidencial disputada entre uma candidatura de direita e uma candidatura de esquerda — e os guardiães oficiais da disputa, os que têm a obrigação de serem imparciais e defenderem os direitos dos eleitores, agem publicamente contra a candidatura de direita

Essa candidatura, a do presidente Jair Bolsonaro, pode ser a pior dos 522 anos de existência do Brasil, mas se tudo caminhar conforme o previsto ela também é perfeitamente legal e legítima. Como, então, o STF e o seu braço nas eleições, o TSE, estão dizendo que o presidente não pode ganhar, e que o eleitorado não tem o direito de votar nele? 

A última manifestação do embuste gigante ora em construção é a encíclica que o ministro Luís Roberto Barroso acaba de pregar nos Estados Unidos, num desses piqueniques ideológicos organizados por bilionários que vivem aflitos, ultimamente, na tarefa de entender o Brasil. Na palestra em questão, uma deputada federal disse que a “arrogância de vários setores” pode “entregar o poder para o Bolsonaro”. Em seguida, afirmou: “Eu morro de medo do que vai acontecer”. (Acrescentou que a jornalista que lhe acompanhava na conferência também estava morrendo de medo.) 

É curioso. O poder não vai ser entregue “ao Bolsonaro”; ninguém vai lhe dar coisa nenhuma. “O Bolsonaro” é candidato à reeleição depois de ter sido eleito democraticamente com 58 milhões de votos em 2018, e só continuará no governo se for eleito de novo pela maioria absoluta do voto popular no Brasil. Qual é o problema com isso - sobretudo quando o próprio STF, o santíssimo gestor das eleições por via do TSE, jura que é impossível haver qualquer fraude? O “sistema”, como não param de dizer, é “inviolável”. Também não se entende o pânico da deputada. Quem está realmente com medo? A população brasileira, por acaso? Onde está se vendo esse pavor?

Entra, aí, o ministro Barroso. Ele disse que ninguém precisava ficar assim tão agitado, mas engatou, logo em seguida, uma extraordinária bateria de declarações. Disse que “o mal existe” e referiu-se, com todas as letras, ao “inimigo”. Quem é o mal e quem é o inimigo? 
O presidente constitucional do seu próprio país? 
Um candidato que tem o direito, por lei, de se apresentar à reeleição? O ministro, pelo que disse, só admite um resultado para a eleição - aquele que ele defende. “Nós somos a democracia”, afirmou. “Nós é que ajudamos a empurrar a História na direção certa.” Caso encerrado, para o STF. [com a vitória do presidente nas próximas eleições - VITÓRIA, que com as bênçãos de DEUS já é um fato -  teremos mais um supremo ministro, aprendendo que nem sempre as coisas são como eles querem.] 
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O medo do Dr. Fauci - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Se a ameaça nazista se desse hoje, temo pela reação ocidental: não faltariam lideranças recomendando o “apaziguamento” com o inimigo

Doutor Anthony Fauci | Foto: Aaron Clamage/Milken Institute
Doutor Anthony Fauci | Foto: Aaron Clamage/Milken Institute

Condição necessária para isso foi a coragem de enfrentar riscos. Imagina o nosso antepassado apavorado diante de feras terríveis, e enclausurado numa caverna até o perigo passar. Não estaríamos aqui refletindo sobre a vida. Ou seja, parte inexorável de nossas conquistas foi a tolerância ao risco da morte. Não quer dizer comportamento suicida, irresponsável ou imprudente, mas, sim, um ato de volição para desafiar todas as ameaças que a pura existência num planeta hostil traz.

Ocorre que, por diversos motivos, estamos nos tornando mais medrosos. O sucesso planta algumas sementes do fracasso, torna as próximas gerações mais “suaves”, como “flocos de neve”. Se a ameaça nazista se desse hoje, com Hitler liderando sua turba de fanáticos, temo pela reação ocidental: não faltariam lideranças recomendando o “apaziguamento” com o inimigo, entregando nossas liberdades de bandeja. Não se faz mais Churchill como antigamente.

Essa pandemia de covid-19 veio comprovar isso. Países ocidentais resolveram espalhar medo e oferecer soluções “mágicas”, ainda que draconianas e autoritárias. O controle social passou a ser enorme, tudo em nome da saúde, da proteção à vida. Os mais acovardados nem pestanejam na hora de delegar cada decisão aos “especialistas”. Foi assim que o Dr. Fauci virou uma celebridade mundial, a “voz da ciência”, acumulando um poder inimaginável para reis medievais. Dr. Fauci soube explorar muito bem o medo dos outros.

E não é algo novo. Era o mesmo Dr. Fauci o responsável pelo combate ao HIV, vírus da aids. E não faltam críticos de que lá, assim como agora, o médico ajudou a espalhar um medo exagerado que afetou a vida de milhões de pessoas. Ele foi “cobrado” recentemente numa das centenas de entrevistas que tem concedido — haja tempo para tanto holofote! — à CNN, mas o apresentador não foi lá tão duro assim. Ele leu a denúncia do senador republicano Ron Johnson, de que Fauci espalhou pânico desnecessário antes e agora, e logo depois ridicularizou a crítica, levantando a bola e cedendo a palavra ao entrevistado. Fauci, então, disse: “Como responder a algo tão absurdo assim?”

Mencionar isso é “politicamente incorreto”, mas a ciência e o vírus não ligam para seus sentimentos

Bem, talvez… respondendo? Mas Fauci adotou outra estratégia: “Exagerar a aids? Matou mais de 750.000 americanos e 36 milhões de pessoas em todo o mundo. Como você exagera isso? Exagerar a covid? Já matou 780.000 americanos e mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Então, eu não tenho nenhuma ideia do que ele está falando”. Excelente resposta, caso a pergunta tivesse sido outra. O senador nunca alegou que morreu pouca gente com aids ou covid, e sim que o Dr. Fauci criou um pânico geral bastante desproporcional, ainda mais sabendo-se que ambos afetavam de maneira bem desigual grupos de risco específicos.

Ann Coulter escreveu uma coluna no Townhall detonando a postura de Fauci, e lembrando que acidentes de carro já mataram mais de 3,6 milhões de americanos e centenas de milhões no mundo todo, e que as propostas do “especialista” seriam análogas a recomendar que todos dirigissem de olhos vendados — ou nunca mais pegassem num volante. Idosos e obesos correm um risco infinitamente maior do que jovens saudáveis com a covid, mas Fauci e sua trupe mentiram, trataram todos basicamente da mesma forma, assim como Fauci mentiu sobre a aids ser um risco equivalente para heterossexuais, muito tempo depois de ficar claro que era quase inteiramente um problema para gays e usuários de drogas intravenosas.

Mencionar isso hoje já é “politicamente incorreto”, mas a ciência e o vírus não ligam para seus sentimentos. “Em vez de dedicar recursos maciços ao fechamento de casas de banho e pontos de drogas para impedir a disseminação da aids, e proteger os americanos mais velhos no caso do covid, Fauci afirmou repetidamente que todos estavam em risco”, acusa Coulter. Ela continua: “Parece que Fauci acredita em ‘ciência’ — exceto quando precisa aterrorizar os heterossexuais para não estigmatizar os gays, ou amedrontar toda a população para não estigmatizar os idosos e obesos”.

A aids apareceu pela primeira vez em 1981, em comunidades gays em Nova Iorque, Los Angeles e São Francisco. Dois anos depois, 72% dos casos envolviam gays e 90% das vítimas não homossexuais da aids eram usuários de drogas intravenosas
A maior parte do restante era de crianças nascidas de mães infectadas com aids ou vítimas de transfusões de sangue contaminadas com aids. 
 Esse não era um grande segredo. De acordo com o CDC, em junho de 1983, de 1.552 vítimas de aids, apenas 37 não eram gays, usuários de drogas ou hemofílicos. Médicos da linha de frente aconselhavam que não havia motivo para tanto pânico, mas Fauci estava lá alarmando o mundo todo. Em 1983, ele disse: “Com o passar dos meses, vemos mais e mais grupos… A aids está saindo de limites epidemiológicos bem definidos”.
 
Em 1985 — quatro anos após o aparecimento da aids —, 73% dos casos eram em homens gays, 17% em usuários de drogas intravenosas, 3% em haitianos, 2,2% naqueles que receberam sangue e 1% em parceiros sexuais de pacientes com aids
Menos de 4% não se enquadravam em nenhuma dessas categorias. 
Com zero casos provados de transmissão heterossexual, em fevereiro de 1985,  Fauci alegou estar preocupado com esse risco. Numa fala de 1987, ele chegou a afirmar que o vírus podia ser transmitido pela saliva num simples beijo.

Hoje, segundo Coulter, Fauci está fazendo exatamente a mesma coisa com a covid, tratando os adolescentes como se eles enfrentassem perigo tanto quanto pessoas na faixa dos 70 anos, apesar de estas terem uma chance 300 vezes maior de morrer de covid do que menores de 20 anos. Para essa faixa etária, as chances de morrer de covid são menores do que o risco de morrer de insolação ao longo de suas vidas inteiras. Mesmo para aqueles na casa dos 30 anos, as chances são quase as mesmas que o risco de morrer engasgado.

Ann Coulter conclui que, se Fauci fosse entrevistado por um jornalista sério, ele bem que poderia explicar por que sua ideia de “ciência” é evitar que certos grupos se sintam estigmatizados, e não salvar vidas ou falar a verdade.

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Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste