Para que serve a ANS? Será a hora de descobrir para que servem as agências reguladoras
A Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, quer que convênios e seguros-saúde aumentem no máximo em 10% seus preços. A Justiça achou muito: fixou 5,72% (contra uma inflação de 2,9%). A ANS, mas podem chamá-la de Governo, vai recorrer! Quer 10%. O cidadão é só um detalhe.Para que serve a ANS, “a agência reguladora” dos planos de saúde? Dá para responder com números: nos últimos 14 anos, o aumento sempre foi superior à inflação. De 2000 a 2017, o plano de saúde subiu 374,1%. Deu de 7×1 na inflação, que chegou a 220%. Antes de 2000, as operadoras eram quem decidia o valor do aumento. E o cliente apanhava tanto quanto hoje: não teve vantagem nenhuma com a intervenção da agência oficial.
Resultados? Dois milhões de clientes suspenderam seus convênios ou seguros — agora, sobrecarregam o SUS. A operação dos planos de saúde é tão lucrativa que gigantes multinacionais compraram empresas nacionais do ramo. E a benevolência da ANS chegou a despertar de seu profundo sono até o Senado, que planeja uma CPI sobre as relações ANS-operadoras. Um terço dos senadores, 27, já concordou com a CPI. Será interessante descobrir por que, todos os anos, o custo tem de subir mais que a inflação.
Será a hora de descobrir para que servem as agências reguladoras. A do transporte aéreo, Anac, foi a inventora da cobrança da bagagem, “para baratear as passagens”. Alguém já usou as passagens mais baratas?
Jornalista Lula
Lula deve comentar a Copa para a TVT,
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Escreverá o comentário na prisão e
o enviará ao jornalista José Trajano. “Não estou brincando, não”, diz
Trajano. “Lula será comentarista da TVT. Vai escrever suas impressões, e as pomos na tela entre aspas”. [circo: o condenado e presidiário vai escrever uma porção de bobagens e o pior é que vai ter babaca para ler (por isso insistimos em escrever apenas para dois leitores; 'ninguém' e 'todo mundo').]
O Basta! De Neguinho
O sambista Neguinho da Beija-Flor, 68 anos, 41 de escola de samba,
vai embora do Brasil: cansado da violência no Rio, cansado dos altos
impostos (dos quais não vê retorno), vai no fim do ano para Braga,
Portugal, cidade de origem da família da esposa. Quer que a filha mais
nova, de nove anos, viva em lugar mais seguro. Neguinho é atração da
escola cujo patrono é o poderoso Aniz Abrahão, homem-forte de Nilópolis.
Se Neguinho sente a insegurança a ponto de ir embora, prometendo só
voltar nos carnavais, imaginemos a situação a que a violência levou a
Cidade Maravilhosa.
Cadê o centro?
Comecemos pela parte positiva: apesar de tudo, Geraldo Alckmin tem
boas chances de chegar ao segundo turno, apesar da penúria de seus
índices nas pesquisas. Com a multiplicação do número de candidatos,
basta que Alckmin cresça em São Paulo, sua base eleitoral, onde foi
governador por quatro vezes, para que chegue lá. No segundo turno, seu
adversário deve ser um radical de esquerda ou direita, e ele deve
receber o voto da maioria que é contra radicalismos. Agora, a parte
ruim: Alckmin está indo mal até em São Paulo, o que o deixa em risco.
Álvaro Dias come seus votos do Paraná para o Sul. Candidatos como Flávio
Rocha e Josué Alencar atingem sua base. Com as intenções de voto se
arrastando pelo chão, como atrair outros partidos de centro para formar a
maioria? Alckmin tenta duas saídas.
A primeira: um problema
Alckmin nomeou Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, articulador
de sua candidatura. Problema: o candidato de Perillo ao Governo goiano, o
vice José Elinton, tem no máximo 1/3 das intenções de voto de Ronaldo
Caiado, DEM, o favorito. Perillo deixa de ser o chefe político de Goiás e
se contenta em eleger-se senador. Tem processo na primeira instância da
Justiça Federal, movido pela Procuradoria Geral da República, referente
a delações de ex-executivos da Odebrecht, segundo as quais teria
solicitado à empresa R$ 50 milhões para a campanha de 2014 (e obtido R$ 8
milhões). Alckmin não tem até agora qualquer vínculo conhecido com a
Odebrecht.
A segunda: uma aposta
Alckmin quer também que o apresentador José Luiz Datena (DEM) seja
candidato ao Senado, na chapa de João Dória. Datena é conhecido e tem
facilidade de comunicação. Mas talvez prefira outra opção, como disse a O Estado de S. Paulo:
“Se pintar a possibilidade de ser candidato à Presidência, talvez eu
tente ajudar o meu País. Quero ser candidato para ajudar o povo. É mais
uma decisão do partido do que minha. Depende das articulações, do
resultado das pesquisas”. Alckmin quer, atraindo Datena, conseguir o
apoio do DEM para ser presidente. Corre o risco de repetir o episódio de
Doria: ganhar mais um adversário em disputa de seu espaço.
Sabe ou não?
Todos os países americanos decidiram votar em bloco em EUA, Canadá e
México para a Copa de 2026. A CBF votou no Marrocos. O coronel Nunes, da
CBF, votou errado ou esqueceu em quem votar? Você decide.Publicado na Coluna de Carlos Brickmann