Com Hillary Clinton na Casa Branca - algo que esperamos não ocorra - a luta em prol da liberação mundial do aborto será fortalecida. Matar ser humanos inocentes e indefesos será a regra, algo a ser apoiado e incentivado.
Hillary Clinton tem um longo currículo, mas continua à sombra de Bill - e se orgulha de ter sido sua alcoviteira no caso Mônica Lewinsky.
Enfim,
a democrata Hillary Clinton entrou para a História dos EUA como a
primeira mulher a vencer as primárias de um partido relevante com
chances reais de chegar à Casa Branca — em 1872, Victoria Woodhull foi
candidata por um partido nanico. Isso ocorre 228 anos depois de aprovada
a Constituição americana, e quase um século após o sufrágio, que
permitiu às americanas votar. O caminho percorrido
foi longo, no entanto, na última semana, um dos temas mais debatidos
sobre sua candidatura era como Hillary deveria responder aos eleitores
se o escândalo político sexual envolvendo o então presidente Bill
Clinton e a estagiária Monica Lewinsky voltasse à tona. Donald Trump, o
candidato do Partido Republicano, acusou-a de estar playing the gender card (algo como jogando a “cartada do gênero”), ou seja, usar o fato de ser mulher para se beneficiar na corrida presidencial.
Não
sei se Trump sabe, mas 51% da população americana são mulheres, não era
sem tempo que uma delas chegasse à corrida presidencial. Se um
candidato pode tirar vantagem do próprio gênero é Trump. Ser homem tem
sido até agora um pré-requisito para a Casa Branca e outros cargos no
governo dos EUA. [nada contra as mulheres mas vejamos o exemplo do Brasil - foi só dar chance a uma mulher e ela ferrou com tudo, f ... tudo.]
Elas ocupam 19,4% dos assentos no
Congresso americano — menos que a média mundial de 21,9%, o que põe os
EUA em 75ª posição num ranking global de representatividade feminina nos
governos nacionais, entre 189 países onde estes cargos foram eleitos
diretamente, atrás de África do Sul, Cuba, Ruanda. O ranking é feito
pela União Interparlamentar, que acompanha as atividades de Parlamentos
em todo o mundo. Apenas 10% dos cargos de governador, 12% das
prefeituras das cem maiores cidades americanas e 24% dos assentos nos
Legislativos estaduais são ocupados por mulheres nos EUA. Elas são
também minoria nos postos públicos.
É precisamente
por isso que democratas e republicanos nunca tiveram uma candidata à
Casa Branca até a última quarta-feira. Porque barreiras ainda impedem a
maioria das mulheres com ambições políticas de trilhar uma carreira
relevante que lhes permita exercer sua competência e demonstrá-la aos
eleitores. Na taxa atual, levará 500 anos para que as mulheres sejam
igualmente representadas no Congresso, calcula o site GovFem, que
defende maior representatividade feminina na política.
Hillary
é uma exceção à regra. Formada em Direito pela Universidade de Yale,
onde conheceu Bill Clinton, seu colega de classe, ela trabalhou com uma
série de políticos, integrou a equipe que investigou o escândalo de
Watergate como consultora jurídica do comitê que analisava o impeachment
do presidente Nixon, trabalhou na campanha de Jimmy Carter, e foi
consultora legal de seu gabinete, até se tornar primeira-dama quando
Bill Clinton foi eleito governador do Arkansas e, em seguida, presidente
dos EUA. Depois disso, foi eleita senadora, cargo que ocupou entre 2001
e 2009, e secretária de Estado até 2013, mas continua sendo vista à
sombra do marido.
As mulheres nos EUA ainda são
retratadas como as quatro personagens do seriado “Sex and the City”:
independentes e bem-sucedidas profissionalmente que, ainda assim, só
sabem falar em homens e sapatos. Em “Breaking Bad”, mais recente, a
personagem feminina é uma dona de casa ingênua, neurótica sobre a
possibilidade de traição do marido, que acaba virando mulher de bandido
por amor. A personagem, é claro, é mais complexa do que eu teria espaço
para descrever aqui, e evolui ao longo da série, mas nunca chega a ser
protagonista.
Em “House of Cards”, Claire Underwood, a personagem forte
de Robin Wright, expõe barreiras e preconceitos que a mulher enfrenta na
política, relegada a viver à sombra do marido. Ao mesmo tempo, Claire é
retratada como uma mulher sem escrúpulos, que mantém o casamento por
interesse, e é capaz de fazer qualquer coisa para satisfazer sua
ambição, como puxar o tapete da secretária de Estado. O clássico
estereótipo da mulher moderna.
Hillary atravessou
vários escândalos políticos. Foi investigada sobre o ataque ao posto
diplomático americano em Benghazi, Líbia, que resultou na morte do
embaixador Christopher Stevens e outras três pessoas. As investigações
apontaram “falhas sistemáticas de liderança e deficiências de
gerenciamento” no Departamento de Estado. Em maio, foi acusada de usar
um servidor privado para trocar e-mails, incluindo informações
confidenciais que diziam respeito ao Departamento de Estado.
Ser
mulher não garante uma boa administração, nem mesmo em termos de
igualdade. Paquistão, Índia, Bangladesh tiveram mulheres como líderes
antes dos EUA. Mas não ter mulheres em um governo significa que metade
da população não está representada. [só que se tratando de representação da população, deve ser considerado prioridade eleger congressistas, Poder Legislativo.]
Fonte: O Globo - Adriana Carranca