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quinta-feira, 22 de junho de 2023

Destroços são encontrados em área de busca por submarino, diz Guarda Costeira dos EUA - O Globo

Submarino que realizava uma expedição até os destroços do Titanic desapareceu nesta segunda-feira Divulgação

Um campo de destroços perto dos escombros do Titanic foi descoberto dentro da área de busca pelo submarino desaparecido, anunciou a Guarda Costeira dos Estados Unidos. Especialistas do comando do órgão estão avaliando as informações, encontradas por um dos robôs controlado remotamente (ROV) empregados nos esforços de busca. As autoridades americanas anunciaram uma coletiva de imprensa para 15h, no horário local (16h em Brasília).

A intensa operação de busca do submersível Titanic, que desapareceu no domingo com cinco pessoas a bordo quando se dirigia para os destroços do Titanic no Atlântico Norte, entrou esta quinta-feira numa fase crítica, à medida que as reservas de oxigênio se esgotam. Uma flotilha de aviões e embarcações e tecnologias especializadas participam das buscas pelo submersível turístico.

"Um campo de destroços foi descoberto dentro das áreas de busca por um ROV perto do Titanic. Especialistas do comando unificado estão avaliando a informação", diz o comunicado da Guarda Costeira dos EUA.

Mais cedo, a Guarda Costeira americana havia anunciado que um robô canadense chegou ao fundo do oceano na região em que o submersível desapareceu. Também confirmou o início da operação do robô Victor 6000, que tem um cordão umbilical de oito quilômetros e pode atingir uma profundidade mais do que o suficiente para chegar ao local do naufrágio do Titanic no leito marinho, a quase quatro quilômetros de profundidade.

A comunicação com o pequeno submersível Titan foi perdida no domingo, quase duas horas depois de o equipamento iniciar a descida em direção ao que restou do famoso transatlântico, a quase 4.000 metros de profundidade e a cerca de 600 quilômetros de Terra Nova.

Viajam no submersível o bilionário e aviador britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation; o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman; o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, a companhia que opera o Titan, que cobra US$ 250.000 (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por turista.

Mundo - O Globo


terça-feira, 20 de junho de 2023

Buscas por submersível desaparecido continuam no Atlântico Norte

O Titan, nome da embarcação da OceanGate Expeditions, levava cinco pessoas a bordo; saiba quem são

Submarino desaparecido em expedição ao Titanic pode chegar a 4 mil metros de profundidade e alcança velocidade de 5,5 km/h

Desaparecido desde domingo, dia 17, o submersível que levava turistas para uma visita aos destroços do Titanic, naufragado em 1912 no Atlântico Norte, continua sendo procurado por uma força-tarefa formada por equipes de resgate de vários países. 
O Titan, nome da embarcação da OceanGate Expeditions, levava um piloto, um britânico, um empresário paquistanês e seu filho, além de outro passageiro. A embarcação submarina tinha um suprimento de oxigênio de 96 horas quando foi colocado no mar.

Autoridades relataram que o navio estava atrasado na noite de domingo a cerca de 700 quilômetros ao sul de St. John’s, Newfoundland, de acordo com o Centro de Coordenação de Resgate Conjunto do Canadá. “É uma área remota, o que torna a busca um desafio”, disse o contra-almirante John Mauger, comandante da Guarda Costeira dos EUA, envolvido na força-tarefa. “Estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a nave e resgatar as pessoas.”

O quebra-gelo canadense Polar Prince, que estava apoiando o Titan, teria perdido contato com o submersível cerca de uma hora e 45 minutos depois de submergir. O navio continuará a fazer buscas na superfície durante a noite e as aeronaves canadenses de reconhecimento Boeing P-8 Poseidon retomarão suas buscas na superfície e no subsolo pela manhã, informou a Guarda Costeira dos EUA no Twitter. Duas aeronaves americanas Lockheed C-130 Hercules também realizaram sobrevoos.

Detalhe do Titanic naufragado, em imagem de expedição da OceanGate Expeditions -
Detalhe do Titanic naufragado, em imagem de expedição da OceanGate Expeditions (OceanGate Expeditions/Reprodução)

A Guarda Costeira disse na segunda-feira que havia um piloto e quatro “especialistas de missão” a bordo. A OceanGate disse que seu foco está nas pessoas a bordo e em suas famílias. “Estamos profundamente gratos pela ampla assistência que recebemos de várias agências governamentais e empresas de alto-mar em nossos esforços para restabelecer o contato com o submersível”, afirmou em comunicado à imprensa.

O empresário britânico Hamish Harding, que mora em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi um dos especialistas da missão, segundo a Action Aviation, empresa da qual ele é presidente. Harding é um aventureiro bilionário que detém três Guinness World Records, incluindo a maior duração em profundidade total do oceano por um navio tripulado.

Também a bordo estão os paquistaneses Shahzada Dawood e seu filho Suleman, de acordo com um comunicado da família. Os Dawoods pertencem a uma das famílias mais proeminentes do Paquistão. Sua empresa homônima investe em todo o país na agricultura, na indústria e em setor de saúde. O empresário também faz parte do conselho de administração do Instituto Seti, com sede na Califórnia, que busca inteligência extraterrestre.

A expedição foi a terceira viagem anual da OceanGate a registrar a deterioração do Titanic, que atingiu um iceberg e afundou em 1912, matando quase 700 dos cerca de 2.200 passageiros e tripulantes. O grupo inicial de turistas em 2021 pagou de 100.000 a 150.000 dólares cada um para ir na viagem. O site da OceanGate descreveu a “taxa de apoio à missão” para a expedição de 2023 como 250.000 dólares por pessoa.

Em nota enviada a VEJA, a OceanGate disse que não conseguiu estabelecer comunicação com o veículo de exploração submersíveis que está visitando o local do naufrágio do Titanic: “Todo o nosso foco está no bem-estar da tripulação e todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para trazer os cinco tripulantes de volta com segurança. Somos profundamente gratos pela assistência urgente e extensa que estamos recebendo de várias agências governamentais e empresas de águas profundas enquanto buscamos restabelecer contato com o submersível. Rezamos pelo retorno seguro da tripulação e dos passageiros e forneceremos atualizações assim que estiverem disponíveis”.

Ciência - Revista VEJA

 

 

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Políticos não viram os riscos abaixo da linha d'água - Alexandre Garcia

No rumo do Titanic

Num 13 de abril como hoje, há 110 anos, o Titanic seguia sua rota, rumo a Nova York, orgulhoso e confiante, certo de sua supremacia sobre o mar. Estava a dois dias do choque com um iceberg. Seu poder submerso rasgou o casco de aço do presunçoso navio e o mandou para o fundo do mar. Boston está a uns 700km a oeste do local daquele naufrágio, e a 8 mil km de São Paulo, o maior contingente eleitoral do Brasil. 
Num encontro em Boston, políticos brasileiros participaram de um seminário. Com a supremacia da verdade, embaçados por suas certezas, assumiam o risco de não perceber os riscos abaixo da linha d'água.
 
Sergio Moro, em Washington, insistia em permanecer candidato à Presidência da República, negando expressamente que vá aceitar uma vaga para concorrer a deputado federal. A senadora Simone Tebet, em Boston, deixou claro que o seu partido, MDB, mais o PSDB e o União Brasil vão indicar um candidato único, dia 18 de maio, a ser escolhido entre ela, João Doria e Luciano Bivar excluindo expressamente Moro. Será que o ex-juiz vai ficar com a chance de disputar uma vaga na Assembléia de São Paulo [por óbvio, deputado estadual] ?  
Porque no seu Paraná, ao abandonar o Podemos de Álvaro Dias e Oriovisto Guimarães, as escotilhas se fecharam. [Moro encerrou sua carreira política quando tentou trair quem o tirou do ostracismo = o presidente Bolsonaro; trair o chefe é uma atitude indigna; se discorda, chega e diz, se perceber que não será atendido, peça para sair, renuncie. Renunciar é preferível a trair. Ser LEAL é marca dos homens honrados.
MINHA HONRA é LEALDADE.]
Ciro Gomes estava nos Estados Unidos também, vendo afundar seu concorrente de terceiro posto, e não quer ficar a ver navios.

A senadora pode ir vestindo o colete salva-vidas. Em Brasília, José Sarney e metade da bancada de senadores do MDB jantaram ontem na casa do ex-ministro de Lula, Eunício Oliveira. Convidado especial: o próprio Lula, que levou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Como num ato falho, Eunício negou a jornalistas que estivessem traindo Simone Tebet. Àquela hora, ela estava em São Paulo, com o ex-presidente Michel Temer e o presidente do MDB, Baleia Rossi, e deve ter sentido o choque com um iceberg que, em Brasília, rasgava o casco de sua candidatura, que começava a fazer água.

Eduardo Leite também estava no tombadilho em Boston. E suscitou mexericos na primeira classe: que, por enquanto, ficaria como imediato no caso de o comandante abandonar o navio, e isso seria o sinal para se unirem todos ante o perigo do gigantesco iceberg.

O comandante, por sua vez, está fazendo manobras estranhas. Indispôs-se com a classe média, queixando-se que gasta demais; com os religiosos, pregando aborto para quem não quiser ter filho; com os militares, ameaçando tirar todos de seus postos no governo; com os deputados federais, ensinando a assediar suas famílias; com 600 mil proprietários legais de armas, prometendo desarmá-los, enquanto daria poder ao MST e ao MTST; quer desfazer privatizações, teto de gastos e modernização das leis trabalhistas
A própria tripulação não entendeu as manobras e está preocupada que seja leme perigoso, com intenção de afundar.
 
Juízes supremos, que vão arbitrar eleições e julgar questões envolvendo o governo, estavam lá, como estão por toda parte, como se estivessem em campanha política, abandonando a imparcialidade e a isenção. A banda vai emitindo as notas do acompanhamento. 
A orquestra de bordo sente que pode afundar, mas tocar é preciso, navegar não é preciso. 
A banda eleva o volume para impedir que os passageiros percebam os perigos da rota. 
Os sons saem desesperados, mas têm que tocar até o fim. E a nave segue seu rumo.
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 
 
 
AVULSAS

LADRÃO FALANTE E GAZELA SALTITANTE: UM PAR PERFEITO

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Pressão total por auxílio turbinado - O Globo

A pressão sobre o ministro Paulo Guedes (Economia) por um Auxílio Brasil anabolizado nunca foi tão grande. No interior do governo, o discurso é que é preciso anunciar quanto antes um benefício permanente que substitua o Bolsa Família e o auxílio emergencial.  O sonho da ala política do Executivo, que já não esconde que resolveu mandar o ajuste fiscal e os escrúpulos às favas, é repetir o valor de R$ 600 da primeira rodada do auxílio emergencial.

[inimigos do Brasil consideram programas de auxílio aos milhões de  necessitados e famintos ações eleitoreiras. 
O inimigo maligno = inimigos do Brasil + inimigos do presidente = criticam programas do Governo Bolsonaro, para mitigar a fome; 
para o 'inimigo maligno', pouco importa que os famintos morram, o número de miseráveis decuplique;
Quando o maior dos ladrões governava,  a mídia militante (que abriga grande parte dos adeptos do 'inimigo') elogiava o Bolsa Família, programa necessário, mal administrado, mas que naquela época - SEM pandemia - quebrava um galho.
aos apoiadores do maligno o que realmente importa é recuperar o governo que perderam em 2018. Os milhões de desempregados, de necessitados, de famintos, que se f ...]

Sozinho na savana, Guedes tenta avisar que não há nem espaço fiscal para pagar esse valor nem o “carimbo” de que o governo precisa no Orçamento para criar uma despesa permanente. O primeiro teria de vir da renegociação dos precatórios, que nesta semana avançou para um acordo, mas ainda com inconsistências que precisam ser resolvidas, como a necessidade de combinar com os credores o tal “encontro de contas” que, ademais, não conseguiria atingir a todos os que têm dívidas a receber.

O carimbo, ou seja, a designação de uma receita para arcar com a nova despesa, uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, viria da reforma do Imposto de Renda, em torno da qual existe acordo para votação no Senado. Não se está, nesse caso, fazendo uma conta de equivalência. O raciocínio do governo é que a reforma do IR não precisa cobrir o gasto com o auxílio, que viria da própria arrecadação do governo, que cresceu neste ano. Seria apenas a fonte a justificar o gasto do ponto de vista formal.

Pedaladas? Aos olhos de muitos, sim. Mas o nó dos precatórios é algo que sensibiliza ministros do STF e parlamentares. Os últimos estariam dispostos a, alinhavados os muitos detalhes ainda sem resposta do acordo, votar uma proposta de emenda à Constituição para oficializar a rolagem de quase R$ 50 bilhões dessas dívidas.  Isso significa que está aberta a porta para o auxílio turbinado que poderia ser a âncora eleitoral de Bolsonaro? Não necessariamente. A primeira resistência a chutar o pau da barraca no valor vem, como já escrevi, do próprio Guedes. Resta saber se ele terá forças para resistir a apelos cada vez mais veementes, de ministros que deixam Bolsonaro “pilhado” com esse assunto, como ocorreu em reunião ministerial recente.

A segunda barreira estará no próprio Congresso. Senadores e deputados não estão dispostos a colocar uma azeitona carnuda e já descaroçada na empada de Bolsonaro à reeleição. [senadores e deputados precisam ter presente que eles não foram eleitos para decidir quem ganha ou perde eleições; 
QUEM DECIDE É O ELEITOR. A democracia é representativa, mas em termos de eleições os eleitores não outorgaram procuração aos parlamentares.
O POVO certamente vai lembrar dos parlamentares que para impedir um hipotético favorecimento do presidente Bolsonaro, foram contra o auxílio aos mais necessitados.] A tendência é que um auxílio inflado artificialmente encontre resistências mesmo dos partidos de esquerda, que tradicionalmente defendem os benefícios sociais.Trata-se de um campo minado, como admitem senadores e deputados de esquerda com quem conversei. Por isso, eles não devem se expor em discursos contra um valor de R$ 600, mas contam com a pressão do mercado sobre Guedes e Bolsonaro para “modular” o valor e chegar a um máximo de R$ 400.
E esse seria um combustível capaz de levar o presidente ao segundo turno? Quando se chega a esse ponto da conversa, as opiniões se dividem. A maior parte dos opositores avalia que a rejeição que Bolsonaro construiu é do tipo tóxico, que não se desfaz com esse tipo de artifício. [não se desfaz rejeição que não existe, cuja pseudo existência é fruto da insatisfação dos inimigos do Brasil = establishment + inimigos do Brasil + inimigos do presidente da República + adeptos do 'quanto pior', melhor + arautos do pessimismo; por inexistir,  é inofensiva e não vai atrapalhar o presidente.
Alertamos que a matéria tem que ser lida com atenção, por se tratar de comentários/narrativa apresentada por uma jornalista que, em seus escritos, sempre apresenta narrativas/interpretações contrárias ao presidente da República. É só ler o que ela publica. O que nos diverte é imaginar as dificuldades que a escriba terá para engolir mais quatro anos do capitão.Além do mais, argumentam que a economia tende a entrar em estagnação entre o fim deste ano e o início de 2022, o que tornará ainda mais difícil a execução de um plano eleitoral fiscalmente camicase.

Por fim, existe um risco concreto, que faz Brasília perder o fôlego, de a ministra Rosa Weber dar um basta à farra das emendas do relator — o orçamento secreto —, e isso ser chancelado pela maioria do Supremo. Sem esse que é o grande fator a garantir a Bolsonaro uma maioria parlamentar, com sua popularidade derretendo e com a tensão social escalando para cenas como as vistas nesta quinta-feira com a invasão da Bolsa, a debandada dos partidos do Titanic governista tende a se acelerar.

Vera Magalhães  - O Globo


quarta-feira, 10 de março de 2021

Paredão falso no STF - O Globo

Vera Magalhães

Na segunda-feira, a expectativa era de que a coalizão de governadores e a intervenção branca do Congresso no Plano Nacional de Imunização poderiam suprimir poderes para a dupla Bolsonaro-Pazuello sabotar o país e dar algum rumo para o Titanic desgovernado no qual estamos enfiados rumando céleres para 3.000 mortes diárias por covid-19. Mas o Supremo Tribunal Federal decidiu que havia coisas mais urgentes para tratar.[coalizão de governadores? isso existe legalmente ou é mais uma associação de nadas a procura de nada?]

Do nada, o ministro Edson Fachin acordou de um sono de quatro anos em que é o relator da Lava-Jato na Corte e, alarmado, constatou: a 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba não era, vejam só, o foro adequado para julgar o ex-presidente Lula. Foi tudo um lamentável engano, pelo qual ele infelizmente ficou preso, aliás em Curitiba, por 580 dias. Com o voto do próprio Fachin, esse distraído. Metade das 46 páginas da decisão extemporânea do ministro é gasta para ele explicar o inexplicável: por que agora? 
 
E qual a extensão de sua decisão? Ele não diz. Talvez ainda não saiba.
Diante do inesperado, o ministro Gilmar Mendes resolveu abrir sua gaveta, espanar o pó e tirar de lá o HC da defesa de Lula que arguia a suspeição de Moro. O mesmo que Fachin esperava que fosse parar no triturador de papel diante da sua decisão. 
Não só não foi como ele ameaça ficar isolado na Segunda Turma, uma vez que até a ministra Cármen Lúcia dá sinais de que votará com Gilmar, contra Moro. Por que Fachin se expõe a tanto desgaste? Qual o cálculo de que anéis poderiam ser dados e dedos poupados com essa lambança?

E Gilmar Mendes, que nesta terça-feira repetiu a performance indignada de sempre contra a Lava-Jato, por que então aguardou mais de um ano com esse HC em seu gabinete? Se de um dia para outro já tinha um voto tão sólido e volumoso? Nada para de pé na conduta do STF, em ziguezague há cinco anos na Lava-Jato, ao sabor não do Direito, mas das circunstâncias políticas.  Ou não foi o mesmo Gilmar que concedeu liminar para sustar a nomeação do mesmo Lula para a Casa Civil como forma de — vejam só! — escapar da jurisdição do mesmo Moro, lá em 2016? Sim, sua mudança foi sendo gradativa ao longo dos anos, e veio antes da Vaza Jato. Mas a demora em trazer o caso da suspeição de Moro à Turma evidencia um cálculo político e colabora para que agora, no momento dramático da pandemia, em que o país deveria estar focado, com o STF, com tudo, em exigir vacinas do governo federal, [sugerimos que eventual exigência de vacinas ao Governo Federal, seja  acompanhada de documento indicando onde comprar as exigidas] estejamos acompanhando esse BBB de palavrório inalcançável e personagens pouco carismáticos.

Aproveitando que estávamos todos brincando de juristas e traçando cenários para o ainda distante 2022 a partir do advento do Lula livre, Bolsonaro emplacou duas de suas cheerleaders mais negacionistas, Bia Kicis e Carla Zambelli, em comissões importantes da Câmara.[lembramos sempre: vão se acostumando, aceitem, e tenham em conta que o presidente Bolsonaro ainda não começou a governar - a pandemia indo embora, a economia voltando a crescer, revitalizada - ele conseguirá remover os obstáculos a que faça um Governo  favorável aos Brasil e aos brasileiros.]

A mesma Câmara que ainda discutia na noite de terça um auxílio emergencial que já deveria ter voltado a ser pago, pois no mundo real, esse cuja existência o Supremo preferiu começar a semana sublimando, tem gente morrendo de fome ou de falta de leito em hospital. Uma situação sinistra à qual chegamos por inépcia absurda e criminosa dos Poderes. À mais alta Corte do país numa democracia cabe assegurar a segurança jurídica e ter a última palavra para garantir que os demais Poderes não exorbitem suas atribuições e respeitem a Constituição.[pergunta inocente e feita por milhões de brasileiros: e quando a Supremo Corte exorbita suas atribuições, impõe o autoritarismo, o eu posso, eu faço, não devo explicações a ninguém.... como ficamos?]

Ao exibir ao país suas entranhas e suas vaidades, seu casuísmo com casos sérios que dizem respeito ao nosso passado e ao nosso futuro, suas Excelências jogam água no moinho dos golpistas que clamam contra o Judiciário e se fragilizam para cobrar do Executivo suas obrigações no enfrentamento da pandemia. ["cobrar do Executivo"? Cabe ressaltar que no inicio da pandemia,  decisão do STF  atribuiu aos governadores e prefeitos o protagonismo das ações de combate à covid-19, decisão que foi mantida com a prorrogação, dia 5 deste mês,   da norma que dá prioridade aos governadores e prefeitos no combate à pandemia. A norma emanada do STF deixa claro que o presidente Bolsonaro não pode interferir em decisões estaduais sobre isolamento, quarentena, restrição à locomoção, uso de máscaras, exames, testes, coletas, vacinação, investigação epidemiológica, tratamentos, requisição de bens e serviços e todo processo de sepultamento.
Cobrar de quem não podia interferir  e continua impedido? 
afinal se é uma prorrogação, continua valendo o que já valia... 
Também foi proibido ao Governo Federal requisitar agulhas, seringas e material correlato ao estado paulista, por ter tais materiais sido pagos com recursos daquele estado.] Que deveria ser a única preocupação de todas as autoridades, mas não é.
 
Vera Magalhães, colunista - O Globo

sábado, 26 de dezembro de 2020

Que vergonha, excelências! - Folha de S. Paulo

Cristina Serra

Ainda nem temos vacinas aprovadas e liberadas, e STF e STJ já estavam prontos para furar a fila da imunização

No Brasil, existem cidadãos comuns, como você, leitor, e eu. E existem castas, como o Judiciário, sustentadas com o dinheiro dos nossos impostos e adubadas com privilégios e mordomias que ofendem o simples bom senso. Ainda nem temos vacinas aprovadas e liberadas e suas excelências do STF e do STJ já estavam prontas para furar a fila da imunização. As duas mais altas cortes enviaram os pedidos à Fundação Oswaldo Cruz, que os rechaçou.

Num momento de emergência sanitária e com autoridades incompetentes no comando da saúde dos brasileiros, as maiores instâncias do Judiciário deveriam ser as primeiras a dar o bom exemplo e aguardar sua vez na escala de prioridades, a ser definida de acordo com critérios científicos e levando-se em conta a vulnerabilidade de grupos mais expostos ao vírus. Mas as cúpulas do Judiciário preferiram se orientar pelo adágio mesquinho: farinha pouca, meu pirão primeiro. O que me lembra também o salve-se quem puder da primeira classe no convés do Titanic.

O STF pediu uma reserva de 7.000 doses para ministros e servidores do tribunal e do Conselho Nacional de Justiça. O STJ disse que enviou um “protocolo comercial”, que se refere à “intenção de compra” das doses para imunizar magistrados, servidores e seus dependentes. [ainda temos sérias dúvidas se os servidores - aqueles concursados, não os aspones que entram pela janela - estariam entre os beneficiados, ou apenas foram usados para fazer números e assim a boiada passar.] Sim, você leu direito. O STJ alegou que pretendia comprar as vacinas que, até onde se sabe, serão distribuídas gratuitamente pelo Plano Nacional de Imunização (vai saber quando). Seria um auxílio-vacina?

Não fosse a revelação pela imprensa e a negativa contundente da Fiocruz, talvez outras categorias já estivessem a reivindicar tratamento “isonômico”. [os procuradores paulistas tentaram, só que também foram compelidos a voltarem para o mundo dos iguais.]    A mentalidade da aristocracia do setor público brasileiro opera uma rota de colisão com qualquer projeto de sociedade menos desigual e mais justa. Regalias de toda sorte para uma elite “diferenciada” transformam em uma quimera o ideal de cidadania já alcançado por outros países. Data vênia, excelências, que vergonha!

Cristina Serra, jornalista - Folha de S. Paulo

 

sábado, 11 de julho de 2020

Suprema Autofagia - Raimundo Ribeiro

Transcrito do Alerta Total 

“Nos últimos 20 anos, exercentes de atividade política integrantes dos poderes executivo e legislativo são alvos de denúncias (muitas verdadeiras, outras não). São tantas denúncias que a questão se generalizou atingindo não apenas as pessoas, mas os próprios poderes.
O resultado disso é que político virou sinônimo de bandido e os poderes (exercidos por políticos) perderam a confiança da nação. Note-se que qualquer medida anunciada pelo estado é desobedecida por parte considerável da população gerando obviamente uma confusão que rapidamente poderá se transformar em convulsão. Essa falta de confiança que já tinha atingido 2 poderes da República, agora chega ao 3o. Poder, o Judiciário.

Frases como “a justiça é caolha”, “a justiça só enxerga quando quer” e outras se naturalizaram no seio da sociedade. E essa desconfiança em relação ao Judiciário é mais grave do que em relação aos poderes executivo e legislativo, pois enquanto estes últimos se reinventam por meio do processo eleitoral imperfeito que dispõem, renovando-se periodicamente, o Judiciário não dispõe de tal ferramenta para, por mecanismos próprios, se corrigir. Além disso, a desconfiança no judiciário conduz ao caminho do caos, pois leva à desobediência dos seus atos muitas vezes fantasiados de decisões judiciais. Dessa desobediência ao abismo de uma convulsão social é um pulo, que sim, está prestes a se concretizar. O que fazer para evitar essa tragédia anunciada é o grande desafio dos poucos que pensam no país neste momento. Para não correr riscos de cometer atos irreversíveis, forçoso analisar as razões que retiraram a confiança da população neste poder que sempre se constituiu na última esperança de uma nação.

Primeiramente é importante salientar que a revolta da população, apesar de atingir o poder como um todo por força da generalização, é contra apenas alguns membros da sua cúpula. Os Juízes de primeiro grau (que ingressam na magistratura por intermédio de concurso público, sem qualquer tipo de ingerência) independente da generalização que se faz, ainda gozam da confiança social, apesar das dificuldades que enfrentam, mas ainda são olhados com respeito pela sociedade. Já o mesmo não se pode falar de alguns integrantes da cúpula. Feito este recorte, é necessário identificar os motivadores da revolta. Alguns ministros, tendo o auxílio luxuoso da banda podre da mídia nacional buscam culpar militantes ou militontos ideológicos que vão as portas das casas xingar ministros, que vão a esplanada lançar fogos de artifícios no prédio do STF, e que utilizam as redes sociais (que Umberto Eco, num passado recente afirmou que daria voz aos imbecis) para proferir todo tipo de impropério aos membros da cúpula. É evidente o caráter criminoso de tais atos, afinal numa sociedade civilizada não se pode admitir que as pessoas sejam xingadas e até ameaçadas no exercício de suas funções (mesmo quando exercidas de modo incorreto).

Merecem ser identificadas, processadas, julgadas e, se for o caso, condenadas ao cumprimento da pena imposta. Mas claro, observando-se o devido acatamento aos estritos limites legais e não como está sendo feito agora onde se usa e abusa do poder impondo prisões antecipadas, realizando buscas e apreensões sem sentido, impondo restrições à liberdade antes de  sequer se saber se a acusação resultará numa pena constritiva de liberdade, processos conduzidos por autoridades incompetentes para o caso e mais inúmeras ilegalidades que obrigariam o Stanislau Ponte Preta escrever pelo menos mais 10 volumes da sua imortal obra intitulada FEBEAPÁ.

Mas apesar do esforço de alguns ministros, aliados neste caso a banda podre da mídia nacional, os ataques generalizados ao STF não ocorrem por causa dos militantes/militontos ideológicos. Eles apenas encontraram nos seus atos, fantasiados de decisões judiciais, um campo fértil para dar vazão a sua revolta. Repito: devem ser repudiados nos seus atos, mas nos estritos limites da legalidade. Na verdade, os culpados por todos os ataques desferidos de modo generalizado (e a generalização é um erro grave) são alguns ministros que, despreparados para a alta função que lhes foi outorgada, cometem ilegalidades usando indevidamente o poder inerente a função para dar vazão a seus instintos autoritários e mostrar a sua horrorosa faceta de arrogância, alimentada por um pernicioso ego narcisista. Os militantes -militontos não agem, apenas REAGEM aos seus desmandos.

Isto posto e antes que o dia de fúria se concretize, o que esperamos que não aconteça, imperioso que um surto de lucidez sopre naquela Casa, interrompa a marcha da insensatez que impulsionaram e se limitem apenas a fazer o que a função lhes impõe, isto é, atuem com serenidade, sensatez, temperança e submissos aos limites estreitos da lei. Talvez seja pedir muito num meio em que a arrogância é a principal ferramenta, mas quem sabe se nesta pandemia, o véu que encobre a visão caia por um momento e neste momento a lucidez se faça presente e eficiente. Alguns certamente ignoram os sinais vindos das ruas e nada farão; mas não poderão, num futuro próximo, alegar que não sabiam que o Titanic já arranhava o iceberg. Com a palavra, o tempo.”


Por Raimundo Ribeiro, advogado 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Recuo para frente - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza

O presidente Jair Bolsonaro recuou da decisão de mandar embora o funcionário que foi de avião da FAB para a Índia e mandou embora o funcionário que foi de avião da FAB para a Índia. Segue um resumo de todos os recuos do presidente até aqui.

[NOTA EXPLICATIVA:
Somos BOLSONARO, continuamos  e com s benção de DEUS continuaremos BOLSONARO - queremos o BEM do BRASIL e dos BRASILEIROS.
Esta postagem apenas confirma que recuar é normal, natural - "errar é humano, permanecer no erro é  diabólico.". Por isso, não resistimos e a transcrevemos da GAZETA DO POVO.
Trump segue o exemplo do nosso Presidente e recua e, para tristeza dos seus opositores, será reeeleito presidente dos EUA.
Aguardem, com as bençãos de DEUS,  a dobradinha BOLSONARO e MORO em 2022.]

Bolsonaro recua e não demite Moro
O presidente estava assinando a carta de demissão do ministro da Justiça quando um pombo correio estatal sobrevoou sua mesa e deixou cair sobre ela um pedaço de papel enrolado. Era um bilhete de uma sobrinha da vizinha do general Heleno explicando que Sergio Moro era o herói da Lava Jato, símbolo do combate à corrupção e estava fazendo um bom trabalho com lealdade ao governo. Bolsonaro rasgou a carta de demissão na hora – e ainda comentou com o pombo que o bilhete foi providencial porque ele nem lembrava mais quem era Sergio Moro, muito menos por que o tinha convidado para o governo. Segundo fontes que não podemos revelar, essa foi a quinquagésima nona vez que o presidente decidiu demitir Moro e recuou na última hora.

Bolsonaro recua e não demite Paulo Guedes
Interlocutores do presidente revelaram que ele ficou irritado com o ministro da Economia por causa da privatização dos Correios. "Mas e o pombo?", teria vociferado Bolsonaro, segundo uma fonte. Reconhecendo a importância do pombo correio na permanência de Sergio Moro no governo, Paulo Guedes recuou e mandou prosseguir o estudo para privatização só dos Correios mesmo, sem o pombo. Aí o presidente também recuou e manteve Guedes no cargo. Nossa fonte também recuou e disse que foi tudo criação da cabecinha ociosa dela, mas nós não recuaremos jamais. Chega de recuos.

Bolsonaro recua e faz a reforma da Previdência
O presidente estava decidido a jogar no lixo o projeto que ele mesmo prometeu ao povo e que reabriria o futuro do país: "Quem quer saber de futuro? A vida é agora!", bradou Bolsonaro, segundo interlocutores próximos ao presidente. Ele já ia tacar fogo no projeto do Paulo Guedes que nem fez com a Amazônia, mas aí sentiu a pressão da imprensa marrom, ficou com medo da vingança do Rodrigo Maia e voltou atrás. 

Bolsonaro recua e desiste de transformar a Amazônia em estacionamento

O presidente já tinha encomendado ao ministro Tarcísio o asfaltamento completo da região amazônica. Aí a Greta fez cara feia, o Macron fez bico, o Armínio e o Amoedo gritaram que a democracia estava em chamas e o DiCaprio disse que o capitão do Titanic morava no condomínio do Bolsonaro. Mesmo assim o presidente manteve a ordem de derrubar a floresta mas só até Jane Fonda perguntar ao Lula como ela fazia para ser presa no Brasil. Aí Bolsonaro amarelou. Novo recuo.

Bolsonaro recua e demite secretário que citou propaganda nazista

O presidente estava decidido a pintar uma suástica na porta da Secretaria de Cultura, mas sentiu a pressão dos democratas de Instagram e exonerou Alvim. Outro recuo.

Bolsonaro recua e desiste do AI-5

Todo mundo sabe que o governo fascista do Brasil estava prontinho para fechar o Congresso e anexar o Supremo (que nem os ídolos do Lula e da resistência cenográfica fizeram na Venezuela). Mas aí os bravos plantonistas de TV Rodrigo Maia, Molon e Randolfe, entre outros, gritaram contra a ditadura e o Bolsonaro, tremendo de medo, recuou de novo.

Bolsonaro recua e desiste de acabar com a educação

Segundo uma fonte, o projeto de transformar as universidades brasileiras em filiais do McDonald’s estava pronto para assinatura na mesa do presidente. E mais: todos aqueles reitores, professores e funcionários do PSOL e do PT iam ser obrigados a usar avental se quisessem continuar com a boquinha. Muito grave. Mas a imprensa marrom revelou o plano (que o governo fingia ser só um condicionamento normal de verbas) e ficou tudo bem. Mais um recuo.

Trump recua e indica Brasil para OCDE

Vendo tantos recuos do presidente brasileiro, Donald Trump, que é um cara ciumento, resolveu recuar também. Depois de anunciar que indicaria o Brasil para uma vaga na OCDE, ele confirmou exatamente o que tinha anunciado – mas esperou aquele tempinho suficiente para as águias da notícia no Brasil terem o seu momento de glória (e arrecadação, que ninguém é de ferro) e pintarem o presidente americano em todas as posições de traição que uma mente excitada pode conceber. Aí Trump reapareceu triunfal anunciando seu recuo para frente – numa imitação flagrante daquele famoso passo do Michael Jackson. Esses fascistas não sabem inventar nada.

Guilherme Fiuza,  jornalista - Gazeta do Povo

sexta-feira, 23 de março de 2018

No perde e ganha do STF, Lava Jato fica parecida com Titanic e Lula se safa

As coisas poderiam estar mais tranquilas para os órgãos que combatem a corrupção no Brasil, pois o STF já avalizou a prisão após condenação na segunda instância em três oportunidades no ano de 2016, a condenação de Lula mostrou que a lei vale para todos e os larápios ficaram tontos. No entanto, a instância máxima do Judiciário brasileiro não se cansa de dar vexame. Se o Brasil fosse um filme, o enredo seria sobre uma embarcação em apuros (Lava Jato), uma tripulação presunçosa (ministros do STF) e uma imensa pedra de gelo à frente (a revisão da regra sobre a prisão). Tudo muito parecido com Titanic.


Ficou mais difícil exagerar sobre as consequências do desastre depois que o Supremo impediu o TRF-4 de impor sua própria jurisprudência a Lula. Em liminar extravagante, a Suprema Corte proibiu o tribunal de segunda instância de liberar Sergio Moro para expedir a partir de segunda-feira a ordem de prisão contra um ex-presidnete condenado a 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Veja abaixo quem ganhou e quem perdeu com a decisão do Supremo.



Quem ganha


– Lula: Até a noite de quinta-feira, o líder máximo do PT era uma prisão esperando para acontecer. A Polícia Federal vinha seguindo sua movimentação à distância. A Agência Brasileira de Inteligência monitorava as redes sociais à procura de eventuais reações. Mas o esquema montado para capturar Lula subiu no telhado. Com azar, o ex-presidente petista comerá o ovo da Páscoa com os netos e voltará à alça e mira das autoridades apenas depois de 4 de abril. Com sorte, prevalecerá no julgamento do mérito do habeas corpus e ganhará do Supremo o direito de recorrer em liberdade contra a condenação no Caso do Tríplex.


– Partido dos Trabalhadores: Preso, Lula levaria o projeto presidencial do PT para trás das grades. Solto, continua inelegível. Mas pode manter a pose de presidenciável em caravanas, entrevistas e eventos partidários. Na pior das hipóteses, a encenação do PT sobrevive até 4 de abril. Na melhor das hipóteses idealizadas pelo partido, o Supremo mantém a carta de Lula no baralho até agosto, quando o TSE terá de descartar o registro de sua candidatura. Quanto mais prolongada for a exposição, maior será a chance de o PT colocar um poste de Lula no segundo turno da sucessão.


– Corruptos e criminalistas: O placar de 6 a 5 a favor da liminar que proibiu a prisão de Lula até 4 de abriu foi um prenúncio de que a regra que permite a prisão na segunda instância está com os dias contados. Os seis ministros que deram o salvo-conduto para Lula são justamente os que querem empurrar a prisão para a terceira instância (STJ) ou para o ponto final do trânsito em julgado (STF). Os condenados presos da Lava Jato farão fila no guichê do habeas corpus. Quanto aos criminalistas, não perdem por esperar. Ganham.https://conteudo.imguol.com.br/blogs/58/files/2018/02/estrelinha.gif


Quem perde


– Lava Jato: É grande o desânimo que se abateu sobre a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, principal vitrine da operação. Em privado, os procuradores da República que integram o grupo compartilham previsões pessimistas sobre o futuro da mais bem sucedida iniciativa anticorrupção da história. O receio é o de que o salvo-conduto concedido a Lula seja a apenas a primeira providência de uma série de decisões que culminarão com a revogação da jurisprudência que autorizou a prisão de corruptos condenados na segunda instância. Nas palavras de um dos procuradores da Lava Jato, a eventual revisão dessa jurisprudência será “a maior derrota da Lava Jato e do esforço para o combate a crimes de poderosos.”


– Sergio Moro: O juiz da Lava Jato se equipava para assinar o mandado de prisão de Lula entre segunda e terça-feira. Passaria à história como signatário da ordem que encarcerou o primeiro ex-presidente da história condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A liminar do Supremo retardou o feito para depois de 4 de abril. A espera pode ser maior se a Suprema Corte conceder habeas corpus a Lula. Mais adiante, se a prisão migrar da segunda para a terceira instância (STJ), o juiz terá um verbete mais magro na enciclopédia.


– TRF-4: A 8ª Turma do TRF-4 manteve para segunda-feira a sessão de julgamento do recurso de Lula (embargo de declaração) contra a sentença de 12 anos e 1 mês de cadeia. Mas a liminar do Supremo retirou do julgamento sua consequência mais dramática. Os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus não poderão autorizar Sergio Moro a expedir mandado de prisão contra Lula, como pretendiam. Vistos como fantasmas pelos réus da Lava Jato, os três magistrados de Porto Alegre vão virar gasparzinhos se o Supremo retirar da segunda instância do Judiciário o poder de colocar corruptos no caminho do brejo carcerário.

Blog do Josias de Souza